Fora de moda, de tempo, de tudo. Aliás, se está fora de moda, não é preciso
dizer mais nada.
Para variar, calor.
Também para variar, sujeira, baderna, bandidos, uns de gravata, outros
de tênis ‘de marca’ e bermudas.
Entrou num botequim sujo.
Tomou duas talagadas grandes, antes de consumir o resto do copo. Como andava de tênis, o copo era de
aguardente mesmo. Álcool é bom, mesmo
para quem está viciado em maconha.
── Tudo em cima, Zezinho?
── Tudo. Geraldo
já deu as caras?
── Eu não vi.
── Tá me devendo.
Entreguei oitocentas gramas.
── Dizem que é de confiança.
── Se não for, é chumbo nele.
Pediu uma cerveja.
Imagine, um homem de péssimos antecedentes, maconhado, bebendo cachaça e
cerveja. Estava armado. A tal ‘Glock’, pistola da moda, cara no país,
barata na Europa. A televisão do bar
estava ligada. Surgiu uma imagem de
mulher, que ele reconheceu na hora. Fora
assassinada, havia traído o chefão do lugar.
Com um policial, imaginem só, com um policial! Só a morte mesmo, com tortura anterior. Foi exatamente isto que aconteceu.
Sinal dos tempos.
Sim, dos tempos e acontece em qualquer lugar do mundo. Este?
Foi no Brasil mesmo.
Onde tem cachaça no mundo? Calor,
vagabundos e impunidade? Aqui. Infelizmente, aqui, especialmente onde o caso
ocorreu, no Rio de Janeiro, para a minha vergonha de carioca. Brasileiro?
Claro, mas este assunto merece CPI.
Não sabe o que é isso? Comissão
Parlamentar de Inquérito. Bandido julga
bandido, nestes casos mais rasteiros.
Pena! Grande
pena. Mas acontece!