Ilheu
Que manto este que nos faz ilhéus...
que nos impede de alcançar o céu.
ilha do Pico, Açores, Portugal
Fotografia de Rui Silva
Fotografia de Rui Silva
Falando do sonho
Vaidade
Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!..
Florbela Espanca
Posted on 10:29 by Emília and filed under
Florbela Espanca,
poesia,
sonetos
| 27 Comments »
Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!..
Florbela Espanca
Confissões
Sei coisas que vocês não sabem...
Sabem coisas que eu não sei ou já esqueci...
Caminharemos juntos aprendendo a vida.
Vasco (2003)
Vasco & Leonor (2003)
Outros poetas, outros poemas
Pouco me importa.
Pouco me importa o quê? Não sei: pouco me importa.
Alberto Caeiro, 24-10-1917
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Alberto Caeiro, em "O guardador de rebanhos", 8-3-1914
Posted on 21:07 by Emília and filed under
Alberto Caeiro,
fotografia ELima,
Pessoa,
poesia
| 10 Comments »
Pouco me importa o quê? Não sei: pouco me importa.
Alberto Caeiro, 24-10-1917
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Alberto Caeiro, em "O guardador de rebanhos", 8-3-1914
Entardecer
Quando chega o entardecer qualquer coisa de mágico acontece em mim.
São os reencontros...
São os silêncios que repousam...
Posted on 22:00 by Emília and filed under
apontamentos,
fotografia ELima,
ilha Terceira,
paisagem
| 9 Comments »
São os reencontros...
São os silêncios que repousam...
Apontamento(s)
Deixo alguns versos de Florbela Espanca, para deliciar quem a não conhece.
Languidez
Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar...
A minha boca tem uns beijos mudos,
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar...
Os Meus Versos
Rasga esses versos que eu te fiz, amor!
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento,
Que a cinza os cubra, que os arraste o vento,
Que a tempestade os leve aonde for!
Rasga-os na mente, se os souberes de cor,
Que volte ao nada o nada de um momento!
Julguei-me grande pelo sentimento,
E pelo orgulho ainda sou maior!...
Tanto verso já disse o que eu sonhei!
Tantos penaram já o que eu penei!
Asas que passam, todo o mundo as sente...
Rasgas os meus versos... Pobre endoidecida!
Como se um grande amor cá nesta vida
Não fosse o mesmo amor de toda a gente!...
Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"
Posted on 20:38 by Emília and filed under
Florbela Espanca,
poesia
| 10 Comments »
Languidez
Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar...
A minha boca tem uns beijos mudos,
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar...
Os Meus Versos
Rasga esses versos que eu te fiz, amor!
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento,
Que a cinza os cubra, que os arraste o vento,
Que a tempestade os leve aonde for!
Rasga-os na mente, se os souberes de cor,
Que volte ao nada o nada de um momento!
Julguei-me grande pelo sentimento,
E pelo orgulho ainda sou maior!...
Tanto verso já disse o que eu sonhei!
Tantos penaram já o que eu penei!
Asas que passam, todo o mundo as sente...
Rasgas os meus versos... Pobre endoidecida!
Como se um grande amor cá nesta vida
Não fosse o mesmo amor de toda a gente!...
Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"
voo silencioso
"Vais voar... Na tua vida terá muitos motivos para ser feliz, um deles chama-se água, outro chama-se vento, outro chama-se sol e chega sempre como recompensa depois da chuva. Sente a chuva. Abre as asas..."
"- Suponho que agora te incomoda a minha companhia!" (Luís Sepúlveda in História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar)
Os silêncios falam por ti.
Posted on 15:59 by Emília and filed under
Açores,
apontamentos,
entardecer,
fotografia ELima,
ilha do Pico,
paisagem
| 6 Comments »
"- Suponho que agora te incomoda a minha companhia!" (Luís Sepúlveda in História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar)
Os silêncios falam por ti.
Escrever como quem pensa
Escrevemos para pensar ou pensamos para escrever?
Não sei.
Sei apenas que escrever liberta o pensamento que ganha movimento e segue o seu caminho, por um fio... por um traço...
Posted on 20:55 by Emília and filed under
apontamentos,
escrita,
filhos,
fotografia ELima
| 3 Comments »
Não sei.
Sei apenas que escrever liberta o pensamento que ganha movimento e segue o seu caminho, por um fio... por um traço...