Enfim, chegamos ao último dia do ano de 2010. Mais histórias para contar, mais experiências arrumadas nessa nossa bagagem chamada Vida, mais expectativas em relação às novas e esperadas vivências, que virão com o nascimento desta criança chamada 2011.
Enterremos, então, este velho ano que, com toda sabedoria, nos ensinou. Ensinou ora com delicadeza ora com severidade. E como aprendemos!
Cada ano que vai, deixa suas marcas em nossas vidas. São meses, anos, dias, horas, minutos e segundos que travam conosco aquela velha batalha com o nosso tempo aqui, neste mundão de meu Deus, como diz minha mãe. Cada novo ano que vem, é uma dádiva a ser desfrutada com a sabedoria adquirida com o ano que se foi.
Este tempo que conhecemos como Ano, ao nascer, nos pega pela mão e nos convida para uma caminhada por um período de doze meses. Somos peregrinos! E nesta condição, somos guiados e aprendemos muito com esses senhores que conhecemos por números. Nesta caminhada há encontros e desencontros, tristezas e imensas alegrias, ganhos e perdas... Escalamos montanhas escarpadas, passamos por vales perigosos, florestas assustadoras, mas também nos encantamos em bosques floridos e perfumados, nos banhamos em riachos de águas cristalinas e conquistamos prêmios significativos ao atravessarmos com persistência e coragem rios caudalosos.
Na caminhada da Vida, o amigo Ano nos presenteia com o seu tempo para aprendermos as lições, alcançarmos metas e assim, descobrirmos que nossa felicidade depende de uma escolha pessoal, que não podemos e nem devemos colocar nas mãos de ninguém. Como nos lembra Drummond, " É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre".
Agradeço a Deus ter me proporcionado mais um ano nesta caminhada ao lado de minha família, todos os momentos de felicidade, os momentos de tristezas que me fizeram amadurecer, os novos amigos que fiz, os antigos que amo e continuam celebrando comigo este elo tão nobre chamado AMIZADE, o trabalho que realizei com os meus alunos no primeiro semestre, a licença no segundo, que foi aproveitada em viagens muito significativas... Muito mesmo tenho para agradecer!
2011 tá nascendo! Tenho novas e importantes metas. Sinto-me motivada e algo em mim está gritando que 2011 será diferente. Será o ano de cortar amarras e abrir os braços com amor para os presentes da Vida.
Para finalizar o texto e o ano, quero presentear meus amigos blogueiros e seguidores com um lindo poema de Carlos Drummond de Andrade.
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
Feliz Ano Novo! Feliz Caminhada!