segunda-feira, 5 de setembro de 2016

terça-feira, 12 de agosto de 2014

o pescador de ilusões (by dodô azevedo)


Berlim, agosto de 2014.

Quando entenderão que depressão é a grande doença de nosso tempo?

"Vá lavar uma pia de louça que isso passa". "Ainda bem que depressão em mim bate e eu logo dou um jeito de afastá-la". "Como alguém pode ser rico, famoso e deprimido?" - essas são algumas das monstruosidades que se fala às custas de muito preconceito e ignorância com a doença mais moderna do mundo.

Entre anônimos e famosos, morreram mais pessoas no planeta vítima de depressão do que de infecção por vírus ebola. Mas nos apavora mais o ebola e outras moléstias porque vêm de fora. E não temos coragem para olhar para as moléstias de dentro.

A depressão é hoje uma doença vítima de uma outra doença social - a de que saúde é sucesso, colesterol em dia, conta bancária no azul e coração correspondido.

Descobri Robin Williams com o filme que mudou minha vida. "O Pescador de Ilusões" reúne três gênios deprimidos (os atores Williams e Jeff Bridges dirigidos por Terry Gilliam, a cabeça delirante do grupo Monty Python). O filme conta a história de dois homens que adoecem de depressão e esquizofrenia (um por causa do outro) e que ao se encontrarem tentam, de forma grandiosa e desajeitada, curar um ao outro para eximir seus pecados.

Em certo momento, o personagem de Williams conta para Bridges a fábula do Pescador de Ilusões:

“A história começa com o rei quando menino. Ele tem de passar a noite na floresta pra provar sua coragem e ser rei. Enquanto está só ele tem uma visão sagrada. Do fogo surge o Santo Graal, símbolo de graça divina. Uma voz diz que guarde o graal a fim de curar o coração do homem. Porém o menino só pensava numa vida cheia de poder, glória e beleza. E, em estado de surpresa total, sentiu-se, não como menino, mas invencível, como Deus. Aproximou-se do fogo para pegar o santo graal e o Graal sumiu. Ele ficou com as mãos no fogo, queimando-se gravemente. Enquanto ele crescia a ferida se aprofundava. Até que um dia a vida perdeu o sentido para ele. Não tinha fé em ninguém nem em si mesmo. Não podia amar nem sentir-se amado. Ficou transtornado com a experiência. Começou a morrer. Um dia um tolo entrou no castelo e viu o rei sozinho. Sendo tolo, era ingênuo e não viu um rei. Mas um homem solitário, sofrendo. Perguntou-lhe por que sofria, e o rei respondeu: ”tenho sede, preciso de agua pra molhar a garganta”. então o tolo pegou um copo ao lado da cama, encheu-o de agua e deu ao rei. Ao beber o rei percebeu que sua ferida havia sarado. Olhou para as mãos e viu o graal que tanto buscara. Virou-se para o tolo e perguntou : como achou algo que meus homens não conseguiram?”. O tolo respondeu: “eu não sei só sabia que você tinha sede”.

O mundo, e principalmente os deprimidos que ainda vão falecer este ano, não precisa de "mais amor" e outros clichês. O que o mundo precisa é de mais tolos que saibam o tamanho da sede que tem o homem moderno.

Esta sede que começou lá atrás, quando Platão inventou que havia uma única verdade, que havia o Bem e o Mal, e que devíamos buscar o "bem ideal" por todas as nossas vidas. Condenou-os a insatisfação eterna. Estamos atrás de uma felicidade plena que nunca existiu e nunca existirá.

Viver é estar muito triste às vezes, e muito feliz noutras. Aceitar a tristeza quando ela vem como o outro lado da moeda "felicidade".

Aceitar-se.

Toda vez que Robin Williams aparecia em público, ele estava um tanto "acima do tom" - como um furacão preso numa gaveta de armário. Era terrível e lindo de ver tanta potência.

Um furacão preso numa gaveta.

Ou alguém que simplesmente não encontrou um tolo à sua altura para aplacar-lhe a sede.

(fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/blog/dodo-azevedo/1.html)

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

amor veríssimo

apelido diminutivo em público, depois dos 30 anos, só se for com seu filho, tá amore, e olhe lá.

terça-feira, 9 de julho de 2013

simpatia

beba 3 garrafas de vodka. no dia seguinte, pegue seu celular e vá em "ligações recentes". o nome de quem você ama vai aparecer ali.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

(...)

de todas as mentiras que são contadas, o "tô brincando" é a melhor de todas.

domingo, 28 de abril de 2013

isso é cura

perdoar não é esquecer. isso é amnésia. perdoar é lembrar sem se ferir e sem sofrer. é uma decisão, não um sentimento.

domingo, 10 de março de 2013

papo cabeça

cb: porque as coisas tem sempre que acabar?
s: deve ser porque está abrindo espaço pra coisas novas!