Parecia ser um simples OI!
Que chegou nas brisas do vento e o buscou
inadvertido no meio dos seus afazeres. Ele estava no meio do movimento,
companheiros iam e vinham demonstrando sua indignação, lutando por uma melhora
no seu cotidiano de trabalho.
Parecia ser um simples OI!
Mas quando ele ouviu o chamado tecnológico e os
seus olhos buscaram o OI e o remetente, seu coração bateu mais forte e não
conseguiu suprimir um suspiro que se soltou de sua alma e se misturou à mesma
brisa que trouxe o chamado.
Ele ficou lá, parado, olhando como se lesse toda
uma grande epístola, uma missiva de amor construída em uma palavra só: Oi!
E o movimento se estendeu até a noite, discursos
acalorados falavam de salários, dignidade no trabalho e outras
coisas mais. Mas para ele tudo estava terminado. Nada mais ouvia, não conseguia concatenar frases que tratassem da gestão em segurança
ou em recuperação salarial. Tudo nele, todas as suas frases se ajuntavam para
falar de amor, para criar alguma coisa que chegasse até ela e lhe falasse dos
seus sentimentos, entretanto tudo parecia repetido, que já houvera sido dito antes, sem poder para
expressar o alcance de sua vontade e seu desejo. Somente o inédito seria para ela sagrado, qualquer espécie de plágio ainda que involuntário seria profano.
Tolice!
Ele soube de alguma forma, como ela soube antes
dele, que para eles palavras eram desnecessárias e que a lembrança de um e de outro era mais
viva.
Tomou uma decisão e mandou a mensagem na mesma brisa do vento que o beijou antes.
Oi!!!!