quinta-feira, 18 de maio de 2023

Certas horas do dia

 

Dá  gosto ver as serras recortadas  no  azul
do céu,  coladas sem  rasuras, 
as cores puxadas para o vivo!
se ao menos passasse um rio por cá
sempre molhava os pés
na  água baixinha
Ficava a escutar  um suave murmúrio balbuciado,
arrepiado  ao roçar os seixos
Um  prazer  inteiro só de sentir;
o ruminar leve  dos queixos a  salivar
a   brisa fresca
 O monte humedecido  de uma primavera  imperceptível
Côncava  abóbada arco-íris
Às  narinas sobe um vapor cheiroso
de comida saudável , afogada em  arroz  húmido,
aparência suculenta
É de fechar os olhos...
O sol inclinava e da água  sumia a claridade espelhada,
lá  por  cima, passava um corso de nuvens sanguínea
As cores quentes anunciavam  naturalmente calor,
sobre aqueles lados do mar; rica decoração!
Agora, é apressar o passo, antecipar-se  à chegada do crepúsculo
Não que as sombras assustassem 
Nada que os candeeiros não iluminassem...
a não  ser a mal intencionada gente
que sai à hora do agudo piar das corujas.