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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A Comunidade Brasileira de Orlando

   


           Segundo a prefeitura da cidade de Orlando, a comunidade brasileira na cidade conta com aproximadamente 30 mil brasileiros. Pessoalmente acredito que este número seja muito maior, senão o dobro pois não sei se a prefeitura conta também os indocumentados. Há brasileiros de todos os tipos, assim como se vê no Brasil. Há boas pessoas, trabalhadoras, confiáveis que podem se tornar verdadeiros amigos. Há também pessoas que é melhor manter muita distância.

             Poderíamos dividir a comunidade brasileira em Orlando em 2 grupos distintos: Os que estão legalmente no país, mesmo que com visto de estudante e os indocumentados ou chamados de "sem status", ilegais. Porém de nada adianta dividir a comunidade assim pois há ilegais que são pessoas boníssimas, de extrema confiança e "documentados" que são verdadeiros bandidos. Dentro dessa divisão legal/ilegal há todo tipo de indivíduo, portanto não há uma divisão que poderíamos fazer neste sentido. 

             Como Encontrar a Comunidade Brasileira?

          A comunidade brasileira é facilmente encontrada em vários pontos da cidade bem como nas redes sociais. No Facebook, instagram e Youtube há diversos brasileiros e grupos de brasileiros. Alguns deles inclusive prestam ajuda comunitária a outros brasileiros. Irei citar alguns grupos, mas com certeza deve haver perto de 3 dezenas deles:

Facebook








          Estes são alguns que eu tenho na minha página do Facebook. Me lembro de ter deletado alguns outros por isso acredito que o número deles já deva ter passado de 30 grupos. Nestes grupos há troca de informações, mercadorias, serviços, etc. No entanto não se pode ir fazendo qualquer pergunta muito básica que vem uma chuva de críticas. Por exemplo, se alguém perguntar: "Visto de estudante dá direito a Green Caaaard?" alguns dos integrantes do grupo se aborrecem e não têm papas na língua. Talvez o mínimo que alguém vá escutar é "vá pesquisar antes de perguntar besteira". Afinal é muita ingenuidade achar que se fosse assim, porque os EUA teriam 13 milhões de imigrantes ilegais?

Comércio

          A comunidade brasileira pode também ser encontrada no comércio. Há vários comércios de brasileiros espalhados pela cidade. E há indivíduos que fazem qualquer coisa para ganhar um trocado, talvez não aquilo que você pensou :-). Eu não irei alistar o comércio brasileiro em Orlando pois estes são facilmente encontrados em uma pesquisa rápida no Google. Há também dezenas deles e o mais novo e mais comentado da cidade é a rede Seabra (que é portuguesa) e me disseram que o supermercado é muito bom. Geralmente os supermercados pequenos da cidade não costumam ser muito limpos e apresentáveis, mas lá você encontra muitos dos produtos que usa no Brasil. 



Jornais e Revistas

           Há diversos jornais e revistas da comunidade brasileira em Orlando. Neles encontramos anúncios de comerciantes, resturantes, lojas de carros, serviços como corretores, contadores, advogados, dentistas e muitos outros. No Facebook eles são muito populares. Não espere um português de jornalista pois muitos desses veículos de comunicação são escritos por pessoas que vivem há muitos anos nos EUA e perderam muito da língua portuguesa assim como eu que vira e mexe escrevo alguma coisa errada aqui no blog. Aqui vão alguns:



             
- Facebrasil

            Há diversas outras revistas e jornais bem como blogs de diversos brasileiros. Mais uma vez uma pesquisa no google pode levar a encontrar todos eles. Há muita informação e material disponível para aqueles que vêm passear ou mesmo morar em Orlando. 


Canais do Youtube

            Muitas pessoas me perguntam porque é que eu não tenho um canal do Youtube. Em primeiro lugar por falta de tempo. Eu sou corretor e tenho a minha empresa de Design de Interiores em Orlando. Além disso uma casa e 3 cachorros para cuidar sem contar o blog que me toma bastante tempo. Só para se ter uma ideia, mais de 1000 emails por mês são adicionados à minha caixa de entrada somente do blog, sem contar os outros referentes às minhas duas atividades de trabalho. Eu poderia também dizer que não tenho tempo para aprender sobre as tecnologias para fazer e editar vídeos e nem mesmo energias para lidar com comentários e críticas que vêm desse tipo de mídia. Infelizmente, atrás de uma tela de computador as pessoas tendem a mostrar quem realmente são e não é fácil lidar com esse tipo de coisa, especialmente eu que tenho uma personalidade sensível para brigas. Na era do "politicamente correto" não se pode dizer o que pensa, não se pode fazer comentário ou dar a sua opinião sobre praticamente nada sem receber pesadas críticas.

          Atualmente eu acredito que o Realidade Americana, o Canal Perguntas do Paulo Paternes e o 78 Centavos do Rodrigo são os canais mais assistidos pelos brasileiros mas existem muitos outros para assistir. 



Amizades

           Para aqueles que vêm morar na cidade, legal ou ilegalmente não importa, há um período de adaptação muito difícil. Depois da excitação da mudança, de enfrentar o novo, de ter inúmeras expectativas positivas, uma "Outra Orlando" e um "Outro EUA" começam a se mostrar. A pessoa começa a enxergar coisas que não via quando vinha à passeio e a realidade de vida do dia a dia se faz presente e nem sempre é muito agradável. Neste momento ter amigos é primordial mas é preciso ter cautela. Há muitos brasileiros esperando uma oportunidade para levar vantagem em cima de alguém ou de uma família que acabou de se mudar e trouxe muitos dólares para realizar o sonho de viver nos EUA. Há uma expectativa de quem vem de receber ajuda da comunidade brasileira em Orlando. Isso não é bom pois o indivíduo pode não receber ajuda nenhuma ou pode, nunca se sabe. No entanto é preciso tomar muito cuidado com "sociedades" que quase sempre dão errado, "negócios de oportunidade" oferecidos por brasileiros, serviços, etc. Há muita gente desonesta e "amigos interesseiros" e isso ocorre tanto aqui como no Brasil. A diferença é que no Brasil a pessoa sabe os esquemas, as leis e como se defender. Alguém que acaba de se mudar não sabe essas coisas e pode facilmente cair vítima desses aproveitadores. Principalmente aqueles que fazem o mesmo serviço pela metade do preço. Muito calma nessa hora. Porém, com um bom filtro é possível encontrar pessoas boas para fazer parte da sua família em Orlando. Afinal, amigos são a família que a gente escolhe. 

Brigas e Desentendimentos

          Brigas e desentendimentos por membros da comunidade brasileira em Orlando são muito comuns. Nos grupos do Facebook sai cada arranca-rabo que, como disse minha amiga Alexandra Santine, eles deviam ser estudados. E como a comunidade é pequena, é como se fosse uma cidade do interior, as notícias se espalham rapidamente. É comum ficar sabendo de brigas em churrascos, festas, lojas e também "online". Fique longe de pessoas problemáticas e que se desentendem com tudo e com todos. Prefira ir aos poucos adquirindo amizades com pessoas de bem. É difícil para nós brasileiros pois conhecemos alguém e já vamos convidando a pessoa para ir à nossa casa. Americanos neste sentido são muito mais conservados. É comum viver uma década em uma mesma casa e nunca ter sido convidado para entrar na casa do vizinho. Embora o vizinho americano geralmente respeita muito os limites do que se pode ou não fazer para não incomodar os vizinhos. Coisas que nós brasileiros ainda temos muito o que aprender. 

Emprego

          Para aqueles que pensam em mudar para os EUA e adquirir um emprego "informal" a única opção no começo é mesmo procurar entre a comunidade brasileira. Os salários são baixos e o trabalho é muito por causa mesmo da natureza da contratação. É lógico que para os comerciantes é financeiramente melhor contratar alguém sem documentos. E para quem não tem documentos e não fala direito a língua, não há outra saída a não ser trabalhar com eles. Parece uma situação uma-mão-lava-a-outra mas tenho a impressão que quem sai mais limpo nessa história são os contratadores. Nos restaurantes, padarias, revistas, etc há sempre anúncios de empregadores precisando de mão de obra. É só ir no comércio brasileiro e procurar por tais anúncios. Geralmente se encontra trabalho na mesma semana. Lembrando que eu não estou incentivando o emprego informal embora é inevitável que ele aconteça. O melhor mesmo é o indivíduo planejar a mudança, vir estudar inglês, depois a faculdade e passar pelos processos legais de imigração, ainda mais agora que teremos um presidente que, pelo que parece, vai olhar de perto essa questão da imigração ilegal. 



O que esperar da comunidade brasileira em Orlando?

          Essa é a minha opinião. Quando eu vim aos EUA eu não esperava nada de ninguém pois, há quase 10 anos, não havia blogs, revistas, etc como existe hoje. Sempre pensei em me virar sozinho e encontrar as maneiras de sustentar e fazer a faculdade. Mas percebo que muitos se decepcionam pois esperam ajuda da comunidade e logo percebem que, as pessoas são desconfiadas e não tem desejo de ajudar qualquer um que chega e precisa disso ou daquilo, a não ser que deseje pagar pela ajuda. Muitas pessoas querem "consultoria" de graça. Passar duas horas no Skype te perguntando mil coisas pois é mais fácil que pesquisar. Mas se pedir 20 dólares para a consultoria logo o interesse desaparece. No meu caso que tenho dezenas de pessoas querendo "bater um papo" por skype toda semana, é simplesmente impossível e é por isso mesmo que escrevi o blog. Para colocar informações pertinentes sobre os EUA.

           Quando se vive aqui e se tem contato com a comunidade brasileira, sente-se que, de alguma maneira não perdemos um pouco da nossa própria identidade. É muito bom ter amigos para conversar em português, contar piadas e histórias, saborear da comida que estamos acostumados e passar tempo com verdadeiros amigos. Como não temos família vivendo aqui, cuidamos uns dos outros e ter esse apoio é fundamental. No entanto é preciso ir com calma e escolher bem os amigos para que não fiquemos tão decepcionados que começamos a culpar os EUA por isso e aquilo. É comum ver brasileiros reclamando de tudo por aqui. Na minha opinião e eu sempre digo isso às pessoas, "alguns só irão dar valor aos EUA quando estiverem de volta ao Brasil" 


domingo, 11 de outubro de 2015

O Museu de Woodstock

   


            Sempre ouvi falar de Woodstock. Imagens antigas de hippies assistindo a shows desse grande evento da década de 60. Aconteceu no mesmo mês e ano que eu nasci. Grandes nomes estiveram presentes. É só pesquisar na internet que está tudo escrito e registrado. Porém, visitar o museu é algo totalmente diferente e difícil de descrever. Mesmo que você não goste de rock, hippies ou mesmo música dos anos 60, é emocionante. Dá uma saudade de algo que a gente nem viveu.

            Além das imagens, filmes, posters e outros, há muita informação interessante em textos por todo o museu. Por exemplo, eu não sabia que meio milhão de pessoas esteve presente ao evento. Não sabia também que aconteceu em uma fazenda pois na última hora, o local predeterminado se negou a participar do evento. Não sabia que as barracas de coleta de ingressos não ficaram prontas a tempo e que 80% das pessoas entraram sem pagar. Não sabia que houve congestionamento de dezenas de quilômetros e que as pessoas, a partir de um momento, foram todas à pé. Que a comida acabou no primeiro dia e que voluntários das fazendas alimentaram a multidão até o terceiro dia sem cobrar por nada, tudo de doações e trabalho voluntário. Que mesmo com 1/2 milhão de pessoas e milhares de carros todos chegando ao mesmo tempo, não houve se quer um incidente grave relatado pela polícia ou autoridades durante todo o evento. Que artistas que torceram o nariz para o evento e se recusaram a comparecer, disseram depois que foi o maior erro de suas carreiras. Que Janis Joplin morreu no ano seguinte. Que os produtores do evento eram mais jovens do que eu sou agora e que o nome do evento foi The Woodstock Music and Art Event porque artistas expuseram suas obras lá também. Que os shows aconteceram durante o dia e durante toda a noite. Que as pessoas dormiam e acordavam ao som de música. Que todo mundo fez o que quis, e que não há registro de ninguém ter feito mal ao próximo. E tem muitas outras coisas que se aprende ao visitar o museu. Sabe uma coisa interessante que eu notei. Em dezenas de fotos que eu vi da multidão, não tinha sequer uma pessoa obesa. A indústria do fast food acabou com os americanos...


            Woodstock jamais irá acontecer novamente do jeito que foi. Vários fatores contribuíram para que ele acontecesse do jeito que aconteceu. A música da época, os artistas, o movimento hippie, as roupas, a década, a geração, a mentalidade...Para que um Woodstock acontecesse novamente, todos estas coisas teriam que voltar. É simplesmente impossível.  Ficou pra história. Nada se compara àquilo, nem mesmo Rock in Rio. Nunca fui fã de Woodstock, hoje sou e pretendo um dia voltar com mais tempo ao museu para visitar o local do palco e outras coisas mais que não deu tempo.


Veja ao fundo as pessoas indo à pé por quilômetros até
o local do evento.
            Registrei ao máximo o que pude para compartilhar com os leitores do blog. Enjoy!











As pessoas pintaram os ônibus, vãs e outros que iam em direção ao festival.
Um jovem que veio de longe chegou em Woodstock com 2 dólares e nunca mais
voltou. Hoje ele trabalha no museu...


















clique na imagem para ver em tamanho maior










O museu fica no estado de Nova Iorque. Aqui vai o link da página do museu.

200 Hurd Rd
Bethel, NY 12720
+18667812922

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Xororó em Orlando

               No domingo passado eu estava comprando coisas para a casa que eu estou montando do meu cliente e amigo Clovis quando entra pela porta da Bed Bath and Beyond nada menos que o cantor sertanejo Xororó da Dupla Chitãozinho e Xororó. Sim, ele mesmo o pai da Sandy e do Junior acompanhado da belíssima esposa Noeli. E daí que eu fiquei pensando..."falo com ele ou não? Será que eu vou incomodar? Será que ele já não veio aqui para não ser aborrecido pelas macacas de auditório" Mas no final fui, me apresentei e falei com ele. Ele foi super simpático e até me fez perguntas! Também muito simpática foi a sua esposa Noeli. Conversando com ele eu até ouvi lá no fundo da minha cabeça "No Rancho Fundo", "Galopeira" e outras canções famosas da dupla.


               Infelizmente eu não tinha comigo nenhum dos meus cartões. Eu deixo 20-30 cartões no carro mas neste dia estava com o Robert no carro dele. Droga! Hehehe. Bom, mas se um dia ele ou sua esposa ou alguém que os conheça ler este post, quero que ele saiba que foi um prazer imenso apertar a mão de uma pessoa tão talentosa que já fez milhões cantar suas canções. Eu não sou fã de Sertanejo, mas como tive o privilégio de crescer no interior de São Paulo, invitavelmente passei boa parte da minha vida em festas e rodeios do interior e sempre escutei as canções da dupla. Um abraço Durval e Noeli! E se precisar de um corretor ou designer, pode contar comigo! rss

renato@drimproperties.com
              E se você não sabe quem ele é assista ao vídeo do show de 40 anos de carreira da dupla


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Aviso Importante e Manual de Instruções


               De vez em quando eu preciso escrever este tipo de post. Lembra daquele post mal educado que eu escrevi um ou dois anos atrás? Este aqui? Então, hoje escrevo este, já mais maduro, com mais experiência e compreensão.

               O fato é que eu recebo muitos emails todos os dias. Eu nunca poderia, em um milhão de anos, imaginar que este blog chegasse às proporções que chegou. Ajudou e tem ajudado muito a mim e a muitas pessoas, amigos, anunciantes, leitores, estudantes, pessoas que estão se mudando para os EUA, etc. Muitas pessoas tiveram o sonho de estudar fora do país renovado pelos textos. Pessoas criaram coragem de dar o primeiro passo depois que leram os textos do blog. Eu tenho uma caixa especial para emails de agradecimento de leitores já com 301 emails. Muitos leitores já estão estudando fora do Brasil, no Canadá, EUA e Europa e sempre me mandam emails dizendo como a vida deles está e que tudo começou por causa do blog. Isso não é fantástico? Como eu imaginaria que as besteiras que eu escrevo tocariam os corações e mudaria a vida de tantas pessoas?

               Logo após o começo do blog eu tive que tomar algumas decisões. Eu simplesmente comecei a escrever sem rumo e sem saber o que era o Um Brasileiro na Terra do Tio Sam. Alguns meses depois eu tive que parar e pensar. Blog de viagens? Hummm não...Blog diário, contando meu dia a dia? Também não. Blog para quem quer estudar nos EUA? Também não... Muitas pessoas até me disseram pra mudar o nome do blog porque não iria fazer sucesso com um nome tão comprido. Eu comecei a escrever o blog para minha família e amigos saberem o que se passava comigo aqui nos EUA. Hoje minha família e amigos sequer lêm o blog, mas 100 mil visitantes por mês de 28 países lêm.

               Por isso decidi que o blog seria sobre "as experiências de um brasileiro nos EUA". Os choques culturais, as dismistificações, as verdades, as mentiras, a cultura, o novo, o velho, o bom e o ruim. Este é o objetivo do blog. Tentar explicar com sinceridade o que eu vejo, sinto segundo a minha opinião e experiências. Estou sempre certo? Longe disso! Quem leu o blog do começo ao fim sabe que muitas vezes me desculpo e conto as minhas fraquezas e confusões. Mas como disse, com sinceridade. Porque a pior coisa que há é alguém que não é honesto consigo mesmo, que mente pra si mesmo.

               Outra coisa que tive que definir desde o começo é a que ponto minha vida pessoal seria exposta no blog. E até agora, isso está um pouco confuso pra mim. Preciso tomar algumas decisões, depois posso pensar melhor nisso.

               Por causa do blog eu, que agora sou corretor de imóveis em Orlando, estou trabalhando com 95 clientes brasileiros. Está uma loucura que eu já estou considerando contratar um assistente. Além disso, eu tenho a empresa de Design que está começando mas já com mais clientes que grandes empresas aqui por Orlando. Conciliar tudo isso ainda com os emails provenientes do blog, textos etc, tem sido um desafio. Até tirei meu email da primeira página do blog e vou explicar o por quê disso.

               Este talvez seja o objetivo deste post. Eu tenho recebido 5-10 emails por dia do tipo (este é um email fictício ok?):

               "Oi Renato!
               Primeiramente queria parabenizá-lo pelo blog, é muito bom! (a pessoa leu um post, viu meu nome e email e já escreveu...quer ver como eu sei?)

               Estou indo para Orlando (Miami, Nova Iorque, Califórnia, Los Angeles, Boston, Chicago, São Francisco, etc...) para estudar (trabalhar, me mudar com minha família, passear, trabalhar) e gostaria que você pudesse responder algumas dúvidas que eu tenho.

               Queria saber: (se prepare, aqui vai...)

               -Posso dirigir com minha carteira de motorisa brasileira ou preciso da PID?

               -Como que eu tiro carteira de motorista nos EUA?

               -Posso comprar um carro nos EUA?

               -Quais são as melhores escolas de inglês?

               -Como eu alugo um apartamento? Tem apartamento de 1 quarto? Quanto custa? Quanto que você acha que eu gastaria de água, luz, telefone, alimentação, gasolina, condomínio, plano de saúde? Quanto custa vestimenta nos EUA?

               -Quanto dinheiro você acha que eu levo para os EUA? (E eu é que sei???)

               -Que lojas você me indicaria pra eu comprar roupas? Relógios? Eletrônicos?

               -Que restaurantes são bons em Orlando?

               -Quanto custa uma faculdade na Califórnia? Quais são as melhores faculdades de (...) dos EUA? Como é o processo seletivo de X faculdade?

               -Como é o mercado de trabalho de X profissão nos EUA? Quanto ganha? Tem vagas? Como eu me candidato pra elas?

               -Onde é o melhor lugar pra morar? Qual é o índice de criminalidade de X cidade? E o custo de vida?

               -Como que eu faço pra validar meu diploma de Arquitetura (engenheiro, dentista, médico, fisioterapeuta, etc) nos EUA?

               -Como eu faço pra ser corretor de imóveis nos EUA?

               -O Hotel "esquina-INN" é bom? Tem relato de roubo? Você indica?

               -"Semancol" precisa de receita nos EUA? J

               -O que é melhor casa ou hotel?

               -O preço do ingresso na Disney é mais barato que no Brasil? (E eu lá sei quanto custa no Brasil??)

               -Como eu faço para imigrar legalmente para os EUA? Eu consigo trabalho? De quê? Quanto paga? Dá pra viver?

               Vou parar por aqui. Tem mais, pelo menos, 100 perguntas "corriqueiras" que eu recebo todos os dias em vários emails. Caro leitor, só para entrar no blog, localizar os posts, copiar os links nos emails respostas e enviar pra cada um leva MUITO tempo. Horas, todos os dias. E pasme...alguns se ofendem porque eu não tirei uma hora do meu dia para responder a todas as dúvidas deles.

               Por isso que eu te disse que a pessoa leu um post, pegou meu email e já mandou bala perguntar. Todas as perguntas acima, eu já escrevi a respeito nos 196 posts do blog. Tem tudo explicadinho. Se algo não foi escrito no blog, eu não sei e não me interessa a não ser à pessoa que está perguntando. Por exemplo "Como eu faço pra validar meu diploma de dentista nos EUA?" Eu não sei e quem quer saber precisa pesquisar porque eu não tenho essa necessidade, entende? Eu tenho certeza que em algum lugar na internet alguém já escreveu sobre isso.

               Eu respondo todos os emails. Acho indelicado simplesmente não responder. Agora com este post, eu tenho só um link para copiar e responder para a pessoa. E assim que eu contratar um assistente, ele(ela) vai fazer isso pra mim J

               Então vamos lá. Se você quiser saber um assunto específico, vai ter que ler os 194 posts? Claro que não. Na barra lateral direita há a lista dos posts por título. O títlulo diz o que o post fala. Não tem mistério nem pegadinha. Uma maneira mais rápida é digitar uma palavra chave na caixa de pesquisa no canto esquerdo superior. Se você digitar "carteira de motorista" ou "imigrar" ou "remédios", etc. Você vai chegar a um post sobre isso. O mesmo você pode fazer no google, provavelmente vai levar também a um post do blog e outros excelentes blogs por aí. Há aqueles também que, depois de lerem o post, "Como Calcular Quanto Dinheiro Preciso Para uma Viagem aos EUA" ainda perguntam nos comentários: "Renato, quanto dinheiro devo levar a Miami por 10 dias?"
:(


A caixa de pesquisa encontra, por meio de palavras chaves, o assunto
que você está pesquisando.

Abaixo do título do blog você encontra as "páginas". Um atalho direto
aos textos mais procurados no blog

Na lateral direita há o Baú de Idéias. Posts divididos por "assunto"
Abaixo há "Os mais lidos e comentados"
Talvez o que você está procurando está entre esses mais lidos 

               O blog vai mudar! Eeeeee até que enfim né? Vai passar para Wordpress, vai ter design século 21. Já há uma pessoa montando e em breve vai ficar mais bonito, mais fácil de navegar, etc. Esta mesma pessoa está montando também o blog sobre imóveis em Orlando que vou começar a escrever. Não quero misturar imóveis e meu trabalho com o "Um Brasileiro na Terra do Tio Sam". E segundo os seguidores do blog no Facebook deram a dica, vai se chamar "Seu Imóvel na Terra do Tio Sam", pois vai ser irmãozinho do Um Brasileiro na Terra do Tio Sam.


               Obrigado de coração primeiro a Deus e também a você pelo carinho, pelo tempo passado lendo as minhas besteiras, pelos emails de agradecimento, encorajamento, desabafo, os "curtir" do facebook e os "compartilhar" também. Sem Deus e sem vocês nada disso teria acontecido e eu não seria tão abençoado. Pra quem é de beijo, beijo! Pra quem é de abraço, um abraço!

Foto tirada em Junho de 2010 quando nasceu o blog
Lembra como era?? :)

domingo, 21 de abril de 2013

Velório e Enterro nos EUA


            Eu sei que faz um tempão que não escrevo para o blog. Infelizmente coisas ruins e boas aconteceram e aqui estou eu para compartilhar com os leitores.

            Na terça-feira da semana passada o telefone tocou às 2:45 da manhã. Embora eu não ouvi o telefone tocar, escutei a mãe do Robert falando pra ele a seguinte frase aterradora: "I'm going to the hospital, they called and said that she probably won't  make it till tomorrow..." (estou indo para o hospital, eles ligaram e disseram que provavelmente ela não vai sobreviver até amanhã). Aquelas palavras me deram uma sensação muito ruim, ao mesmo tempo senti um alívio. Ela, neste caso, a mãe da Louise, avó do Robert estava muito mal no hospital, inconsciente e com sinais de que estava por partir. Eu falei da Loretta neste post aqui em 2010.

            Desde que cheguei aqui a Loretta entra e sai do hospital. Sempre achei incrível como ela aguentava essa situação com bom humor e, pouquíssimas vezes eu ouvi ela reclamando da dor (que sentia constantemente) ou das idas e vindas do hospital. Loretta ainda morava sozinha (o que eu acho um absurdo, sinceramente, mas não vou me estender no assunto) na sua casa em Deltona. No último mês, já com 90 anos, a coisa piorou. Eu já não aguentava mais ouvir o quanto ela estava sofrendo e por isso, senti o alívio, por ela.

            Imagine às 2:45 da manhã, os cachorros, o gato, eu e todo o resto acordamos e toca fazer café que a noite vai ser longa (ou a madrugada). Cinco minutos passados desde a saída da Louise pela porta da cozinha ela volta e diz: Ela faleceu...Louise recebeu a notícia dentro do carro, nem mesmo tinha saído da garagem.

            E aí começaram os telefonemas para amigos e parentes. A única coisa que eu consegui dizer quando ouvi o Robert falando "ela não devia ter ido para aquele hospital, e se eles mataram ela?" foi: "Robert, she suffured enough" (Robert, ela sofreu o suficiente, embora em inglês a idéia é "ela sofreu mais da conta"). Essa simples frase fez com que ele imediatamente se acalmasse e se conformasse, vendo que para ela, foi melhor assim. Ninguém merece passar metade do ano dentro de um hospital, merece?

            Daí a maratona começou. Aqui nos EUA, as pessoas não são enterradas como no Brasil, de um dia para o outro. Aqui pode levar de 4 a 10 dias pelo que pesquisei. Em primeiro lugar, a família tem que organizar o velório, a recepção (como a gente vê nos filmes, tem recepção com comida, etc), e todas as outras coisas que no Brasil a gente faz às pressas. Eu inclusive vi em um site "Dare to ask" (ouse perguntar), o por quê que as famílias negras americanas ainda demoram mais tempo que as famílias brancas. Entre as explicações haviam as seguintes: Famílias pobres, principalmente de negros, recebem ajuda do governo para o enterro, o que não é liberado antes de uma semana. Brancos enterram antes porque a cor da pele começa a mudar e fica cinza-azulado (será?). Famílias negras têm parentes espalhados por todos os cantos dos EUA e até todos chegarem leva tempo. Para os negros o ritual da morte é mais longo vindo de origens africanas. Seja lá o que for, de qualquer maneira, demora mais, também me pareceu mais bem elaborado. Claro que no Brasil, alguém rico que morra, terá um enterro bem elaborado. Mas por parte da classe média aqui, achei o velório, enterro e recepção bem mais elaborado, tendo em vista as experiências que tive no Brasil neste sentido.

Local onde foi realizado o velorio.

            Como eu não sabia muito sobre o assunto, pedi ajuda aos universitários e de muito bom grado a Lorna do Aventuras na Magic City me escreveu este email que achei de bom tom e educação publicar, ao invés de repetir as informações sem dar nenhum crédito:
Oi Renato,
O que eu aprendi em uma palestra de saúde pública foi que o ato de embalsamar os mortos aqui nos EUA veio na época da Guerra civil de uma crença de que o morto poderia espalhar doenças, bactérias. Hoje em dia, sabe-se que isso é falso, mas acabou virando algo cultural, principalmente depois da morte de Linconl. Na verdade, na maioria dos estados, não é obrigatório embalsamar os mortos. Dizem que além de cultural, o ato seria o desejo dos familiares de preservar os entes queridos. Além disto, tem o fator $$$ relacionada as casas funerárias.
O que eu acho interessante é que do ponto de vista religioso, especialmente para os protestantes (em teoria, a maioria aqui), o corpo não pode ser violado depois da morte, pois precisaremos dele. Por isso, as casas funerárias dizem que o embalsamamento seriam uma espécie de piercing já que na verdade, eles "só" fazem drenar o sangue e outros líquidos internos e no lugar colocam outras substâncias para preservar (dizem por 100 anos!) o corpo. Alguns religiosos dizem achar errado preservar os corpos que Deus tirou a vida.
Outra discussão é que antes, nos EUA, a família trazia o morto para casa, dava banho, arrumava e colocava no quarto mais frio para o velório que acontecia em casa. Hoje em dia, quando a pessoa morre no hospital, a funerária é contactada e toma conta de tudo (eu não sei quando a morte ocorre fora do hospital). Embora algumas pessoas critiquem o distanciamento do processo de greif, outras tantas dizem que esse distanciamento necessário devido ao tempo para preparar o corpo e o adiamento do velório (aqui demora pelo menos 4 dias) seriam benéficos para os familiares. Isto porque daria tempo para processar a perda e se despedir do morto. Eu nunca fui em velório, mas ouvi de amigas que o velório nos EUA é muito mais intenso (no bom sentido), pois as pessoas têm tempo de preparar homenagens e isso aproximaria os familiares.
In conclusion, a obrigatoriedade do embalsamamento só acontece em poucos estados nos EUA, mas virou algo cultural, além de lucrativo para as funerárias.
Ps: talvez você já tenha lido esse artigo

            Na quarta-feira, eu fui limpar a casa da Loretta para a recepção no sábado. Deu uma tristeza enorme ver as coisas dela, mas sabe que foi muito bom pra mim. Mais uma lição que eu aprendi (eu sabia, mas vi com meus próprios olhos): Parar de dar importância por coisas (materiais) do dia a dia, ou pagar muito por qualquer coisa que seja. A gente não leva nada li-te-ral-men-te! E o que sobrou, a família pegou ou vai vender, inclusive a casa.

            O velório foi muito bem elaborado. Cada pessoa que vinha, se aproximava do caixão e deixava algo dentro dele como um presente para ela levar consigo. A irmã deixou um quadro com uma poesia que havia feito pra ela muitos anos atrás. O bisnetinho deixou uma pedra pintada que ele havia dado para ela ano passado e que eu encontrei na casa e entreguei pra ele. Um dos netos, sobrinhos da Louise deixou um bracelete e mais alguns objetos foram deixados por outras pessoas. De lá o corpo seguiu, em procissão de carros para a igreja. O caixão foi colocado dentro da igreja onde foi feito um discurso e uma oração pelo Padre Católico. A cada frase que ele dizia um coral repetia uma parte, que eu não entendi NADA! Nem o pai nosso eu acompanhei, porque não sei as palavras em inglês. Fiquei imaginando as pessoas que olhavam pra mim enquanto eles recitavam o Pai Nosso, devem ter achado que eu era ateu pois da minha boca, não saiu palavra alguma. De lá o caixão foi para o cemitério e foi colocado em uma sala com cadeiras onde o Padre novamente apareceu e deu outro discurso. Depois o caixão foi colocado na terra (embora houvesse a possibilidade) mas colocado em um mini prédio ao lado do marido dela que faleceu em 2002. E de lá fomos todos para a recepção na casa da Loretta. Detalhe, aqui as pessoas se vestem, na maioria, de preto mesmo!


Foto de Loretta e Sam no dia do casamento e
quadro com poema que Jimmy escreveu
para ela.

Poema que Jimmy escreveu para Loretta
anos antes.



Tudo foi ela quem escolheu.

Em uma sala no cemiterio onde o Padre apareceu novamente.

Jimmy e Robert em frente ao prédio onde o caixão seria colocado.

            Na recepção, muita comida. Aproximadamente 50 pessoas compareceram, alguns trouxeram ainda outros pratos que Loretta gostava, como sua amiga Mary, que trouxe um presunto e um bolo de blueberries. A atmosfera parecia de festa. Ninguém chorou em momento algum. Depois de aproximadamente duas horas, todos haviam comido. Parentes, amigos e até vizinhos e maioria deles se foi. Somente a família ficou, aproximadamente entre 15-20 pessoas. Todos então pegaram os álbums de fotografia (mais de 30) e começaram a olhar as fotos dela e da família. Interessantemente, os poucos amigos que ficaram não olhavam os álbums. Neste momento, eu achei que as pessoas iriam começar a chorar. Que nada, começaram a fazer piada da cara de uns e outros nas fotografias. E olhavam e lembravam com carinho das fotos da Loretta. Muitos netos e outros parentes pediram algumas das fotos para levar como lembrança.


Uma das mesas de comida.

No final, so a família ficou.

            No final quando todos haviam ido embora, já tínhamos tirado o lixo e eu entrei para pegar a minha carteira na mesa da cozinha, flagrei o irmão do Robert, Jimmy em pé, no meio da sala, olhando um por um todos os objetos, o sofá, os quadros, as mesas, os porta-retratos, as janelas e as cortinas, como que se despedindo de cada um deles, de todas as memórias que tinha daquele cômodo em particular onde todos passaram muitos bons momentos durante muitos anos com ela (A Loretta e o marido compraram a casa na planta e viveram nela por 35 anos).

            A Loretta teve uma homenagem muito bonita. Segundo a filha, ela que escolheu tudo, 15 anos atrás, até mesmo a cor do caixão (verde) e das flores do velório (amarelo, sua cor predileta). Um cartão com lindas palavras foi dado a cada pessoa que compareceu como homenagem e lembrança. Um pequeno recorte foi publicado no jornal local também homenageando Loretta. O Padre disse (e nessa hora eu não aguentei) que ela o chamou 1 dias antes de morrer e pediu a absolvição e ele deu (ela sabia? Acho que sim...). A recepção dada em sua casa (que aqui é dito que é uma recepção para "celebrar a vida dela") foi alegre como ela costumava ser em todos os momentos. Acho que foi do jeito que ela queria.

            O avô do Robert, Sam Polverino, foi o primeiro namorado da Loretta e com ele, ela ficou casada por 61 anos...Nunca mais se casou nem teve outro homem na vida. Não é bonito isso? 


juntos novamente...


R.I.P Loretta, sentirei muito a sua falta.



* Todas as fotos foram publicadas com autorização da família

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