Páginas

Mostrando postagens com marcador Literatura. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Literatura. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Literatura


Em todos os tempos houveram estudiosos tentando definir a literatura, e desde que o homem começou a estudá-la sua definição gera controvérsias, a cada época literária, a literatura têm um sentido diferente de acordo com a realidade cultural da época.


Um dos mais antigos textos sobre o conceito de Literatura é a Poética, de Aristóteles (que inaugurou a longa série de estudos). “Não é ofício de “o poeta” narrar o que aconteceu, é sim, representar o que poderia acontecer, quer dizer: o que é possível segundo a verossimilhança e a necessidade. Com efeito, não diferem o historiador e o poeta, por escreverem verso ou prosa (pois bem que poderiam ser postas em verso as obras de Heródoto, e nem por isso deixariam de ser história, se fossem em verso o que eram em prosa); diferem, sim, em que diz um as coisas que sucederam, e outro as que poderiam suceder.” (Aristóteles. Poética.)


Para Peixoto, "A literatura é como o sorriso da sociedade. Quando ela é feliz, a sociedade, o espírito se lhe reflete nas artes e, na arte literária, com ficção e com poesias, as mais graciosas expressões da imaginação. Se há apreensão ou sofrimento, o espírito se concentra grave, preocupado, e então, histórias, ensaios morais e científicos, sociológicos e políticos, são-lhe a preferência imposta pela utilidade imediata." (Afrânio Peixoto, Panorama da Literatura Brasileira)


Fonte: Recanto das Letras de Ricardo Sergio

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Viagem longa, destino incerto...

Quando eu fazia faculdade me encantava com as leituras de Rubem Alves, são mensagens que tocam fundo no coração.
Este texto que escolhi hoje fala de uma questão que todos nós já passamos e quem não passou aguarde, provavelmente irá passar!!!

Texto extraído do livro "Estórias de quem gosta de ensinar — O fim dos Vestibulares", editora Ars Poetica — São Paulo, 1995, pág. 37.Dica de meu caro cunhado, Dr. Ricardo A. Bacci, paradigma de "gente".


Esse é o mês em que sofro mais por causa de vocês, moços. Tenho dó. Ainda nem deixaram de ser adolescentes, e já são obrigados a comprar passagens para um destino desconhecido, passagens só de ida, as de volta são difíceis, raras, há uma longa lista de espera. Alguns me contestam: afirmam saber muito bem o lugar para onde estão indo. Assim são os adolescentes: sempre têm os bolsos cheios de certezas. Só muito tarde descobrem que certezas valem menos que um tostão.Seria muito mais racional e menos doloroso que vocês fossem obrigados agora a escolher a mulher ou o marido. Hoje casamento é destino para o qual só se vende passagem de ida e volta. É muito fácil voltar ao ponto de partida e recomeçar: basta que os sentimentos e as idéias tenham mudado. Mas a viagem para a qual vocês estão comprando passagens dura cinco anos, pelo menos. E se depois de chegar lá vocês não gostarem? Nada garante...Vocês nunca estiveram lá. E se quiserem voltar? Não é como no casamento. É complicado. Leva pelo menos outros cinco anos para chegar a um outro lugar, com esse bilhete que se chama vestibular e essa ferrovia que se chama universidade. E é duro voltar atrás, começar tudo de novo. Muitos não têm coragem para isso, e passam a vida inteira num lugar que odeiam, sonhando com um outro. Em Minas, onde nasci, se diz que para se conhecer uma pessoa é preciso comer um saco de sal com ela. Os apaixonados desacreditam. Quem é acometido da febre da paixão desaprende a astúcia do pensamento, fica abobalhado, e passa a repetir as asneiras que os apaixonados têm repetido pelos séculos afora: "Ah! mãe, ele é diferente..." "Eu sei que o meu amor por ela é eterno. Sem ela eu morro..." E assim se casam, sem a paciência de comer um saco de sal. Se tivessem paciência descobririam a verdade de um outro ditado: "Por fora bela viola; por dentro pão bolorento..."Coisa muito parecida acontece com a profissão: a gente se apaixona pela bela viola, e só tarde demais, no meio do saco de sal, se dá conta do pão bolorento.O Pato Donald arranjou um emprego de porteiro, num edifício de ricos. Sentiu-se a pessoa mais importante do mundo e estufou o peito por causa do uniforme que lhe deram, cheio de botões brilhantes, fios dourados e dragonas...Acontece assim também na escolha das profissões: cada uma delas tem seus uniformes multicoloridos, seus botões brilhantes, fios dourados e dragonas. Veja, por exemplo, o fascínio do uniforme do médico. Por razões que Freud explica qualquer mãe e qualquer pai desejam ter um filho médico. Lembram-se da "Sociedade dos Poetas Mortos"? O pai do jovem ator queria, por tudo nesse mundo, que o filho fosse médico. E ele não está sozinho. O médico é uma transformação poética do herói Clint Eastwood: o pistoleiro solitário, apenas com sua coragem e o seu revólver, entra no lugar da morte, para travar batalha com ela. Como São Jorge. O médico, em suas vestes sacerdotais verdes, apenas os olhos se mostrando atrás da máscara, a mão segurando a arma, o bisturi, o sangue escorrendo do corpo do inocente, em luta solitária contra a morte. Poderá haver imagem mais bela de um herói? Todas as profissões têm seus uniformes, suas belas imagens, sua estética. Por isso nos apaixonamos e compramos o bilhete de ida... Mas a profissão não é isso. Por fora bela viola, por dentro pão bolorento...Uma amiga me contou, feliz, que uma parente querida havia passado no vestibular de engenharia. "Que engenharia?", perguntei. "Civil", ela respondeu. "Por que esta escolha?" — insisti. "É que ela gosta muito de matemática". Pensei então na bela imagem do engenheiro — régua de cálculo, compasso e prumo nas mãos, em busca do ponto de apoio onde a alavanca levantaria o mundo! "Se ela tanto ama a matemática talvez tivesse feito melhor escolha estudando matemática".Engenheiro, hoje, mexe pouco com matemática. Tudo já está definido em programas de computador. O dia a dia da maioria dos engenheiros é tomar conta de peão em canteiro de obra..."Isso vale para todas as profissões. É preciso perguntar: "Como será o meu dia a dia, enquanto como o saco de sal que não se acaba nunca?"Mas há outros destinos, outros trens. Não é verdade que o único caminho bom seja o caminho universitário. Acho que poucos jovens sequer consideram tal possibilidade. É que eles se comportam como bando de maritacas: onde vai uma vão todas. Não podem suportar a idéia de ver o "bando" partindo, enquanto ele não embarca, e fica sozinho na plataforma da estação...Deixo aqui, como possibilidade não pensada, este poema de Walt Whitman, o poeta da "Sociedade dos Poetas Mortos":

"Em nome de vocês...Que ao homem comum ensinema glória da rotina e das tarefas de cada dia e de todos os dias; que exaltem em canções o quanto a química e o exercício da vida não são desprezíveis nunca,e o trabalho braçal de um e de todos— arar, capinar, cavar,plantar e enramar a árvore,as frutinhas, os legumes, as flores:que em tudo isso possa o homem verque está fazendo alguma coisa de verdade,e também toda mulherusar a serra e o marteloao comprido ou de través,cultivar vocações para a carpintaria,a alvenaria, a pintura,trabalhar de alfaiate, costureira,ama, hoteleiro, carregador,inventar coisas, coisas engenhosas,ajudar a lavar, cozinhar, arrumar,e não considerar desgraça algumadar uma mão a si próprio."

Desejo a vocês uma boa viagem. Lembrem-se do dito do João: "A coisa não está nem na partida e nem na chegada, mas na travessia..." Se, no meio da viagem, sentirem enjôo ou não gostarem dos cenários, puxem a alavanca de emergência e caiam fora. Se, depois de chegar lá, ouvirem falar de um destino mais alegre, ponham a mochila nas costas, e procurem um outro destino.

Carpe Diem!


Rubem Alves

domingo, 18 de janeiro de 2009

Livros Virtuais!!


Uma moda que está na internet são os famosos livros virtuais. Acho muito bacana e aprovo, apesar de adorar ir até a livraria, escolher e sentir o cheirinho do livro, porém acredito que essa idéia de livros virtuais aumentam as chances de muitos leitores a conhecerem algumas obras que talvez não iriam até a livraria para comprar.

Disponibilizo aqui alguns sites que gosto de visitar com livros interessantíssimos para baixar:

PDL - Referência em biblioteca virtual:
Vários Títulos:
Vários Clássicos:
Domínio Público:
Fundação Biblioteca Nacional:
Fonte da Imagem: anaelucia