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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Dos mecanismos da abolição para a servidão voluntária.


Imagem: Guga Arts +.

Na escravidão a compulsão ao trabalho acontece por meio da coerção física e da vigilância. Sendo um processo brutal de dominação por meio da violência para conseguir a sujeição do trabalhador direto.

Já o capitalismo impele o individuo ao trabalho por meio da coerção econômica, pois é um mercado que possui pessoas que não tem nada além de sua própria mão de obra para vender e garantir sua sobrevivência.

Para mover o mercado da escravidão para o capitalismo foi preciso difundir ideologias novas de ética de valorização do trabalho e condenação da vagabundagem. O trabalhador livre surge no Brasil por meio tanto da coerção violenta como da transformação cultural e do uso de mecanismos de controle social da classe trabalhadora típicos de uma sociedade capitalista. 

Mas quais eram esses mecanismos?

Podemos citar as praticas coercitivas puras, como a prisão, os castigos ou a condenação à morte se obtinha o controle, mas sem desses meios vivia os mecanismo capitalista de formação das massas trabalhadoras. Havia também a religiosidade como veículo ideológico da acomodação e ajuste dos indivíduos às posições que ocupam na sociedade. Outra forma de coerção, mais ou menos explicita impostas pela elite eram os códigos de posturas municipais prevendo em suas legislações preservar, fiscalizar e reter a mão-de-obra servil que progressivamente ia se libertando da escravidão.  

A principio as cidades iam tornando os escravos em artesãos que até então era a força bruta. Esses centros urbanos transformaram-se em espaços preferenciais da regulamentação ao longo prazo de todo o processo de formação do mercado de trabalho livre.
As elites formadoras do modelo capitalistas procuraram sempre relacionar o escravo fugitivo com a figura do vagabundo e do homem que abandonava sua razão de ser: o trabalho. Deixando bem claro que a ociosidade era algo condenável. Tornando desclassificado o trabalho ocasional e irregular, o biscate, o crime e o vício ao trabalho disciplinado. Procurando sempre associar o escravo fugitivo a prática do roubo para sobreviver inculcando na população o mecanismo de controle social sobre os escravos fugidos, incentivando a delação, punindo os coniventes e gratificando os delatores.

A necessidade da ordem instituída, uma vez que nos centros urbanos se concentravam, como se viu, negros de ganho ou de aluguel, negros forros e escravos domésticos, no meio dos quais poderia se diluir ou passar despercebido aquele que se evadisse.

O comércio ambulante era uma tarefa por excelência os escravos, em suma o comércio ambulante foi um ponto importante de regulamentação do trabalho. Pois o comércio varejista, que se considerava prejudicado pela concorrência dos mascates pedia para que os mesmos fossem tributados.

Em suma era preciso coibir a preguiça e os meios “fáceis” de ganhar a vida, compelindo ao trabalho, de preferência regular e produtivo, honrado e dignificado pela nova ética. Devendo haver um controle do trabalho e dos de todos os aspectos da vida os escravos

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Causas da fome

  É comum dizer que o crescimento populacional é responsável pela existência da fome, assim como as adversidades do clima e do solo. Claro que para muitas pessoas que têm maior responsabilidade no problema – apesar de todos nós termos – é uma posição bastante cômoda, a qual serve para ocultar as verdadeiras causas.

Uma análise detalhada constata que a fome é uma criação humana. Ela existe e maltrata bilhões de pessoas, sendo as principais, crianças. Ao se organizar em sociedade o homem criou uma desigualdade. De um lado, uma minoria rica e de outro, a grande maioria despojada de riqueza. 

Entre as causas da fome o processo de colonização pelos europeus, na América, Ásia e África é genitor para os demais. Ao chegarem nesses continentes introduziram seus costumes e alteraram profundamente, a organização social dos nativos. Exploraram suas terras ao máximo. Implantaram propriedades agrícolas destinadas à exportação. Tudo isso com ajuda do trabalho escravo dos nativos.

Com o desequilíbrio gerado pelos colonizadores, a produção de subsistência caiu e os problemas de subnutrição e fome surgiram.

Os problemas decorrentes da inadequada utilização da terra também pesam na explicação da fome. Os países subdesenvolvidos têm, geralmente, um passado colonial. Dentro da atual ordem econômica mundial, a maioria desses países não conseguiu livrar-se do colonialismo econômico que ainda predomina nas relações internacionais. As suas economias estão estruturadas de forma a atender as necessidades do mercado externo em prejuízo do mercado interno. Dá-se maior atenção a uma agricultura para servir de exportação do que para atender o mercado interno. Em vista disso, ocorre escassez de alimentos básicos para o mercado interno ou o seu preço é tão elevado que dificulta a sua aquisição por grande parte da população de baixa renda.

Consequências da fome

Os efeitos mais comuns causados pela fome, principalmente nos países do Terceiro Mundo, são a desnutrição calórica-protéica (provocada pela falta de calorias e proteínas), as doenças causadas pela deficiência de vitamina A, a anemia (provocada pela deficiência de ferro), o raquitismo (gerado pela deficiência de vitamina D), o bócio e os distúrbios causados pela carência de vitaminas do grupo B.

Todas essas formas de desnutrição, quando não fazem suas vítimas diretamente, facilitam o aparecimento de outras doenças, que acabam levando

O Brasil e a fome

O Brasil é o quinto país do mundo em extensão territorial, ocupando metade da área do continente sul-americano. Há cerca de 20 anos, aumentaram o fornecimento de energia elétrica e o número de estradas pavimentadas, além de um enorme crescimento industrial. Nada disso, entretanto, serviu para combater a pobreza, a má nutrição e as doenças endêmicas.

Em 1987, no Brasil, quase 40 % da população (50 milhões de pessoas) vivia em extrema pobreza. No dias de hoje, um terço da população é mal nutrido, 9 % das crianças morrem antes de completar um ano de vida e 37 % do total são trabalhadores rurais sem terras.
Há ainda o problema crescente da concentração da produção agrícola, onde grande parte fica nas mãos de poucas pessoas, vendo seu patrimônio aumentar sensivelmente e ganhando grande poder político.

A produção para o mercado externo, visando à entrada de divisas e ao pagamento da divida externa, vem crescendo, enquanto a diversidade da produção de alimentos dirigida ao mercado interno tem diminuído, ficando numa posição secundária. Ao lado disso, milhões de pessoas vivem em favelas, na periferias das grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, entre outras. O caso das migrações internas é um problema gerado dentro da própria nação. Grande parte dos favelados deixou terras de sua propriedade ou locais onde plantavam sua produção agrícola. Nos grandes centros, essas pessoas vão exercer funções mal pagas, muitas vezes em trabalho não regular. Quase toda a família trabalha, inclusive as crianças, freqüentemente durante o dia inteiro, e alimenta-se mal, raramente ingerindo o suficiente para repor as energias gastas. Nesse círculo vicioso, cada vez mais famílias se aglomeram nas cidades passando fome por não conseguir meios para suprir sua subsistência.

Você quer saber mais? 








O que é fome

A fome de que se trata aqui significa a situação em que uma pessoa fica, durante um período prolongado, carente de alimentos que lhe forneçam as calorias (energia) e os elementos nutritivos necessários à vida e à saúde do seu organismo. Os especialistas em nutrição diferenciam dois tipos de fome: a global e a parcial.

A fome global, também chamada fome energética ou calórica, é entendida como a incapacidade de a ração alimentar diária ingerida por uma pessoa fornecer as calorias equivalentes à energia gasta pelo organismo nos trabalhos realizados.

Além das calorias, a alimentação deve fornecer determinados elementos nutritivos – como proteínas, vitaminas e sais minerais – que cumpram a função de restaurar as células, os tecidos e os órgãos de todo o nosso organismo. A falta prolongada de qualquer dessas substâncias na alimentação provoca distúrbios e lesões no organismo, com graves conseqüências à saúde. Essa é a fome denominada parcial ou específica.


A fome no mundo

SUGESTÕES PARA A DIMINUIÇÃO DA VIOLÊNCIA

Como não dá para apagar com uma borracha toda a maldade do ser humano, tem-se que, num processo gradual e objetivo, eliminar os fatores geradores da violência.

Iniciando com os mais superficiais, mais fáceis de ser abatidos, sendo esses os de caráter material, como o desemprego, a falta de investimentos por parte do governo.

Medidas dadas como urgentes devem ser feitas nesse ritmo: urgente. Como estímulos no abate de impostos para a criação de empregos; aumento no salário do cidadão, transformando isso numa cadeia onde o custo se torna em benefício, pois quanto mais recebem mais gastam; reforma agrária é de suma importância a sua realização, porque é difícil a construção de um cidadão numa esfera onde não se tem nem o controle da segurança, onde quem comanda a favela são milícias armadas, além de tudo se cria uma imagem negativa do cidadão dos morros, fixando a discriminação e assim, a desigualdade social.

Outra medida é o investimento na educação, pois se percebe que grandes nações são resultados de grandes cidadãos. E com uma educação, desde o fundamental até o superior, de qualidade forma-se pessoas capazes e instruídas para reivindicarem seus direitos e assim cumprem com muito mais eficácia seus deveres. Pois a ignorância é aliada da violência, sendo que os traficantes agem principalmente nas favelas, onde os moradores têm menos conhecimentos que pessoas instruídas.

Há também a violência histórica, aquela que mancha a sociedade há séculos. Na realidade brasileira, o seu pior sintoma é o racismo e para acabar com ele, deve-se começar a criar um novo conceito de igualdade, pois vivemos rodeados por pensamentos conservadores, e estes são muito difíceis de mudarem. A igualdade racial tem que parar de ser idealizada e ser colocada na prática, pois essa herança do regime escravagista deve ser abolida do comportamento social. Isso reflete em várias situações, como na questão religiosa, onde mulçumanos com aspectos de pessoas do Oriente Médio são taxados de terroristas, um erro grave e preconceituoso, que como na questão do racismo negro deve ser abolida da ordem atual, com medidas duras tanto jurídicas como morais. Penas mais severas para racistas e exclusão social para estes.

Analisando um outro aspecto, notamos que o desigualdade social é resultado de todas essas violências, que geram problemas muito graves. E o motivo da violência estar se alastrando como inço deve-se também pela impunidade e pela facilidade de se obter armas e drogas. Para o fim disso, precisa-se de medidas eficazes e não simplesmente arranjar culpados. É preciso tornar as leis e as penas mais duras e que haja uma capacidade de reabilitação para o infrator, e arrancar o mal pela raiz dando capacidade de convivência social na sociedade, lhes garantindo educação, emprego, saúde, segurança e dignidade para atingir seus objetivos.

De forma urgente, precisamos mudar o comportamento social para que a violência não se alastre e que todos tenham realmente direitos iguais. Que ninguém tenha que fazer manifestações exigindo que se cumpram seus direitos, pois se são direitos devem ser obrigatórios. Que todos tenham segurança para que ninguém precise comprar uma arma para se defender de delinqüentes inconseqüentes. E que ninguém precise virar um delinqüente por falta de oportunidade, por fome ou para saciar a de seus filhos.

Medidas das autoridades contra a violência terão que ser mais objetivas e não simplesmente aumentar o número de policiais nas ruas e falar que ladrão não presta. Tem que investir na educação para que a próxima geração venha com pensamento na mudança e não a mudança no pensamento.

Temos que parar de arranjar culpados e ver soluções.

Você quer saber mais? 








Fatores geradores da Violência

Os fatores que geram a violência no Brasil, e em várias nações mundiais, são dos mais diversos modelos. Havendo situações onde a violência é uma marca que vem sangrando há gerações, como o racismo, o conflito de religiões, diferentes culturas. E há casos onde ela é gerada de forma pessoal, onde a própria pessoa constrói fatores que acabam resultando em situações violentas como o desrespeito, o uso de drogas, a ambição e até mesmo resultado da educação familiar. Circunstâncias refletem a conjuntura de uma nação, como quando há falta de empregos, fazendo assim uma busca desesperada por melhores condições de vida; a falta de investimentos do Estado; e o principal motivo para gerar violência que vem abalando a história da humanidade é a desigualdade social.

Vivemos numa sociedade consumista, “imoral e avançada”, onde o virtú, como dizia Maquiavel sobre os valores, tem perdido na escala de prioridades para a fortuna (bens materiais). A sociedade está amparada pela mídia que veicula uma necessidade material, como recentemente o ator da emissora Rede Globo, Lima Duarte criticou: “Lá é tudo dirigido a partir do comércio. Nunca é a partir da criação”. Um dos atores mais consagrados da televisão brasileira viu a necessidade urgente da mudança na concepção de mídia. Este é um alarme para que a sociedade boicote essa glamourização da ignorância que reflete na realidade atual. Assim, notamos uma influência significativa da mídia na sociedade, onde se caracteriza o modelo de cidadão como aquele que tem roupas de boas marcas, carros novos e outros bens que estão longe da realidade econômica da maior parte dos brasileiros.

Uma das formas encontradas pelos jovens das classes pobres da sociedade, para atingir seus objetivos, baseados em estilos de vida e na vontade de possuir os bens de consumo mostrados pela mídia, é o crime, sendo esse mundo a única alternativa para se conseguir dinheiro. Há ainda a FACILIDADE DE ACESSO ÀS ARMAS E ÀS DROGAS, além da sensação de IMPUNIDADE que fortalece cada vez mais o mundo do crime.

A DESIGUALDADE SOCIAL é um câncer que está piorando há séculos, quanto mais se fala sobre esse problema, mais as autoridades fecham os olhos, ou as janelas nos sinais de trânsito. A desigualdade social, identificada por mim como o fator que mais gera violência, é resultado da AMBIÇÃO dessa sociedade burguesa. Sendo que a maior parte da população não tendo outro meio de obter sua subsistência entra na vida do crime, e consequentemente na violência. Fator gerador da desigualdade social é o DESEMPREGO, como fora mostrado a preocupação, pelo menos aparente, de abranger este assunto nas últimas eleições presidenciais. Pois não há meio de obter um padrão de vida aceitável sem um emprego, e tendo procura demasiada e ofertas escassas muitas vezes trazem abusos nos assalariados, parecendo voltar a épocas anteriores a Revolução Industrial. Esses abusos muitas vezes trazem conseqüências assustadoras, como a marginalização do assalariado, que por não aceitar situações deploráveis tenta ‘vida mais fácil’ no tráfico de DROGAS. Efeito posterior é seu vínculo ‘eterno’ com o morro e a dependência da droga, sendo um criminoso inconseqüente em muitas vezes por não estar no seu estado normal.

Partindo para uma visão mais ampla da situação achamos causas mais subjetivas, como o RACISMO que é parte integrante da desigualdade social. Como mostra estatísticas recentes onde negros ganham significativamente menos que brancos, ou que negros são praticamente 50% da população brasileira, sendo que o número destes na universidade não chega a 5%.

A RELIGIÃO é motivo de conflitos no mundo inteiro, sendo que no Brasil este não é muito presente. Guerras seculares, e até milenares, vêm aniquilando seres humanos sem piedade, trazendo o nome de Deus como justificativo pra tal ato. Como ocorre no Iraque, onde Xiitas e Sunitas estão em guerra desde a morte de Maomé, por diferenças religiosas.

FALTA DE INVESTIMENTOS DO GOVERNO na sociedade para permitir o cidadão a recorrer a meios mais humanos para a sobrevivência é outro agente que gera violência. Pois sem um investimento pesado na educação, na infra-estrutura do país e radicais reformas tributária e agrária será muito difícil, quase impossível, diminuir a violência. Essa situação faz o cidadão NÃO TER PERSPECTIVA para um futuro promissor, aliado a uma perversa EDUCAÇÃO FAMILIAR que passa de geração para geração.
 

A extrema desigualdade social

Observou-se anteriormente que mais de 50% da população ativa brasileira ganha até 2 salários mínimos. Os índices apontados visam chamar a atenção sobre os indivíduos miseráveis no Brasil.

Mas não existem somente pobres no Brasil, pois cerca de 4% da população é muito rica. O que prova a concentração maciça da renda nas mãos de poucas pessoas.

Além dos elementos já apontados, é importante destacar que a reprodução do capital, o desenvolvimento de alguns setores e a pouca organização dos sindicatos para tentar reivindicar melhores salários, são pontos esclarecedores da geração de desigualdade social.
Quanto aos bens de consumo duráveis (carros, geladeiras, televisores, etc), são destinados a uma pequena parcela da população. A sofisticação desses produtos, prova o quanto o processo de industrialização beneficiou apenas uma pequena parcela da poppulação.

Geraldo Muller, no livro Introdução à economia mundial contemporânea, mostra como a concentração de capital, combinado com a mmiserabilidade, é responsável pelo surgimento de um novo bloco econômico, onde estão Brasil, México, Coréia do Sul, Äfrica do Sul, são os chamados “países subdesenvolvidos industrializados”, em que ocorre uma boa industrialização e um quadro do enormes problemas sociais.

O setor informal é outro fator indicador de condições de reprodução capitalista no Brasil. Os camelôs, vendedores ambulantes, marreteiros, etc, são trabalhadores que não estão juridicamente regulamentados, mas que revelam a especificidade e desigualdade da economia brasileira e de seu desenvolvimento industrial.

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