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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Compre o que é nosso: Banana da Madeira

 Há muitos anos que, quando chegamos a uma mercearia, supermercado ou grande superfície, não temos dúvidas em identificar a Banana da Madeira. O seu tamanho um pouco mais reduzido quando comparado com outras variedades é bastante identificativo, ainda no campo visual a banana enquanto verde é bastante verde, e amarela quando madura, ganhando umas manchas pretas quando está no seu ponto “rebuçado”.
Desde o século XVI que tem sido um produto de excelência desta ilha, muito utilizada não só para se comer num acto isolado, como também é um alimento característico da gastronomia madeirense. Quem lá vai não prescinde de comer um outro ex-libris da Madeira: O peixe-espada com a banana utilizada como guarnição, e como duas não passa sem três, junta-se um copo de vinho da Madeira e temos um casamento perfeito.
Mas é quando amadurecida que a banana da madeira se revela como um fruto completo - de digestão fácil e muito nutritiva, é igualmente muito aromática, transferindo facilmente o seu aroma para outros alimentos.
É no século passado, XX, que ganha o seu maior esplendor mediático, quando começa a ser comercializada e exportada para o continente, e apesar de ainda não chegar com frequência aos mercados internacionais, já representa uma produção de 15.000 toneladas por ano, onde 20% são para consumo interno, e os restantes 80% são vendidos em Portugal Continental.
Neste momento, o consumo de banana no mercado nacional é de 150.000 toneladas, ou seja, se nós somos 10.000.000 de habitantes quer dizer que em média cada português consome 15Kg de banana, sendo apenas 10% da Madeira. Mesmo com um crescimento de 7,6% ao ano, há que pensar em nacional, pois só assim elevaremos não só um excelente produto alimentar como a nossa economia interna.
E para o convencer, aqui estão alguns factores que poderão ajudar na sua decisão: A banana é um fruto bastante nutritivo e energético que contem minerais, ferro, potássio e as vitaminas A, C, B1, B2 e B5.
Apesar deste fruto atingir o ponto máximo de produção entre os meses de Maio a Outubro, ela pode ser encontrada durante todo o ano, sendo um produto português para se consumir todos os dias, e porque é nacional e porque é bom!
Para comentar este artigo ou sugerir temas contacte o autor por gourmet@live.com.pt.

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 06 de Dezembro de 2011 
 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Compre o que é nosso: Pêra Rocha

A Pêra Rocha ou a Pêra de Portugal, como é conhecida pelo mundo fora, deve o seu nome e existência à gabarolice e vaidade de uma pessoa. 

Estávamos no ano de 1836, em Sintra, quando o senhor Rocha ostentava aos seus amigos e vizinhos um fruto tão delicioso e crocante que todos se apaixonavam. Não tardou que a inveja levasse não só ao roubo de tão deliciosa pêra como a pequenos ramos da pereira para depois ser enxertada nas árvores nos quintais dos rapinadores, e foi assim que ela cresceu na área plantada. Quanto ao nome, sempre que alguém provava o fruto de outro pomar, perguntava sempre "O que é isto?", a resposta era contundente "É a pêra do senhor Rocha". Com os tempos perde o "do" e o "senhor" e acaba por ficar apenas Pêra Rocha".
 

O seu crescimento foi de tal forma que o seu consumo é de sensivelmente sete quilos por pessoa, havendo uma área plantada de 10 000 ha, para uma produção total de 200 000 toneladas, sendo mesmo o único fruto que é mais exportado do que importado, com Portugal como o quinto maior produtor do mundo.
 

Nasceu em Sintra, mas é o Oeste que lhe dá fama, e, em visita à Fábrica Frutos no Cercal (Oeste), percebo agora o porquê de haver sempre pêra fresca 12 meses por ano. É que, depois de apanhada, a que não vai directamente para embalamento ou venda directa, é guardada numas grandes arcas frigoríficas, com uma temperatura constante de 1ºC, e nas quais é retirado grande parte do oxigénio, levando as pêras a hibernar. Assim, por cada mês, só envelhecem entre seis a sete horas.
 

Um dos grandes compradores é a Sumol-Compal, em Almeirim, que faz o único sumo de Pêra Rocha do mundo, comprando, anualmente, entre 5000 a 6000 toneladas de fruta exclusivamente portuguesa, para produzir a gama Clássica (1l, 330ml e 200ml) e a Essencial (110ml).
 

Em ambos os casos, não há adição de açúcar e, no caso do Essencial, a sua dose é o equivalente nutricional ao consumo da pêra inteira.
 

Sendo este um produto de excelência, e principalmente um produto de Portugal, não perca escolhendo algo menor e compre o que é nosso.
 

Para comentar este artigo ou sugerir temas contacte o autor por gourmet@live.com.pt.

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 15 de Novembro de 2011

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Compre o que é nosso: Uvas sem grainha

Sempre que viajo pelo nosso país descubro produtos, gentes e empresas de um valor tal que tenho a certeza que, devidamente apoiados e divulgados, poderão ajudar a tirar Portugal desta desesperante crise que enfrentamos.

O produto que vou destacar no meu primeiro artigo dedicado a esta matéria vem do Alentejo e além de chegar diariamente à mesa de milhares de portugueses, está garantidamente na mesa de muitos europeus, principalmente dos ingleses, que através de empresas como a Harrods ou a Marks & Spencer, provam e apreciam as famosas Uvas Sem Grainha da Herdade Vale da Rosa.

São 230 hectares de área dedicada às uvas de qualidade e, apesar da sua dimensão, os projectos futuros são para ampliar e crescer, não só na área de plantação e produção, como na descoberta de novos e mais amplos mercados, sendo ainda de forma reduzida uma das empresas portuguesas que contribui para o mercado interno e, responsavelmente, equilibra a balança comercial no que respeita a exportações.

Aqui se produzem 13 variedades de uvas, das quais seis são sem grainha, dividindo-se equitativamente entre brancas e tintas e, apesar de haver algumas diferenças entre cada uma destas variedades, há pontos comuns a todas: os bagos são de pele espessa (quase crocante), são doces e de baixa acidez, tornando-se num produto irresistível e viciante.

Em Portugal podemos descobrir em praticamente todas as grandes superfícies.

Além da rosa que distingue visualmente o produto, há várias bandeiras vermelhas e verdes, bem como a palavra Portugal escrita em diversos locais. Como há algumas dezenas de anos se ouvia numa campanha fabril: "O que é nacional é bom!"

Para comentar este artigo ou sugerir temas contacte o autor por gourmet@live.com.pt.

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 06 de Setembro de 2011