Pura embriaguez dos sentidos_ os aromas.Perfumes que nos arrebatam desde a meninice sem que tenhamos tomado nota do quanto havíamos sido tocadas por eles; os bons aromas.
Aqueles que nos marcaram datas, lugares, pessoas, situações...
Cada um de nós possui essa memória olfativa. Somos dotados de maravilhas e muitas das vezes não as utilizamos em suas plenitudes, submersos por esta vida urbana, apressada, caótica que nos enreda e afasta do cerne das coisas que nos são caras.
Aromas são identidades e possuímos inúmeras. E só ao deixarmo-nos transportar por essa brisa cálida de cada perfume é que seremos imediatamente levados para hora e local do acontecimento.Viagem gratuita e afetiva que nos preenche os sentidos embrutecidos da lida diária e descortina nosso mundo particular. Tão nosso, tão acolhedor no aroma do café recém-coado, da canela em fibras, do cravo-da índia fervido, do jasmineiro em flor,da lavanda no lençol da cama...
Da pele.
A memória da pele não se perde.O aroma suave do sabonete que meu pai usava, marcadamente ficou em minha memória__ Lavanda Inglesa.
Em seus abraços, eu sentia seu perfume e me aconchegava feliz naquele carinho.E essa sensação permanece comigo acalentando-me a alma daqueles momentos doces.
Hoje quando vou à perfumaria buscando meus aromas prediletos,aspiro com prazer os derivados da Lavanda Inglesa,permitindo-me reencontrar meu pai em seu inconfundível aroma.
