Mostrar mensagens com a etiqueta datas yé-yé. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta datas yé-yé. Mostrar todas as mensagens

sábado, 28 de outubro de 2017

PRIMEIRO IÉ-IÉ PORTUGUÊS FAZ HOJE 57 ANOS!!!


COLUMBIA - SLEM 2062 - 28OUT1960

Fui Louco Por Ti (Daniel Bacelar) - Nunca (Daniel Bacelar) - Oh! Carol (Howard Greenfield/Neil Sedaka) - Quero O Teu Amor (Should We Tell Him) (Everly)

As duas primeiras canções são interpretadas por Daniel Bacelar, as outras duas pelos Conchas. Ambos são acompanhados por Jorge Machado e seu conjunto.

Este é o 1º EP dos Conchas, o 1º de Daniel Bacelar, é também o primeiro disco ié-ié português. Foi editado faz hoje precisamente 57 anos!

Eis o resultado - encorajador e feliz, como poderão verificar depois de ouvir o disco - de uma tentativa que merece, que exige mesmo o apoio de todos os que se interessam pela música ligeira.

"Caloiros da Canção nº1" reune a escolha final do programa de rádio que tanto êxito obteve entre dezenas de candidatos que se exibiram com tanto brio e boa vontade e animados de tanta esperança foram finalmente escolhidos para este disco.

Daniel Bacelar - um rapaz de 17 anos que é também autor das canções que interpreta - e o duo "Os Conchas", um caso verdadeiramente excepcional de vocação artística.

Com este disco dá-se, assim, carta de alforria a três jovens artistas que, de agora em diante, ficam sujeitos ao juízo severo dos discófilos.

Não nos admiraria, porém, que, mais uma vez, coincidissem as opiniões. É que, tanto o público como nós, nos guiamos pela mesma bitola: o mérito real dos artistas. E esse está bem patente neste disco.

Texto apócrifo na contracapa do EP
PS - Daniel Bacelar conta aqui a história deste disco.

NOTAS SOLTAS:
“Fui Louco Por Ti”, de Daniel Bacelar, é a primeira canção original, gravada, do yé-yé português. Abre o EP “Caloiros da Canção”. A letra e a música são da autoria do próprio Daniel Bacelar, vencedor, a solo, do concurso radiofónico.

”Oh Carol”, pelos Conchas, foi a canção premiada no concurso radiofónico “Caloiros da Canção” de há 57 anos. Trata-se da versão portuguesa do êxito composto por Neil Sedaka e a história é simplesmente banal: havia tão-só que traduzir para português os êxitos de lá de fora, o que era então inédito.

”Hully Gully do Montanhês”, do Conjunto Académico João Paulo, é uma das mais originais canções do yé-yé português. Composta por Sérgio Borges e Carlos Alberto Gomes, venceu em 1965 o Grande Prémio do Disco, talvez o primeiro top de popularidade em Portugal, por votação conjunta de ouvintes da Rádio Renascença e de leitores da revista “Rádio & Televisão”.

”O Comboio”, pelos Álamos, é a primeira composição gravada de sempre da autoria de José Cid. Os Álamos são de Coimbra e José Cid estudava em Coimbra, onde formou o primeiro conjunto yé-yé portugês, os Babies, no final da década de 50. A canção é de 1966 e está assinada por José Cid Tavares.

Ana Maria é a primeira voz feminina do yé-yé português. Pertenceu aos Boys, de Carlos Correia, que tiveram de alterar a designação para Conjunto Universitário Hi-Fi. “Back From The Shore” é um original de Carlos Correia, de 1967. Anos mais tarde, Carlos Correia foi o viola de José Afonso em “Grândola Vila Morena”.

Considerada a Nico francesa, Catherine Ribeiro é filha de emigrantes portugueses em Lyon. Em 1967 gravou o seu primeiro disco, em Portugal, uma versão francesa de “With God On Our Side”, de Bob Dylan. A curiosidade deste registo, pouco conhecido, reside no facto de Catherine Ribeiro ser acompanhada pelos Sheiks, então no auge da sua fama.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

ANIMALS EM LISBOA


Faz hoje 51 anos!

A primeira parte foi de Gino Paoli.

domingo, 25 de outubro de 2015

O REI EM LISBOA


Notícias Magazine, 25 de Outubro de 2015

domingo, 13 de outubro de 2013

I FESTIVAL "GUITARRA DE OURO YÉ-YÉ" 04


Quarta de 4 folhas do anúncio do I (e único) Festival "Guitarra de Ouro Yé-Yé" que se realizou no 23 de Abril de 1966 no Teatro Avenida, em Coimbra.

Os Cocktails foram os vencedores.

Este déplier foi executado na famosa Gráfica de Coimbra e dele foram apenas feitos 500 exemplares.

I FESTIVAL "GUITARRA DE OURO YÉ-YÉ" 03


Terceira de 4 folhas do anúncio do I (e único) Festival "Guitarra de Ouro Yé-Yé" que se realizou no 23 de Abril de 1966 no Teatro Avenida, em Coimbra.

Os Cocktails foram os vencedores.

Este déplier foi executado na famosa Gráfica de Coimbra e dele foram apenas feitos 500 exemplares.

I FESTIVAL "GUITARRA DE OURO YÉ-YÉ" 02


Segunda de 4 folhas do anúncio do I (e único) Festival "Guitarra de Ouro Yé-Yé" que se realizou no 23 de Abril de 1966 no Teatro Avenida, em Coimbra.

Os Cocktails foram os vencedores.

Este déplier foi executado na famosa Gráfica de Coimbra e dele foram apenas feitos 500 exemplares.

I FESTIVAL "GUITARRA DE OURO YÉ-YÉ" 01


Primeira de 4 folhas do anúncio do I (e único) Festival "Guitarra de Ouro Yé-Yé" que se realizou no 23 de Abril de 1966 no Teatro Avenida, em Coimbra.

Os Cocktails foram os vencedores.

Este déplier foi executado na famosa Gráfica de Coimbra e dele foram apenas feitos 500 exemplares.

sábado, 7 de setembro de 2013

HÁ 50 ANOS!


Victor Gomes e os Gatos Negros foram os grandes vencedores do primeiro grande concerto de ritmos modernos que se realizou em Portugal, há 50 anos, no dia 07 de Setembro de 1963, no Teatro Monumental, em Lisboa.

Na final, participaram Victor Gomes e os Gatos Negros, Nelo do Twist e Fernando Conde e os Electrónicos.

A apresentação foi de Henrique Mendes.

Ver mais informação aqui.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

FESTIVAL DOS SALESIANOS (NÃO) FOI HÁ 43 ANOS


O abortado Festival dos Salesianos (não) foi há 43 anos, neste dia, 26 de Agosto de 1970.

Ver mais informação aqui.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

CLIFF RICHARD EM LISBOA


"Diário de Lisboa", 21 de Novembro de 1965

CLIFF E OS SHADOWS


Faz hoje 47 anos que Cliff Richard e os Shadows deram o primeiro de dois concertos no cinema Império, em Lisboa, com apresentação de Pedro castelo.

Estes dois únicos espectáculos em Portugal não serão transmitidos nem gravados pela televisão.

O que é excepcional custa muito dinheiro. Não pode ser barato. Não diga mais tarde: "se eu soubesse que era assim, não teria perdido".

sexta-feira, 29 de junho de 2012

CONCERTOS IÉ-IÉ EM PORTUGAL


Principais concertos ié-ié (conceito alargado) que se realizaram em Portugal nos anos 60 (e que eu saiba, claro):

1961

Johnny Hallyday - Monumentl - 06 e 07 de Dezembro

1963

final do rei do twist - monumental - 07set
Raphael - Maxime - 01OUT
Dalida - Casino Estoril - 27 a 31DEZ

1964

Francoise Hardy - RTP - JAN
Sylvie Vartan - Teatro Monumental - 14MAR
Conjunto João Paulo - Teatro Monumental - 13SET (1º espectáculo)

1965

Sylvie Vartan/Conj. Acad. João Paulo - 27-28FEV, 01-02MAR
Shadows - Sete (Albufeira) - 01MAI
Rita Pavone - Teatro Monumental - 13JUN
Searchers - Teatro Monumental - 02-03NOV
Conjunto João Paulo - Teatro Monumental - 21NOV - (1º espectáculo como profissionais)
Animals - Teatro Monumental - 07DEZ
Cliff and the Shadows - Império - 11-12DEZ

1966

Conjunto Académico João Paulo - Teatro Monumental - 01JAN (1º grande concerto yé-yé de banda portuguesa)
Charles Aznavour - Teatro Monumental - 06-07JAN
Nino Ferrer - Teatro Monumental - 03JUN (Grande Prémio do Disco)
Richard Anthony - Teatro Monumental - 28FEV
Adamo/Rocks - Teatro Monumental - 28-30OUT

1967


Sylvie Vartan/João Paulo - Teatro Monumental (XV aniversário) - 04 a 07FEV
France Gall - Império - ABR
Sammy Davis Jr - Teatro Monumental - 19MAI
Françoise Hardy - Hotel Algarve, Praia da Rocha (inauguração) - 11JUN
Sandie Shaw/Rocks - Teatro Monumental - 03JUL
Sandie Shaw/Rocks - Rivoli (Porto) - 05JUL
Adamo/Quinteto Académico - Monumental - 16/17DEZ

1968

Fourmost - Casino Estoril - 18ABR
Georgie Fame - Teatro Monumental - OUT

1969

Chico Buarque/Nara Leão - MAI

quarta-feira, 22 de junho de 2011

50 ANOS DA 1ª GRAVAÇÃO DOS "BEATLES"


POLYDOR - 10 24 673 - reedição alemã (1986)

My Bonnie (Mein Herz Ist Bei Dir Nur) - The Saints (When The Saints Go Marching In)

Faz hoje 50 anos que George Harrison, John Lennon, Paul McCartney e Pete Best gravaram o seu primeiro disco (como Beat Brothers) acompanhando Tony Sheridan.

A gravação, que se terá completado no dia seguinte, ocorreu num Liceu de Hamburgo, Friedrich Ebert Halle, num palco improvisado, sob condução de Bert Kaempfert.

A primeira canção a ser gravada foi "My Bonnie", uma versão beat do clássico "My Bonnie Lies Over The Ocean", que em Outubro de 1961, quando foi editada, atingiu o 5º lugar do top alemão.

Na mesma sessão foram também gravadas "The Saints (When The Saints Go Marching In)", novo arranjo de outro clássico, "Why (Can't You Love Me Again)", um original de Tony Sheridan, "Cry For A Shadow", um instrumental de John Lennon e George Harrison, e "Nobody's Child", de Hank Snow.

E no dia 24 de Junho foi gravado "Ain't She Sweet", com John Lennon a cantar, e "If You Love Me, Baby/Take Out Some Insurance On Me, Baby", já em estúdio (Studio Rahlstedt (Wandsbek)).

A imagem reproduz a edição original de "My Bonnie" (POLYDOR NH 24673), de Outubro de 1961, considerado o primeiro disco comercial onde os Beatles participam.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

1º LP DO YÉ-YÉ PORTUGUÊS


COLUMBIA - 33JSX71 - edição moçambicana (1965)

La Mama - Hello Dolly - Eu Tão Só (Et Pourtant) - Ma Vie - It's Over - Chove - Se Mi Vuoi Lasciare - Greenback Dollar - Se Piangi, Se Ridi - Nunca Mais - Hully Gully do Montanhês - Oh, Dis Marie

Este é o primeiro LP português da chamada música pop.

Foi editado em 1965, em Moçambique, numa altura em que o Conjunto João Paulo fazia uma digressão pelo território, digressão que obteve grande sucesso a avaliar pelas reacções:

Conheci o Conjunto João Paulo em Lourenço Marques, decorria o ano de 1965. Nesse ano, em LM eles fizeram um sucesso idêntico ao que os Beatles fizeram na chegada aos EUA. O aeroporto de LM estava completamente apinhado de fans, que os seguiram, sem parar, durante toda a estadia da banda. Foi um autêntico sucesso...

Ao contrário do que o título do LP possa eventualmente sugerir, não se trata de um álbum ao vivo, mas sim de uma compilação que reúne as 12 canções dos 3 primeiros EPs editados pelo conjunto na então Metrópole.

Como quer que seja, esta foi a primeira vez que em Portugal (Moçambique fazia então parte do chamado Império) o formato LP foi utilizado neste tipo de música.

Esta edição moçambicana antecedeu em um ano uma outra metropolitana do mesmo Conjunto Académico João Paulo com o título "No Teatro Monumental" que, tal como o seu antecessor, também não era um "álbum ao vivo".

quarta-feira, 11 de maio de 2011

OS SEARCHERS FORAM OS PRIMEIROS

Os Searchers terão sido os primeiros ié-iés ingleses a tocar em Portugal, no Teatro Monumental, em Lisboa, nos dias 02 e 03 de Novembro de 1965. Fizeram duas sessões por data, às 16 e às 18H30. Curiosos aqueles tempos.

Os anúncios então publicados nos jornais nacionais proclamavam os Searchers como um dos mais famosos "pop" grupos ingleses.

O cardápio incluia os Satins (também ingleses, mas que chegaram a gravar em Portugal, com Fernando Conde, por exemplo, ) e ainda os portugueses Dakotas, Sheiks e Ekos. Apresentação a cargo do distinto locutor da rádio e da televisão Fialho Gouveia.

A iniciativa foi de Vasco Morgado que etiquetou os Searchers como uma das mais caras e discutidas atracções do mundo do espectáculo em rigoroso exclusivo.

Como reagiu a Imprensa da época a esta estreia?

Sem qualquer histeria. Aliás foram muito poucos os jornais que a ela se referiram.

"O Século", no próprio dia 02 de Novembro, mesmo antes dos concertos, titula: em actuação verdadeiramente sensacional Lisboa recebe hoje, no palco do Monumental, um dos mais famosos grupos de ritmos modernos em todo o Mundo, os discutidos The Searchers.

Respigo alguns parágrafos da notícia:

Tudo começou em Liverpool, com o nascimento dos Beatles (...) A celebridade, porém, só elegeu um escasso número de conjuntos e, entre estes, The Searchers, que Vasco Morgado trás ao Monumental, para alegria e entusiasmo do enorme público ié-ié que respira em Lisboa e seus arredores.

Os rapazes chegaram ontem à tarde ao Aeroporto da Portela, cabelos compridos (é a regra), vestuário excêntrico (idem) e vivacidade a rodos.

Rodeados de admiradores portugueses que os acolheram no aeroporto, The Searchers declararam estar encantados com a recepção e o sol, acrescentando que vão dar todo o seu melhor rendimento, pois é seu desejo conquistar o jovem público de Lisboa.


No dia seguinte, o mesmo jornal titula: Aplausos delirantes (e bem merecidos) para The Searchers, mas o periódico prefere dar conta (com fotografia) do choque eléctrico que Joka Santos, dos Ekos, apanhou ao tocar num microfone. Por isso, os Ekos só tocaram na matinée das 16 horas.

O "Diário de Notícias", por seu turno, dá algum destaque à apresentação dos Searchers: "Boys" sem cabeleiras (com aspecto lavado, mas também, como os Beatles, naturais de Liverpool) entusiasmaram o público - é o título da desenvolvida notícia.

O jornal também dá conta da descarga eléctrica, mas refere erradamente que foi sobre um dos membros dos Dakotas e não sobre Joka Santos, dos Ekos.

Legenda de uma fotografia: ainda que com maior moderação do que noutras latitudes, a juventude portuguesa não deixa de reagir entusiasticamente ao "virtuosismo" dos músicos ié-ié como o provou ontem na sala em que se exibiam The Searchers.

Legenda de outra foto: cabelos fartos e desgrenhados, uma guitarra dedilhada com furor e eis a imagem do sucesso traduzido em dinheiro.

Cito uma passagem da notícia:

Toda a sala do Monumental, em perfeito descontrolo musical, acompanhou os heróis de Liverpool, também cidade natal dos Beatles. Quatro rosas de ouro na Inglaterra e actuações em todas as capitais do Mundo, onde provocaram delírio e parangonas nos jornais, The Searchers, uma das mais caras e famosas atracções do music-hall internacional, empolgaram o público que ontem acorreu àquela sala de espectáculos, especialmente para seguir a sua actuação.

Todo o Monumental dançou e cantou com eles. Interpretaram 15 números, alguns dos quais acompanhados com palmas pela assistência. Delírio e mais delírio foi a nota sensacional deste extraordinário espectáculo de música yé-yé ontem realizado em duas sessões na ampla sala do Saldanha.

Menos famosos do que os seus irmãos Beatles, The Searchers possuem no entanto maior veia interpretativa e maior conjunto. De aspecto lavado e nada guedelhudos, o conjunto ofereceu ao público da capital a mais convincente e espectacular exibição de música moderna que Lisboa até aos dias de hoje presenciou. Um êxito que perdurará na memória de quantos acorreram ontem ao Monumental.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

3 ANOS DE ESTÓRIAS



UNIVERSAL - 2744209 - 2010

With A Little Help From My Friemds/It Don't Come Easy - What Goes On - The Stroke (Billy Squier) - Free Ride (Edgar Winter) - Dream Weaver (Gary Wright) - Boys - Pick Up The Pieces (Hamish Stuart) - Act Naturally - Yellow Submarine - Never Without You - I Wanna Be Your Man - Who Can It Be Now (Colin Hay) - Photograph - Oh My My - With A Little Help From My Friends - Give Peace A Chance

Este blogue faz hoje três anos e ofereci a mim próprio o novo álbum de Ringo Starr, onde o baterista dos Beatles canta "Give Peace A Chance" pela primeira vez (acho eu!).

E como quem não quer a coisa, já lá vão mais de 8.000 posts, uma média de 7 por dia (de acordo que nem todos têm muito interesse) !!!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

50 ANOS DO 1º BOOM DO ROCK PORTUGUÊS


A iPlay edita no próximo dia 25 de Outubro um duplo CD intitulado "Caloiros da Canção", comemorativo dos 50 anos da edição do primeiro disco yé-yé português.

Segundo se sabe, o formato da edição é o de um velho EP com a capa original dos Conchas e Daniel Bacelar (ver imagem).

O primeiro CD conterá as quatro canções do disco homenageado.

O segundo CD, ao que se intui, será uma colectânea com algumas das principais bandas dos anos 60: Sheiks, Conjunto Académico João Paulo, Conjunto Mistério, Quarteto 1111, Quinteto Académico, Morgans, Guitarras de Fogo, Demónios Negros, Rocks, Conjunto Universitário Hi-Fi, Álamos, Espaciais, Zoo.
Por questões de direitos, não puderam ser incluídos nomes como Chinchilas, Claves, Demónios Negros, Ekos, Fanatics, Fernando Conde, Folk 2, Jets, Keepers, Night Stars, Pop Five, Steamers, Strollers, Titãs, Victor Gomes e Vodkas.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

DESVENDADO MAIS UM MISTÉRIO DO YÉ-YÉ

COLUMBIA - SPMX 5000 - 1966 (Setembro), edição estereo 

Lado 1 Jezebel (Wayne Shanklin) - Si Lo So (Gian Piero Reverberi) - Chove (Sérgio Borges/Carlos Alberto Gomes) - Non Son Degno Di Te (Franco Migliacci/Bruno Zambrini) - Milena (A Da Praia) (Carlos Alberto Gomes/Sérgio Borges) - La Nuit (Salvatore Adamo) 

Lado 2 Balada A Uma Rapariga Triste (Sérgio Borges/Carlos Alberto Gomes) - Diz-lhe (Carlos Alberto Gomes/Sérgio Borges) - Stasera Pago Io (Domenico Modugno) - Capri C'est Fini (Hervé Vilard) - Ciao (Gian Pieretti/Carl Sigman/H. Tical) - Hully Gully Do Montanhês (Sérgio Borges/Carlos Alberto Gomes)

Em Portugal Continental (então chamado Metrópole) este foi, em Setembro de 1966, o primeiro LP da chamada música pop portuguesa. Não se trata, porém, de um álbum de novas gravações (com excepção de quatro, "Jezebel", "Si Lo So", "La Nuit" e "Stasera Pago Io"), mas de uma colectânea de canções que já tinham sido publicadas nos 2º, 3º, 4º e 5º EPs do Conjunto Académico João Paulo.

Este álbum teve duas edições, uma mono, PMX 5000, e outra estereo, SPMX 5000 (na imagem).

E era aí que residia o mistério deste LP, considerado até por alguns um embuste ou puro marketing, já que não se tratava de um verdadeiro álbum ao vivo. 

Eis a explicação de Ângelo Moura, um dos membros do Conjunto Académico João Paulo: 

A exemplo do que acontecia com vários artistas europeus como Brel, Bécaud, Adamo, Sylvie Vartan, etc., que editaram LPs denominados "Ao Vivo no Olympia", surgiu a ideia de fazermos o LP dentro dessa base, usando o nome de uma sala de espectáculos portuguesa. Teatro Monumental era sem dúvida a nossa escolha, já que esta sala tinha sido o local onde tínhamos realizados praticamente todos os concertos. No entanto surgiam dois problemas: 1º - como evitaríamos os pequenos "percalços" (entenda-se, fífias) que sempre acontecem nos espectáculos ao vivo? 2º - teria a Valentim de Carvalho meios técnicos e humanos para efectuar uma gravação de boa qualidade, ao vivo? Perante estas dúvidas, o melhor era jogar pelo seguro sendo aconselhável ser feito em estúdio. Foi feita a escolha das 12 faixas que constariam no LP: nove já estavam gravadas e as restantes quatro ("Si Lo So", "Jezebel", "La Nuit" e "Stasera Pago Io") foram gravadas pela primeira vez. Faltava o público. Contactámos o Clube de Fãs para que arranjasse cerca de 30 a 50 voluntários para a gravação. Um autocarro alugado tratou do transporte dos jovens voluntários até ao estúdio em Paço D'Arcos. Já com o alinhamento do LP feito e o "público" presente, restava que o engenheiro de som, sr. Hugo Ribeiro, tratasse da mistura. As músicas eram transmitidas para o auditório e o "público" reagia como era habitual nos espectáculos. Para finalizar, bastou mais uns retoques de Hugo Ribeiro e estava feito!

Colaboração de Ângelo Moura, do Conjunto Académico João Paulo

PS - Em 1969, mais dois LPs de música pop portuguesa viriam a ser editados, esses sim de originais, "Epopeia", da Filarmónica Fraude, e "A Peça", do Pop Five Music Incorporated, curiosamente dois álbuns conceptuais. Portanto, ambos pioneiros.

Como quer que seja, o primeiro LP português de música pop é uma edição moçambicana também do Conjunto Académico João Paulo.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

FESTIVAIS YÉ-YÉ EM PORTUGAL


Eis uma súmula dos principais festivais yé-yé realizados em Portugal:

- Rei do Twist (Monumental, Lisboa, 07SET63)

- Concurso Tipo Shadows (Roma, Lisboa, 04OUT63)

- Festival de Ritmos Modernos (Monumental, Lisboa, 11/12JAN64)

- Concurso "Caravana em Férias" (Teatro Municipal, Funchal, 15 a 19ABR64)

- Festival Yé-Yé do Coliseu (Coliseu, Lisboa, 04MAI65)

- Concurso Yé-Yé (Monumental, Lisboa, 28AGO65 a 30ABR66)

- 1º Grande Concerto Yé-Yé de banda portuguesa (Conj. João Paulo, Monumental, Lisboa, 07FEV66)

- Festival Yé-Yé de Coimbra (Avenida, Coimbra, 23ABR66)

- Grande Prémio do Disco (Monumental, Lisboa, 03JUN66)

- Festival CITU (Império, Lisboa, 17MAI68)

- 1º Festival de Vilar de Mouros (03/04AGO68)

- Festival da Costa do Sol (Estoril, 16JUL69)

- Festival dos Salesianos (Estoril, 26AGO70 - proibido)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

GRANDE PRÉMIO DO DISCO


O Grande Prémio do Disco era uma espécie de top (por votação) existente em Portugal em 1965/66.

Foi organizado pela revista "Rádio & Televisão" e pelos programas (excelentes e emblemáticos) da Rádio Renascença, "Enquanto For Bom Dia" e "23ª Hora".

Basicamente, o top funcionava com os votos semanais dos leitores e dos ouvintes (gastei muito selo dos Correios, daqueles do cavalinho, D. Dinis).

Para a história, eis o 1º Grande Prémio do Disco, datado de 11 de Setembro de 1965:

1 - Help! - Beatles
2 - Esquece - Ekos
3 - Capri C'Est Fini - Hervé Vilard
4 - Chove - Conjunto Académico João Paulo
5 - House Without Windows - Cliff Richard
6 - C'Est La Première Fois - Felix Marten
7 - Trains And Boats And Planes - Burt Bacharach
8 - Quand Un Bateau Passe - Claude François
9 - With These Hands - Tom Jones
10 - De Homem Para Homem - Tony de Matos

Como é fácil de ver - aos olhos de hoje - o povo estava mesmo baralhado quanto às suas opções. Nem sequer a indústria discográfica se equipava com singles para as suas estratégias de promoção e de marketing.

Em suma, a indústria discográfica era naquela altura praticamente inexistente.

Os Beatles aguentaram 5 semanas no primeiro lugar (quem disse que os portugueses preferiam os Rolling Stones aos Beatles? Nesta lista de 50 canções, a melhor coisa que os Stones conseguem é um 14º lugar com "Satisfaction"), tendo sido substituídos no cimo, a 16 de Outubro de 1965, por "Hully Gully do Montanhês", do Conjunto Académico João Paulo ("Satisfaction" só tinha subido para 7º).

Como o povo precisava de arejar - para esquecer a guerra colonial e outras agruras do regime ditatorial - o Teatro Monumental, em Lisboa, graças à visão de Vasco Morgado, funcionava como uma espécie de catedral do ié-ié.

Naquela altura, desempenhou o mesmo papel que, anos mais tarde, pertenceu ao Coliseu ou ao Dramático de Cascais (este já foi abaixo).

Ainda antes do famoso Concurso Ié-Ié, de que os Claves sairiam vencedores, o Teatro Monumental, em Lisboa, abriu as suas portas à música no dia 02 de Fevereiro de 1966.

A ideia foi a de festejar o ano de 1965 em termos musicais, uma espécie de NME Pollwinners Concert (que, diga-se de passagem era sempre dominado pelos Beatles).

Segundo relato da época, a festa do Monumental foi um "autêntico espectáculo de ídolos, em que algumas das mais recentes e promissoras vedetas do disco colheram os aplausos delirantes de uma vasta e entusiasmada audiência".

Apresentado por João Martins e Carlos Cruz (então criança), o espectáculo foi uma "sucessão trepidante de quadros musicais, nas vozes e nos instrumentos de alguns dos nossos mais jovens e apreciados intérpretes".

Actuaram o Conjunto Mistério, os Claves, os Rocks e os Sheiks - "aplaudidos com igual calor" - mas a pena do repórter escorrega para os Rocks - uma "espectacular exibição do magnífico conjunto angolano, com um vocalista impressionante que electrizou a assistência".

Além destes ritmos modernos, cantaram também Teresa Tarouca e João Ferreira-Rosa.

Não percebo como não foram corridos do palco, mas o repórter no local dá conta de que "a plateia soube ouvir fado com silêncio e nostalgia, como antes tinha acompanhado com delirante vibração as canções yé-yé".

A segunda parte do espectáculo foi preenchida com a entrega de 18 prémios, 10 dos quais para o top 10 do Grande Prémio do Disco, 5 para editoras de discos portugueses, como agradecimento pela colaboração prestada ao referendum (sic), e que foram a Valentim de Carvalho, Rádio Triunfo, Arnaldo Trindade & Cª, Philips Portuguesa e Telectra, e os restantes aos autores e à orquestra da canção classificada em primeiro lugar ("Hully Gully do Montanhês", do Conjunto Académico João Paulo).

A terceira e última parte do espectáculo foi preenchida por Nino Ferrer, "cançonetista-sucesso de França", que se apresentou com o seu "conjunto privativo Les Gottamou".

Para o escriba de serviço, foram o "corolário arrebatador de um espectáculo sensacional".

Para a história aqui fica o Top 10 da classificação final do Grande Prémio do Disco-1965:

1 - Hully Gully do Montanhês - Conjunto Académico João Paulo
2 - Não Sei De Ti - António Calvário
3 - Chove - Conjunto Académico João Paulo
4 - Help! - Beatles
5 - Esquece - Ekos
6 - Nem Eu Nem Vocês - Simone
7 - Sonha - Madalena Iglésias
8 - (I Can't Get No) Satisfaction - Rolling Stones
9 - Viens Ma Brune - Adamo
10 - Yesterday - Beatles

Colaboração de Luís Pinheiro de Almeida