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quarta-feira

Benevolência



Novamente a réstia sob o diminuto espaço
Que no chão transpassa do separar da porta
Na minguada fresta que no amanhecer reporta-se
E me remete ao chão quando à luz aponta.

Mais um dia a convidar-me à vida
Ergo-me aos punhos e ajoelhado fico
Branda luz que num lentear recolhe-se
Incita-me ânimo a acompanhar-lhe afora.

Agarro-me ao trinco a ruminar temores
De coisas mais vivas que vagueiam fora
Obstinada luz que da fresta some
Benevolente volta nessa mesma hora.
(Carlos Barros)

quinta-feira

Da Saudade...


Imagem: Alan Kirk
Da afligente saudade que vergasta
De um tempo ido que te amou
Evocas sem manto que te afaga
Um amado tempo que passou.

Vês a branda luz que já te aclara
Essa suave senhora do tempo
Reluzente, esparge em tua alma
Sementes de paz ao teu momento.

Busca em teu íntimo um relicário
Em que guardes os instantes de doçura
E da afligente saudade que fustiga
Brotará doces lembranças de ternura.
(Carlos Barros)

domingo

Sonho...


Imagem: Carlos Djalma
Sou a mais sublime das essências
As ardências dos anseios mais humanos
As escritas dos papiros mais antigos
Os espaços explorados mais estranhos.

Sou o êxtase dos versos dos poetas
As mensagens divinas dos seus anjos
O recôndito das paixões mais segregantes
Das sereias, o mistério dos seus cantos.

Chamam-me Sonho.
(Carlos Barros)

quinta-feira

Efervescências



Sou Eu! Que no teu espelho vivo.
Observa-me! Não vês?
Sou Eu! Desdobrado, múltiplo e infinito
E Tu represas
As correntezas do Espírito?!
Observa-me! Aqui, teu espelho,
Sou Eu! Somos nós! Não vês!
Teu reflexo, minha imagem
Tudo é fluido e refluxo!
Nada escapa. Qual o limite entre nós?
No relance, teu olhar! Não vês?
Espelhos são abismos
De tão fundo que são
E tu? Reprimido, moderado, contido!
Espelhos são mágicos
Não vês! São portais, labirintos!
Nada escapa, aflora.
Ao ver-me, verás!
As inquietudes lúbricas, revolução.
Não verás espelho vazio
Nada escapa. Não vês!
E o vendo, já estás lá dentro.
E tudo em ti, sou eu.
Liberta-nos!
Sentirás,
Texturas, sabores, música, poesia
Nascentes de cores infinitas
A mistura dos sons
Liberta-nos! Somos um!
Somos nós!
(Carlos Barros)

domingo

Delírios


Imagem - Cláudio Souza Pinto
O teu corpo dança
A valsa envolvente
Em êxtase, delírios...
Dos que amam perdidamente.

Abrem-se os braços
Flutuas, fragmenta-se
Lança-te aos sonhos
Transmuta-se suavemente.

E no silêncio a valsa
O som do corpo sublimado
Tão leve paira
Dissipa-se inebriado.

A Valsa que danças
Levou-te ao infinito
Fez-te ouvir (in)ternamente:
Voemos - és espírito!(Carlos Barros)

quinta-feira

Fiques um pouco mais...

Nguyen Dinh Dang - Ascension
DEZEMBRO
Sempre que chegas!
Torna-me num embaraço de sentimentos
Sempre que chegas!
Torna-me num comboio de reflexões
Sempre que chegas!
Torna-me num algo mais que humano
Sempre que chegas!
Torna-me num estouro de emoções

Sempre que chegas!
Torna-me num despimento de mágoas
Sempre que chegas!
Torna-me num plangente de compunção
Sempre que chegas!
Torna-me num transbordar de lágrimas
Sempre que chegas!
Torna-me num súplice de compaixão

Sempre que chegas!
Torna-me num ardente de esperança
Sempre que chegas!
Torna-me num anseio de paz
Sempre que chegas!
Torna-me num despertar de saudade
Sempre que vieres dezembro!
Que sempre fiques um pouco mais.
(Carlos Barros)

segunda-feira

As lágrimas de Aipré











Foto - Midore Yaismin
Fonte Tambiá - Parque Arruda Câmara - João Pessoa - Paraíba - Brasil
A Lenda da Fonte
Aipré, uma virgem índia Potiguara, teria se apaixonado por Tambiá, um valente guerreiro da Tribo inimiga Cariri. O amor entre os dois surgiu durante o tempo em que Tambiá foi prisioneiro dos Potiguaras. Ferido em batalha, Tambiá foi aprisionado e recebeu as honras dos vencedores. Conforme o costume indígena lhe concederam a filha do Cacique da Tribo Potiguara, Aipré, como “esposa de morte” e após o casamento Tambiá foi morto. Aipré, desconsolada ocultou-se no seio da floresta e chorou por seu amado durante cinquenta luas. Tantas e sofridas lágrimas deram origem a uma nascente de águas claras e límpidas, a Bica, que recebeu o nome de Fonte Tambiá.
AS LÁGRIMAS DE AIPRÉ
Imagino-te Aipré
Oh! Virgem índia potiguara
Estendida à erva rala
A verter lágrimas por Tambiá

Te esquecera em matas ocultas
Em cinquenta luas de angústias
Por teu amor cariri

Tantas outras luas passaram
Das tuas lágrimas que aqui ficaram
Formou-se uma fonte de ti
Carlos Barros

terça-feira

Fragmentos ( II )

IMAGINO...
Imagino um tornado de uma imensurável proporção
Onde tudo é devastado, qual monstro devorador
Imagino o que tu tinhas, tuas amadas fotografias
Então somente imagino
Distante da tua dor!
Carlos Barros