"Expressa gratidão com palavras e atitudes.
A tua vida mudará muito, de modo positivo."
Masaharu Taniguchi
Foto: Mugenai
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"A Felicidade é o Caminho" também está aqui:
O “elogio” na educação das crianças
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Atitude dos pais face ao elogio
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Possíveis consequências
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Criticar
constantemente a criança
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Isto leva
ao desânimo (quantos de nós não desanimaríamos se estivéssemos sempre a ser
criticados?).
A criança
fica desmotivada para fazer o que quer que seja, pois independentemente do seu
esforço, tem a sensação de que nada do que faz está bem ou irá agradar.
Poderá
igualmente gerar baixa auto-estima e auto-confiança, fazendo com que a
criança deixe de acreditar nas suas capacidades e naquilo que tem de bom.
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Nunca dar
elogios
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Mesmo que
não se critique, de vez em quando necessitamos de receber um elogio.
Recordo-me
no trabalho, quando elogio alguém merecidamente, essa pessoa até se torna
mais eficiente nos dias seguintes. Quando merecido, as crianças também
necessitam deste estímulo!
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Elogiar
tudo e mais alguma coisa
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Isto pode
ter consequências sérias, nomeadamente:
a) gerar insegurança na criança,
pensando que para ser valorizada tem sempre de obter os resultados pelos
quais foi elogiada;
b) torná-la dependente de elogios e feedback externos. A sua capacidade
para analisar situações por si própria e de pensar pela sua própria cabeça
fica bastante reduzida, dependendo constantemente da opinião dos outros e tem
igualmente bastante dificuldade em lidar com desilusões (que obviamente irão
ocorrer ao longo da sua vida - como acontece com toda a gente);
c) criar uma auto-estima demasiado elevada,
o que é não só mau para si mesma (porque tem de criar toda uma imagem, mesmo que
enganadora, para estar ao nível dos elogios), mas também porque pode levá-la
a prejudicar os outros sem grande peso de consciência. Estas crianças,
segundo Paul Martin “(…) têm mais
probabilidade de se tornarem rufiões, criminosos ou racistas (…) têm
tendência para reagir agressivamente quando alguém desafia a visão emproada
que têm de si próprias.”
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Elogiar
com peso e medida (mais pelo esforço, do que pelos resultados)
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O ideal é elogiar
quando a criança realmente merece. Por exemplo quando uma criança estuda
e depois recebe uma boa nota na escola, podes dizer “Mereceste esse resultado! Vi bem o que te esforçaste para o
conseguir.”.
Os elogios devem de ser verdadeiros. Por exemplo quando a criança
apresentar um desenho que não está nada bonito. Não é necessário dizer
que está horrível, mas também não devemos elogiá-lo, para que a criança
aprenda a confiar no que dizemos. Como refere a Magda Dias “Pode perguntar-lhe o que é que ela estava
a desenhar. (…) E se ela lhe disser que é a Branca de Neve (para um monte de
riscos), brinque! Pegue na folha, vire-a, torne a virar e pergunte onde é que
ela está, com a cara mais curiosa do mundo. Ria-se. E depois diga-lhe: «anda lá,
vai lá desenhar a tua amiga, porque ela não está aqui.” Ao sermos
honestos, quando um dia fizermos um
elogio, a criança saberá que estamos a falar a verdade.
Os elogios também não devem de ser ocos, devem de ter
conteúdo. Voltando ao exemplo do desenho, se este estiver realmente
bonito, ao invés de dizermos “Boa! Está
giro!”, podemos demorar um pouco mais a observá-lo (demonstrando interesse
e atenção) e dizer algo com mais conteúdo como “Uau! Este vestido está bem desenhado, está mesmo parecido com o da
Branca de Neve.”
Se
queremos que um bom comportamento seja repetido, podemos reforçar essa ideia,
sem que a criança necessite do nosso elogio para se portar assim. Imaginemos
que ela se porta bem ao jantar. Podes reforçar a ideia de que é um
comportamento apreciado e que gostarias de ver repetido descrevendo (e
não avaliando) apenas a situação. “Adorei
o nosso jantar! Hoje até nos rimos e foi bom porque conseguimos aproveitar este
momento em família.”
Por
último, esta atitude mais contida dos pais, em que só elogiam quando a
criança realmente merece e em que são mais honestos com a criança, é que contribui
para uma auto-estima saudável, ou seja, o tipo de auto-estima que leva à
felicidade. Isto porque para uma pessoa ser verdadeiramente feliz,
precisa de criar recursos internos para enfrentar as inevitáveis desilusões,
fracassos e frustrações na vida. Não é a falta ou excesso de elogios que a
leva a isso, mas os elogios com peso e medida, que privilegiam o esforço,
honestos e com conteúdo.
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