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quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Alivia o stress, com sons da Natureza


A Natureza parece meio mágica. Tem o dom de nos acalmar.

Nesses dias em que o stress parece te consumir, experimenta sair e fazer uma caminhada. Num parque, na montanha, junto ao rio, ou, se tiveres sorte, junto ao mar... Enquanto absorves as vistas, os cheiros e os sons, o teu corpo relaxa. É algo comprovado pela ciência

Mas e quando é impossível sair? Nesse caso, podes trazer a Natureza para junto de ti. Podes consegui-lo, escutando sons de ambientes naturais. Enquanto meditas, lês, tomas um banho de espuma, ou mesmo realizando tarefas, escuta sons de passarinhos, de cascatas de água, do vento, da chuva, das ondas do mar... A chamada "terapia da Natureza" ajuda-te a reduzir os níveis de stress, a acalmar o corpo e a mente. 

Eu costumo recorrer a vídeos no YouTube (deixo aqui o seus links):
- com sons de chuva e trovoada (sim, a mim, relaxa-me...);
- com sons do vento

Experimenta! 

Foto: 12019
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terça-feira, 14 de abril de 2020

A importância do «descanso» em tempo de pandemia... e não só


"O simples ato de fechar os olhos durante cinco a dez minutos
pode ajudar-nos a desligar e a recarregar a meio do dia.
Muitas vezes, é tudo o que precisamos para continuarmos
e para termos energia sustentada."
Pedram Shojai in "O Monge Urbano"

Vou confessar. Ultimamente sinto-me uma espécie de malabarista, a tentar equilibrar-me entre uma sucessão infindável de tarefas. Desde que tivemos de ficar confinados ao domicílio (e acho importantíssima esta medida!), parece que as tarefas quadruplicaram. Quando algumas pessoas reclamam que estão entediadas, sem saber o que fazer em casa, sinto-me noutra dimensão. Porque o que eu mais queria era um momento de pausa e francamente não está fácil de conseguir.

Eu e os pequenos estamos em casa, logo a sujidade e desarrumação aumentaram consideravelmente. O marido continua a trabalhar fora, mas logo que chega a roupa segue para a máquina. Tem sido roupa para tratar, que parece não acabar mais. Têm sido limpezas e desinfeções extra (também para prevenção, por causa do coronavírus). Tenho feito as tarefas para a empresa. Acompanho os miúdos nas actividades escolares (ela anda no 6.º ano, mas mesmo ao meu filho, que anda no infantário, organizo actividades e tenho de enviar um relatório das mesmas para a escola). Depois há as refeições (que agora são mais, pois o marido leva sempre de casa). Até pão tenho tentado fazer, para evitar idas à padaria. Conclusão: sinto-me exausta. Parece que as tarefas se sucedem sem pausas desde que acordo até cair na cama.

Na semana passada cheguei a uma exaustão tal, que sentia dores físicas por todo o corpo. Foi então que decidi parar. Deixei as tarefas de lado e descansei uma tarde. O marido estava em casa e eu simplesmente caí na cama. Passado algum tempo, após estar apenas no escuro, fui ver um filme qualquer que passava na TV. E não imaginas como isto me fez bem... no dia seguinte, as dores no corpo tinham passado e estava (muito) mais produtiva. Acho que só naquele momento, tive verdadeira consciência da importância do descanço.

Entretanto, tomei algumas decisões, para tentar levar uma vida mais equilibrada enquanto estou em casa:

1 - deixar de fazer tarefas que, de momento, não são prioritárias (por exemplo passar a ferro);

2 - simplificar as refeições (receitas simples, sem uma exorbitância de ingredientes);

3 - solicitar mais colaboração nas tarefas domésticas, junto de quem cá vive;

4 - só até me reorganizar, reduzir o número de tarefas associadas ao meu objetivo para este ano (reduzo de 4 tarefas semanais para 2); 

5 - manter a ajuda preciosa do meu Bujo, para gestão do meu tempo. Lá registo o que tenho para fazer, priorizo aquilo que é urgente e reflito sobre o andamento das coisas (o que vai bem, onde devo de melhorar);

6 - fazer algumas pausas entre tarefas ao longo do dia (nem que sejam 10 minutos, já faz toda a diferença);

7 - voltar às minhas leituras para manter a motivação, evoluir enquanto pessoa ou simplesmente relaxar (é que as minhas leituras diminuíram consideravelmente nos últimos tempos e isso tem-me feito mal);

8 - tentar deitar-me mais cedo, para me levantar com mais energia (e com menos dores de cabeça);

9 - pelo menos no Domingo à tarde não fazer qualquer tarefa, que não seja descansar e estar com a família.

E é este o meu plano. Para já para os tempos de pandemia. Mas não descarto a importância dos momentos de descanso nas nossas vidas, em geral. 

Sinto que assim, tudo correrá melhor.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Hygge no Outono - 20 sugestões


Acordei cedo. Lá fora chove [nota: o post foi escrito há uns dias]. Não muito, apenas o suficiente para ouvir as gotas a cair. Pela primeira vez em muito tempo, tive de ir buscar uma mantinha, pois as manhãs começam a ficar frias. Aconchego-me, enquanto bebo o meu chá de frutos silvestres e leio os últimos capítulos de um livro. Adoro manhãs assim!

Podem ser uns breves minutos, mas estes momentos transformam o meu dia. São os meus momentos hygge. Ao serão, por vezes repito a dose. Continuam a ser instantes de aconchego, só que um pouco mais ruidosos - ou não estivesse a família reunida.

O Outono chegou, uma das minhas estações favoritas. Adoro as paisagens coloridas, a sensação de recomeço e, por vezes, o som da chuva e do vento lá fora. Mas, devo confessar, também gosto do Outono por ser a ocasião perfeita para a criação de momentos hygge.

E sabes porque estes momentos são importantes? Porque praticados numa base diária (nem que sejam só uns minutinhos), podem fazer-te realmente mais feliz. E até é fácil de perceber porquê. É que as actividades associadas ao hygge, são comuns ao que os cientistas descobriram que pode aumentar a felicidade.

Então, que tal passarmos à prática? Deixo-te algumas sugestões, para trazeres mais hygge à tua vida neste Outono. Experimenta!

1 - Torna a tua casa mais acolhedora 
Decora-a com objetos que te trazem alegria e/ou que te lembrem momentos felizes. Pode ser aquela cómoda vintage da tua avó, molduras com fotos especiais, prateleiras repletas de livros, trabalhos feitos por ti... Opta por iluminação suave nos lugares onde pretendes relaxar. Inclui mantinhas e almofadões confortáveis, onde te possas aconchegar. Traz também um pouco de Natureza para dentro de casa: jarras ou vasos de flores, pedras da praia, galhos de madeira, folhas coloridas, etc.

2 - Aproveita mais a tua varanda ou quintal
Se fores abençoado/a com um destes dois, aplica as mesmas ideias que referi acima. Transforma-a/o num lugar mais aconchegante! O objectivo é que passes lá mais tempo, a realizar actividades hygge. Se o lugar for convidativo, é provável que o aproveites mais. Cria um espaço para te sentares confortavelmente, rodeia-te de flores e, quem sabe, de umas velas. Mesmo no tempo frio, podes aproveitar este lugar, aconcheganto-te numa mantinha.

3 - Cria um hyggekrog
Os dinamarqueses costumam criar um cantinho acolhedor em casa, a que chamam hyggekrog. Trata-se de um recanto, preferencialmente junto a uma janela, onde te possas sentar para ler, ver a paisagem ou apreciar uma bebida quente. Escolhe uma poltrona ou  um sofá confortável. Se necessário tem à mão almofadões e uma manta quentinha, para que te possas aconchegar. Ah! Uma mesinha de apoio também pode ajudar... para pousares o teu livro ou uma chávena de chocolate quente.

4 - Acende a lareira
Se tiveres a sorte de ter lareira, acende-a para tornares o ambiente mais acolhedor. Relaxa com aquele quentinho, com a luz dourada das chamas e o som do crepitar da madeira.

A lareira faz-me recuar à infância, quando a minha avó me contava histórias de encantar enquanto a madeira ardia. Podes fazer o mesmo com os teus filhos. Ou simplesmente, ficar na conversa com a família.

5 - Cria um ambiente mágico, com velas
As velas trazem uma aura mágica aos espaços. Torna-os mais acolhedores e relaxantes.

Contudo, é muito importante que arejes o local! Quando acesas num lugar completamente fechado, podem ser prejudiciais para a saúde.

6 - Relaxa com sons agradáveis
Enquanto fazes alguma actividade ou simplesmente relaxas, experimenta colocar uma música de fundo - por exemplo uma playlist das tuas músicas favoritas, música clássica, jazz... o que importa é que seja do teu agrado.

Mas não precisas de te cingir à música. Já experimentaste os sons da Natureza? Do vento, da chuva a cair, da floresta, do mar...

Se estiveres em casa, podes simplesmente abrir uma janela (se não houver muito trânsito lá fora, será relaxante).

7 - Delicia-te com pratos reconfortantes
Uma sopa quentinha, pratos que te lembram a infância, doces típicos da época (broas, por ex.), as frutas de Outono (dióspiros, romãs...). Podes aproveitar marmelos e fazer uma marmelada caseira (podes espreitar a minha receita aqui).

Saboreia cada momento: desde a compra, à confecção (se for o caso) e ao degustar propriamente dito.

8 - Bebe uma bebida quentinha
É tão reconfortante chegar a casa e beber algo quentinho nos dias mais frios: um chá, um capuccino, um chocolate quente... ao verdadeiro estilo hygge.

9 - Lê um bom livro
Esta é uma actividade que aprecio em qualquer época do ano, mas nos meses mais frios tem particular encanto. É tão bom aconchegarmo-nos num cantinho acolhedor (no hyggekrog ou na varanda, por exemplo), rodeados de almofadas e embrulhados numa mantinha a ler um bom livro. Se a bebida quente estiver ali do lado, ainda melhor. Aproveita momentos assim!

10 - Prepara um banho relaxante
Como tudo o que diz respeito a hygge, a ideia é criares um ambiente acolhedor. Enche a banheira com água quentinha, espuma e sais. Coloca uma música de fundo suave. Desliga as luzes e acende várias velas e depois... é só relaxares.

11 - Cria um SPA Caseiro
Novamente, cria um ambiente acolhedor. Depois, é a altura de te mimares. Podes fazer uma máscara hidratante, no rosto e no cabelo, tratar das unhas, ou... fazer algo que praticamos cá em casa: massagens.

Deitamo-nos e marcamos no despertador cerca de 10 minutos (atenção que o toque de despertador deve de ser uma coisa suave). Aí, um de nós faz massagens no outro com uma loção hidratante. Assim que o despertador toca, trocamos e quem fez massagem é quem recebe. No fim vestimos os pijamas e até o sono chega mais rápido.

12- Pratica meditação
Escolhe um recanto acolhedor, onde não sejas interrompido/a (pode ser no teu hyggekrog). Senta-te confortavelmente e dedica uns minutos à meditação. Se não souberes o que fazer, podes seguir as instruções deste post e se preferires meditação guiada (aquela onde alguém te vai dando indicações sobre o que deves ir fazendo), podes assistir ao vídeo deste post.

13 - Aproveita os serões em família
A ideia é organizarem um ou mais serões livres de tecnologia. Ao invés de estarem com a TV ligada ou de volta do computador, podem jogar alguma coisa com os filhos: o Monopoly, Trivial Pursuit, cartas, Cluedo... Podem também montar um lego ou um puzzle. Os miúdos costumam adorar fazer coisas divertidas com os pais. E isso favorece a união familiar! E mesmo que não hajam filhos, porque não experimentar?

14 - Organiza «noites de cinema» em casa
Neste caso a televisão também é uma aliada. Vistam uma roupa confortável e tenham por perto uma manta quentinha. Preparem pipocas, ou algo do vosso agrado. Desliguem as luzes e assistam a um bom filme.

15 - Organiza reuniões com pessoas com quem gostas de estar
Isto implica não convidares ninguém por obrigação, pois estes encontros devem de ser com quem realmente gosta de ti, não com quem te faz sentir mal. O objectivo é ter realmente um encontro agradável! Tanto pode ser uma saída para um cafezinho, como algo mais elaborado como um jantar.

No entanto, para que a reunião seja ao estilo hygge, há aspectos a ter em conta:
a) os problemas pessoais ficam do lado de fora - há muito pouco negativismo e queixas. Também não se abordam assuntos controversos como política. A ideia é evitar discussões e ter conversas agradáveis, que permitam desanuviar a mente.

b) não há competição entre as pessoas -  ninguém é o centro das atenções ou tenta dominar a conversa. É preferível ser modesto para manter a reunião agradável!

c) quando estes encontros envolvem refeições ou outros preparativos, todos ajudam. O objectivo é que não sejam uma ou poucas pessoas a fazerem o trabalho todo. As próprias crianças são incentivadas a colaborar.

16 - Celebra as ocasiões especiais do Outono
As tradições são muito importantes para uma cultura familiar hygge. Por cá comemoramos o Dia de Todos os Santos (quando as crianças vão pedir o Pão por Deus), o Dia de Finados (quando se vai levar uma flor e acender uma vela aos entes queridos que já partiram) e o Dia de São Martinho (em que se realizam magustos). Noutras paragens comemora-se o Halloween ou o festival das luzes. Claro que depende do hemisfério onde nos encontramos. Por exemplo no Brasil, é a Páscoa que se comemora no Outono.

Independentemente do que houver para celebrar, podemos aproveitar essas ocasiões para fortalecer a união familiar. Levar as crianças a participar. Contar-lhes a história por detrás da tradição. Fazer uma reunião de família... de preferência, com os petiscos da época.

17 - Aproveita as horas douradas
São aqueles momentos em que o Sol nasce e se põe, em que o céu fica com aquelas tonalidades fantásticas. Aproveita para contemplar este espectáculo da Natureza!

18 - Faz caminhadas na Natureza
Veste uma roupa quentinha e confortável e faz caminhadas pela floresta, ou, se não tiveres nenhuma por perto, aventura-te pelos parques e jardins da tua terra.

Aprecia a beleza ao teu redor: as paisagens de Outono conseguem ser lindíssimas! Se quiseres tira fotografias - é uma forma de estares mais atento/a aos detalhes encantadores da paisagem.

19 - Aprecia a beleza do Outono
Isto é possível nas caminhadas, mas também quando seguimos de carro. É algo que faço frequentemente com os miúdos, quando os levo e trago da escola. Simplesmente vamos atentos aos detalhes bonitos da paisagem e mencionando o que mais nos encanta. E o Outono, com as suas cores vibrantes, é particularmente belo!

20 - Viaja por esse país fora
Podes escolher um dia do fim-de-semana e explorar os lugares encantadores do nosso país. Afinal temos quilómetros de costa, florestas encantadoras, montanhas e imensos monumentos. Novamente, leva roupa confortável e quente, pois como dizem os nórdicos "Não existe mau tempo, apenas roupas más".

Podes preparar um piquenique, para apreciar em plena Natureza. Mas, porque não, conhecer a comfort food local?

Se fores visitar monumentos, aprecia os detalhes. E para prolongar o efeito do passeio, podes sempre trazer um livro sobre a história do local. Sim, para mais tarde leres, quem sabe, embrulhado/a numa mantinha...

««»»

Como vês, o Outono é uma estação fantástica para abraçares o estilo hygge. Tenta realizar alguma destas actividades, nem que seja por breves minutos, mas numa base diária. Certamente, trarás mais felicidade à tua vida.

Se quiseres saber mais sobre hygge, sugiro-te estes livros:

"O Livro do Hygge" de Meik Wiking - este é o meu livro favorito sobre o tema e falei dele neste post.


"Hygge. Ser Feliz à Dinamarquesa" - também falei dele neste post.

"Alegria Hygge" de Pia Edberg.




Fotos: 1.ª melkhagelslag; 2.ª Essencial Home; 3.ª Steph 684; 4.ª Pexels; 5.ª tremaestro; 6.ª Society 19; 7.ª Roadtrippers; 8.ª, 9.ª e 10.ª Mafalda S.
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quinta-feira, 5 de setembro de 2019

25 Actividades que reduzem a minha ansiedade


Tenho de confessar: já passei por períodos na minha vida de bastante ansiedade -  principalmente com o stress do trabalho. Sentia-me exageradamente preocupada, o coração batia descompassado, tinha dificuldade em adormecer, perdia o apetite, os meus músculos ficavam tensos e tinha dores (principalmente nas costas) e o cansaço era avassalador.

Certo dia, fui com uma colega a uma formação sobre gestão de stress. Fizemos um exercício de relaxamento e... zás, como que por magia as dores de costas passaram (a ambas). Sentíamo-nos também bem mais calmas, no fim da formação.

Para mim, esta foi uma chamada de atenção. Significava que poderia, de alguma forma, controlar a ansiedade.

Já aqui escrevi sobre o que aprendi nos livros (essencialmente de Psicologia) para controlar o stress, o excesso de ruminações, etc. Mas hoje quero-te falar do que implemento na prática. Daquilo que resulta comigo e que me tem ajudado a reduzir a ansiedade.

1 - Caminhar na Natureza - Adoro fazer caminhadas na floresta, nos espaços verdes da cidade ou junto ao mar. Deixo-me inebriar por aquela beleza, aqueles cheiros e aqueles sons. Por vezes tiro fotografias, o que me faz reparar nos detalhes encantadores. Esta prática, a que os japoneses chamam de shinrin-yoku, faz-me realmente relaxar.


2 - Trazer a Natureza para dentro de casa - Gosto de ter plantas no interior de casa e na varanda. Uso vasos, mas às vezes também uso jarras com flores. Gosto de ir à varanda e colher as minhas próprias ervas aromáticas. Decoro com pequenos galhos de madeira ou pedras da praia... (daquelas que me lembram bons momentos). Abro as janelas para ouvir o som dos passarinhos ou para ver a água reluzente do rio. Tudo isto torna o ambiente mais relaxante. Mesmo que sejam pequenos detalhes.


3 - Assistir ao nascer ou pôr-do-sol - Ainda anteontem parei o carro, para contemplarmos as cores do pôr-do-sol. Que coisa mais linda! 

Também gosto de me levantar bem cedo. É quando tenho alguns minutos só para mim. Assistir ao nascer do sol enche-me de energia positiva.


4 - Observar o «belo» à minha volta - Isto é algo natural em mim. Consigo focar a minha atenção  e reparar na beleza das pequenas coisas: a flor que brilha com a luz matinal, a casa antiga com histórias por revelar, as luzes da noite que encantam a cidade, o trabalho bonito de um escultor...

Por cá temos uma tradição que pode soar estranha, mas que nos faz super-bem. Em família, por vezes saímos após o jantar, só para observar os lugares bonitos ao nosso redor. Fazemos o «jogo das coisas belas» com as crianças. Neste, cada um fala de algo bonito que avista no caminho. E sim, isto faz-nos valorizar a beleza das pequenas coisas.


5 - Ver fotos/vídeos de lugares lindos, ouvindo música relaxante - Uma actividade mais caseira é quando coloco uma música agradável e vou observando fotos de lugares encantadores. Sugestões: este vídeo com sons da Natureza, este com paisagens norueguesas,  estas fotos do Gerês [liga o som e selecciona a opção HD, neste último] ou os meus álbuns no pinterest sobre "viagens" ou "fotos que me fazem sonhar"). Bastam uns minutos, para me sentir mais relaxada.


6 - Ler - Ou não fosse eu «viciada» em livros... Quando estou ansiosa posso embrenhar-me num livro de aventuras, ler algo ao estilo do "Livro do Hygge", algo com piada, etc. A ideia é que seja algo tão envolvente, que leve os meus pensamentos para um caminho mais positivo. Atenção que nestas alturas, evito leituras mais pessimistas. A ideia é sentir-me melhor e não afundar-me em preocupações.



7 - Escrever - Por vezes escrevo num diário para desabafar. Noutras, planeio na minha agenda uma estratégia que me permita resolver a situação (aqui fico mais calma, pois sinto que afinal tenho hipóteses de resolver a situação). Noutras escrevo no meu commonplace book, sobre as aprendizagens que vou fazendo ao longo da vida. Posso escrever ou não sobre o assunto, mas a noção de que está sob o meu controlo aprender mais e melhorar enquanto pessoa, sem dúvida que me acalma.


8 - Envolver-me num hobby - Um hobby que me faz bem, é escrever neste blog - desde a pesquisa à publicação de posts. Sinto que aprendo sempre qualquer coisa e também adoro o carinho de quem me lê. Mas o que há de bom num hobby, é que podes ficar de tal forma concentrado/a e a sentires-te tão bem que até te esqueces do tempo a passar (são as ditas experiências de fluxo, como lhes chamaria Mihaly Csikszentmihaly).

Há uma série de actividades que podem produzir este efeito, tudo depende da pessoa: pintar, cozinhar, fazer jardinagem, tirar fotografias, ter uma coleção, etc. 


9 - Se não posso resolver na hora o problema que me aflige, envolver-me numa actividade que não tenha nada a ver com o assunto - Basicamente, a ideia é distrair a mente, com algo que absorva a minha atenção ao máximo. Pode ser experimentar uma nova receita de culinária, ocupar-me com uma tarefa doméstica que exija mais atenção, envolver-me num hobby (ver ponto anterior), fazer uma caminhada para um lugar diferente (no meu caso resulta na Natureza ou numa livraria... vá-se lá saber porquê 😂), etc.


10 - Ver um filme ou assistir a um documentário do meu interesse - Novamente, acho que aqui funciona o factor distracção. Ver coisas diferentes, leva a minha mente a focar-se noutra coisa e a acalmar.

Quando visualizo algo positivo, fico mais animada. Quando assisto a filmes mais dramáticos, consigo perceber que se calhar a minha realidade não é assim tão má. E certo tipo de documentários (por exemplo sobre o ambiente ou destralhe), dão-me motivação para agir sobre em coisas que acredito.


11 - Assistir a vídeos do youtube, que me façam rir - Esta é uma maneira rápida de elevar o meu estado de ânimo. Gosto particularmente de ver cenas do Ricardo Araújo Pereira ou do Raul Solnado. Têm imensa piada!


12 - Assistir a vídeos do youtube ou ler blogs de pessoas inspiradoras - Fico sempre inspirada e com um ânimo mais positivo quando assisto vídeos ou leio sobre: vida sustentável, minimalismo, decoração/organização da casa, alimentação saudável e, a minha paixão, a psicologia positiva.

Como não tenho muito tempo, os vídeos assisto (por norma é mais ouvir) enquanto faço tarefas domésticas. A leitura faço por exemplo durante as refeições ou numa pequena pausa.


13 - Ter a casa limpa e arrumada - Há qualquer coisa na limpeza e organização que acalma a minha mente. Não gosto propriamente da tarefa «limpar», mas o resultado final compensa. Aquele cheirinho a casa limpa, a calma que é poder sentar-me no sofá, sem ter de me preocupar que estejam objectos espalhados pela casa.

Já quando tudo está desorganizado, parece que me sinto a sufocar dentro da minha própria casa. E  acredita, isso traz-me mais ansiedade.


14 - Destralhar e organizar - Gosto imenso de me focar numa área, destralhar o que não faz falta e organizar o que vou manter. O resultado final costuma deixar-me tão feliz, que vou espreitá-lo várias vezes.

Ter menos coisa no dia-a-dia, torna a casa mais relaxante, dá menos trabalho com as limpezas e permite que estejamos rodeados/as só por coisas úteis e/ou que nos trazem alegria. Sinceramente é daquelas coisas que mais contribui para reduzir a minha ansiedade.


15 - Meditar - Pratico menos do que gostaria, mas quando o faço faz-me tão bem! Por vezes basta-me sentar num local e focar-me nalgum elemento da Natureza (então quando é à beira-mar... super-relaxante!). Mas normalmente pratico meditação guiada. Neste post sobre "Meditação Mindfulness" encontras um dos vídeos que costumo utilizar.


16 - Falar com Deus - Isto para mim é quase que uma espécie de meditação. Procuro estar uns minutos isolada e falo com Deus, como para um amigo. Costumo agradecer-lhe pelas coisas boas, pelas bênçãos que tenho na minha vida. Depois peço-lhe por um futuro melhor, para mim ou para outras pessoas. Por último, peço inspiração para ser uma pessoa melhor. Que me dê motivação para que eu possa contribuir positivamente para este mundo e junto das pessoas que me rodeiam. Nestes breves minutos, envolvo-me de energia positiva.


17 - Receber uma massagem - Esta é uma tradição que veio da família do meu marido. À noitinha, de vez em quando fazemos uma massagem nas costas, uns aos outros. Se for com música relaxante, ou sons da Natureza e com creme hidrantante... ainda melhor. Quando não há tempo para isto, um simples cafuné , já ajuda.


18 - Beber um chá calmante - Há um chá que me acalma particularmente, que se chama "Chá Boa Noite". Tem na sua constituição tília, cidreira, espinheiro branco e flor de laranjeira. Também aprecio qualquer chá de frutos silvestres. E por último, gosto bastante de chá de lúcia-lima. Este último, porque me transporta à infância, aos chás que a minha avó fazia usando as folhas da árvore do seu quintal.


19 - Falar com uma pessoa amiga - Tenho amigas fantásticas, que infelizmente na sua maioria moram longe. Ainda recentemente estive com uma dessas pessoas especiais, «mana» de coração. E foi tão bom...

Mas mesmo distantes fisicamente, conversamos sempre sobre os nossos sonhos, as lembranças doces do passado, desabafamos quando estamos a passar um mau momento, partilhamos inspirações (de decoração da casa, de ecologia e sim, gostava de ter a coragem dela de ser totalmente vegetariana) e às vezes damos umas boas gargalhadas. Só não falamos mal de outras pessoas. Não suporto esse género de conversa e connosco felizmente isso não existe.

Por isso, mesmo não tendo um grupo imenso de amigas, restaram as que são especiais. E essas sim, fazem-me sempre sentir melhor quando falo com elas (espero que o contrário também se verifique 😊).


20 - Definir um limite horário para terminar as tarefas do dia - Uma das melhores coisas que fiz, nos últimos tempos! É que a minha rotina era a seguinte: depois de jantar, terminava uma tarefa. Entretanto pensava que ainda tinha isto e aquilo para fazer e lá ia eu... Quando reparava eram umas dez e meia ou onze da noite e não tinha descansado nada. E isto agravava a minha ansiedade, porque sentia que só vivia para trabalhar. Sentia-me a sufocar, sem tempo para mim.

Então comecei a planear as coisas para estar despachada às 20h30 (ok... algumas vezes falhei no objectivo, mas no máximo paro às 21h). Depois deste horário evito envolver-me no que quer que seja. Porque a família também precisa de mim e eu também preciso de sanidade mental. É a altura em que convivemos ou que eu consigo relaxar (a ler um livro por exemplo).


21 - Ter 10 minutos só para mim - Não imaginas como estes momentos me fazem bem, mesmo que sejam só 10 minutos. Costumo acordar cedo. Quando todos ainda dormem, é quando tenho momentos preciosos só para mim. Por norma leio e tomo o pequeno-almoço ao nascer-do-sol. Ou se me apetece faço um pouco de exercício, medito ou faço uma oração. Acredita, estes 10 minutos dão-me uma energia incrível. Fazem com que o meu dia comece da melhor maneira.


22 - Cuidar de mim - Ok, é algo que me esqueço com frequência, porque ando sempre a correr. Mas quando o faço, sinto-me sempre muito bem. É quando em vez de tomar o habitual duche, resolvo fazer um banho de espuma relaxante. Quando resolvo fazer aqueles cuidados da pele (esfoliação, máscara, cremes...), tratar do cabelo, das unhas. Ou até oferecer um miminho a mim mesma... por vezes sabe tão bem.


23 - Praticar exercício físico - Outra coisa que pratico com muito menos frequência do que gostaria. Mas quando pratico, sinto-me outra! As minhas actividades favoritas são a caminhada e o yoga. É muito importante, para quem não tem espírito desportista, fazer algo do seu agrado. E lembro-me de em tempos ter lido que o exercício físico é das actividades mais eficazes para aumentar a felicidade.


24 - Evocar as minhas lembranças felizes - Cá em casa eu e a minha filha temos, cada uma, a nossa «caixa da felicidade». Trata-se de uma caixa onde reunimos algumas das nossas lembranças felizes. Esta inclui lembranças de momentos especiais que nos fazem sorrir quando as revisitamos: a primeira roupinha que os filhos usaram, bilhetes de entrada em lugares que visitámos, um perfume que usava na adolescência quando ia fazer passeios de bicicleta com amigos, uma rosa vermelha que o meu marido me deu, jornais comprados no dia em que casei e que os meus filhos nasceram, etc., etc. Por vezes, lá vamos espreitar as nossas caixas e sorrimos sempre ao recordar os bons momentos.

Outras formas de revisitar os momentos felizes são através de: fotos e filmes, elementos decorativos (trouxemos de lembrança da praia, pedras que decoram a nossa casa-de-banho), diários, etc.


25 - Fazer uma escapadela de fim-de-semana - Daquelas coisas que fazem mesmo bem. Mudar de ambiente, nem que seja só por 2 ou 3 dias, já permite relaxar a cabeça. Quando regresso, venho com mais energia positiva, mais motivação, fico significativamente mais produtiva e... claramente menos ansiosa.

Pena que não o possa fazer tantas vezes, quantas gostaria... Mas honestamente, prefiro poupar em roupas, não gastar dinheiro em tralhas desnecessárias, fazer um consumo mais consciente e poder sair um ou outro fim-de-semana. Porque as tralhas têm um efeito pouco duradouro, já estas experiências... fazem um bem danado!


Falei um pouco do que me ia na alma. Tomei consciência do que me faz bem e do que devo repetir mais vezes (nota mental para mim mesma 😊). Ainda assim, deixo-te algumas sugestões de posts, que escrevi anteriormente. Espero que te sejam igualmente úteis!

Sugestões de posts, que podem ajudar:
Como evitar pensar demasiado (ou «ruminar»)
- Estratégias para lidares com o stress (post 1, post 2 e post 3)
- Estudos sobre o stress e estratégias para o superar
- Shinrin-Yoku, uma terapia anti-stress vinda da Natureza
- Shinrin-yoku, um livro sobre o poder terapêutico da Natureza
- 40 dicas para relaxar.

Fotos: Pexels 1.ª17.ª e 18.ª; 2.ª Photo Granary; StockSnap - 3.ª e 13.ª; rawpixel 4.ª e 19.ª; 12019 - 5.ª  e 6.ª; 7.ª Congerdesign; 8.ª Annie Spratt; 9.ª Jeh6; 10.ª Daria Yakovleva; 11.ª Jill Wellington; 12.ª thisismyurl; 14.ª Innerstadsspecialisten; 15.ª 5461997; 16.ª leninscape; 17.ª Steve PB; 20.ª JE Shoots; 21.ª Free Photos; 22.ª Sílvia Rita; 23.ª Gorkhe 1980; 24.ª Dariusz Sankowski; 25.ª Jill Wellington.
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quinta-feira, 26 de abril de 2018

Shinrin-Yoku, uma terapia anti-stress vinda da Natureza


Ultimamente os dias têm sido agitados, uma época mais stressante do que o habitual. Tem sido difícil desligar dos problemas. Por isso, o Shinrin-yoku, surgiu como uma lufada de ar fresco nas nossas vidas.

Mas o que é o Shinrin-yoku?
Ouvi
Ouvi falar desta expressão pela primeira vez no "Livro do Lykke" do Meik Wiking, um livro sobre os hábitos das pessoas mais felizes do mundo. Esta é uma expressão japonesa que, traduzindo à letra, significa «banho de floresta». O professor Yoshifumi Miyazaki da Universidade de Chiba no Japão, que estuda os efeitos da Natureza na redução do stress, usou esta expressão para nomear uma nova terapia que usa o poder terapêutico da Natureza para prevenir doenças associadas ao stress.


O Shinrin-yoku permite relaxar através da sincronização com a floresta, enquanto absorvemos as suas vistas, os cheiros e os seus sons.



O que se faz na prática?
Ouvi

A terapia de Shinrin-yoku, como vem referido na revista Prevenir deste mês, consiste em praticar "(...) qualquer actividade que envolva o contacto com a Natureza: caminhadas pela floresta, com pausas para se sentar e fazer respirações profundas, abraçar árvores, fazer ioga, meditação, alongamentos; piqueniques; observação nocturna do céu; contemplação de nuvens; interacção com a água; observação de cascatas; ou assistir a concertos de música na floresta."

E se não podermos ir mesmo para a floresta podemos passear num parque ou num jardim, fazer jardinagem, introduzir elementos da Natureza no nosso ambiente (nas varandas, no interior de casa, no escritório), perfumar o ambiente com aromas naturais, receber uma massagem com óleos essenciais, observar imagens e ouvir sons da Natureza.  

Quais os benefícios do Shinrin-yoku?
Ouvi

Dos estudos efectuados comprovou-se que o Shinrin-yoku tem os seguintes benefícios:
- recuperação da imunidade e mais resistência às doenças;
- maior relaxamento do corpo e da mente;
- melhoria da qualidade do sono;
- redução do stress e aumento da sensação de bem-estar;
- diminuição da pressão arterial;
- aumento da capacidade de concentração.



A nossa experiência 
Ouvi

Por cá temos optado pela prática de caminhadas na Natureza, normalmente após o jantar e ao fim-de-semana. Como levamos as crianças, nem sempre conseguimos meditar. Mas praticamos exercício físico, tiramos fotos (o que nos permite apreciar pequenos mas maravilhosos detalhes da Natureza) e simplesmente contemplamos a beleza dos locais, os sons, os cheiros.


Quando estou a realizar alguma tarefa doméstica, tenho também ouvido sons da Natureza através de um CD e do youtube. Tento incluir elementos Naturais cá em casa. E, sempre que posso, leio ou medito na minha varanda (mesmo que sejam só 5 minutos...).









Acredita, realmente faz a diferença. Permite-nos desanuviar e relaxar o corpo e a mente. Alcançar mais paz interior.



Aprofundar conhecimentos Ouvi
Justo hoje é publicado em Portugal o livro "Shinrin-yoku. A terapia japonesa dos banhos de floresta que melhora a sua saúde e bem-estar" de Yoshifumi Miyazaki (até estou parva com a coinciência!). Encontrei ainda outro livro o "Shinrin-Yoku. A Arte Japonesa da Terapia da Floresta" de Qing Li. Contudo, talvez vá adquirir o primeiro, pois é do tal investigador que falei no início.

Apesar de ser uma noção de senso comum (de que estar em comunhão com a Natureza, é excelente para o corpo e para a mente), gosto sempre de conhecer o que a ciência estudou sobre o assunto.

Actividades organizadas em Portugal Ouvi
Quem diria! Em Portugal foi criado no ano passado a Shinrin-yoku Portugal, que desenvolve vários programas de imersão na floresta. Para quem gosta de actividades mais organizadas, pode ser interessante.

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E para relaxares, mesmo sem saires de casa, deixo-te este vídeo.


Fotos: Mafalda S.
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"A Felicidade é o Caminho" também está aqui:

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Estratégias para lidares com o stress #3 - técnicas de gestão do stress


Finalmente tenho o meu computador em casa, depois do incidente da semana passada. Publico assim o 3.º e último post da série «estratégias para lidares com o stress» (no 1.º post falei de estratégias que costumamos usar, mas que não resultam e no 2.º falei do estilo de vida ideal para lidar com o stress).

Neste post indicarei as estratégias que resultam, segundo a ciência. Confesso que fui muito além da formação que tive, pois acrescentei dados de pesquisas posteriores. Trata-se de um post bem longo, que podes ler de uma assentada ou aos poucos, durante a semana.

A ideia é falar-te de coping (o que se pensa e se faz para lidar com o as exigências internas e externas decorrentes do stress). O coping muda consoante a situação e o objectivo é que este seja adaptativo, ou seja, que os comportamentos que escolhes para lidar com o stress sejam eficazes e consigam reduzi-lo de forma construtiva.

Vamos então falar do que pode resultar.

Técnicas de gestão do stress

① Tipos de coping


Coping focado na emoção - Este estilo de coping tem utilidade quando não se pode alterar a situação. Aqui a pessoa lida preferencialmente com a reacção emocional (como o medo, a raiva ou a sensação de culpa) com distanciamento ou evitamento da situação, culpabilização (o que aconteceu deveu-se mais a circunstâncias externas, do que à sua própria culpa) e fantasia (tentando transformar a realidade em algo mais suave, que não o/a faça sentir tão mal). Claro que isto nem sempre resulta, mas como disse, ajuda quando o problema não tem solução.

Coping focado no problema - Neste caso, a pessoa age de forma pro-activa ao lidar com o stress. Tenta alterar as condições em que se encontra, procurando soluções para o problema. Traça um plano, para responder à situação e, de seguida passa à acção. A verdade é que à medida que vai tentando remediar a situação, ir-se-á sentir mais seguro/a. No fim, sentirá um enorme alívio logo que o problema seja resolvido.

② Técnicas para lidares com o stress decorrente do excesso de actividades diárias



Nos dias que correm, quase que sufocamos com o excesso de tarefas, com a permanente corrida diária. Frequentemente, esse excesso gera stress. A melhor forma de lidares com este tipo de stress, é gerires eficazmente o teu tempo. Para isso, sugiro-te o seguinte:
- Faz um registo de tempo, de modo a avaliares se a forma como o gastas é a mais adequada;
- Define os teus objectivos, aquilo que realmente queres alcançar nas diversas áreas da tua vida;
- Define as tuas prioridades, identifica o que realmente é essencial e aquilo a que tens de dizer "Não!";
- Faz listas do que tens para realizar;
- Faz uma lista das coisas que tens de deixar de fazer... e cumpre-a;
- Usa a regra dos "80/20" (esta refere-se ao seguinte: 80% dos nossos resultados, provêm de 20% do nosso tempo de trabalho). Assim, opta por realizar as tarefas mais importantes logo de manhã, quando estás mais produtivo/a. Realiza as outras tarefas a seguir;
- Não faças o trabalho dos outros, delega responsabilidades em quem tem capacidades para tal;
- Escreve os objectivos para o dia seguinte, por ordem de prioridade;
- Evita trazer trabalho para casa, a hora de expediente deve de terminar no escritório.

Algo que também te pode ajudar são estes posts:
- a série de posts "O que te faz perder tempo precioso" - post 1, post 2, post 3 e post 4;
- "Como ganhar mais tempo no seu dia-a-dia".

Podes sempre ir acompanhando os novos posts que coloco sobre gestão de tempo e organização na etiqueta sobre o assunto (na barra lateral direita do blog).

Podes também aproveitar algumas ideias descritas nestes livros:
- "O Poder do Menos - a ilustre arte de se limitar ao essencial... nos negócios e na vida" de Leo Babauta;
- "GTD. Fazer Bem as Coisas - A arte de fazer acontecer" de David Allen.

③ Técnicas para lidares com pensamentos negativos, nomeadamente, erros cognitivos



Quando nos confrontamos com os acontecimentos, a forma como os interpretamos e como reagimos, depende de uma série de factores: da nossa história de vida, personalidade, identidade cultural (por exemplo os portugueses têm alguma tendência para o negativismo), etc.

Perante uma situação desafiante, começamos a fazer um diálogo interno. Enumeramos as exigências daquela situação e avaliamos se temos capacidade para lidar com ela. O problema, é que durante este diálogo, podemos cometer erros cognitivos, ou seja, aquilo em que pensamos pode não coincidir propriamente com a realidade. Algumas vezes podemos até ter pensamentos negativos verdadeiros, mas não raras vezes, também não sabemos lidar com eles. Estes pensamentos e erros cognitivos fazem-nos sentir mal, com pouca auto-confiança e ainda mais stressados/as.

Eis algumas sugestões para lidar com eles:

Método P e Q
Se desejamos mudar a forma de pensar, em primeiro lugar, devemos identificar os nossos erros cognitivos. Isso é fundamental para depois podermos agir sobre eles e alterar as nossas reacções emocionais (como a ansiedade e a frustração).

Após detectarmos a existência de um erro cognitivo (ocorre quando temos uma mudança forte e/ou súbita de humor), podemos aplicar o método P (pausa) e Q (questão).

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Ex.: Perante uma situação stressante, diz a ti próprio para respirares profundamente e fazeres uma pausa. Deves parar, para poderes pensar sobre a situação de forma mais consciente. Entretanto irás colocar questões a ti próprio/a:

- Qual o meu diálogo interno? O que estou a dizer a mim mesmo/a?

- Que efeitos tem esse pensamento em mim:
a) como me sinto emocionalmente?
b) qual a minha reacção física?
c) as minhas relações estão a ser afectadas? De que forma?
d) que comportamento resulta do meu diálogo interno?

- Valerá a pena preocupar-me com isto?

- Que correcção posso fazer na minha forma de pensar, para que o meu diálogo interno possa ser mais positivo e realista?

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No quadro abaixo, mostro-te uma série de erros cognitivos comuns. Será que identificas alguns dos teus próprios erros? A ideia é conseguires identificar esses pensamentos errados e conheceres formas de os corrigir. 

ERROS COGNITIVOS COMUNS
Erro
Ex. de erro
Como corrigir
Ex. de correcção
Leitura do pensamento
Antecipas negativamente, sem provas disso, o que os outros pensam ou vão pensar de ti. 

Também acontece quando pensas que os outros deveriam saber o que estás a pensar.
"Foi almoçar fora e nem sequer me convidou... Se calhar ela não valoriza tanto a nossa amizade, como eu valorizo."
Deves lembrar-te que é impossível saberes o que os outros estão a pensar, tal como é impossível os outros adivinharem os teus pensamentos.

Identifica as provas que corroboram e as que são contrárias à tua conclusão.
Já pensaste que a tua amiga pode ter ido a um almoço com o marido (queriam aproveitar tempo a dois)? Ou pode ter tido necessidade de ir almoçar no café do hipermercado, porque precisava de fazer compras? São tantas as possibilidades! Não penses logo de forma negativa.
Antecipação
negativa
Vês como um facto consumado que as coisas vão correr mal.
"Cometi esta gafe. O chefe nunca me vai perdoar!"
Evita prever o pior. Quando acontece algo, podem ocorrer diferentes resultados (e nem todos são negativos).

Define o que pode influenciar resultados diferentes, para que te possas preparar com antecedência.
Será que se assumisses o teu erro perante o chefe e lhe apresentasses uma proposta de resolução, ele nunca te iria perdoar? Duvido...
Tirania do dever
Impões a ti mesmo/a palavras como “devo”, “não devo”, “tenho de”, dando a sensação que tens de ser punido/a se não cumprires certos deveres.
 (Muito comum em perfeccionistas e em personalidades do tipo Obsessivo-Compulsivo).

Por outro lado, quando atribuis estas palavras aos outros, crias expectativas exageradas.

A consequência em relação a ti mesmo é a sensação de culpa, em relação aos outros é de raiva, frustração e ressentimento.
Eu não deveria de estar aqui sentado/a a ler um livro, quando tenho toda a casa para limpar.”
Em primeiro deves de analisar e identificar as razões pelas quais esse “dever” é tão importante para ti.

Muda de linguagem. Utiliza verbos como “preferir” em vez de “preciso” ou “devo”; usa o verbo “desejar” em vez de “tenho de”. Quando substituis as exigências por preferências, consegues reduzir a pressão que impões a ti mesmo/a.

Que tal equilibrar as coisas, mudando o teu discurso: “Estou muito cansado/a e com um desejo enorme de ler um livro, mas também desejo ter a casa limpa. Prefiro ler uns 10 minutos, para descansar um pouco (vou até programar o despertador) e depois iniciarei a limpeza. Se estiver muito cansado/a ao fim de 40 minutos, farei nova pausa de 5 minutos. Assim, conseguirei fazer ambas as coisas.”
Pensamento do “Tudo” ou “Nada”
Vês as situações em apenas 2 categorias extremas (“tudo ou nada”, “8 ou 80”, “sempre, nunca”, “sucesso, fracasso” etc.), sem considerares outras alternativas. Quando as coisas não correm 100% como imaginaste, pensas que é um fracasso total. (Muito típico das pessoas perfeccionistas).
Se eu não tiver o sucesso máximo, então é porque sou um fracasso.
Analisa a totalidade da situação. Será que em 100% dos resultados, não há uma percentagem que tenha corrido bem? Cometer um erro, é completamente diferente de ter errado em tudo ou de ser um fracasso. Para além disso, podes sempre aprender com os erros e para a próxima fazer melhor.

Evita usar expressões com um carácter tão definitivo como: fracasso, nunca, incompetente, incorrigível, desastre total, inútil, etc.
Podes analisar a situação de forma mais útil e lógica. “Correu-me muito bem a parte x, y e z. Contudo, para a próxima irei aperfeiçoar as partes a e b.”
Personalização
Pensas que és o/a único/a responsável por algo que correu mal, mesmo que a situação esteja além do teu controle. Não contas com outros factores ou com a responsabilidade de outras pessoas.
"Foi por minha culpa, que perdemos este negócio!"
Em vez de te culpares pelo que aconteceu de errado, identifica os factores externos que podem ter influenciado a situação negativa.

Pensa também que tu não és a razão pela qual as pessoas agem de um modo ou de outro. Elas escolheram o seu próprio comportamento (por algum motivo ou forma de estar na vida). 
Substitui este pensamento, analisando a situação de forma mais realista. “Perdemos o negócio. O que eu poderia ter feito melhor e que factores externos impediram que resultasse? Onde é que outras pessoas poderiam ter ajudado mais? O que ainda pode ser remediado ou que lição poderei retirar, para ter mais possibilidades de sucesso no futuro?

Culpabilização
É o oposto do ponto anterior. Achas-te uma vítima. Atribuis a responsabilidade dos acontecimentos, especialmente os negativos, a outra/s pessoa/s (mesmo quando tu próprio/a tens responsabilidade).
Grito todo o tempo com os meus filhos. A culpa é dos meus pais, que se fartaram de gritar comigo na infância!
Tenta assumir a tua responsabilidade ou quota-parte da mesma. Ao fazeres isso, em vez de pensares que tudo depende dos outros, entenderás que o poder da mudança também está nas tuas mãos. Isso é meio-caminho andado para melhorar a situação.
Por pior que tenha sido a minha infância, tenho o poder para fazer diferente com os meus filhos. E se não conseguir, vou procurar ajuda.
Raciocínio emocional
Acreditas que as tuas emoções negativas reflectem as coisas como elas são na realidade.
Estou super-nervoso/a, eles não vão gostar do meu discurso.
Analisa a realidade de forma mais objectiva. Sentimentos não são a mesma coisa que realidade.
Por estares nervoso/a, isso não implica que não irão gostar do teu discurso. Há imensas pessoas que ficam nervosas antes de falarem em público, e ainda assim, cativam os ouvintes.

Opta por te prepares previamente para o discurso, inclusive para possíveis questões do público. Se te sentires preparado/a, tens mais probabilidade de te sentires confiante.
Minimização do positivo
Desvalorizas as experiências, acções ou qualidades positivas, transformando o que é positivo em algo desagradável ou sem importância. Não aceitas os méritos pelos teus talentos ou realizações. Até podes ficar desconfiado/a quando recebes um elogio.
Isso não quer dizer nada, qualquer pai/mãe faria o mesmo.
Fica atento a situações em que rejeitas elogios ou comentários positivos.

Todas as atitudes positivas merecem ser elogiadas, por isso orgulha-te das tuas habilidades, talentos e realizações.
Substitui por: “Fiz o melhor que pude enquanto pai/mãe, na situação x. Espero que isso me inspire a manter atitudes semelhantes.” Não desvalorizes a tua acção positiva, porque, acredita, infelizmente nem todos os pais agem assim.
Magnificação do negativo
Sobrevalorizas a importância de acontecimentos ou atributos negativos.
Após um leve gaguejar dizes: “Tenho uma péssima dicção.
Tenta pensar de forma mais realista. Pode ajudar se te colocares na pele de outra pessoa. Como ela avaliaria, se estivesse numa situação igual à tua?

Será que a situação é assim tão grave ou traduz a realidade? Qual a importância do que aconteceu (em caso de acontecimento negativo) daqui a 5 anos?

Fica também atento às palavras que usas. Evita palavras fortes como “furioso/a, péssimo/a, arrasado/a, aterrorizador/a, catástrofe, etc. Ao mudares a linguagem, tendes a mudar a percepção das coisas.
Pensa antes: “Sendo realista, gaguejei um pouco de início, mas globalmente até correu bem. Com a experiência, certamente vou melhorar.
Sobre-generalização
Pensas que se algo for verdadeiro num caso, então aplica-se a todos os casos, mesmo que só levemente similar.
Fiz o exame de código e chumbei. Nunca vou conseguir tirar a carta.
Não faz sentido nenhum pensares que porque algo aconteceu uma vez, se irá repetir para sempre. Não generalizes, tenta especificar essa situação e depois estabelece critérios de semelhanças e diferenças para outros casos.
Podes especificar o caso pensando “Desta vez chumbei no exame de código. Talvez porque nesta situação específica, não me tenha preparado o suficiente e fiquei demasiado nervoso/a quando me falaram da quantidade de chumbos que tinham ocorrido naquela manhã. ” 

De seguida estabelece diferenças e semelhanças com outros casos: “Há muitas pessoas que chumbam ao código e nem por isso deixam de tirar a carta. Se me preparar e pedir para não me falarem do número de chumbos que ocorreram, é possível que me sinta mais confiante e que consiga superar esta prova. E mesmo que falhe novamente, há sempre esperança de numa nova tentativa, passar no exame.
Visão em túnel
Dentro de uma situação geral, tendes a focar-te num único detalhe negativo, ignorando outros aspectos importantes e mais positivos.
Ela não é uma boa filha. Arranja sempre desculpas para não lavar a loiça.
Não tires conclusões a partir de um único dado, mas sim a partir de todos os dados disponíveis.

Algo que pode ajudar quando te focas num ângulo negativo, é escreveres uma lista de todos os aspectos positivos da situação.
Não será exagerado classificares a tua filha de «não ser boa filha», só porque ela não gosta de lavar loiça? Então e as características positivas da tua filha? Certamente terá alguma!

Faz uma lista dessas boas características (pode ser uma pessoa carinhosa, alguém que respeita as regras da sociedade, boa aluna, boa amiga, empenhada num hobby, etc.). Como vês, se calhar ela não é assim tão má.
Incapacitação
Vês-te como um/a incapaz e pensas que não podes fazer nada para mudar a situação.
É inútil tentar, jamais vou conseguir emagrecer.”
Tenta reunir indícios para provar o contrário. Questiona os teus pensamentos negativos.
Que tal substituíres o «incapaz» por:
No passado já consegui alcançar o objectivo x e y. Então, constato que consigo alcançar objectivos.”, “Várias pessoas que tinham o meu peso, foram capazes de emagrecer. Vou investigar sobre o que fizeram, para me inspirar e também eu alcançar esse objectivo.”, “Vou ler um livro para me motivar, partilhar ideias num grupo da Internet com pessoas na mesma situação e procurar ajuda médica. Ah! E vou traçar um plano para alcançar o meu objectivo. Com essas atitudes, sinto que serei capaz.
Catastrofização
Transformas situações chatas ou problemas em autênticas catástrofes, questões de vida ou morte. Imaginas que o que ocorreu ou pode acontecer será terrível, com consequências devastadoras.
A minha carreira de cozinheiro/a está arruinada. O prato que apresentei hoje foi uma vergonha!
Procura tirar conclusões menos drásticas para a situação. Analisando bem as coisas, será que o pior cenário (entre vários cenários possíveis) é o mais provável?

Se costumas ter tendência para dramatizar, prepara-te previamente (quando possível) para o pior cenário. Assim, já terás ideias de como agir se tal acontecer e, no dia-a-dia, poderás sentir-te mais descansado/a se te sentires preparado/a.


Toda a gente comete erros. Até os melhores profissionais têm maus dias. Mesmo que hoje o teu prato tivesse corrido mal, analisa onde falhaste para que o erro não se repita. 

Lembra-te: não és perfeito/a, és só um ser humano!

⒝ Técnica de questionamento ABCDE
Este método faz lembrar um pouco o anterior, pois o objectivo é que adquiriras o hábito de questionar os teus pensamentos negativos. Com isto pretende-se que controles as tuas emoções mais incapacitantes e as substituas por outras mais positivas. Isto por sua vez, fará com que te sintas mais motivado/a para resolveres problemas. Resultado: começarás a sentir-te menos stressado/a e com mais capacidade para lidar com as situações.

Material necessário: um caderno e uma caneta ou um computador.

Que fazer: Vais escrever sobre os assuntos abaixo propostos:

1.º A (Adversity = adversidade)
Nesta fase faz uma breve descrição do problema que te está a stressar.
Ex.: Cometi um erro no trabalho.

2.º B (Belief = crença)
Seguidamente, identifica os pensamentos ou crenças que vieram de imediato à tua mente.
Ex.: Sou um/a falhado/a, não presto para este tipo de trabalho. O meu patrão deve estar a pensar muito mal de mim. (Se reparares, aqui encontras logo 2 tipos de erros cognitivos).

3.º C (Consequence = consequência)
Descreve agora as consequências de pensar assim, referindo como te sentes e como ages em virtude disso.
Ex.: Sinto-me imensamente triste. Fugi do patrão o dia todo, e tenho receio de o encontrar, do que ele possa pensar de mim.

4.º D (Dispute = questionamento)
Nesta fase deves questionar a validade dos seus pensamentos e crenças, procurando formas que demonstrem que os teus primeiros pensamentos não te ajudam e podem até estar errados (para isso, podes recorrer ao quadro acima, com os erros cognitivos comuns).
Ex.: Será que um só erro, vai minimizar todo o empenho que já demonstrei até agora? Este episódio foi ocasional? A responsabilidade foi só minha? Poderia tê-lo evitado? Realisticamente, qual a pior consequência que pode advir deste erro? Qual a probabilidade dela vir a acontecer? Qual me parece ser a consequência mais provável? Os meus pensamentos ou crenças estão a ajudar-me a resolver alguma coisa? Quais as soluções possíveis para resolver o problema?

5.º E (Energize = energizar)
Após o questionamento, deves encontrar explicações alternativas e mais optimistas para o teu problema. O objectivo é dar-te energia e motivação para agires. É também para que te sinta menos ansioso e mais optimista. Refere também neste ponto, quais as alterações na tua disposição.
Ex.: Parece-me mais realista acreditar que um só erro não irá comprometer todo o meu empenho. Em vez de fugir do patrão, irei falar com ele, assumir o erro e apresentar-lhe sugestões para o resolver. Assim verá que me preocupo em resolver as coisas. Já me sinto um pouco mais calmo por pensar que há solução para o problema.

⒞ Técnica da paragem do pensamento
Esta técnica consiste em fazer parar um pensamento automático negativo, através de um estímulo distractivo, que te permita focar a atenção em algo diferente. O estímulo distractivo podem ser palavras como "basta!" ou "pára!".  

Apesar de não ser uma técnica de eleição, por não lidar directamente com o stressor, é bastante útil em dois casos;
- quando não tens tempo ou hipótese de lidar activamente com o problema;
- quanto de sentes de tal forma ansioso/a, que não tens capacidade para usar as técnicas descritas nas alíneas (a) e (b).

⒟ Técnicas distractivas
Estas técnicas permitem desviar a atenção dos pensamentos negativos para estímulos externos. O objectivo é aliviar os sentimentos negativos (para que numa fase posterior, possas pensar com mais clareza).

Ex.1:
- Concentra a tua atenção num aspecto do lugar onde te encontras (por ex. um armário, a vista da janela, etc.);
- Agora descreve o maior número de detalhes possíveis, daquilo que estás a ver (recorrendo para isso, aos 5 sentidos).

Ex.2:
- Fecha os olhos e imagina algo agradável que desencadeie emoções positivas (ex. uma paisagem à beira-mar, a imagem do teu filho bebé, as férias mais felizes que tiveste...).

Ex.3:
- Recorre ao humor, imaginando situações engraçadas ou, se puderes, assiste a vídeos cómicos no youtube.

Ex.4:
- Se tiveres possibilidade, vai fazer uma actividade que nada tenha a ver com o problema (fazer jardinagem, uma caminhada na Natureza, etc.).

A ideia é, novamente, quando não consegues utilizar os métodos (a) e (b), por estares demasiado stressado/a, desviar a tua atenção dos pensamentos negativos. Quando te sentires mais calmo/a, aí sim, podes recorrer a esses métodos.

Estímulos condicionados positivos
Há estímulos (um objecto, uma música, uma pessoa, um animal de estimação, fotografias, etc.) que no nosso passado foram associados a estados emocionais muito fortes (tanto pela positiva, como pela negativa).

Eu recordo-me por exemplo de uma música que ouvi, enquanto percorria uma zona de floresta densa, lindíssima, algures nos Cárpatos. Conclusão: agora sempre que ouço aquela música sinto-me super bem, parece que estou novamente diante daquela paisagem. Isto acontece porque quando entramos em contacto com o mesmo estímulo (neste caso, a música), ele evoca o estado emocional intenso que sentimos anteriormente (neste caso, um estado emocional positivo).

Este tipo de estímulos, podem ser utilizados para nos tirar dos estados emocionais negativos ou stressantes de forma rápida.

Técnica do feedback corporal e facial
Segundo a hipótese do feedback corporal e facial, ao alterarmos a nossa postura corporal e a expressão facial, podemos influenciar o nosso estado emocional. Por exemplo, quando nos exprimimos como pessoas felizes (sorriso no rosto, postura confiante, voz animada...), mesmo que finjamos um pouquinho, o nosso corpo emite sinais ao cérebro de que estamos a experimentar determinada emoção e isso aumenta a probabilidade de a sentirmos na prática. O contrário também se verifica. Quando estamos com uma expressão carrancuda, a franzir as sobrancelhas, com a postura curvada e os ombros caídos, tendemos a sentir mais tristeza e menos auto-confiança.

Por isso finge um pouco. Age como se te sentisses mais positivo/a e confiante. Se te sentes inseguro/a age como se estivesses seguro/a, se estás triste age como se estivesses bem, se estiveres ansioso/a finge que estás calmo. O feed-back corporal e facial pode ajudar-te a interromper padrões negativos.

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É importante usares estes métodos sempre que te confrontes com pensamentos negativos. Com a prática, tornar-se-á um hábito questionar este tipo de pensamentos e, consequentemente, lidarás com situações stressantes de forma mais construtiva.

④ Técnicas para conseguires relaxar



Outras formas, comprovadas pela ciência, para reduzir e lidar melhor com o stress, são as técnicas de relaxamento. Eis algumas sugestões:

⒜ Respiração abdominal
Existem dois tipos de respiração:
- respiração torácica - mais superficial, curta e rápida. Associada a situações de tensão e stress;
- respiração abdominal - mais profunda, longa e pausada, sendo o método de respiração mais adequado à anatomia do corpo. Esta reduz a fadiga, o mal-estar e o desconforto, ajudando-nos a lidar melhor com situações stressantes.

Em momentos de tenção ou mesmo para ganhares a prática de relaxar em algum momento do dia, pratica esta respiração. Podes fazê-la da seguinte forma: inspira lenta e profundamente, tentando «encher» primeiro a barriga e depois os pulmões. Expira do mesmo modo, efectuando o movimento inverso.

⒝ Técnica de relaxamento muscular
Esta técnica tem por objectivo relaxar o corpo através de exercícios musculares, iniciados pela contracção dos músculos e posterior relaxamento.

Em primeiro lugar, escolhe um lugar calmo e silencioso, onde não sejas interrompido/a. Escolhe uma roupa confortável e senta-te também numa posição confortável.

Tenta não pensar em nada (quando te distraíres - o que certamente vai acontecer - não te recrimines, tenta concentrar-te novamente no exercício). Mantêm-te em silêncio e preferencialmente de olhos fechados (o ideal seria fazeres este exercício sendo guiado por alguém ou por alguma gravação... mas se não for possível, pratica-o sozinho).

Eis o exercício:

Fase de contracção - Concentra a tua atenção nos músculos da mão e braço dominantes. Agora contrai os músculos, fechando o punho (durante 5 a 7 segundos). Sente a tensão da mão, sobre as articulações e no braço.

Fase de relaxamento - Relaxa... (durante 30 a 40 segundos). Repara na diferença entre a tensão e o relaxamento. Focaliza a tua atenção nas sensações dos músculos à medida que vão ficando mais relaxados.

Realiza as mesmas fases de contracção, seguidas de relaxamento para as seguintes partes do corpo:
- braço dominante;
- mão e braços não dominantes;
- braço não dominante;
- testa;
- parte média da cara e do nariz;
- parte inferior da cara e queixo;
- peito, ombros e parte superior das costas;
- abdómen;
- coxa da perna dominante;
- barriga da perna dominante;
- pé dominante;
- coxa da perna não dominante;
- barriga da perna não dominante;
- pé não dominante.

Conclusão do exercício: Continua a relaxar os músculos. Da cara e do pescoço. Permite que se mantenham profundamente relaxados. Do peito, dos ombros, da parte superior das costas, do abdómen. Permite que se mantenham profundamente relaxados. Das pernas e dos pés. Permite que se mantenham profundamente relaxados.

Conta agora de trás para a frente, de 4 até 1. Quando pensares no 4 começa a mexer os pés e as pernas. Ao 3, as mãos e os braços. Ao 2, a cara e o pescoço. Ao 1, abre os olhos. Terminou o exercício.

⒞ Meditação

Foi demonstrado que a meditação mindfulness, ou atenção plena, consegue reduzir os níveis de stress diário em 39%. Para além disso, as pessoas que praticam meditação numa base diária, com o passar do tempo, tornam mais activas as áreas cerebrais relacionadas com o optimismo e a felicidade.

Encontra sugestões sobre como praticá-la nestes dois posts:

Se preferires livros sobre o tema, posso sugerir-te estes dois:
- "Mindfulness. Atenção plena. - O plano de oito semanas que libertou milhões de pessoas do stress e da ansiedade." do Prof. Dr. Mark Williams (professor de Psicologia Clínica da Universidade de Oxford e Director do Centro de Mindfulness de Oxford) e Dr. Danny Penman (jornalista e doutorado em Bioquímica). - Este livro traz CD com meditações guiadas;
- "Mindfulness. O poder da Meditação. - Técnicas inspiradoras para alcançar a paz interior." do Prof. Dr. Vicente Simón (psiquiatra, professor na Faculdade de Psicologia da Universidade de Valência e presidente da Associação Espanhola de Mindfulness).

⒟ Exercício físico, principalmente Yoga

Escolhe um tipo de exercício que se adeqúe à tua personalidade e estilo de vida, algo que realmente gostes.

Comprovou-se que o exercício é eficaz na redução do stress, porque:
- reduz os níveis das hormonas do stress;
- estimula a produção dos químicos do bem-estar no cérebro;
- melhora a tua auto-confiança;
- permite que te abstraias das preocupações.

A prática de yoga, é um dos exercícios mais eficazes na redução de stress. Eis alguns dos seus benefícios, comprovados pela ciência:
- Promove a libertação de endorfinas, que actuam sobre o sistema nervoso central aumentando a sensação de bem-estar;
- Proporciona equilíbrio emocional, na medida em que diminui o hábito de ruminar sobre pensamentos negativos e melhora o humor;
- Promove o aumento da sensação de calma, ajudando a controlar a raiva e os pensamentos negativos;
- Aumenta a auto-estima, dado que o yoga incentiva a não se julgar, nem a comparar-se com os outros;
- Diminui a libertação de cortisol e de interleucina-6, reduzindo os níveis de stress e ansiedade;
- Aumenta a concentração do ácido gama-aminobutírico (também conhecido por GABA) no cérebro, melhorando os sintomas de depressão;
- Diminui as dores nas costas e no pescoço, muitas vezes causadas pelo stress;
- Melhora problemas de insónia.

Podes optar por ter aulas práticas de yoga ou então praticá-lo em casa, seguindo aulas disponibilizadas online. Particularmente, sigo o canal de yoga da Pri Leite, um dos meus favoritos.

⒠ Praticar a espiritualidade

A espiritualidade pode, ou não, ter que ver com a frequência de uma igreja organizada. Ires à igreja por obrigação, ou pelas aparências, não te irá ajudar nos momentos stressantes. O que realmente importa é teres um sentido profundo e intenso da importância da vida, creres em algo maior que a humanidade.

Podes aprofundar a tua espiritualidade lendo e reflectindo sobre livros com temas espirituais, envolvendo-te mais na tua igreja (se seguires alguma religião formal), orando e conversando com Deus, praticando actos de voluntariado baseados na fé, etc.

Acreditar em algo superior a nós, dá-nos força para enfrentarmos os problemas. Permite-nos ter mais calma na adversidade e esperança num futuro melhor.

⒡ Receber uma massagem

Receber uma massagem pode reduzir a hormona do stress, o cortisol, em 1/3, e aumenta os químicos do bem-estar no cérebro (serotonina e dopamina) na mesma proporção.

Podes fazer uma visita a um SPA ou partilhar uma massagem com o/a teu/tua companheiro/a em casa.

⒢ Envolvimento (frequente) num hobby ou passatempo

O importante é escolheres uma actividade que te apaixone e que te faça descontrair. Pode ser ler, fazer jardinagem, pintar, fazer uma colecção...

Independentemente da tua escolha, o que importa é que quando praticas essa actividade, ficas de tal forma envolvido/a, que até te esqueces do tempo a passar. Dar-te-á momentos de escape para o stress do dia-a-dia e, consequentemente, mais paz interior.

⑤ Encontrar apoio nas relações sociais



As verdadeiras amizades (de um amigo/a, de um/a companheiro/a e/ou de um/a familiar) são importantes nos momentos de stress.

Com elas podemos desabafar, aliviando a nossa carga emocional. Podem dar-nos sugestões para resolvermos problemas. Dão-nos suporte emocional quando nos sentimos em baixo e motivação para reagir às adversidades.

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E assim termina esta série de posts. Espero que te ajudem a lidar melhor com o stress e, em consequência, que tenhas uma vida mais calma e feliz. Fica bem!

Foto: 1.ª filmbetrachterin; 2.ª Pexels; 3.ª Jeshoots ; 4.ª greekfood-tamystika; 5.ª brenkee; 6.ª rawpixel.
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