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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

“Porque te amo, Maria.” Poema de Santa Teresinha do Menino Jesus




“Quisera cantar, Maria, porque te amo,
Porque, ao teu nome, exulta meu coração
E porque, ao pensar em tua glória suprema,
Minh’alma não sente temor algum.

Se eu viesse a contemplar o teu fulgor sublime
Que supera de muito o dos anjos e santos,
Não poderia crer que sou tua filha
E, então, diante de ti, baixaria meus olhos.

Para que um filho possa amar sua mãe,
Que ela chore com ele e partilhe suas dores…
Pois tu, querida Mãe, nestas plagas de exílio,
Quanto pranto verteste a fim de conquistar-me!…
Ao meditar tua vida escrita no Evangelho,
Ouso te contemplar e me acercar de ti;
Nada me custa crer que sou um de teus filhos,
Pois te vejo mortal e, como eu, sofredora.”


Quando o anjo te anunciou que serias a Mãe
Do Deus que reinará por toda a eternidade,
Eu te vi preferir, Maria – que mistério! -,
O inefável, luzente ouro da Virgindade.
Compreendo que tua alma, Imaculada Virgem,
Seja mais cara a Deus que o próprio céu divino;
Compreendo que tua alma, Humilde e doce Vale,
Possa conter Jesus, o grande Mar do Amor!…


Como te amo, Maria, ao declarar-te serva
Do Deus que conquistaste por tua humildade,
Tornou-te onipotente essa virtude oculta.
Ela ao teu coração trouxe a Trindade santa
e o Espírito de Amor, cobrindo-te em sua sombra,
O Filho, igual ao Pai, encarnou-se em teu seio…
Inúmeros serão seus irmãos pecadores,
Uma vez que Jesus é o teu primeiro filho!…

Ó Mãe muito querida, embora pequenina,

Trago em mim, como tu, o Todo-Poderoso

e nunca tremo ao ver em mim tanta fraqueza.
O tesouro da Mãe é possessão do Filho,
e sou tua filha, ó Mãe estremecida.
Tua virtude e amor não são, de fato, meus?
E quando ao coração me vem a Hóstia santa,
Teu Cordeiro, Jesus, crê que repousa em Ti!…

Tu me fazes sentir que não é impossível

Os teus passos seguir, Rainha dos eleitos,
Pois o trilho do céu nos tornaste visível,
Vivendo cada dia as mais simples virtudes.
Quero ficar pequena ao teu lado, Maria,
Por ver como são vãs as grandezas do mundo.
Ao ver-te visitar a casa de Isabel,
Aprendo a praticar a caridade ardente.

Aí escuto absorta, ó Rainha dos anjos,

O canto celestial que jorrou de teu peito;
Ensinas-me a cantar os divinos louvores
E a só me gloriar em Jesus Salvador.
Tuas frases de amor caíram como rosas
Que iriam perfumar os séculos futuros.
O Todo-Poderoso em ti fez maravilhas,
Cujas bênçãos, na prece, quero usufruir.

Quando o bom São José ignorava o milagre

Que intentavas velar com tua humildade,
Tu o deixaste chorar aos pés do Tabernáculo
Que esconde o Salvador e sua eterna Beleza!…
Maria, amo esse teu eloqüente silêncio,
Que soa para mim como um doce concerto,
Melodia cantando a grandeza e o poder
De um coração que espera ajuda só dos céus…

E, mais tarde, em Belém, ó José e Maria,

Rejeitados os vi por todas as pessoas.
Não os recebeu ninguém em sua hospedaria,
Que só os grandes acolhe e não pobres migrantes…
Para os grandes o hotel, portanto é num estábulo
Que a Rainha do céu dá à luz o Filho-Deus.
Minha querida Mãe que acho tão amável,
Como te vejo grande em lugar tão pequeno!…

Quando vejo o Eterno envolvido em paninhos

E ouço o fraco vagir desse Verbo divino,
Ó Mãe querida, não invejo mais os anjos,
Porquanto o Onipotente é meu amado Irmão!…

Como te amo, Maria, a ti que, em nossas terras,

Fazes desabrochar essa divina Flor!…
Como te amo escutando os pastores e os magos
Guardando, com amor, tudo no coração!…

Amo ao ver-te também, entre as outras mulheres,

Os passos dirigindo ao Templo do Senhor.
Amo-te apresentando o nosso Salvador
Àquele santo ancião que O tomou em seus braços.
Em princípio, sorrindo, escuto o canto dele,
Logo, porém, seu tom me faz cair em pranto,
Pois, sondando o porvir com olhar de profeta,
Simeão te apresentou uma espada de dores.

Rainha do martírio, até a noite da vida

Essa espada de dor traspassará teu peito.
Cedo tens de deixar o teu país natal,
Fugindo do furor de um rei cheio de inveja.
Jesus cochila em paz nas dobras de teu véu;
José te vem pedir para partir depressa
E logo se revela tua obediência,
Partindo sem atraso ou considerações.

Lá na terra do Egito, ó Maria, parece

Que manténs, na pobreza, o coração feliz.
Uma vez que Jesus é a mais bela das pátrias,
Com Ele tendo o céu, pouco te importa o exílio…
Mas, em Jerusalém, uma amarga tristeza,
Como um imenso mar, vem inundar teu peito:
Por três dias Jesus se esconde de teu amor;
Agora é exílio, sim, em todo o seu rigor.

Tu O descobres enfim, e alegria te inunda


Vendo teu belo filho encantando os doutores

E lhe dizes: “Por que, meu filho, agiste assim?
Eis que eu mais o teu pai chorando te buscávamos!”
Então o Filho de Deus responde (oh! que mistério!)
À sua terna Mãe que os braços lhe estendia:
“Por que me procurais?… Não sabeis, talvez,
Que das obras do Pai devo me ocupar?”

O Evangelho nos diz que, crescendo em saber,

A Maria e José, Jesus obedecia.
E o coração me diz com que infinda ternura
O Menino a seus pais assim se submetia.
Só agora compreendo o mistério do templo:
Palavras de meu Rei envoltas em mistério.
Teu doce Filho, Mãe, quer que sejas exemplo
De quem O busca em meio à escuridão da fé.

Já que o supremo Rei do Céu quis que sua mãe

Se afundasse na noite e em angústias interiores,
Então, Maria, é um bem sofrer assim na terra?
Sim, sofrer com amor é o mais puro prazer.
Tudo quanto me deu Jesus pode tomar;
Dize-lhe que comigo nunca se preocupe…
Que se esconda, se quer; consinto em esperar
Até o dia sem poente em que se apaga a fé.

Sei que, em Nazaré, ó Mãe, cheia de graça,

Longe das ambições, viveste pobremente,
Sem arrebatamento ou êxtase e milagre
Que te adornasse a vida, ó Rainha do Céu.

Na terra é muito grande o bando dos pequenos

Que, sem temor, a ti elevam seu olhar.
É o caminho comum que te apraz caminhar,
Incomparável Mãe, para guiá-los ao céu!

Enquanto espero o céu, ó minha Mãe querida,

Contigo hei de viver, seguir-te cada dia.
Contemplando-te, Mãe, sinto-me extasiada
Ao descobrir em ti abismos só de amor.
Teu olhar maternal expulsa meus temores,
Ensina-me a chorar e também a sorrir.

Em vez de desprezar gozos puros e santos,

Tu os queres partilhar, digna-te a abençoá-los.
Em Caná, ao notar a angústia do casal
Que não sabe ocultar a falta de vinho,
Preocupada contas tudo a teu Jesus,
Esperando de Seu poder a solução.
Parece que Jesus recusa teu pedido
Dizendo: “Isto que importa a mim e a ti, Mulher?”
Mas, lá em seu coração, Ele te chama Mãe
E por ti Ele opera o primeiro milagre…

Pecadores, um dia, ouviam a palavra

Daquele que no céu deseja recebê-los.
Junto deles te vejo, ó Mãe, sobre a colina,
E alguém diz a Jesus que tu pretendes vê-Lo.
Então o Filho de Deus, diante da turba inteira,
Mostrou a imensidão de Seu amor por nós
Dizendo: “O meu irmão e minha Mãe quem é?
Não é outro senão quem faz minha vontade”.

Virgem Imaculada, a mais terna das mães,

Ao escutar Jesus tu não ficaste triste
Mas te alegraste, pois Ele nos fez saber
Que nossa alma, aqui embaixo, é Sua família.
Tu te alegras por ver que Ele nos dá Sua vida,
E os tesouros sem fim de Sua divindade!…
Como, pois, não te amar, ó Mãe terna e querida,
Ao ver tamanho amor e tão grande humildade?

Tu nos amas, ó Mãe, como Jesus 

nos ama

E consentes, por nós, em afastar-se dele.

Amar é tudo dar; depois, dar-se a si mesmo.
Isto provaste ao te tornares nosso apoio.
Conhecia Jesus tua imensa ternura
E os segredos de teu coração maternal.
Ele nos deixa a ti, do pecador Refúgio,
Quando abandona a cruz para esperar-nos no céu.

Tu me apareces, Mãe, no cimo do Calvário,

De pé, junto da cruz, qual padre ao pé do altar,
E ofertas, para aplacar a justiça do Pai,
Teu querido Jesus, esse doce Emanuel…

Um profeta já disse, ó Mãe tão desolada:

“Não há dor neste mundo igual à tua dor”!
Ficando aqui no exílio, ó Rainha dos mártires,
Todo o sangue que tens no coração nos dás.

O teu único asilo é a casa de São João;

Filho de Zebedeu deve substituir Jesus!…
É o detalhe final que vem nos evangelhos
E não se fala mais da Rainha dos céus.
Mas, Mãe querida, teu silêncio tão profundo
Não revela tão bem a nós que o Verbo eterno
Quer cantar Ele próprio o louvor de tua vida
Para poder encantar teus filhos lá no céu?

Logo, logo ouvirei essa doce harmonia;

Cedo irei para o céu a fim de lá te ver.
Tu que, no amanhecer da vida, me sorriste,
Vem me sorrir de novo, ó Mãe! Já se faz noite!…
Não tenho mais temor do brilho de tua glória;
Contigo já sofri, o que desejo agora
É cantar, em teu colo, ó Mãe, porque é que te amo
E mil vezes dizer-te que sou tua filha!…






sábado, 6 de setembro de 2014

Por que a calça nunca poderá ser considerada uma roupa modesta para as mulheres?


Graças a Deus vemos muitas pessoas descobrindo a beleza dos valores do pudor e da modéstia, valores estes que devem ser refletidos na pessoa como um todo, mas um dos aspectos em que a modéstia e o pudor ficam mais latentes é no modo de se vestir. Consequentemente ao fato desse crescimento no interesse de conhecer mais sobre o assunto surgem vários apostolados que falam a respeito, isto é muito bom, é claro, mas na busca pela verdade e sobre o melhor modo de agir vemos divergências em alguns pontos, e o que sempre causa mais polêmica é sobre  uso de calças pelas mulheres, será que este uso é modesto ou não? Nesta presente postagem tentaremos elencar alguns pontos que o ajudarão a refletir sobre o tema e responder a esta questão perante a sua consciência.

Como foi dito, é um assunto que sempre gera muita polêmica, só pedimos a boa vontade do (a) caro (a) leitor (a) ao analisar os argumentos colocados, a sua reflexão séria sobre cada um deles, muitas vezes está sobre nós o peso de gostos pessoais e aprendizados errôneos, mas sei que o caro leitor – iluminado pela Virgem Santíssima – analisará cada um dos pontos com o seu bom senso.

Usaremos como pontos base de reflexão dois parágrafos [1] do Catecismo da Igreja Católica que falam a respeito do pudor e da modéstia, e também uma aula do Pe. Paulo Ricardo de Azevedo [2] sobre o tema, no qual ele faz uma explicação aprofundada destes citados parágrafos do Catecismo. E desde já recomendamos muitíssimo que você assista a esta aula para um melhor entendimento desta e de outras questões sobre o pudor e a modéstia, a aula pode ser acessada através deste link: “Pudor e Modéstia” [3]

Então, a primeira questão é a seguinte: Discute-se muito se é ou não pecado que as mulheres usem calças, creio que a questão seja muito mais profunda do que isto, pois acima de tudo está a caridade, e a caridade se exerce no querer dar maior Glória a Deus, agindo de modo que O agrademos e que possamos contribuir na santificação dos outros, agindo assim estaremos nos santificando também.

Quando tendemos, em qualquer situação, a nos questionarmos apenas se é pecado ou não, sem pensar antes na caridade, estaremos nos direcionando ao egoísmo, no fundo estaremos nos perguntando: “será que me condeno ou não com esta atitude?”, estarei pensando antes em mim do que em Deus e no próximo. É óbvio que devemos fugir do que nos condena, mas o princípio da caridade nos impele a antes olhar o que dá maior Glória a Deus, Santo Agostinho disse: “ama e faça o que quiseres”, se amamos a Deus acima de todas as coisas, se agimos com caridade, logo nossas ações serão sempre ordenadas para o bem, sempre buscaremos o que é mais perfeito, e não simplesmente faremos as coisas de forma mediana, com um pensamento do tipo: “já que não é pecado mortal não há problema em fazer isto.”

Comparando isto a modéstia e ao pudor poderemos nos fazer alguns questionamentos que serão guias no modo de nos vestirmos: “Estou agradando a Deus me vestindo assim? "É o modo mais modesto que posso me vestir ou só “está na média?" “O que visto transmite dignidade ou se transforma numa tentação para provocar olhar alheio?”

Desenho original de Maria Bastos de Matos, disponível em http://tirinhasdamaria.wordpress.com/2012/08/08/e-quando-uma-moca-catolica/

Na já citada aula do Pe. Paulo Ricardo ele faz uma brilhante definição de como a mulher deve agir para sempre se vestir com modéstia: “... a mulher não deve achar que a visão sobre si mesma é padrão para o modo de se vestir modestamente, o padrão deve ser que ela analise se a sua vestimenta provoca o olhar masculino, antes de pensar em si mesma ela deve pensar em ser caridosa com o seu próximo".

Analisando bem esta questão da caridade, passamos a mais um ponto: A definição do Catecismo da Igreja Católica sobre pudor e modéstia: O Catecismo diz de forma muito clara: O pudor preserva a intimidade da pessoa. Consiste na recusa de mostrar aquilo que deve ficar escondido. Está ordenado castidade, exprimindo sua delicadeza. Orienta os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e de sua união [...] O pudor é modéstia. Inspira o modo de vestir. Mantém o silêncio ou certa reserva quando se entrevê o risco de uma curiosidade malsã. Torna-se discrição. [4]

Dessa definição entendemos que o pudor e a modéstia servem para preservar aquilo que é muito íntimo e sagrado para nós, e tudo o que nos é íntimo fica em segredo, não fica a vista da curiosidade de qualquer um. Por exemplo, quando temos um grande segredo ele fica guardado conosco ou só revelamos a pessoas de muitíssima confiança.

Dizendo isto em relação a nossos corpos vemos também que  há partes que só devem ser reveladas entre pessoas que podem partilhar a máxima intimidade, que são os esposos, fora disso seria uma exposição à curiosidade malsã, a curiosidade maldosa, como cita o Catecismo.  Devemos sempre lembrar – e como é muito bem explicado também na aula do Pe. Paulo Ricardo – que por causa do pecado original perdemos a capacidade de olhar para um corpo e vermos somente a beleza da criação, por nossa má inclinação sempre teremos a tendência a ter um olhar sobre o corpo do outro como um objeto de prazer, e este é mais um dos motivos pelos quais certas partes devem sempre ficar escondidas. Devemos obviamente lutar - e com auxílio da Graça - contra essas más inclinações, e nisso o pudor é um grande aliado, porque protege a própria pessoa e os outros destes perigos, como se diz no texto introdutório da aula do Pe. Paulo Ricardo: “O pudor recorda que é preciso esconder o corpo para mostrar a alma.”

Mas, que partes são estas que devem ficar escondidas? Um esquema muito fácil de ser entendido está na já citada aula do Pe. Paulo Ricardo, onde ele explica que quanto mais conotação sexual tiver certa parte do corpo menos ela deve ficar exposta. Isto é bastante óbvio, e novamente aconselho muito que o caro leitor assista a esta aula, onde ele fala da questão com mais pormenores, mas poderemos resumir da seguinte maneira: Há partes sem nenhuma conotação sexual, outras que têm uma conotação média, e as que têm conotação sexual explicita.
É muito óbvio que é indecente que partes com conotação sexual média e explícita fiquem a mostra, mas deve-se ficar atento a outra questão também, deixar estas partes a mostra através da insinuação também é imodesto. Para exemplificar, uma mulher pode estar com uma blusa que é toda fechada, mas se esta for transparente ou muito justa não podemos dizer que é uma roupa modesta, sobre isto sei que o caro leitor concorda.

E este problema da insinuação é tanto pior se for com partes de conotação sexual explícita, daí entendemos - e também respondemos a questão feita no título dessa postagem - o motivo pelo qual uma calça nunca poderá ser considerada uma roupa modesta para as mulheres, pois todos os tipos de calças - até as que não são justas - deixam à mostra as formas das partes íntimas femininas através da insinuação. Ao contrário, isso nunca vai acontecer se ela estiver usando saias ou vestidos modestos, estes não deixam a mostra o que deve ficar escondido.


Saiassas


Como disse no início, só peço a benevolência do caro leitor em refletir sobre os argumentos mostrados, repare que nos baseamos em 3 pressupostos muito claros, e que sabemos que o seu bom senso também concorda: a caridade, o pudor e o perigo das insinuações. Onde a caridade busca agradar a Deus acima de tudo e neste caso específico sobre a modéstia deve observar se a roupa não está provocando o olhar alheio, onde se busca o que é mais perfeito, e sabe-se que uma saia ou vestido modestos são mais perfeitos do que qualquer calça, onde o pudor é não deixar a mostra aquilo que é tão íntimo que deve-se manter em segredo, e onde deve-se estar atento aos detalhes, até no caso das insinuações, principalmente das partes com conotação sexual explícita, disso vemos claramente que as calças não podem ser consideradas roupas modestas paras as mulheres, pois o seu uso vai de caminho contrário a estes 3 pressupostos de bom senso. Peço ao leitor a reflexão sincera sobre estes pontos por nós colocados, bem lá no fundo você perceberá que eles fazem muito sentido.

Mais uma questão séria a ser refletida é que o uso de calças pelas mulheres foi e sempre será um símbolo da revolução feminista [5], revolução esta que prometia as mulheres que elas seriam livres do “jugo machista”, mas que na verdade as transformou em escravas de uma ideologia que lhes tira a feminilidade, principalmente porque essa ideologia luta contra o que há de mais belo na mulher, que é o dom da maternidade. Um vestido e/ou uma saia modesta sempre transmitirá uma imagem de feminilidade, enquanto as calças sempre transmitem a imagem de sensualidade ou masculinidade, caracteres que são contrários a beleza da feminilidade. Aconselho a leitura do artigo “A mulher e as calças nos anos 40” [6], você poderá saber mais sobre como foram as estratégias feministas para a introdução do uso das calças no vestuário feminino.

E só para lembrar, não é o simples trocar calças por vestidos e saias que torna a vestimenta modesta, os mesmos devem passar pelo mesmo caminho da caridade e do pudor demonstrados acima, por exemplo, trocar uma calça por uma saia curta e/ou muito justa, ou usar saias modestas com blusas decotadas [7] não adiantam muito. E também, saber que pudor e a modéstia são virtudes que abarcam a pessoa por completa, a vestimenta é um dos reflexos destas virtudes, é preciso uma conversão interior, se não o que ocorrerá nessa mudança é que a pessoa apenas criará um personagem, e quando vier as dificuldades ela abandonará muito facilmente os hábitos de se vestir com modéstia. Quando há a conversão o hábito de se vestir com modéstia se torna natural, e é este objetivo. Sobre este assunto específico convido a leitura destes 3 artigos que constam nestes links aqui aqui e aqui. [8]

Então, antes de terminar o artigo, como há algumas objeções quando se diz que o correto é que as mulheres devem usar sempre saias ou vestidos modestos ao invés de calças, gostaria de responder a algumas dessas objeções que são bastante comuns, mas para não alongar demais este artigo colocamos essas considerações em outra postagem, você pode acessá-la por este link: Porque a calça nunca poderá ser considerada uma roupa modesta para as mulheres? - 2ª Parte”

Mas desde já deixamos aqui a lista de qual serão estas objeções, peço ao caro leitor que ao terminar este artigo também possa acessar o próximo, para um melhor entendimento sobre o assunto. Então, as tais objeções em que colocaremos a contra-argumentação são as seguintes:
1ª) Todos aqueles que apoiam a ideia de que as mulheres usem exclusivamente saias e vestidos tem uma mentalidade rad-trad  [9]
2ª) Há uma placa no Vaticano indicando que as mulheres só devem entrar na Basílica de São Pedro usando vestidos, saias ou calças, logo, a Igreja permite o uso de calças.
3ª) A condenação do uso de calças pelas mulheres feita pelo Cardeal Siri e por São Pe. Pio de Pietrelcina só eram validas para a época deles.
4ª) O Papa São Nicolau I (810-858) aprovou o uso de calças pelas mulheres.
5ª) Santa Gianna Molla usou calças, logo, é modesto que se use também.


E para terminar, um argumento simples, mas que tem um peso maior do que qualquer outro que poderíamos colocar: Invoquemos a Rainha do Céu e da Terra, Nossa Mãe Santíssima, a personificação do pudor e da modéstia. Imaginemos que Nossa Senhora vivesse em nossos dias, sabendo de sua augusta caridade, de seu pudor imaculado e de sua santa discrição, e que Ela é a criatura que sempre mais buscou e viveu o que é mais perfeito, se Ela tivesse que escolher entre um belo vestido modesto e uma calça, o que Ela vestiria? Sei que durante esta leitura você veio refletindo seriamente sobre todos os argumentos colocados, então, agora peço que vá bem ao interior de sua consciência e reflita sobre esta pergunta: “... o que Ela vestiria?” E agora, Nossa Senhora não estaria lhe pedindo algo a mais? Sei que neste momento sua consciência já tem uma resposta... É hora de mudar, é hora de imitar a Rainha da Modéstia.


Santa Maria, Mãe Puríssima, rogai por nós!

Tiago Martins

Grifos nossos

Referências:
[1] Catecismo da Igreja Católica – § 2521 e 2522

[2] Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior – Saiba mais sobre sua biografia e apostolado acessando este link

[3] “Pudor e Modéstia – de Pe. Paulo Ricardo de Azevedo.

[4] Catecismo da Igreja Católica – § 2521 e 2522

[5] Saiba mais sobre o assunto acessando: “Feminismo, o maior inimigo das mulheres – de Pe. Paulo Ricardo de Azevedo

[6] “A mulher e as calças nos anos 40”de Luciana Lachance, disponível emTeus Vestidos

[7] Saiba mais sobre o assunto acessando: “Modéstia, pudor e lógica: Sobre o uso de blusas com decote”. Disponível em Mater Dei.

[8] Artigos “Como estou me vestindo?” e “Por que usar saia abaixo dos joelhos? - ambos de Maria Bastos de Matos, disponíveis em “Tirinhas da Maria” e "Porque amamos uma saia modesta", de Luciana Lachance, disponível em "Teus Vestidos"

[9] Rad-Trad: Abreviação de radical tradicionalista, entende-se por aquela pessoa que diz buscar o resgate de valores tradicionais no campo da moral e da liturgia, mas que infelizmente não atua com equilíbrio, suas ações chegam a extremos e para justificar opiniões pessoais se tornam desobedientes a Igreja. Na segunda parte da postagem mostraremos mais detalhadamente algumas características e erros da ideologia rad-trad.

Indicamos ao caro leitor estes blogs e sites:  Tirinhas da MariaA Formação da Moça CatólicaTeus VestidosModa e ModéstiaComunidade Mariana na ModéstiaTradição e Modéstia nos passos de Maria.


Por que a calça nunca poderá ser considerada uma roupa modesta para as mulheres? - 2ª Parte


Como prometido, esta é a continuação do artigo Por que a calça nunca poderá ser considerada uma roupa modesta para as mulheres?onde responderemos a algumas objeções comumente usadas quando se diz que as mulheres devem usar exclusivamente saias e vestidos modestos ao invés de calças. Peço ao caro (a) leitor (a) que tenha chegado diretamente a este artigo que possa ler a sua primeira parte para um melhor entendimento da questão, você pode acessá-lo clicando no link acima. Então, vamos às objeções:

1ª Objeção: Todos aqueles que apoiam a ideia de que as mulheres usem exclusivamente saias e vestidos tem uma mentalidade rad-trad: [1] Rad-trad é a abreviação de radical tradicionalista, entende-se por aquela pessoa que diz buscar o resgate de valores tradicionais no campo da moral e da liturgia, principalmente, mas que infelizmente não atua com equilíbrio, suas ações chegam a extremos e para justificar opiniões pessoais se tornam desobedientes a Igreja. Suas principais marcas são as de não concordarem com as reformas propostas pelo Concílio Vaticano II e a do Missal do Rito Romano, colocando a culpa pela crise interna da Igreja na realização destas reformas.

Enquanto o nosso Papa Emérito Bento XVI pediu que se entenda o Concílio Vaticano II a partir da hermenêutica da continuidade [2], ou seja, interpretando-o em consonância com todos os anteriores, os rad-trad caem no mesmo erro dos modernistas, o interpretando a partir da hermenêutica da ruptura”, crendo que há uma Igreja pré e outra pós Concílio. Enquanto os modernistas crêem que tudo o que é pré-conciliar é ruim, os rad-trad creem que nada pós–conciliar tem valor. No fundo essa “hermenêutica da ruptura” é falta de fé, pois a Igreja é Una, indivisível, falar que a Igreja se rompeu depois do Concílio Vaticano II é dizer que a Igreja fundada por Nosso Senhor sucumbiu. Se uma pessoa começa a falar mal do Papa, ou coisas do tipo: “Roma perdeu a fé”, é um sinal claro que é um rad-trad. O verdadeiro católico que busca o reerguimento dos valores tradicionais é obediente ao Magistério da Igreja, ele repete junto com Santo Inácio de Loyola: “Acredito que o branco que vejo é negro se a hierarquia da Igreja assim o tiver determinado.”

Fiz uma pequena introdução sobre a ideologia rad-trad pois talvez muitos que venham a ler este artigo nunca tenham ouvido falar a respeito do tema, ou pelo menos não com pormenores.
É de conhecimento que muitos apostolados rad-trad apoiam a ideia de que as mulheres não devem usar calças, mas isso não faz necessariamente que todos os que apoiem esta ideia sejam rad-trad. Este nosso apostolado, por exemplo, entre vários outros, apóia concretamente o uso de roupas modestas descritas ao longo da primeira parte desta postagem e ao mesmo tempo rechaçamos completamente a ideologia rad-trad por saber que ela é danosa para a fé.

Para exemplificar, imagine que uma moça protestante se vista com modéstia, sua atitude é louvável, mas isso não quer dizer que eu concorde com o seu protestantismo. Assim também, se um apostolado fala bem sobre modéstia, mas em outras questões tenha uma mentalidade rad-trad, é louvável sua atitude em favor da modéstia, mas isso não quer dizer que eu concorde com sua mentalidade rad-trad de desobediência a hierarquia.
Resumindo, como foi demonstrado, nós somos um apostolado – e conhecemos vários outros [3] – que apoiam a ideia de que calças não são roupas modestas para as mulheres e também rechaçamos a ideologia rad-trad, como foi detalhadamente demonstrado, e isto responde a objeção, pois nem todos os que apoiam a ideia do uso exclusivo de saias e vestidos pelas mulheres são rad-trad.

Um adendo importante no assunto: Há pouco tempo vi uma outra acusação, inventaram um apelido para quem apóia a ideia de que as mulheres não usem calças, os chamando de “rad-modests”. Creio que perceberam que cresce cada vez mais o número de pessoas que apóiam o uso exclusivo de saias e vestidos pelas mulheres mas que não são rad-trad, então estes primeiros fazem acusação de que os outros são radicais somente em questões de modéstia, daí o nome “rad-modests”. Mas como foi dito, foi somente um apelido, é a única coisa que os acusadores conseguem fazer, quando surge um novo argumento contra o uso de calças eles respondem com um novo deboche, um novo apelido, isso é sinal de falta de contra-argumentação sólida, e essa falta de argumentação só faz dar mais poder a ideia de que calças não são roupas modestas, pois o deboche contra uma ideia é sinal de que a pessoa quer mudar de assunto pois não tem resposta para o que lhe foi questionado.

Quando alguém diz que calças não são modestas é muito fácil responder: “seu rad-modests!” ou “olha os puritanos aí!” , é muito mais fácil dizer estas coisas do que ler vários artigos, ver vídeos, ouvir o que sacerdotes santos tem a dizer sobre modéstia e pudor, unir os argumentos sólidos, excluir os que não fazem sentido, rezar e pedir iluminações a Deus e Virgem Santíssima sobre o assunto para descobrir qual é o melhor caminho, é muito mais fácil acusar os outros com apelidos, mas nunca o correto, por isso esses “apostolados do deboche” tem cada vez menos força, graças a Deus.

E por falar em sacerdotes, graças a Deus cresce cada vez mais o número de sacerdotes santos e doutos que apoiam a ideia de que o correto é que as mulheres usem somente saias e vestidos modestos. Desse fato me veio a mente uma cena que eu gostaria de ver um dia: Uma pessoa destas que gostam de fazer deboches confrontando suas ideias com um destes sacerdotes, mas frente a frente, por que atrás de um computador é muito fácil, creio que num encontro pessoal essa coragem de confronto e deboches sumiria em dois tempos.

2ª Objeção: Há uma placa no Vaticano indicando que as mulheres só devem entrar na Basílica de São Pedro usando vestidos ou calças, logo, a Igreja permite o uso de calças.  Primeiro, dizer que se permite ou não entra naquela questão do “é pecado ou não?” mostrada na primeira parte do artigo, antes nós devemos olhar a caridade, buscar o que é mais perfeito. Devemos entender nesse caso específico que a maioria absoluta de pessoas que visitam a Basílica é de turistas, turistas estes que também na sua maioria não tem um olhar sobre o sagrado e sim estão apenas indo ver uma maravilha arquitetônica.

E as pessoas que ordenaram a confecção destas placas obviamente entendem isso, o que há nessa placa é uma tolerância, o uso de calças é um mal menor do que o uso de uma mini-saia ou um short, pelo menos isso a maioria das pessoas entendem. Podemos fazer uma comparação para um melhor entendimento: Naquela passagem dos Evangelhos onde os fariseus questionam Nosso Senhor sobre a indissolubilidade do matrimônio, citando o fato de Moisés ter permitido o divórcio, Ele responde: “É por causa da dureza de vosso coração que Moisés havia tolerado o repúdio das mulheres; mas no começo não foi assim” (cf. Mt 19-8). A comparação se encaixa da seguinte maneira: Vivemos numa sociedade paganizada, de corações duros quanto aos ensinamentos cristãos, neste caso específico sobre a modéstia e o pudor está complicado para falar até entre os católicos, imagina o que seria explicar para um pagão, então nesse caso da placa se mostra uma tolerância e não um ensinamento de que o uso de calças é modesto, como argumentam. 

Nosso Senhor continua e confirma a indissolubilidade do matrimônio na citada passagem das Escrituras, por que é o mais perfeito, também com relação à modéstia o mais perfeito é o uso de saias e vestidos modestos, do mesmo modo que a tolerância é dada por Moisés ao povo de coração duro é dado também nesse caso específico uma tolerância a um certo tipo de público que dificilmente teria alguma noção sobre modéstia, quando se tolera algo é sinal de que aquilo não é o mais perfeito, e sim mediano.
Há outra coisa que também demonstra essa questão da tolerância aos que não tem princípios cristãos arraigados, repare bem nas Missas dentro da Basílica de São Pedro, neste caso sim são pessoas que na maioria absoluta tem a noção do sagrado muito maior, repare como a maioria das mulheres está vestida modestamente, inclusive boa parte usando véu. Respondendo a objeção: Esta placa não quer demonstrar uma permissão da Igreja ao uso das calças, e sim uma tolerância a um mal menor. 

A Igreja nunca se pronunciou magisterialmente sobre o assunto, e creio que nunca irá, nunca haverá um documento sobre o uso de calças, a Igreja se pronunciou várias vezes em relação à modéstia e o pudor em geral, e sempre incentivou a buscar o que é mais perfeito em detrimento ao mediano. E também, quando a Igreja não se pronuncia oficialmente sobre um assunto é de bom senso que se ouça a opinião de sacerdotes santos e doutos a respeito, com certeza a opinião deles é muito mais acertada que a nossa. E como sabemos, e falaremos a seguir, há documentos e declarações de cardeais e santos dizendo que o uso de calças pelas mulheres é incorreto.

3ª) Objeção: A condenação do uso de calças pelas mulheres feita pelo Cardeal Siri e por São Pe. Pio de Pietrelcina só eram validas para a época deles. É sabido que há uma notificação [4] do Cardeal Giuseppe Siri, então Arcebispo de Genova – Itália, datada de 1960, no qual ele mostra de forma magistral os males que o uso das calças causa as mulheres, pois deturpa a sua feminilidade, e que se elas continuassem este uso as coisas iriam piorar. Também se sabe de condenações feitas por São Pe. Pio de Pietrelcina [5] ao uso de caças pelas mulheres.
Dizem então que estas normas só valeriam para a época deles, que “hoje em dia as coisas mudaram” e coisas do tipo. Sinceramente, isto é o clássico caso da desculpa esfarrapada. Este é o mesmo argumento que os modernistas usam para não obedecer às normas da hierarquia da Igreja, se pudéssemos usar este argumento como válido também não precisaríamos ter obediência as notificações de condenações feitas ao comunismo, por exemplo, notificações estas feitas até anteriormente as citadas primeiramente. Como foi dito acima, quando a Igreja não se pronuncia oficialmente sobre um assunto é de bom senso que procuremos a palavra de sacerdotes santos e doutos, e estes citados não são “qualquer um”, mas um cardeal da Santa Igreja, e um dos santos mais estimados de nossos tempos. Respondendo a objeção: Pela dignidade, sabedoria e santidade do Cardeal Siri e de São Pe. Pio é de altíssima confiança que as suas palavras são verdadeiras, logo, servem para todas as épocas.

Desde já recomendo muitíssimo que o caro leitor leia a notificação feita pelo Cardeal Siri, é uma verdadeira aula sobre um assunto, de uma consistência lógica impressionante, e podemos dizer também, profética, pois todos os males que ele mostrou que viriam caso não fossem tomadas certas atitudes, infelizmente aconteceram, deturpando a feminilidade, a maternidade e consequentemente as famílias. Ela pode ser lida acessando este link.

4ª Objeção: O Papa São Nicolau I (810-858) aprovou o uso de calças pelas mulheres.
Usa-se este argumento a partir de uma notificação do Santo Padre ao Rei Bóris da Bulgária que diz o seguinte:O fato de você ou sua esposa vestir ou não calças não impede sua salvação nem leva a qualquer aumento de sua virtude". A questão é que quem usa este argumento normalmente não conta a história por completo, é o típico caso de “texto fora do contexto é pretexto”. Esta é apenas uma das frases contidas em uma carta-resposta do Santo Padre ao Rei Boris no ano de 866, em que o Rei havia pedido conselhos a respeito de vários assuntos, pois ele e seu povo tinham se convertido recentemente ao catolicismo. Peço ao leitor que leia a carta na sua íntegra acessando este link: Resposta do Papa Nicolau I as questões dos búlgaros”.

Um dos conselhos pedidos pelo Rei Boris é em relação às vestimentas, visto que as de seu povo destoavam em alguns aspectos das dos demais cristãos, uma dessas peças é femoralia , uma espécie de calça – como a mostrada na foto acima - , e o Papa responde: "Consideramos ser irrelevante o que você perguntou sobre femoralia; pois não desejamos que o estilo exterior da sua roupa seja mudado, mas sim o comportamento do homem interior, nem queremos saber o que estão vestindo exceto Cristo – entretanto, muitos foram batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo [Gal 3, 27] – mas sim como vocês estão progredindo na fé e nas boas obras. Porém, o que perguntou preocupado com esses assuntos em sua simplicidade, isto é, por temer de que isto se tornasse um pecado, por divergir dos costumes de outros Cristãos, e a fim de que não tirássemos nada do seu desejo, nós declaramos que nos nossos livros, calças [femoralia] são ordenadas para ser feitas, não para que as mulheres possam usá-las, mas que os homens possam."

Lendo a carta completa você nota o seguinte: O Papa explica que realmente na cultura cristã as calças são peças masculinas, e que as mulheres não devem usá-las, mas dá uma tolerância para que o povo búlgaro mantenha seus costumes de vestimentas, pois eles estão ainda no processo de adaptação a cultura cristã, e pede que antes busquem a sua conversão interior, que se preocupem também com a vestimenta espiritual. É claramente o caso da tolerância demonstrada também na argumentação sobre a placa do Vaticano, tolera-se um mal menor por saber que o grupo a quem se está referindo ainda não está com a fé e a cultura cristãs arraigadas em si.

E além do mais, repare que a femoralia ainda tem uma proteção parecida a um avental logo à frente, o problema do uso de calças – como demonstrado no primeiro artigo – é que elas deixam a mostra - por insinuação – as formas das partes íntimas femininas, esse problema não havia na femoralia por causa deste avental.

Aliás, uma coisa interessante, não sei se é falta de atenção dos que usam estes argumentos, ou o que é, mas as objeções 3 e 4 se auto-anulam: Por que os ditos sobre o uso de calças pelas mulheres do Cardeal Siri e São Pe. Pio são inválidos por serem considerados “fora da nossa época”, mas os do Papa Nicolau escritos há 1200 anos são válidos? É uma incoerência lógica dessas pessoas tentarem usar argumentos contrários ao mesmo tempo, isso se chama moral de conveniência, a pessoa muda de opinião de acordo com o que mais lhe convém. E o pior, como foi demonstrado, nem a citação do Papa Nicolau eles podem usar como argumento, pois é uma citação fora de contexto. Respondendo a objeção: O Papa São Nicolau I não aprovou ou incentivou o uso de calças pelas mulheres, ele tolerou como sendo um mal menor por que o povo específico a que ele se dirigiu ainda estava se adaptando a cultura cristã.

5ª Objeção: Santa Gianna Molla usou calças, logo, é modesto que se use também. Este é o argumento mais usado para tentar demonstrar que o uso de calças é modesto, mas ao mesmo tempo é o que tem a resposta menos complexa. Todas as imagens em que Santa Gianna aparece de calça são num ambiente montanhoso com neve, entende-se que ela estava vestida assim para se movimentar melhor no ambiente, praticando um esporte ou somente passeando, são situações que ela julgava necessário. Há situações claras onde não é seguro que se use saias ou vestidos, como, por exemplo, esquiar na neve, ou quando uma mulher trabalhe num local como numa plataforma de petróleo. Novamente entra a questão da tolerância, as calças não são roupas modestas, mas há uma tolerância para uma situação onde se julga necessário o seu uso. Se é necessário abrir mão de uma roupa modesta por causa de um entretenimento ou que uma mulher trabalhe num serviço tão pesado (como o do exemplo) é outra história, não podemos julgar a consciência de ninguém quanto a suas necessidades, ainda mais de uma santa, como nessa questão específica de Santa Gianna.

A questão aqui é outra, o fato de Santa Gianna ter usado calças não as tornam uma vestimenta modesta, pois roupas não mudam de forma mesmo que uma santa as tenha usado. A calça continua sendo uma peça de roupa que deixa a mostra – por insinuação – partes do corpo feminino que não deviam ficar deste modo, e nunca trará aspectos de feminilidade à mulher, ao contrário do que faz uma saia ou vestido modestos. Respondendo a objeção: Santa Gianna usou calças, mas foram em situações onde ela julgava necessário, isso não torna a calça uma peça de roupa modesta.

Santa Gianna sempre buscou o que é mais perfeito, quero então analisar essa questão por outro ângulo: Você já viu alguma foto de Santa Gianna usando calças em situações que não eram estritamente necessárias? Claro que não. Esse uso foi exceção e não regra, ela usou em casos muito específicos em que sua consciência achou necessário, então faço um desafio aos que gostam de usar esta imagem de Santa Gianna para defender o uso das calças: Que tal se vestir como a santa e usar saias e vestidos modestos no dia-a-dia? Que tal usar o exemplo dela por completo e não só no momento que convém? Se for pra citar o exemplo de Santa Gianna para falar de modéstia então a copie por completo, use sempre saias e vestidos modestos, e se por acaso tiver que usar calças, que sejam em situações realmente necessárias, do contrário, usar essa situação como argumentação se torna apenas a já dita moral de conveniência.



Antes de terminar, apenas mais um exemplo de como o uso de calças pelas mulheres sempre será imodesto. Em outra vídeo-aula sobre modéstia com o título: “Modéstia, como as mulheres devem se portar – Parte 1” [6] – que desde já recomendo muitíssimo também – o Pe. Paulo Ricardo tem uma frase magistral sobre como as calças nunca serão símbolo de dignidade para as mulheres, pois no momento da vida onde ela quer deixar mais evidente a beleza de sua feminilidade, que é no dia do seu casamento, ela irá querer usar um vestido, e não uma calça, o padre diz: "Se você mulher, acha que fica muito feminina de calças, por que no seu casamento não usa calças? Vai de calças, casa de calças já que acha tão feminino assim." Como foi dito na primeira parte do artigo, o uso de calças pelas mulheres sempre deixará nelas uma imagem de sensualidade ou masculinidade, mas nunca de feminilidade.

E terminamos do mesmo que no primeiro artigo, invocando a Rainha da Modéstia, Nossa Mãe Maria Santíssima, num questionamento feito pelo Pe. Thomas Morrow a respeito de como se vestir modestamente. Pediria ao caro (a) leitor (a) que fizesse um séria reflexão sobre as ditas palavras, juntamente com os argumentos colocados nos dois artigos:

"As mulheres devem perguntar-se: “A quem estou procurando agradar? A Deus ou ao mundo? Diz São Tiago: “O amor do mundo é abominado por Deus” (Tg 4,4). Pensemos no modo como se vestiria hoje a Mãe de Jesus, se fosse uma solteira de 25 anos: Especulando, seria um exemplo daquilo que São Francisco de Sales desejava: “Eu, por minha parte, teria um grupo de gente piedosa, homens e mulheres sempre adequadamente vestidos, mas sem ostentação nem extravagâncias. Como diz o provérbio, gostaria que elas estivessem "adornadas com graça, decência e dignidade"”. [7]

Que Nossa Mãe Santíssima, Rainha da Modéstia e Sede da Sabedoria ilumine nossas consciências.

Tiago Martins

Grifos nossos.

Referências:
[1] Leia mais sobre o assunto acessando este link: Santos: Sinais de contradição
[2] Papa Bento XVI – em Discurso à Cúria Romana – 22/12/2005
Saiba mais sobre o assunto acessando este link: “O Missal de Paulo VI e a Hermenêutica da Continuidade”, de Pe. Paulo Ricardo de Azevedo.
[4] Notificação concernente às mulheres que vestem roupas de homem - Cardeal Giuseppe Siri – 12/06/1960
[5] São Pe. Pio de Pietrelcina e a modéstia. Leia mais sobre o assunto acessando este link:
[7] Pe. Thomas Morrow – Em Namoro Cristão num mundo supersexualizado”, Ed. Quadrante. O capítulo do referido livro no qual se encontra esta citação pode ser acessado através deste link.




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