Mostrando postagens com marcador Perguntas Difíceis. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Perguntas Difíceis. Mostrar todas as postagens

sexta-feira

Queimar a Bíblia?



Um dia desses estava navegando na internet e “por acaso”, se assim posso dizer, me deparei com um artigo de um blog cujo título era “Vamos queimar a Bíblia”. Lá, li todo tipo de insinuações e insultos a Deus e a Bíblia. Nos comentários alguns cristãos tentavam defender em vão os ataques de ateus.

Não é nenhuma novidade para mim ler ou ouvir esses tipos de comentários. Vale dizer que são comentários honestos e sinceros de pessoas que têm pensamentos e percepções diferentes de nós cristãos e devem ser respeitados. Se eles ofendem o nome de Deus é porque não acreditam em Deus e logo não estariam ofendendo ninguém.

Vejamos alguns dos comentários:
Mas é facilmente possível apontar o quanto a Bíblia é a favor da escravidão, da submissão das mulheres e das crianças, dos sacrifícios humanos e animais, apóia reis e tiranos, separa povos e semeia o ódio entre nações, é inimiga da liberdade e a favor das torturas, ensinou homens a apedrejar até a morte os seus semelhantes, é contrária ao prazer e as alegrias dessa vida em detrimento de uma outra, etc.

Outro foi assim: “Tudo o que posso dizer é que a Bíblia inspirou,e está por detrás dos horrores da Inquisição e dos massacres causados pelas lutas religiosas.Os muçulmanos por exemplo utilizam a “SHARIA”ou seja o apedrejamento até à morte das mulheres adúlteras,com base no que está escrito nos versículos do Velho Testamento.

Esse último o mais duro de todos: “A Bíblia é um livro nefasto e prejudicial à saúde da mente humana, pois ela nos revela um deus que mais parece um psicopata expulso de algum manicômio, capaz de cometer as maiores atrocidades.” (...) “um deus que se enfureceu com Davi (1º Cr. 21:10-14) porque este teria feito o censo, e se vingou no povo, matando 70000 (setenta mil) homens inocentes; um deus que num acesso de loucura e intolerância destruiu duas cidades (Gn. 18:20-24, que num de seus ataques de fúria afogou todos os animais da face da terra, incluindo os humanos (Gn. 6:6-7) só pode ser uma criação das mentes mais cruéis e desequilibradas que já habitou o planeta terra.”.

Bem, quem é cristão sei que ficou com um embrulho no estômago diante das declarações. Mas como disse, devemos analisar qualquer discordância de nossa fé com tolerância, amor e inteligência.

Vejo que muitos que pensam em Deus de uma forma ruim o vê de uma maneira distorcida e incompleta. O julgam como se fosse uma pessoa normal, mas Deus possui uma sabedoria e conhecimento imensuráveis ao nosso entendimento, inclusive sobre o que ainda não aconteceu aos nossos olhos. Deus também não é homem para estar limitado a esta vida nem suas decisões estão limitadas a este mundo.

Baseado nisso, podemos imaginar que se ele pediu algum dia que seu povo realizasse uma ação cruel para matar pessoas ou ele mesmo realizou algum tipo de destruição humana, temos que ver que Deus sabe muito bem as conseqüências se tal fato não tivesse acontecido. Ele sabe que de forma contrária, o sofrimento poderia ser bem pior depois. Vejamos um exemplo grosseiro mas que pode fazer sentido. Quando a Inglaterra teve o problema das vacas loucas, tiveram de sacrificar a maior parte do rebanho para que não pudessem ter uma catástrofe maior no futuro. Se não tivessem tomado tal medida (que parece ser cruel e desumana) todo o rebanho, não só daquele país mas de diversas partes do mundo, poderia ser infectado. As vacas morreriam de qualquer forma depois, e ainda passando por um sofrimento bem maior.

Deus controla o mundo e o universo em suas mãos. Sabe decidir os melhores caminhos, que muitas vezes são os menos ruins, digamos assim. Deus também tem o poder de decidir a eternidade dessas almas destruídas. De acordo com seu amor e justiça, ele poderia muito bem levar o espírito das pessoas mortas para um lugar muito melhor, o que levaria a morte a ser um prêmio, na verdade. Mas a nós cabe-nos apenas confiar na perfeição do julgamento de Deus.

Outro ponto é que nem tudo o que Ele faz deve ser copiado pois só ele tem a capacidade de uma perfeita decisão. A Bíblia nos diz para deixarmos o julgamento e qualquer vingança em suas mãos. "Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: 'Minha é a vingança; eu retribuirei.' diz o Senhor (Romanos 12:18 e 19). Se Deus decidiu criar o dilúvio, foi pelo futuro da humanidade, que poderia ter se destruído de uma forma muito mais cruel algum tempo depois. Isso não nos dá o direito de afogar ninguém, é claro. Deus decidiria depois o que fazer com a alma de cada pessoa ou animal da forma mais justa e amorosa, coisa que não podemos decidir. Não cabe a nós ficar imaginando coisas sobre suas razões, pois elas são baseadas em aspectos que somos incapazes de perceber. Se o homem se atreveu, na história, a tomar o lugar de Deus, como na inquisição, isto com certeza foi um erro que não está baseado nas Escrituras nem nos ensinamentos de Cristo, que na verdade é completamente contra isso.

Mas o que Deus nos diz para fazer, aí sim, isso deve ser obedecido, pois ele sabe as conseqüências de seus ensinamentos. Eles, entretanto, devem ser analisados respeitando a cultura, a lingüística e o momento histórico e a quem foi demandado. Mas isso já seria um outro tema.

Que Deus os abençoe.

domingo

Por que a cruz?


Uma das perguntas que me fazem quando falo que Cristo morreu na cruz para nos salvar é: mas porque teve que morrer na cruz para isso? O que tem a morte de Cristo com a salvação? Para muitos, isso não faz muito sentido. Às vezes, muitos de nós cristãos não entendemos bem por que cristo teve que morrer e, muito menos, por que teve de ser numa cruz.

Pois bem, vou falar um pouco da minha interpretação e de como vejo tudo isso.

Primeiramente temos que entender que Cristo foi um sacrifício pago pelos pecados da humanidade. Segundo, temos que entender o que é um sacrifício. Bem, no dicionário Aurélio encontramos duas definições para essa palavra: “privação de coisa apreciada; renúncia em favor de outrem.” Ou seja, é você ceder algo que vai lhe fazer falta (ou que você aprecia muito) a alguma outra pessoa. E geralmente quando você dá algo que lhe importa muito para outra pessoa pode ser por dois motivos: ou você ama muito a outra pessoa ou você está sendo obrigado a isso.

Na Bíblia, podemos encontrar o primeiro caso de sacrifício em Gêneses 4, que relata a história de Caim e Abel. Na verdade, se prestarmos atenção, só quem ofereceu um sacrifício foi Abel. Caim apenas ofertou provavelmente as sobras do que tinha colhido de suas terras, mas Abel, por suas vez, deu a Deus a melhor parte da carne das primeiras crias de seu rebanho. Era algo especial para Abel que estava sendo entregue a Deus. E Deus se alegrou com isso. Caim o fez como que por obrigação enquanto Abel fez por amor.

Então, sacrifício para Deus era (e é) isso: uma prova de amor. Quando alguém, que por amar a Ele, o oferece algo muito especial. O que se desvirtuou disso na história da Igreja, acredito eu, se desvirtuou dos propósitos de Deus. E o que não faltam são exemplos desses “sacrifícios” que deixaram de ser uma prova de amor para ser algo mais parecido com o que Caim fez, uma espécie de obrigação. Veja em Malaquias 1:8. Chegavam a ser “sacrificados” (coloco entre aspas pois a palavra na verdade já não faz mais sentido) a Deus animais cegos e aleijados, ou seja, o que ninguém mais queria, o resto, aí ofertavam a Deus. Veja também Isaías 1:11-18.

Mas voltando no assunto, em virtude dos verdadeiros sacrifícios, Deus se sentia comovido, feliz e amado ao ponto de perdoar e esquecer dos pecados que a pessoa que ofertou havia praticado. Toda vez que alguém oferecia um sacrifício de amor, deus perdoava. Em Provérbios 10:12 está escrito “ (...) o amor cobre uma multidão de pecados”. O sacrifício então virou um gesto de arrependimento dos pecados e gratidão por Deus perdoá-los. Se o pecado era uma “dívida” que separava o homem de Deus (pois Deus não convive com o pecado) digamos que essa divida era “paga” pelo arrependimento no gesto do sacrifício.

Mas o homem sempre volta a pecar. E o homem também tornou o “sacrifício” num ato de obrigação, desprovido de qualquer sentimento. Mas como oferecer a todos, de uma vez por todas, o perdão do pecado e a salvação para viver a eternidade ao lado de Deus? Que ato de amor seria tão forte para tanto? Que sacrifício seria realizado ao ponto de ter um poder permanente? O que poderia “pagar”por tantos pecados? A resposta esta está em João 3:16 “Porque Deus tanto amou o mundo que deu seu Filho Unigênito para que todos o que nele crer não pereçam mas tenha vida eterna.” Um sacrifício tão grande não poderia ser praticado por mais ninguém senão pelo próprio Deus. Cristo então foi o Cordeiro Pascal (esse nome é devido ao fato de o animal cordeiro ser um animal muito comum a ser oferecido como sacrifício). Cristo morreu como um sacrifício para que todos que olharem para ele com arrependimento e amor pudessem alcançar o perdão de Deus de uma forma definitiva (ver Hebreus 10:10).

E a cruz? A cruz representa tanto o altar da oferta (onde os sacrifícios eram oferecidos no templo) como representa o fato de Cristo, que viveu sem pecado, ter atraído para si todo o pecado dos homens que o buscassem como salvação por um ato de fé (ler blog passado). Em Deuteronômio 21:23 diz que o pendurado no maderio (a cruz) é maldito de Deus. Cristo, aquele que assumiu tantos pecados se tornou maldição no lugar dos homens, para que esses pudessem se tornar livres do pecado, mas Cristo venceu o sofrimento e a morte para voltar perfeitamente santo e purificado em sua ressurreição.

Bem, espero que tenham entendido. Qualquer dúvida mandem seus comentários.

segunda-feira

Obras ou fé?


Estou escrevendo este texto para tentar esclarecer algumas dúvidas que alguns conhecidos meus tem. É a respeito da salvação e das boas obras cristãs. A igreja cristã, principalmente a Igreja Católica, infelizmente passou a idéia para o mundo de que era preciso praticar boas ações, doar dinheiro, pagar dízimos ou mesmo evangelizar para poder conseguir um lugar no céu. Mas esse pensamento está errado segundo eu entendo da Bíblia e do caráter de Deus.

Imagine se a salvação viesse apenas pelas “boas obras” descritas acima. Ora, qual seria o peso da balança que iria contabilizar quantas boas obras seriam necessárias em contrapeso com os pecados? Soa meio ridículo este pensamento. Até por que, quem é realmente sensato sabe que nossas melhores intenções são muitas vezes recheadas por egoísmo e individualismo. Muitas vezes fazemos o bem, mas algo dentro de nós está louco para alguém reconhecer isto, me dar algo em retorno depois quando eu precisar, ou que pelo menos me elogiem. Mas não vou me aprofundar nisto. Já falei um pouco deste tema em um blog anterior.

A questão é que se a salvação fosse por obras, Deus estaria incentivando uma legião de seguidores hipócrita. Qualquer ato de bondade seria visto como algo feito por puro interesse. Eu faria o bem, pois estaria ganhando um lugar no céu, e eu pregaria sobre Cristo apenas por causa de minha vida eterna. Seria o fim do amor, pois que amor age pensando em algo em troca? Se Deus é bom como fala as Escrituras, como ele iria ser capaz de criar algo que tiraria qualquer virtude de uma ação bondosa?

Por isso sei que a salvação vem apenas pela fé, como disse Paulo em Efésios 2:8-9: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”. Paulo deixa claro que a salvação vem pela fé, e esta fé é a que acredita que Cristo morreu por nós na cruz para pagar pelos nossos pecados e ressuscito ao terceiro dia (também não vou entrar em um detalhe teológico sobre o razão disto). Parece uma teoria boba, como o mesmo Paulo disse “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” (1 Coríntios 1:21). Ou seja, não será por pensamentos filosóficos que se conheceria o caminho da salvação, pois então estariam perdidos os pobres e os ignorantes, mas por crer em um simples e “louco” ato de amor realizado na cruz, pois crer nisso está ao acesso de todos pela fé.

As obras são apenas conseqüência de nosso amor por Deus, aquele que nos ofereceu a salvação. Depois de crer que Cristo nos salvou, poderíamos no trancar em um quarto sem precisar fazer mais nada. Mas seria impossível receber tamanho amor de Deus sem querer propagar esse amor oferecendo a outros. As obras agora não oferecem nenhum bônus a nós em relação a nossa salvação, pois nada mais teríamos a ganhar. As obras agora são reflexos de nossa gratidão e amor. Paulo continua em Efésios 2:10 “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.”

domingo

Se Deus é bom, porque existem coisas ruins no mundo?


Essa é outra pergunta complicada feita aos cristãos. Se Deus é amor, como existe sofrimento e desgraça no mundo? E esse é apenas um começo para o cético continuar a conclusão: "ora, se Deus é bom, mas existe desgraça, tavez seja porque esse Deus na verdade não exista!".

É bom que todo cristão esteja um pouco preparado para responder essa pergunta, pois ela é comum. Por isso vou tentar, de forma breve, buscar um pouco por essas conclusões. E se alguém quizer acrescentar algo mais, é só escrever nos comentários.

Bem, a Bíblia realmente diz que Deus é amor, que ele é bom e misericordioso. Ele realmente se entristece com a desgraça e com o mal. Seria, como muitos esteriotipam, um velhinho bonzinho, tolerante e paciente. Mas definir Deus apenas como amoroso e bondoso é omitir muito da natureza dEle. E esse é um erro comum das pessoas. Mas isso seria pensar de forma resumida sobre o caráter de Deus. Como humanos seria impossível compreender totalmente sua natureza e seus propósitos, mas é possível levantar algumas conclusões.

Considerar Deus incapaz de prover julgamento ou castigo seria considerá-lo despreocupado com a injustiça. Mas sabemos que a Santidade de Deus o faz odiar a injustiça ou qualquer tipo de pecado. Deus é amor e bondade, mas Deus também é justo. Êxodo 34:5-7 diz assim: "Passando, pois, o SENHOR perante ele, clamou: O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade;Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente;(...)". Mas o julgamento de Deus nunca será sem propósito, pelo simples ato de ira. Deus quer que todos se convertam do mau caminho (Ezequiel 18:23), pois ele ama sua criação, mas não deixa de punir o mal, seja para esta vida ou para a outra (Malaquias 3:14-18).

Outra razão para a existência de coisas más no mundo vem de outra característica que observo nEle. Deus respeita e dá liberdade ao homem. A humanidade escolheu trilhar seu próprio caminho separada de Deus (e vale lembrar que muitas vezes quando a igreja era dominante no mundo talvez Deus na verdade estivesse "bem distante") e isso gera muitas consequências. Uma é que o simples fato de Deus se afastar da humanidade isso já torna possível um natural desequilíbrio na natureza, já que é o criador que controla e mantém equilibrada todas as coisas. O mundo já entra num processo de degradação, sendo propenso ao surgimento de doenças e outros males. O muito do equilíbrio da natureza que ainda existe hoje vem do momento da criação, quando as coisas foram feitas de forma perfeita, mas desde lá começõu a se degenerar.

Outra consequência do afastamento de Deus foi que o egoismo e a maldade humana se propagou, e o homem sofre a consequência agora de seus próprios males. A violência, a desigualdade social, o individualismo, a fome e tantas outras coisas começaram a aparecer. E Deus permite que tudo isso exista, pois ele não interfere no caminho que o homem escolheu. Quer dizer, interfere sim, quando é chamado, ou tentando mostrar e convencer o homem de que estão trilhando um caminho errado, e que deveriam se voltar para Ele. E fez isso atravéz de homens, profetas entre outros, e seu próprio filho Jesus. Mas cabe mais uma vez ao homem escolher seu caminho. Nada é imposto. Mas as consequências são eternas, pois Deus, com todo seu amor, criou uma recompensa em outra vida para todos que voltarem a viver em comunhão com Ele.

Bem, sei que ainda restam muitas dúvidas, mas tentei ajudar um pouco. O importante de tudo isso é saber que o melhor lugar para estar é perto de Deus. E se alguma vez acontecer algo que sejamos incapazes de entender e nos entristeça, saiba que Deus, que está acima de tudo, tem seus propósitos, seus motivos são muitas vezes incompreendidos por nós. Mas Ele sabe de tudo, e podemos confiar que Ele está do nosso lado e não é a razão de nenhuma maldade. Mas age segundo Sua natureza, e permite a liberdade do homem, por isso muitas vezes também se entristece junto conosco com as atitudes da humanidade. Resta-nos, muitas vezes, apenas pedir por Seu consolo, sabedoria e paz.

Porque só um caminho ? (cont.)


Mas porque Deus só deixaria um caminho para a salvação? Porque não existem diversas formas? Porque só através de Cristo? Deus não é bom?

Para esses segundos questionamentos, vou me utilizar do trecho de um livro chamado Razão para Crer, de C.S. Sproul. Vale a pena ler.

“Que tipo de Deus teria uma porta assim estreita?” (ver Mat.7:13,14) “A pergunta envolve uma grave acusação: Deus não fez o suficiente no sentido de prover a redenção para a humanidade?

Queremos estudar agora a acusação de uma perspectiva hipotética. Suponhamos que exista um Deus santo e justo. Esse Deus cria deliberadamente os homens e lhe concede o dom da vida. Suponhamos então que ele coloque as Suas criaturas num ambiente ideal e lhes permita participar de tidas as glórias da ordem criada conforme desejarem. Suponhamos, porém, que Deus lhes imponha uma pequena restrição, advertindo-as de que se transgredirem a mesma morrerão. Um Deus assim teria o direito de impor essa exigência, castigando com a perda da vida a desobediência à Sua autoridade?

Suponhamos que sem justa causa as ingratas criaturas desobedecessem à restrição importa, no momento em que Deus lhes voltasse as costas. Suponhamos que ao descobrir a desobediência, em lugar de matá-las Ele as remisse. Suponhamos que os descendentes da primeira transgressão ampliassem sua desobediência e hostilidade contra o Criador, a ponto de o mundo inteiro rebelar contra Deus e cada um fazer ‘O que achava mais reto’ (Juí.21:25). Suponhamos que Deus continuasse decidido a salvar essas pessoas e concedesse deliberadamente dons especiais a um povo a fim de abençoar toda a humanidade através dele. Suponhamos que Deus livrasse esse povo da pobreza e escravidão a um faraó egípcio cruel. Suponhamos que esta nação privilegiada, tão logo obtivesse liberdade, se insurgisse novamente em franca rebelião contra o seu Deus e Salvador.

Suponhamos que Deus, ainda planejando redenção, enviasse mensageiros ou profetas especialmente dotados para pedir ao povo que voltasse a Ele. Suponhamos que o povo matasse os mensageiros divinos e zombassem se Sua mensagem. Suponhamos que eles começassem então a adorar ídolos de pedra e objetos moldados pelas suas próprias mãos. Suponhamos que esse povo inventasse religiões contrárias à verdade do Deus verdadeiro e adorasse criaturas em lugar do Criador.

Suponhamos que num ato final de redenção o próprio Deus se encarnasse na pessoa de Seu Filho. Suponhamos que esse Filho viesse ao mundo para salvá-lo e não para condená-lo. Mas suponhamos que o Filho de Deus fosse rejeitado, difamado, escarnecido, torturado e morto. Todavia, suponhamos que Deus aceitasse o assassinato de Seu Filho como castigo pelos pecados das próprias pessoas que O mataram. Suponhamos que este Deus oferecesse aos assassinos de Seu Filho anistia total, perdão completo e paz transcendente, como resultado da purificação de toda culpa, vitória sobre a morte e uma vida eterna de completa felicidade.

Suponhamos que Deus desse a essas pessoas, como um presente, a promessa de uma vida futura onde não houvesse dor, doenças, morte e lágrimas. Suponhamos que Deus lhes dissesse: ‘Só desejo uma coisa. Exijo que honrem meu Filho unigênito e adorem e sirvam só a Ele’. Suponhamos que Deus fizesse tudo isso, você teria coragem de dizer-Lhe: ‘Deus, isso não é justo, o Senhor não fez o suficiente’.?

Se o homem de fato cometeu traição cósmica contra Deus, que razão haveria para Ele prover qualquer meio de Salvação? À vista de rebelião universal contra Deus, não se trata da questão de haver um só caminho, mas porque existe ainda um caminho? Não sei como responder a essa pergunta.

Por que só um caminho?


Neste blog quero falar também sobre perguntas difíceis que algumas pessoas fazem sobre a fé cristã. Venho aqui tentar ajudar as pessoas a compreender um pouco mais sobre Deus, seus propósitos e atos, segundo o que compreendo da Bíblia e das coisas que observo no mundo.

No primeiro e segundo dessa série de posts , eu senti a vontade de responder a questionamentos muito comuns: Só existe uma verdade? Mas porque só o cristianismo estaria certo? Porque não existem várias verdades e várias formas de sermos salvos? Toda religião não salva também? Mas porque Deus só deixaria um caminho para a salvação? Porque não existem diversas formas? Porque só através de Cristo? E aquelas pessoas que estão em lugares difíceis de escutar sobre Jesus? Deus não é bom?

Bem, foram muitas perguntas... mas vou tentar ser bem brava em cada, para não complicar. Se alguém quiser aprofundar, procure mais livros que tratam do assunto.

Só existe uma verdade? Porque não existem várias verdades e várias formas de ser salvo? Toda religião não salva também?

Bem, para mim algumas pessoas fazem essa pergunta sem pensar ou sem ter o mínimo conhecimento sobre as religiões, pois quem conhece cada uma, sabe que se uma é verdade, a outra não é. Por exemplo, o Cristianismo e Judaísmo dizem que só existe um Deus enquanto no hinduísmo se acredita em vários. Budismo, hinduísmo e espiritismo acreditam em reencarnação. Judaísmo, Islamismo e Cristianismo acreditam em uma só vida. E isso é apenas uma das dezenas de divergências entre elas.

A verdade é uma só, e ela não é adaptável ou passível de mudança pois já aconteceu. Se seu carro é verde, não vai deixar de ser verde por uma diferente interpretação. Você foi comprar o carro, escolheu a cor e aí ele está. Assim foi a criação do mundo e a existência de Deus (para quem acredita). Só existiu uma forma e uma história para chegarmos aqui nesta vida e para tudo o que aconteceu. Por isso, se uma religião fala uma coisa e outra fala outra bem diferente, uma das duas ou as duas estão enganadas. E como podemos ser salvos por uma religião que está enganada? Concluímos então que só existe um caminho e uma verdade.

Não adiante querer ser um conciliador e “pacifista” quando se afirma que todas as religiões conduzem à salvação, querendo com isso que todas elas convivam em harmonia. A harmonia e a paz não se constroem com a mentira. Para respeitar e amar pessoas de outras religiões não quer dizer que temos que concordar com elas. Mas precisamos defender o que acreditamos com amor aos outros, pois só eles estão perdendo em não conhecer os caminhos de Deus.