Nos últimos meses, tornou-se impossível falar da Chevrolet do Brasil sem passar pelo famoso e impressionante processo de renovação que empreendeu em menos de dois anos. Mas não é preciso analisar essas mudanças com atenção demais para perceber que elas podem ser divididas em dois grandes grupos: o dos carros de baixo custo e o dos mais refinados. Curiosamente, foi apenas este último que apareceu semanas atrás, naquele tão esperado “comercial do Fantástico”, cujo principal destaque é o que agora chega ao país de forma oficial.
Falar nesses dois grupos é algo muito relacionado ao que parece ter virado a convenção das marcas generalistas quanto às estratégias internacionais. Como sempre se comenta mesmo neste blog, a experiência tida durante os anos 1980 concluiu que projetar um mesmo veículo para várias partes do mundo pode ser tão bom como ruim, assim como investir em modelos regionais: o sucesso está em descobrir com quais usar cada estratégia. Nossa Chevrolet se mostra um exemplo dessa dualidade quando sua linha renovada é observada partindo dos extremos. Camaro e Malibu não deverão completar um ano de atraso para chegar em suas fases mais recentes, o que para o sedã significa a nova geração já com o facelift.
Situação parecida foi a de Cruze, S10 e Trailblazer, mas nestes casos incluindo o esforço para trazer a produção nacional, mesmo implicando em plataformas e motores novos por completo. A dupla Sonic deveria ter seguido o mesmo caminho entre os premium, mas ela forma a fronteira com o outro grupo. Cobalt, Onix, Prisma e Spin usam todos a mesma famosa e moderna base GSV, mas o design já antecipa a diferença de foco. São projetos de mesma qualidade, mas com prioridade clara para o custo baixo. Essa situação piora ao descer na gama da marca. O Agile é a profusão de anacronias que já se conhece, e Celta e Classic simplesmente “não ouviram falar” da renovação da Chevrolet, pelo menos até agora.
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGydiKyVHLdhcl4sBq_omQiAv3uCOv6UKc4JXeO4Bcbx851I1AhXqn7evXj-q5rSlhe06KU_3e3wFzAbU6Ox0znqv7CPeOy0-XpviOroqlin6GM7wNKywI-dP9HaWAyVeXUGX4UQcMseLN/w720-h405-no/Chevrolet+Tracker+2+1.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCq7aUoEoO1s95A3C_QxVlELfsKwGdu6vT3pzDYpX7vespw_04oawi9yDlrq66MRTdy4anOs9HaSGnFXy2nOrQIydNSLes3Z7LDpDlqd3TBhEXATX9g90qRyKwMp9IzqOghJ-rqD-nqYXc/w720-h405-no/Chevrolet+Tracker+2+3.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimSwGR5UMeL9yEVoUgH7n4tlpNYni6z3NOPGtgGrS0zJsw2PU6OhL3OefygggENfRuxkfdgkCofF6YlABcvEG2sLFUj7YdS1ehCHVZqPVe6GhnUnbbarp6mxqtBYVt-NXDTbDXP3ctSGkv/w720-h405-no/Chevrolet+Tracker+2+5.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik16kcv2ylTBPkzqYNYhOxsYgGjS0C4_-ENZcaRC6SiVnWKHaFySTXH1RkPgEWejWnhmEF1kDrUKrAUNIzZYNVjvhWX5fwFJ0ZkBzSOWlAC3ebt-NZtej17o4ZO0HhEXE-vyp4ea-1AKDj/w720-h405-no/Chevrolet+Tracker+2+7.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC4MWVHvJZD97HFlKTV-SBYipwZYwW3E3nEXsYtBgX-9sCYGVD7BYtR8iIXLdTq1XjDSEz0UCGROvs5nuYNlwS3-HKARKmOGO5e0WxmpJ4lWvkqQOpuM3IWX6PcyoaYZkJe8r_cbAcAwbK/w720-h405-no/Chevrolet+Tracker+2+9.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqfH8WlFkZPIwZS-YhzErniymq0vabLn-tB422sAjCU4_iiH2GzcgovlrKEvAWnssQLGNwOvRhdBdBAY1gqkkbKicd1abg_Y_Ha3zSQVOkFTCAXTcva_7GXlUZ2zIqzf9jQy_9bkSeFC8u/w720-h405-no/Chevrolet+Tracker+2+11.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheV6ZjhrNXwmSArpT15IY-klRCZeF-UzGs2sgL7z3F4GgWGUVHqVmJlmcaG_ZdRKUaSogVId3nrbClqrWYwLYpLxT6IswxyLYDS12trx5r1JV72Q15G-penJUBcwEaOshkQn8MXACjrl3k/w720-h405-no/Chevrolet+Tracker+2+13.jpg)
Também vale notar que essa dualidade encontra resposta nos motores: apenas a partir do Sonic se encontra a linha Ecotec, moderna e mais eficiente. Da Spin para baixo na linha, mesmo com carros igualmente modernos quem entra em cena ainda é a Família I, criada nos anos 1980 e que vem apenas passando por atualizações. A expectativa natural é que uma marca jamais exalte essas “segregações”, mesmo quando são óbvias, mas não se pode deixar de notar que o comercial tão esperado mostrava justamente apenas as linhas do “andar superior”, incluindo antecipar a chegada do Camaro redesenhado.
Estratégias de publicidade à parte, este foi o contexto em que se fez a confirmação do Tracker no país. Ele já é vendido como Trax em outros países (cujo artigo você pode ver aqui), mas a marca demorou a assegurar sua vinda porque precisava lidar com a cota de importações do México – especula-se que ele começará vindo de lá, mas ganha produção brasileira se tiver boas vendas. Um fato interessante é que o carro “Chevrolet Tracker” na verdade nunca existiu. O primeiro uso desse nome foi o rebatismo do Suzuki Grand Vitara de segunda geração, que chegou a disputar clientes com o primeiro Ford EcoSport mas já se vendia muito antes deste.
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRo3nVib7QA6azdbWIihLejwJV1UCjQtOrxjeNuCWTBTevh7gzsrnz758JcAyiMd03Pv-SvK9uCvDR6oZHuAYWfhwMdpunpcBXJ7v391s_ct9EUtAea9E6ogS9GrWhZKF0Vl1ZbmWPDbDq/w720-h405-no/Chevrolet+Tracker+2+2.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk7jkf97iwn1cepfVZsWtZUf94-bOcN5b9Nd-5-IzOnE2DD8_2ido40JW-GfBEMVimJLNKsmjjY91lZ2NjPxIfY2XNqheuaeyfjMiz6SlThSFkZwlyu5cYj3KPZyE1jPMmHCAvVEDux4Mz/w720-h405-no/Chevrolet+Tracker+2+4.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh56FRr-1nIe4pCtZnpdCls8auv7rxfFAsKMe77JEYgMTnfPW5xa9ImsgIN9oPLE_0O26nr-DZ2Vw2IPbDzoajd4SUJ771FUlhTp5HWenvOmkbJ_Xp-OyMcycTOEdpPqUn3zcjiAq6-0N9W/w720-h405-no/Chevrolet+Tracker+2+6.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtxIDyJO2h-b66fJfjl6fSlc9RHvf9gvsc87RtAdZUn1GoI8MqiL7LFrl6FTRXGsQPuV2LBv2EyDwc3AWWuhvyqKKefkQO0ty8Ot7O8Kfr2Qb06ymfQ95scP-07WTim3VzDCafLoauzxD4/w720-h405-no/Chevrolet+Tracker+2+8.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCRq9WN1FuxADRhFAxevPooSO4SviRqixS71OKV712DdYUJipGQhyphenhyphengSAMnY85bvjv-Ogk_ufq2mPr7ywAsdjFJDpEu_70lWKW3zo_Z_r9gk8XqGpFmczfIA3vuxMo62RNZqqFRIuk4Nd38/w720-h405-no/Chevrolet+Tracker+2+10.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXSpaTxq4zMunF8y8-y7FzIxA8IOxNV0HgOwxD8NFYq8LmVz6L4nx2wn5xR8yfzlLNffJnfkCZJ9qNzL0EoZ5WX9Kye7m3GNiDh-c3EExWJ4nef983VSaYq5xzYa35ls9wQxmgl74vEuNP/w720-h405-no/Chevrolet+Tracker+2+12.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkoFmivA_cuNMO1Kvx7S1WExiwSJgQ7MYs5VYXai33p6RKGOeiU7YPcjn9mllYmaMRnB4bzGAH90unucUGnZrWIGSlqtbWDSXshLV_NA6OWMIq7eq57NJMTyXMniXECzth2Rzo9XkQIhwF/w720-h405-no/Chevrolet+Tracker+2+14.jpg)
Já o de agora nasceu como Trax, que por sua vez é um “primo de projeto” do outro par de gêmeos Buick Encore e Opel Mokka. Os quatro compartilham a plataforma GSV e uma série de outros componentes, mas o primeiro par foi dedicado aos países emergentes e o outro a EUA e Europa. Mas neste caso a diferença se traduziu apenas no estilo, que vem muito mais imponente e agressivo porque quer agradar a clientes que hoje levam o novo EcoSport. A Chevrolet sabe que as vendas expressivas deste segmento são regidas muito mais por fatores emocionais, então não hesitou em valorizar que o Tracker faz parte do “time de cima”: a estreia do crossover se faz em dois níveis da versão de topo LTZ.
Em outras palavras, o Tracker justifica o preço inicial de R$ 71.900 com airbag duplo, ar-condicionado, bancos de couro, câmera de ré, central de entretenimento MyLink com GPS, direção hidráulica, freios ABS, rodas de liga leve aro 18”, sensor de estacionamento traseiro, trio elétrico e volante multifuncional. Já a LTZ 2 funciona como um pacote de opcionais, elevando o preço a R$ 75.490 para somar os airbags laterais e de cortina e o teto solar elétrico. Este modelo vem apenas com o 1.8 16v Ecotec flex de até 144 cv e 18,9 kgfm, e por enquanto usa apenas o câmbio automático de seis marchas também já visto no Cruze. Em alguns meses deverão vir outras versões, como a LT (talvez com câmbio manual) e as com tração 4x4.