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18 de junho de 2008

sou ( qualquer coisa)

Queria ser poeta, andar por aí a esvoaçar-me e a beber o nada,
pousar em cada coisa e não lhe ser a palavra,
mas ir
vagabundo,
sentir de olhos fechados,
(como quem mente de olhos abertos...)
e acreditar que sou o que sou,
pedaço de nuvem,
estrela,
gaivota,
palhaço,
colibri,
bailarina,
cavalo selvagem,
imbondeiro,
aragem,
bolero,
índio,
poema,
feiticeiro,
arlequim,
pó do universo,
fantasia,
sol a nascer,

ou vento…

Que importa o que sou, se sou tal qual cada coisa que me extasia o Ver…

13 de abril de 2008

re-escrever

disperso,
cada letra
( uma a uma)
para reinventar a palavra
disseco o som-da-morte-à-espera-do-sol-e-da-semente
e desenho
raízes…
oiço cada uma
( palavra)

árvore invertida a desfazer-se no rio,
( rio-me)

a névoa grita-me, a crepitar palavras-palhaço
( aflita)

e pinto-me
( de novo...)

8 de abril de 2008

preencher vazios

Percorro-me com a lentidão dos passos e dos olhos, e vejo cada um de mim,
fragmentos inteiros de cor...
Reflexos brancos,
Vazios…

É o sorriso
(de me saber cada um)
que me desenha a sombra…

1 de abril de 2008

de que lado do corpo?

Descansei os olhos e o corpo,
como quem se senta ao lado do sonho,
sem conversa nem olhar,
até sentir a seiva da sombra a tingia-se do meu sangue, No fim

( no mar?),
espreitei,
como quem desenha

( só para si)
a “alma-do-corpo”*
e procura o verbo amar…

_________________________________________________

*“Alma-do-corpo”, foi-me dito

( escrito)
por zabel,

(ao canto de um livro),
é diferente do "corpo-da-alma", mas eu ando confuso entre os lados do corpo em que coloque a alma e nem a arvore me disse, nem a sombra me sussurrou, porque anda por aí a minha alma, sem lado reservado no corpo?…terá ficado nas raízes da árvore? No horizonte do sonho?

17 de fevereiro de 2008

desenho de um menino-a-chorar

Desenho um oásis de sangue,

Púrpura
Sem azuis-de-areia-que-arde-de febres-e-de-sedes…
Só o vento vive
bebo-lhe as lágrimas, repiro-lhe o mar,
e voo ,
raso na sombra,
à procura do que fugiu de mim a sangrar…

23 de outubro de 2007

desencontros

O pior dos desencontros, é encarar o nosso eu, fragmentado em estilhaços de imagens sem sentido,
a viver,
não na memória
mas nos gestos ( sem mim)…
Passeio-me a sonambular, sem sol nem sombra, por aí…
Fantasma?
(Esponja que me suga as cores,,,e lastra os passos,
Irreal…)

Isto de me sentir espantalho de mim, é loucura a pingar quadros de Dali…







ah,
soubesse eu sair de dentro de mim…e não seria este mar sem sal



( vórtice?

fim?)

15 de outubro de 2007

brisas, (ou buzios a segredar caminhos?...destinos? indistintos?)

O horizonte ondulou-se de brisa …

Eu ,
ali ,
no centro de nada,
cristal de sal a vaguear de olhos…

(homem ou gaivota? )








Vento!

( seja o que for, navego entre horizontes, mergulhado em mim…)

7 de outubro de 2007

retrato

Uma pedra que voa,









( retrato do eu, iludido-de-liberdade,,, Ela não está na pedra que atrai-o-chão e a queda, está no olhar de criança que a leva,,, embrulhada em verdade...)

29 de agosto de 2007

linhas de fuga

Gosto de desenhar o horizonte (fetiche meu!).
Quando o desenho (ou pinto) aproximo-me do Universo e oiço-o… ( é como olhar o céu, mas dentro do sonho… como se ele, sonho se escondesse do lado de lá, a fugir-me do Eu-inteiro!)

17 de agosto de 2007

uma a uma

Percorro a curva do rio, com a lentidão dos olhos. Respiro-o. Sinto-lhe as cores. Uma a uma. Azuis. Todas.
Vagabundo-me, no longe ( é longe o passado?). As memórias são as minhas cores. Azuis. Todas...

16 de agosto de 2007

uma cávena ( vazia?) de palavras...

Fugiram-me as palavras ( ou as memórias?) aterrorizadas de serem “sentires vagabundos” melancólicos e mal tratados. Esvaziaram-se de sons, desavindas comigo ( ou eu com elas?). Zangadas ou não, mergulhei no poço, (descalço e nu de negritudes) e repesquei-as uma a uma, num puzzle desconexo, (retrato fiel do meu desencontro com o vazio e a vida) e soprei-lhes sussurros de perdão por inauditos mal tratos. Disseram-me depois ( à noite, entre estrelas e nuvens) que as não maltratei a elas mas a mim, porque isto de andar sempre vazio e sem rumo era coisa de louco ( ou de cobarde?), qual marinheiro de agua doce que se inventa em tempestades e aventuras que só o poeta sabe desenhar como reais.
Acordei ( ou dessonhei?) com a disposição clara de voltar ao convívio com as palavras e o desenho, (forma egoísta de não permitir a passagem o tempo e de me embriagar com o vento ou o mar e sentir-me, eu, igual a mim, num reflexo sem espelhos...)
O desencontro ( ou a paragem?) não me favoreceu, pois o tempo passou e eu não! Desperdício puro de uma lágrima que me era destinada para a vida e que deixei fluir sem lhe sentir cor, nem de saciar as sedes.
Disse-me o mestre que é preciso acordar vazio em cada amanhecer, para que o tempo caiba por inteiro no dia que nos calhou para descobrir e de nos maravilharmos em permanecia em consequência de irmos de OLHOS, mas o vazio que me entrou, sem a companhia suave das palavras que se sopram irrequietas foi outro, mais negro, mais pesado e usado de angústia.
Este que se me colou hoje no acordar, era esse outro vazio que o mestre nos disse em murmurejo sábio e sorriso matreiro, como quem diz uma verdade que só pode ser ser desnudada por cada um...
Fui á procura da minha, por isso voltei ao caminho e ás palavras que são quem o desenha...

17 de julho de 2007

entre vazios ( mascaras?)

Expludo na incoerência de-me-ser-muitos e de me sentir semente-de-vazios. (Só o arame do equilibrista-palhaço me alinhava o ir e eu finjo acreditar que me olho no horizonte...)

4 de julho de 2007

securas

Escondo na cor a árvore,
escondo-a da sua sombra e pinto-a de sol, ao som dos murmúrios de uma águia pálida, que desenha abismos na noite e nas estrelas.
Escondo-me eu, em mim, como quem guarda o destino em memórias, (Cardume de histórias sem sentido) e voo no futuro em sorrisos infantis que guardam o tesouro do tempo.
Solto as palavras.
Evaporo-as.
Sou o sal de mim.
Seco.
Que chora!

1 de julho de 2007

aqui

"Estou aqui!"
Apetece-me gritar , "AQUI!"
Cego de azuis,
mas
AQUI,
cinzento em vazios.
AQUI,
sem forma nem caminho,
apenas Vento
ou Grito,
de mim...

19 de junho de 2007

com a lentidão de uma sombra nocturna

Retomo a escrita, com a lentidão do tempo, como as nuvens de verão a diluírem-se em desenhos de fantasia...
O cinzento do céu é o (meu) ponto de partida, para o azul que teima em queimar os meus silêncios,
Silêncios,,, silencio, que só as lágrimas retidas ( escondidas,,, na retina? em ti? em mim?) o apaga...

31 de março de 2007

polemógrafo do eu

Caidos no chão ( como gotas de chuva), estão os fragmentos de um homem-fantasma sem sombras. Estilhaços de pólen-de-um-olhar-em-sépias que se apressou a esconder-se nos reflexos da luz.
Caído na terra.
( semente?)

30 de março de 2007

viajo incógnito. de mim. como quem muda de pele e leva o olhar. percorro um vazio,
como quem sonha...