terça-feira, 29 de novembro de 2022

03-11-1958 ----- 10-11-2022


Aqui já tinha falado sobre a doença súbita da minha mãe, um cancro no rim esquerdo muito agressivo. Foi diagnosticada em Julho, sujeita a uma nefrectomia a 18 de Agosto, teve alta a 24 e veio para minha casa. Entretanto ainda passou uns dias com a minha irmã, mas voltou para cá. A recuperação não estava a ser fácil e nunca deixou de sentir dores. 

Durante o mês de Outubro acompanhei bem de perto como a sua saúde se deteriorava e foram dias e noites complicadas, em que as dores eram paralisantes, desesperantes... e para mim, acompanhadas de uma grande impotência. 

No fim desse mês deu entrada no hospital, tão fraca e tão mal que a vi que acreditei quando me vim embora, que essa era a última vez que a via com vida. Estava com uma infeção séptica. No entanto reagiu aos antibióticos numa primeira fase. Uma semana depois, deixaram de fazer efeito e a infeção alastrou. 

Um dia antes do seu 64º aniversário, a médica ligou-me para me dar essa notícia. Para me preparar para o pior. No dia do aniversário dela voltou a falar com a minha irmã, reforçou a ideia de que a partida da minha mãe estaria para breve, que naquele ponto, era algo garantido, à espera de aconteceu. 

Passou-se mais uma semana até ao último dia, e de repente vi-me órfã de mãe e de pai. Já não tenho quem me chame de filha, e no entanto parece tudo surreal. Apesar de já termos vazado a casa onde morava (porque era alugada, ainda nos falta a dela mesmo na Espanha), parece que é mentira, e que a qualquer momento pode voltar. Bem sei que não acontecerá... 

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Natal - As minhas sugestões DIY e minimalistas I

Esta é mais uma publicação que tinha meio escrita há mesmo muito tempo, mais precisamente para o Natal de 2016, e que fui agora resgatar e aproveitar para este próximo Natal.

Parece longe, e eu mesma não gosto nada de ver as lojas repletas de produtos e decoração alusiva ao Natal a meio de Outubro - gente, ainda temos o Halloween antes, que eu tanto gosto!!! - e não me venham com o blá blá blá que não é uma tradição nossa e o raio que o parta... - Mas, a verdade é que para quem gosta de fazer as prendas para os seus amigos e familiares como eu, tem mesmo de se organizar e começar cedo.

Agora; o meu dilema é sempre o mesmo. Adoro, mas adoro mesmo dar presentes, e acabam por acontecer duas coisas em paralelo:
 
1. gosto de os fazer, e muita gente não dá qualquer valor a coisas feitas à mão

2. cada vez mais, tento tirar tralha desnecessária da minha própria casa, e portanto, também me custa dar aos outros coisas que possam vir a tornar-se tralha com o tempo.
 
Pensei em como satisfazer a minha necessidade de mimar as pessoas à minha volta e de quem gosto, e tentar minimizar as prendas desnecessárias, e eis aqui algumas ideias e algumas sugestões, se pensas como eu:

1. Vales oferta/subscrições
Se a pessoa gosta de roupa. ofereceram-lhe vales para as suas lojas preferidas. Se a pessoa gosta de livros, ou música, façam o mesmo e por ai. Podem assinar a subscrição de uma revista, por exemplo e oferecer com um cartão de Natal. Podem também fazer uns vales caseiros que a pessoa possa utilizar quando precisar. Por exemplo, aos nossos pais já ofereci vales para um almoço fora, num sítio à escolha deles, e foi das prendas que mais apreciaram. Podem fazer vales de babysitting, massagens, passeios, etc... pensem - a sério - na pessoa a quem vão oferecer algo, personalizem, e vão ver como vale sempre a pena. 

2. Experiências
Ofereçam entradas para museus, cinema, teatro, concertos, etc. Não ocupam espaço e as experiências ficam para sempre. Até podem ir junto, e aproveitam algum tempo de qualidade. 

3. Comestíveis
É sempre uma ótima opção para quem gosta do feito em casa. Bolachas, bolos, compotas, licores, bombons - pessoalmente já fiz desses todos e são sempre bem aceites.

4. Produtos de higiene caseiros
Sabonetes, óleos personalizados, champôs, bombas para banho, água de rosas, esfoliantes, cremes... há um sem fim de receitas online que podem usar para fazer este tipo de produto em casa. Depois é só colocar numa embalagem bonita e adicionar instruções de uso, ingredientes, etc sempre que necessário. 




5. Ornamentos
Coloco esta sugestão com um pequeno senão. Tenham a certeza que a pessoa a quem vão oferecer os ornamentos monta a árvore de Natal, caso não o faça porque não gosta, não tem espaço ou por levar uma vida mais minimalista, os ornamentos tornam-se "tralha desnecessária". Cá em casa temos uma tradição desde que os miúdos nasceram, todos os anos, por cada um deles adicionamos um ornamento novo, feito à mão. Também adicionamos à nossa árvore todos os ornamentos oferecidos por amigos, comprados ou feitos por eles também, e confesso que sempre que monto a nossa árvore, o que mais gosto é de ver toda a mistura de ornamentos diferentes e ela mais cheia de tanto carinho. 

domingo, 16 de outubro de 2022

cinco anos depois


Andei para aqui a ver posts guardados em rascunhos... eram 20, nunca os cheguei a partilhar embora os tivesse iniciado. Os últimos tempos andam particularmente sensíveis por aqui e encontrar estas coisas... dá uma nostalgia... 

Escrevi isto no início de Junho de 2017, o mês e ano em que a minha filha fez 6 anos, era o começo de muito mais que tinha para dizer, mas ficou assim, aquém...

Ainda me lembro de ti pequenininha. Na ponta dos pés, esticavas-te muito para chegar à tomada da luz, hoje estás mais alta do que ela. É assim que vejo muitas vezes o quanto tu (e o mano) cresceram, pelos móveis, sítios e coisas cá de casa. E quando penso, onde estaremos daqui a dez anos... Inicialmente 10 anos parece muito tempo, mas não é, e em dez anos estarás uma mulher, com 16.

... não passaram dez anos, mas passaram cinco e já tanta coisa mudou. E a princesa - pequenininha - está quase do meu tamanho, já tem 11 anos. 

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Destes Dias #24

este post ficou perdido nos primórdios de morarmos nesta casa... não quis deixar de o publicar! 


 a minha miúda na abertura do benfica x sporting 

 a grinalda de luzes nova (do lidl) no meu quarto

miúdos de férias. primos. casa desarrumada e feliz 

mesa e cadeiras finalmente a uso. uma planta que tento que recupere

quarto em processo de destralhe

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Das férias de verão

Tinha aqui um rascunho de uma publicação sobre o início das férias dos miúdos. 😅 Ah Ah Ah 😁 As férias estão por um fio já e eu nunca mais cá voltei. A verdade é que hoje já fui à reunião com a professora do mais novo, e segunda feira arrancam as aulas para ambos. 

Não foi um verão fácil. Para começar com o mais leve, o pai está a trabalhar há relativamente pouco tempo num novo trabalho e como tal não teve férias, passamos todo o verão em casa. Depois, a casa da minha irmã ardeu num incêndio e para arrematar a minha mãe ficou doente e assim de uma semana para a outra foi sujeita a uma cirurgia de urgência, e cuja recuperação não está a ser propriamente pêra doce. A cirurgia foi no dia 18 de Agosto, está cá em casa desde o dia 24 pois não podia ficar sozinha. 

vidros partidos, tudo preto... lá fora, parecia neve, mas era cinza... 

Fizemos muito pouco com os miúdos... 😔 ... não fizemos praia nem um só dia, o que valeu aos miúdos é que eles até são mais de piscina e este ano voltámos a comprar uma insuflável para o quintal (que o cão do vizinho rompeu porque decidiu vir para aqui morder nos nossos - e teve que pagar outra, obviamente). A festa de aniversário do miúdo não correu como esperado, embora tenha acabado por se divertir ainda assim... aprendemos sempre algo, desta vez a convidar só quem realmente importa porque de 6 convidados da turma, 5 cancelaram na véspera. Esta turma que calhou ao meu miúdo é mesmo top! (olhá ironia, claro!). 

... mesa das comidas ... 

o bolo que ele escolheu era todo ele feito em fruta e preparei-o mesmo antes de cantar os parabéns para que estivesse fresquinho. foi um sucesso. 


Ainda fizemos algumas coisas engraçadas com eles, mas pouco. Acampámos com os tios e os primos dois dias...



Fomos à concentração de motos de Faro e mais um par delas locais... 

Fomos a alguns aniversários e um deles teve lugar num espaço com quinta, e mesmo depois de termos dado a voltinha para ver os animais, alguém veio dizer que a cabra tinha parido, claro que foi tudo a correr ver a bebé. Que coisa mais fofa, mal acabada de parir e já se colocava de pé. 


A miúda lá festejou o aniversário, várias semanas depois, pois queria juntar as três melhores amigas na festa, mas faltava sempre alguma que ou iam de férias, ou isto, ou aquilo. Lá fez a sua festa do pijama como queria, e divertiu-se bastante.
 
digam lá que não montei uma boa esplanada para jantarem na rua?

Demos um ou outro passeio noturno com eles que adoram passear quando o sol se põe, comemos churros, waffles... brincaram em parques e passearam à beira mar. Há lá coisa melhor numa noite quente de verão? 


Passeios por shoppings quase não existiram, então num ou dois que fizemos deliraram, como se fosse uma grande coisa... 😆


alte

alte

Boas ou más, acabaram-se as férias e é tempo de retomar rotinas mais ou menos iguais. Confesso que já me fazia falta, embora não tenha a certeza se será melhor assim ou não. De certa forma, e como estive sempre a trabalhar desde casa, ter os miúdos em casa é um descanso, não ter que andar no leva um, leva outro, vai buscar um, vai buscar o outro... 

E por ai? Já arrancou o regresso à escola? Como foi o vosso verão? 

quinta-feira, 30 de junho de 2022

...mais covid...


São cada vez mais raras as vezes que passo por aqui para escrever sobre o que quer que seja. O mundo está louco lá fora, e nós vivemos cada dia devagar, um depois do outro, sem saber que loucura virá a seguir. 

No meu mundo pessoal, também têm sido muitas as mudanças, muitas as incertezas... Muitos projetos parados a meio, em standby porque nem sempre as coisas correm como esperamos, ou pretendemos. 

Hoje por exemplo, já me sinto bem e capaz novamente, mas o raio do bicho (i.e. covid) apanhou-me outra vez e andei aqui no baixa e sobe com a febre, nada a ver como estive da primeira vez. O raio do bicho veio mesmo na pior semana, em que tinha as festas de aniversário dos miúdos para preparar, a festa de fim de ano onde os miúdos atuaram os dois, e o vestido para o baile de finalistas da sobrinha por terminar. Hoje, vai ser dar corda aos sapatos para o vestido. A festa da miúda, que teria sido ontem/hoje (festa do pijama como tem feito nos últimos anos) foi adiada para daqui a um par de semanas porque uma das amigas não vai estar cá antes e ela prefere esperar por ela. E a festa do miúdo que seria sábado, lá teremos de alterar também. O pobre já ficou sem festa o ano passado, também por culpa do covid, quando mandaram os miúdos todos de quarentena apenas uns dias antes, para nós que somos adultos, é fácil de entender, mas ele?! Que faz oito (e sete no ano passado)... Até mesmo ela que é mais velhinha, ficou desconsolada por eu estar com covid e incapaz de lhe dar a festa pela qual tanto esperou e tão ansiosa estava. 

domingo, 10 de abril de 2022

Na falta de melhor, falemos do tempo

Normalmente por esta altura do ano, já costumo ter a roupa de verão fora da arrumação e pronta a vestir. Também já costumo ter as peças mais quentes de inverno guardadas. Este ano bem vemos como as coisas têm estado a correr. Sinceramente, quando o sol sai, aquece bastante, ainda assim, quando vou para a sombra congelo. 
Já vejo imensa gente de manga curta, mas porra, que uma pessoa mora numa casa que agora deu em ser um gelo, e como passo a maior parte do dia aqui, nem tempo tenho de aquecer. Depois quando ando pela rua, dá-me sempre a sensação que sou a única maluquinha com a necessidade de uma roupa um pouco mais quente. 

E quando chega a noite? Quente também não é, que por cá ainda se dorme muito bem com a roupa de cama de inverno e com o pijaminha polar. OK, se calhar o pijaminha já vai sendo demais, mas o que eu quero dizer é que as noites ainda arrefecem bastante. Caramba, estamos quase a meio de Abril. Normal não se pode dizer que seja. 

E eu que já ando com tanta vontade de voltar a vestir aquelas roupinhas que estão guardadas há tanto tempo, as minhas roupitas de verão. 

quarta-feira, 16 de março de 2022

Leituras desde 2021 até aqui

Acabei de perceber que há mesmo muito tempo que não publicava sobre os livros que tenho lido. O ano passado voltei a ficar aquém do desejado, o que pouco me agradou, assim que para este ano não coloquei mais na minha lista, o objetivo mantém-se, pelo menos um livro a cada mês e meio. Para já, está a correr bem, uma vez que este ano já li alguns, que vos deixo abaixo pela ordem que os fui lendo, com uma breve opinião dobre o mesmo. 



Bairro sem Saída - Fernando Ribeiro
Gostei. Já conhecia o trabalho de Fernando Ribeiro na poesia, e claro, como vocalista dos Moonspell, por isso não esperava menos do seu primeiro romance, onde nos transporta para o interior do Bairro da Brandoa, onde se acentuam as diferenças entre classes sociais, com uma escrita nua e crua, que não anda com floreados. Cativante, fácil de ler, daqueles que dificilmente se conseguem colocar de lado até terminar. 





A Rapariga no Gelo - Robert Brydza
Este foi o primeiro romance do autor que li. Não conhecia - isto é - conhecia o nome, mas não o trabalho - e afirmo que fiquei positivamente surpreendida. A verdade é que gostei muito, foi um livro que me prendeu do início até ao fim. Gosto de policiais, mistério e crime, e A Rapariga do Gelo está muito bem escrito, cumpre todos os requisitos. Este é o primeiro livro de uma saga que te como personagem principal a detetive Erika Foster, e fiquei mesmo com muita vontade de ler todos os outros livros da mesma. 





As Brumas de Avalon CAP. II A Rainha Suprema - Marion Zimmer Bradley
As Brumas de Avalon CAP. III O Rei Veado - Marion Zimmer Bradley
A LER: As Brumas de Avalon CAP. IV O Prisioneiro da Árvore - Marion Zimmer Bradley

Oh As Brumas de Avalon!! Tinha o primeiro livro (dos quatro) em casa havia anos, junto com outros livros já lidos de Marion Zimmer Bradley, que sempre foi uma das minhas preferidas, mas nunca o li, sempre à espera de conseguir os outros três e poder ler de uma rajada só. 

Até que no ano passado decidi pegar nele, com, ou sem os outros três. Já que o tinha, pelo menos sem ler o primeiro já não ficava. E claro, depois de o fazer, fiquei quase que um pouco obcecada em conseguir os outros. E acabei por ter a sorte de encontrar todos eles numa feira das velharias, da mesmo coleção deste que eu já tinha e tudo. 

Neste momento estou a meio do último, e a adorar. Não passa um dia sem que vá lá ler nem que seja um bocadinho quando não dá para ler durante horas... que isto demora, são livros de mais de 300 páginas e de letras pequeninas. Mas... vale cada uma delas (tirando os erros de impressão/revisão - como sabem é coisinha para me deixar c'os nervos!). M. Z. Bradley sabe contar-nos uma história, sabe tocar-nos no intimo, e amamos ou odiamos as personagens com ela, às vezes amamos e odiamos ao mesmo tempo. 

*** ¨¨¨¨ ***

Enão tinha ideia que tinha ficado tanto tempo sem escrever aqui sobre as minhas leituras, pois ainda tenho do ano passado, alguns livros lidos que não cheguei a partilhar. Foram eles:


O Lugar das Árvores Tristes - Lénia Rufino
Mais um primeiro romance para uma autora portuguesa em ascenção. Conheci a Lénia Rufino através de uma página de instagram que sigo, onde primeiro tive conhecimento de um grande gesto de solidariedade por parte da autora, não como escritora mas como ser humano, só depois tive conhecimento sobre o lançamento do seu livro (precisamente há um ano atrás), que adquiri ao fim de um par de semanas. Deve ter sido o livro que menos tempo levei a ler dos últimos tempos. Sabem aqueles livros que de tão interessantes que se nos fazem, parece que quando damos por nós já chegámos ao fim e ficamos com um travo agridoce na boca porque, por um lado, foi uma escrita maravilhosa, e ficámos completamente rendidos à forma como escreve, ao desenrolar da estória... mas, acabou. Acabou e nós queríamos mais... foi assim que me senti quando acabei de o ler. Já para não dizer que me identifiquei imenso com a personagem principal, Isabel no início da narrativa. 


As Brumas de Avalon CAP. I A Senhora da Magia - Marion Zimmer Bradley
(ver acima sobre as Brumas - este é o primeiro dos quatro)
Também cheguei a falar sobre isso aqui


Almoço de Domingo - José Luís Peixoto
E aqui o meu Peixoto. E é com muita tristeza que digo que não li Peixoto, como normalmente leio Peixoto. Reconheço a qualidade da escrita, está lá sim senhor - que o homem é um génio das palavras e que ninguém me diga o contrário. Mas nem sei o que foi, que não me cativou tanto nesta obra biográfica de uma das personalidades mais relevantes neste nosso país. Fui lendo, gostei de conhecer mais sobre a vida do homem - Rui Nabeiro. Levei meses a ler este livro, faltou motivação, aquela sede que tive com os outros livros de que vos falo acima. Não sei se fui eu, ou este livro, mas andámos ali num anda não anda os dois. 

quinta-feira, 3 de março de 2022

Guerra

Queria que os motivos que me trouxessem aqui hoje fossem felizes. Mas não são. Desde a última quinta feira que me sinto mal, pequenina, insignificante e aterrorizada. 
Como assim? Como uma guerra como esta que tem lugar nesta Europa?! Em 2022. Como é que não se aprende nada com a história? Como? Não consigo ficar indiferente, não consigo tirar o pensamento desta porcaria o dia inteiro. O choque inicial do primeiro dia deixou-me fisicamente doente. 

Ainda há coisa de um ano, lia um livro que descrevia o cenário de guerra em Sarajevo... sobre esse livro, escrevi...

Há passagens tão brutais que dei por mim a suster a respiração, a ter que fazer uma pausa, engolir um suspiro ou outro em seco, para poder continuar.
Lembrei-me muitas vezes de ser menina e ouvir falar desta guerra. Dos horrores que era uma guerra, e de ficar aterrorizada porque cheguei a ouvir o barulho ensurdecedor de (penso eu que eram) caças a sobrevoarem-nos. Na altura morava em Espanha, e não me perguntem porque conseguíamos ouvi-los de vez enquanto, mas aconteceu algumas vezes e toda eu tremia

Pouco depois, sobre a II Guerra mundial... Escrevi:

Dói ler estes relatos históricos, por vezes é quase impossível conseguir imaginar o que milhares de pessoas sofreram nas mãos de nazis sem qualquer pingo de humanidade. Os testemunhos dos sobreviventes são por vezes tão brutais, tão inacreditáveis! Hoje, à distância dos anos passados ouvimos falar do Holocausto e parece que não nos toca, mas devia. Devemos falar sobre isto sempre, mostrar a todas as gerações depois de nós o quão diabólico o homem consegue ser.
Curiosamente, enquanto li o livro cruzei-me com dois documentários na tv sobre esta altura, entre uma coisa e outra, nomes que se repetiram entre os livros e os documentários, senti que consegui perceber ainda melhor esta história e o quão condescendentes os alemães do pós-guerra foram com estes criminosos de guerra que na sua maioria escaparam impunes, ou com penas tão insignificantes que foram quase uma ofensa para os sobreviventes, um outro tipo de tortura.

Será que tudo se repete? Durante quanto tempo durará esta guerra? Será esta a tão temida III Guerra Mundial? O que vem ainda por ai? Estamos todos em risco? 

Confesso. As guerras, os desastres naturais são coisas que me dão um pavor terrível, porque vejo o quão pouco controlo temos sobre as nossas próprias vidas e dos outros. Ouvir falar em guerra, em ameaças de ataques com armas nucleares, tudo isso me deixa em estado de alerta, com medo, principalmente porque sou mãe, principalmente porque coloquei-os no mundo e não posso protegê-los da loucura do Homem.

E isto sou eu! Eu que estou geograficamente tão longe (ou tão perto), que apenas vejo os horrores por uma tela. Encolhe-me a alma, o coração, todo o espírito pensar naqueles que lá estão, a lutar, a esconderem-se, a tentar escapar. Até os que estão a lutar e a morrer às ordens de um ditador, um louco, um demónio, com o qual nem sequer concordam. A verem toda a sua vida a desaparecer em horas... caramba, a cada segundo.

Acabem com isto! Que as vidas humanas sejam colocadas, por uma vez, em primeiro lugar. Que deixem os interesses pessoais, políticos, sei lá, de lado. 

Entretanto, a vida continua para os que não estão diretamente envolvidos com este conflito... Como se nada fosse, a fazerem a sua vida, ignorando, olhando para o lado. Se calhar sou eu que tenho demasiado tempo sozinha para me abstrair disto, m e faz-me mal. 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Destes Dias #29


Acabo de perceber que ainda não inaugurei o ano aqui no blogue. Como vos está a correr 2022, brincando, brincando, mais de mês e meio já foi. Se calhamos a distrair-nos a olhar para o lado, daqui a nada estamos no verão. Oh, o verão não digo, que nunca fomos grandes amigos, mas já calhava bem uns dias de primavera quentinhos =) 

O ano vai indo, tenho separado algum tempo para estudar (modelagem), é o meu calcanhar de Aquiles quando falamos de costura. Na realidade, são coisas distintas complementares, e apesar de me desenrascar bem a modificar moldes pré feitos, há muito que quero ser capaz de criar qualquer peça que imagine do zero. No entanto, nunca me dispus realmente a aprender, aprofundar conhecimentos até agora. Dei os primeiros passinhos o ano passado, mas agora lancei-me. 

Tenho lido, vou no segundo livro, portanto dentro do planeado. O primeiro devorei-o num par de dias, o segundo está a ser interessante, mas fiz uma pausa nas leituras durante uns dias e agora mais recentemente peguei nele com mais vontade. Mas sobre livros falarei mais tarde. 

Tivemos todos Covid cá em casa, os miúdos passaram mais ou menos, nada para além de uma gripe, febre, com um dor de cabeça latejante. O pai teve igual, eu tive um rol interminável de sintomas e fui também a que levou muito mais tempo a recuperar. Nunca antes na vida senti dores tão fortes nas ancas, dor de cabeça, ocular, cansaço extremo, mas extremo mesmo, diarreia, perda de memória, tosse, expetoração, febre que não baixava facilmente, enfim... uma festa. 

No dia de São Valentim, fomos jantar os quatro ao McDonalds. O marido até me convidou para jantar, só nós os dois, mas numa segunda não quis deixar os miúdos na casa da avó, para mim, não é o dia dos namorados, é o dia do amor, e faz-me muito mais sentido passá-lo com eles os três. Eu e o pai, temos outros tantos dias no ano para festejar o amor, o nosso amor. Nesse dia, escondi bilhetes em forma de coração na lancheira de cada um. Adoraram a surpresa! À tarde, preparei-lhes um prato flor temático, cheio de corações com alguns dos snacks que mais gostam e por fim, deixei-os escolher o jantar, quiseram ir ao Mc, e fomos. 

Desde o início do ano fizemos algumas cainhadas, mesmo aqui por perto, passeios à praia... basicamente, sair para apanhar um pouco deste sol de inverno tão bom deste meu Algarve, que é a melhor coisa que temos.

1º dia do 2º ciclo

O mais novo entrou no 2º ciclo. Acho que tenho andado mais nervosa do que ele, pois bem sei que estes começos costumam ser difíceis. É um me...