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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sentimentos agudos

Numerosas sensações despertam um sentir exato e incontestável

onde a mansidão das palavras é um desprender de folhas ao vento

Junto ao furor das tempestades maiores.

Estes teus olhos pueris, oferecem-me a paz e o silêncio;

Enquanto suas mãos exageradas me tocam.

Sinto um irremediável desejo visceral de tudo

Enquanto nada fizemos ainda.

Sonhamos tão perto, e sonhamos tão longe.

E o que é distância?

Não é nada quando um já reside no outro

desde muito tempo.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Ímpeto de paz

Entre o sono e a vigília deixo as palavras verdadeiras,
onde em sonho algemo meus vagos propósitos de antes,
e em realidade desprendo-me das coisas costumeiras,
para seguir vivendo do entorpecer dos meus instantes.

O tempo que agora enxergo não é mais longe ou perto.
É um tempo meu essencial a iludir-me como quero.
E nessa andança orquestrada pelo ritmo certo,
traço os verso que em mim é o que há de mais sincero.

Vivo em vida de verdade, longe da confusão quieta
e dos dias onde imperava a exausta morbidez.
E a agonia antes compulsiva, das amarras se liberta,
para seguir retomando a paz que um dia se desfez.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Beija eu

Outrora minha alma de afagos viu-se inebriada,
onde em sonho toquei-te o corpo sedento de vontade,
e na paz descansei minha aflição exagerada.

Na impaciência perseguidora daqueles que desejam,
revivo desses meus febris pensamentos avassaladores,
porque em verdade quando duas bocas se beijam,
simplesmente se entregam ao prazer de seus amores.






Soneto da espera


Aquilo que não possuo ainda
como o doce beijo da tua boca,
faz de mim uma vontade que nunca finda,
e que já não posso negar ser pouca.

Essa boca que ressequida espera
um beijo teu como bálsamo sagrado,
Ainda vive da doce quimera
de somente um abraço apertado.

Um abraço e um adeus que foi dito
numa hora tardia onde tudo foi sincero,
e que deixou em meu peito o que agora acredito.

Como pude em hora derradeira duvidar?
Só sei que já não posso crer que não sejas tu,
que irá valer cada segundo que hei de esperar.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Reflexão sobre o amor

Quando uma pessoa ama, deve haver liberdade - a pessoa deve estar livre, não só da outra, mas também de si própria. No estado de pertencer a outro, de ser psicologicamente nutrido por outro, de outro depender - em tudo isso existe sempre, necessariamente, a ansiedade, o medo, o ciúme, a culpa, e enquanto existe medo, não existe amor. A mente que se acha nas garras do sofrimento jamais conhecerá o amor; o sentimentalismo e a emotividade nada, absolutamente nada, têm que ver com o amor. Por conseguinte, o amor nada tem em comum com o prazer e o desejo.

O amor não é produto de pensamento, que é o passado. O pensamento não pode de modo nenhum cultivar o amor. O amor não se deixa cercar e enredar pelo ciúme; porque o ciúme vem do passado. O amor é sempre o presente ativo. Não é "amarei" ou "amei". Se conheceis o amor, não seguireis ninguém. O amor não obedece. Quando se ama, não há respeito nem desrespeito.
Não sabeis o que significa amar realmente alguém - amar sem ódio, sem ciúme, sem raiva, sem procurar interferir no que o outro faz ou pensa, sem condenar, sem comparar - não sabeis o que isto significa? Quando há amor, há comparação? Quando amais alguém de todo o coração, com toda a vossa mente, todo o vosso corpo, todo o vosso ser, existe comparação? Quando vos abandonais completamente a esse amor, não existe "o outro".

O amor tem responsabilidades e deveres, e emprega tais palavras? Quando fazeis alguma coisa por dever, há nisso amor? No dever não há amor. A estrutura do dever, na qual o ente humano se vê aprisionado, o está destruindo.A mente que busca não é uma mente apaixonada, e não buscar o amor é a única maneira de encontrá-lo; encontrá-lo inesperadamente e não como resultado de qualquer esforço ou experiência. Esse amor, como vereis, não é do tempo; ele é tanto pessoal, como impessoal, tanto um só como multidão. Como uma flor perfumosa, podeis aspirar-lhe o perfume, ou passar por ele sem o notardes. Aquela flor é para todos e para aquele que se curva para aspirá-la profundamente e olhá-la com deleite. Quer estejamos muito perto, no jardim, quer muito longe, isso é indiferente à flor, porque ela está cheia de seu perfume e pronta para reparti-lo com todos.

O amor é uma coisa nova, fresca, viva. Não tem ontem nem amanhã. Está além da confusão do pensamento. Só a mente inocente sabe o que é o amor, e a mente inocente pode viver no mundo não inocente. O amor não conhece o oposto, não conhece conflito.
Compreendeis o que isso significa? Significa que não estais buscando, nem desejando, nem perseguindo; não existe nenhum centro. Há, então, o amor.

De Jiddu Krishnamurti adaptado por Jacque.

Simples e verdadeiro

Um dia perguntei à ele:
-O que você gosta em mim?
Ele simplesmente respondeu assim:

Amo o conjunto da obra!
Suas mãos delicadas que gesticulam seu pensamento robusto.
Seu pensamento harmônico, desvendado nos gestos das suas mãos.
Seus olhos furtivos, buscando a verdade e se escondendo dela.
Sua verdade delicada, a qual transborda dos olhos rápidos e meigos.
Seus passos e pernas, seu meneio lento, tranqüilo e forte.
Sua sutil figura, esculpida da mais linda jóia.
Sua boca bonita, de lábios lascivos.
Sua voz gostosa, repleta de novas verdades, das quais a gente às vezes foge por toda a vida.
Seu cabelo bonito, sua cor brilhante. Um fio de sua madeixa haverá de ter um turbilhão de prazer orgásmico.
Seu nariz bem feito, adorno de moldura rosto; a inspiração do ar que respira. O sabor que devem ter seu hálito...
A silhueta indefectível, a voz infalível, o cheiro único, sua existência: capricho dos deuses.
Essa doce embriaguês só por saber da sua existência.
A felicidade sem tamanho por saber que você se importa com o meu existir.
O mundo velho, sem graça, sem sabor, sem sentido, que agora virou um outro mundo novo, com tudo diferente e melhor.
Quer saber do que eu gosto em você?
Eu gosto de você toda.

Ele não mente, não me ilude e só diz isso à mim.
Isso sim, vale a pena.
Sabe por quê?
Porque é simples e verdadeiro

domingo, 27 de dezembro de 2009

Falsa rosa

Da beleza rubra escarlate sangra a falsa rosa.

A poesia da vida


Relevo qualquer acusação que é feita.
Eu não posso mais ponderar-me por motivos teus.
E nessa minha poesia que nunca foi perfeita.
Deixo somente um verso triste de adeus.

Um tempo que não existia, hoje me cobra.
Viva! O tempo é curto, tu és livre agora!
Olhe! O quanto o ponteiro se desdobra!
Nada mais te impede, abrace cada hora!


A realidade da vida.

Não há sentimento real aliado a desconfiança.
Não há existência se nem os olhos, podemos ver.
Por que te escondes nesta tua insegurança?
Irreal. De fato, tu não queres viver.


sábado, 26 de dezembro de 2009

Tudo azul


Enxergar a vida é melhor coisa que há. É tão simples e tão gostoso. Eu estou vivenciando a melhor fase da minha vida e isso tem sido simplesmente indescritível. Não há mais mágoas, na realidade nunca houveram. Eu tenho aprendido tanto, e graças a esta aprendizagem eu tenho me deixado ser livre. Eu tenho um milhão de problemas e todos os dias, tenho que lidar com culpas, mas ultimamente, elas estão se amenizando. Ao fim, irão desaparecer de vez. O mais interessante é que realmente aprendemos com a dor e com a indiferença. Eu não quero viver de mentiras e nem me iludir com coisas que jamais irão acontecer. Sempre tive a cabeça nas nuvens, fiz coisas das quais me arrependo imensamente, mas agora que a vida me sorri tão intensa, quero apenas retribuir à ela tudo isso. É uma pena que muitas pessoas não percebam a grandiosidade disso tudo. Aprender a se colocar sempre em primeiro lugar é fundamental. Alguns chamam de egoísmo, eu Jacque, chamo isso de maturidade. O bom disso tudo, é que ainda amo intensamente, irremediavelmente, loucamente... Sim, eu amo tudo o que me faz bem, livre e feliz. Bah, esse mundo é uma loucura deliciosa! Demorou tanto pra que eu pudesse enxergar a vida sorrir pra mim! Mas, valeu demais à pena! Gente, por favor... Sejam felizes de verdade! E vejam só, a felicidade é simples demais, ela está dentro de nós mesmos, basta-nos apenas enxergar a vida. Chega de quatro paredes! Chega de acreditar em coisas irreais! Chega de viver o que não é vida! Chega de esperar! Chega de acolher sem ser acolhida! Eu só quero é viver a vida!!
Vida, ei... psiu! Valeu, tu és linda e azul!!!

Bem, o ano está acabando e eu tenho a dizer que foi simplesmente o melhor de toda a minha existência. Eu simplesmente estou apaixonada por isso tudo!

Eu tenho vida em minhas veias
Eu tenho os versos em minha vida
Eu tenho o amor que sempre vale

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Apontamentos III


A palavra de agora, não é árdua e nem remete injúrias,
apenas preenche as fendas abertas pelo não dito.
Carrego em minha face tudo o que sou.
Tenho aceitado e aprendido sobre a vida,
e enxergo em mim toda a necessidade que procuro.
O medo já não me abraça como antes.
Tenho é uma eterna e desmedida impaciência em viver.
Viver de beijos ou de lágrimas, não importa.
Só não quero viver de mentiras.
Quero me fartar até das coisas que eu não tive,
e divagar mil vezes sobre qualquer coisa que me cure.
Eu quero gritar até que me peçam silêncio.
Quero me calar até que peçam para ouvirem a minha voz.
Quero escrever até que meus dedos sagrem.
e, quero amar quantas vezes for preciso,
Só para sentir minha alma plena e segura.
Nada mais justo que o amor.
Pobres daqueles que se confundem.
O amor é livre como um pássaro do céu.
Não suspeita mal como dizem,
Nem ao menos faz com que o ódio tome o seu lugar.
Sinto-me como água limpa, vento tranqüilo e flor que acaba de nascer.
É como se o mundo fizesse sentido a cada novo segundo.
E a vida sorrisse como criança em dia de festa.
É tão simples viver tudo isso.
É tão fácil amar exageradamente.
Amar a você mesmo, depois o outro... E os tantos outros que existem.
Eu sei tanto sobre mim que agora me esqueço de tudo.
É bom saber aceitar certas coisas e agradecer a elas.
Meu sorriso que um dia foi esquecido em qualquer canto,
hoje, não mais me abandona.
Chorar? Sim, faz bem quando choro.
A alma fica limpa.
Em mim não há confusão.
Vivo agora o que os outros não vivem,
simplesmente porque aprendi sobre quem sou,
Mesmo sem saber ao certo sobre isso.
Sou poesia, quem sabe...
Sou um tormento ou uma calmaria sem fim.
Sou um coração que no peito não cabe.
Sou essa escrita e serei sempre assim.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O que importa


Meu desequilíbrio se torna estável em sua presença.
Seu modo de me olhar denuncia as facetas do pecado.
Meus movimentos oferecem a você todas as minhas vontades.
Sua calma desordena meus impulsos.
Minha insanidade aparente se rende a sua razão absoluta.
Seu ritmo certo e sereno destoa quando meu corpo toca o seu.
Minha paz esquecida abraça-me como velha conhecida.
Seu sorriso de menino se revela quando digo certas coisas.
Minha palavra é só sua, tenho dito e não nego.
Seu cuidado é minha cura mais esperada.
Minha vida ressurge em várias vidas ao teu lado.
Sua mansidão me guia por onde eu pensei não ter saída.
Meus extremos de alguma forma te encantam.
Seus olhos não me negam a tranqüilidade que almejo.
Minha solidão encontra conforto em teus braços.
Seus olhos são minhas veredas intermináveis.
Minha alma é o seu abrigo dessas horas inquietas.
Sua mão é meu porto procurado.
Meu coração é paladino corajoso em dizer que sente.
Seu jeito de sentir é verdadeiro e nobre.
Nós somos o que há de ser sem medos ou arrependimentos.
Somos, e isso é o que importa.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Amor


No sopro do vento
No balanço das folhas
No pousar dos pássaros
No deslocar das nuvens
No cheiro da terra molhada
Nas gotas que se emparelham
Nas flores que se rompem
Nas cores que se formam
Nas formas que se fazem
Nos olhos que me encantam
No sorriso que me prende
Na voz que me acalma
No gesto simples
Nas doces canções
Na paz que emana
No olhar de desejo
Na timidez que expressa
Na loucura que se cala
No silêncio que tudo fala
Nas paisagens que tanto amo
Ao nosso modo
Do nosso jeito
E só teu nome que eu chamo
Por estes caminhos tortuosos
Aos quais você depositou flores
Para que eu te siga
Porque sei que somos um equilíbrio
Uma rota
Um passo certo
Uma fuga desse mundo infame
A cura de uma dor
E a isso, damos um só nome:
- AMOR-

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Quando penso em você...


Quando penso em você... Eu morro de saudade. Parece que não te vejo há séculos. Fecho os olhos e me lembro do teu sorriso lindo, teu jeito cativo e tua atenção. É tão bom quando você me acalma e me diz que a minha maluquice te encanta e que minha luz consegue iluminar até as mais tenebrosas almas. Você diz as coisas certas nas horas adequadas. Você me faz sentir especial, pelo simples fato de dizer baixinho: Calma, vai ficar tudo bem, ouça essa canção. Eu ouço as tuas canções que já são tão nossas. Eu adoro os teus planos, dizendo das coisas que iremos fazer e sentir. Adoro você me aconselhando que eu me vingue do mundo, sendo apenas feliz. Gosto quando você diz que o que te importa é me ver sorrir. Gosto dessa mágica que nos envolve. Eu gosto de você demais, porque você me fez gostar de mim. É... Realmente... Nós vibramos em outra freqüência, diferente de tudo. Nós vivemos em outro mundo... No nosso mundo.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Verdades escritas



Olhemos para o céu. Há nele imperfeições? Existe numa flor a maldade? Existe numa revoada de pássaros a impureza? O que somos nós diante de tudo isso? Folhas em branco. Escrevemos tão só a nossa própria poesia. Mas muitos nós, pensamos ser os detentores de toda a verdade. Não sabemos de fato da vida de ninguém, matamos nossa própria poesia. Sentamos no trono do egoísmo e ditamos as regras. Deixamos a vida crua. Tornamos-nos possuidores uns dos outros julgando isso ser sentimento verdadeiro. Breves... Como são breves nossas certezas, dissolvem-se em meio aos nossos julgamentos imaturos e superiores. Impomos aos outros as nossas verdades, sem saber de nada. Como somos tolos e insensíveis. Como podemos então gritar aos quatro ventos sobre o amor? Quando fazemos de nós mesmos seres ignorantes. Imperfeitos, somos todos, apenas devemos aprender a reconhecer isso.


A vida é poesia e sentimento. Quem sente não pode ser falso. Quem vive de poesia, não consegue viver de mentiras. As pessoas pensam o amor, no total egoísmo. Limitam o amor aos seus preciosos olhos que tudo enxergam, pois se sentem assim, donas de todo conhecimento e de toda a verdade. Alguém sabe o que é amar alguém verdadeiramente? Amar sem ódio, sem ciúme, raiva, sem procurar interferir no que o outro faz ou pensa, sem condenar, sem comparar? As pessoas conhecem profundamente a história de vida de cada uma para julgá-las? Não, elas preferem encontrar a pior maneira para imporem seu egoísmo, preferem sempre os piores caminhos, dentre eles, o da ignorância.


Por isso, prefiro o céu, as flores, os pássaros... Prefiro essa minha poesia de cada dia que relata o que sinto na alma. Prefiro os sentimentos às mentiras, e isso, só eu sei como é, mais ninguém. Sinto-me no privilégio dos versos e no prazer da escrita. Só quem sabe disso, pode ser capaz de me entender nesse momento. Quem não sabe, segue a vida a passos de ganso, acreditando na verdade que lhes cabem.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Sobras

Tudo que sei de mim resume-se agora em um pranto.
Eu posso ser um pássaro ou mesmo uma flor pequena.
Eu posso transcender minhas loucuras numa folha em branco,
mas somente eu sei dizer quando realmente vale à pena.

Hoje é um novo dia.
E assim, ainda mais me afasto.
Mesmo que em versos eu muito tenha gasto,
ainda sobra-me um amor de maior valia.



quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Fruto azedo


Faço poesia lembrando-me do doce sal da tua boca.
Recorro a uma prece vã.
Que me adianta dizer-te desta agonia?
Se agora experimento o gosto podre da maçã.

Escrevo como quem navalha-se.
As palavras esbarram-se umas nas outras,
Implorando liberdade.
Voa palavra minha! Inverta meus sentidos!
Porque só tenho tido,
o gosto do fruto azedo da infelicidade.

Fruto azedo. Gosto de nada. Verso eterno.
Concordo com Bukowski:
“O amor é mesmo um cão do inferno”

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Simples assim

Nada mais que uma poesia nua.

Um nada.

Uma queda irreparável.

Uma verdade crua.

sábado, 7 de novembro de 2009

Ao tempo que somos

Vivo a margem isolada no canto esquerdo aonde ninguém chega.
Mesmo assim, faço-me aqui sempre presente aos que se ausentam.
Preciso contar as horas de maneira segura e recorrer ao meu tempo.
Um tempo carregado em asas de pássaros e sopro de vento.
Eu sou tão necessária a mim, que me torno duas.
Olho do alto o tempo que discorre e os outros que caminham logo abaixo.
Caminham sempre iguais, a passos longos ou curtos, mas sempre do mesmo jeito.
Eu aqui pairando entre estas nuvens fico a imaginar sempre em reticências.
Há em mim um gosto por coisas abstratas e metafóricas.
Enquanto os outros são feitos de começo, meio e fim,
eu apenas desenho no chão um começo para que meus pés sigam,
e não chego até o fim, porque sempre estou no meio.
Eu sou exatamente igual a você quando olho-me no espelho.
Ouço as mesmas coisas e vivo os mesmos dias desiguais.
O que difere é que sabemos quem somos.
O que magoa são aqueles que nunca compreendem.
É como caminhar em meio à multidão e sentir-se esbarrada sempre.
Sou conduzida a ficar vendo que todos passem,
e, alheia acompanhe sempre de lado, sempre a margem...
No meu tempo falho, desgastado e fugitivo, não há fendas.
Mas, me comove ser como sou.
Choro por qualquer motivo e sorrio por largas horas.
Aprendo o significado do bom e do ruim.
E vejo que preciso atar-me a alguns versos,
Pois eu preciso de você assim como preciso de mim.
O meu tudo não é pouco, mesmo aqui, a margem do que somos.
Dá-me tua mão para caminharmos juntos, nessa estranheza.
Equilíbrio de almas.
Correr de horas imprevistas.
Ombro amigo.
Amor que não se explica.
Necessidade plena.
Único remédio para uma doença que não existe.
Façamos do tempo nossa cura.
Façamos de nossas vidas um sempre.
Façamos de nós o que somos:
Nada mais que sentimentos.
Todos eles.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Presença

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas, teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento das horas ponha um frêmito em teus cabelos... É preciso que a tua ausência trescale sutilmente, no ar, a trevo machucado,a folhas de alecrim desde há muito guardadas não se sabe por quem nalgum móvel antigo... Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janelae respirar-te, azul e luminosa, no ar. É preciso a saudade para eu sentir como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida... Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista que nunca te pareces com o teu retrato... E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!
[Mario Quintana]

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Hoje


Abro a porta e vejo:
Sol, nuvens, pássaros e um azul de um céu.
A minha vida se resume em mim.
Eu me faço não só do que sinto, mas do que sou.
E sou o que me permito:
Sol, nuvens, pássaros e o azul de um céu.

O tempo passa depressa demais quando se pensa nele.
Hoje realmente não é igual a ontem.
Amanhã quem sabe tudo muda.
Ser como sou, permite-me ter possibilidades.


-POESIA-

Amor não se acostuma.
Amor que se acostuma morre.
Dia sem sol não aviva flores.
Felicidade não pode ser só uma,
e ninguém vive uma vida sem amores.

[Jacque]


Fragmento IV do Guardador de Rebanhos, Fernando Pessoa:

Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz.
E por isso não erra e é comum e boa.

Vida

Vida
Há muito o que ser escrito...


A quem siga vivendo de alegria ou agonia... Eu sigo vivendo da minha alegre e agonizante poesia.
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