A arte está em todo lugar, pelas ruas, nas calçadas, na mente da multidão ou embotada nos becos escuros. Marginalizada, ainda apresenta sua beleza, respira através da sensibilidade daqueles que a apreciam. Chamar de sub- arte a criação espontânea é negar a criatividade natural, a expressão do pensamento crítico da massa ou sabotar seu direito à manifestação.
Em tempos remotos, artistas famosos já foram discriminados pela sociedade . Hoje, pagam-se milhões por suas obras um dia desprezadas. A arte não perderá sua identidade, mesmo que sejamos calculistas ao observá-la. Mesmo que neguemos seu poder transformador da realidade. Ela surgirá rompendo os diques do preconceito e invadindo espaços, brincado com a imaginação dos passantes.
Calar sua voz silenciosa será impossível, principalmente pela necessidade que temos de nos comunicar, expressar nossos sentimentos claros, confusos, obscuros até a nós mesmos. A sub-arte sobreviverá a despeito da ignorância funcional da sociedade.
Elzenir Apolinário
( Inventei o termo "sub-arte" porque recuso o termo "arte marginal")