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terça-feira, 15 de setembro de 2020

Poesias Live Som Jus

 Na live  Som Jus, entre grandes  poetas magistrados  tive a honra de representar as mulheres poetisas com duas  poesias, " Sou Como a Grécia"   e  " Desencontro ".



SOU COMO A GRÉCIA

Sou como a Grécia
Com olhar sereno
Medito mirando o Egeu
Sinto tudo azul pois tudo é saudade
Verde no olhar... azul no mar...

 
Sou como o mar da Grécia
Ora claro, ora escuro
Trago em mim os sentimentos
de Afrodite, de Atena, de Ártemis
E rendo-me ao poder de Zeus
De Apolo, de Netuno

Nos templos antigos
  Lembro ( como um sonho )  tempos vividos
No âmago da minh'alma
Onde vive eterno sentimento
Sublime como a antiga Grécia

 
Sou assim como a Grécia
Fiel aos princípios
Pareço frágil, mas sou forte
Tenho ideais, conservo a Tradição
Meu limite é a eternidade
Cultuo a arte, o conhecimento, a serenidade
Faço do amor  minha bandeira
Da fé minha força
Da liberdade minha inspiração
Porque sou assim
Como a amada Grécia

( Por Tânia Regina Sousa , em junho/1999)



DESENCONTRO 

Eu queria fazer poesia  no meu dia-a-dia
Brincar com poemas
nas horas amenas
Rimar alegria com sabedoria

Na verdade eu queria  fazer poesia
de  noite e de dia
Pegar o poema na flor da  açucena
Na brisa do mar, na pureza do olhar


Mas hoje, que pena...!
Meu poema se  escondeu
Fugiu...para onde?
Procuro  em todo lugar não encontro
O poema e eu
  Total desencontro.



(Por Tânia Regina Sousa , em  maio de 2010)

Poesias registradas no site Literar.org

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Setembro chegou! Mês da primavera !


" Tens de acreditar que os ventos soprarão; crer na grama nos dias de neve.
É por essa razão que os pássaros podem cantar em seus dias mais escuros,
eles acreditam na primavera"  ( Malloch ) 





Encantação da Primavera


Brotam brotinhos na tarde feita
Só de suspiros:
O amor é um vírus...
Apenas o general de bronze continua de bronze!
O vento desrespeita todos os sinais do tráfego.
Velhinhos de gravata borboleta
Sobem e descem como autogiros.
O guarda de trânsito virou catavento.
As mulheres são de todas as cores como esses
manequins expostos nas vitrinas,
E onde é que estão, me conta, as tuas esperanças
mortas?!
Lá vão elas – tão lindas – vestidas de verde
Como Ofélias levadas pelos rios afora
Enquanto eu nem me atrevo a olhar para o alto:
repara se não é
O Espírito Santo que vem descendo em lento vôo
E até ele, até Ele, deve estar assim, – todo irisado
Como os olhos das crianças,  
como as maravilhosas bolinhas-de-gude!


(autor Mário Quintana)

                                     
    Do livro:"Primavera Cruza o Rio" - Ed. Globo, 1985.




 oOo


* reeditado  em 01/setembro/2023

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Eu passarinho ...



Spread Your Wings (abra suas asas)
by Amanda Cass



Poeminha do Contra 
(Mario Quintana)

Todos esses que aí estão
atravancando meu caminho,
eles passarão...
eu passarinho! 


Para o Mario 
( Rodolfo Domenico Pizzinga) 

Todos aqueles que cá estiveram
Atravancando teu caminho,
Muito bobos não conheceram
Teu lindo Eu-Passarinho.

E então, como está tudo por aí?
Tu encontraste a Paz?
Muito mudou por aqui:
Guerras em lugar de Paz.

Mario: pede por todos nós.
Bem que estamos precisando.
Pois, em uma casquinha de noz,
A Humanidade vai navegando.

Sei que, com tua Poesia,
És capaz de transmutar,
Toda e qualquer sobrevalia.

Toda e qualquer sobrevalia
És capaz de transmutar
Com tua linda Poesia.

Transmuta, ó Rei dos Quintanares
Os Corações de teus Irmãos
Em Sancta com lindos Altares.



oOo
 
Conheça  o site do Dr.  Rodolfo Pizzinga ,  o autor desse adorável poema  em homenagem ao   grande Mario Quintana .  Ambos   nunca passarão ... sempre passarinho!


oOo




*Fonte da imagem : Amanda Cass Artworks


sábado, 11 de setembro de 2010

Oração à Justiça



Justiça para  as mulheres  agredidas,
na  justa  medida
Justiça para  os   agressores, 
na justa medida

Justiça para os opressores,
na justa medida
Justiça para  os desvalidos , 
na justa medida 

Justiça para os oprimidos, 
na justa medida
Justiça para os réus da  vida,
na justa medida

Justiça para os   injustiçados,
na justa medida
Justiça para os maltratados,
na justa medida

Justiça para os que  têm fome ,
na justa medida
Justiça para os que têm sede de Justiça,
na justa medida .



Por Tânia Regina S. G.
11/Setembro/2010

oOo

*Poesia registrada no Literar.Org

*Imagem encontrada  no  banco de imagens do Google


domingo, 15 de agosto de 2010

Estatuto da Humanidade



Os Estatutos do Homem
(Ato Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony



Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.


Thiago de Mello
Santiago do Chile, abril de 1964

oOo

*Imagem : Beatriz Milhazes