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domingo, 2 de setembro de 2012

50 ANOS

EU E A KOMBI*









Meu maior consolo é que a Kombi é mais velha do que eu. 

A Kombi nasceu para carregar pesos e levar pessoas. 

Eu, não! Nasci leve e era para caminhar com gente lado a lado.

 Nesses anos todos transportamos cargas de toda espécie, 

levamos gente a muitos lugares, carregamos alegrias, problemas e algumas soluções. 

Promovemos encontros, levamos mensagens, rompemos  barreiras e tabus

 - mesmo com estabilidade frágil e derrapagens fáceis.

A fraqueza na hora de subidas íngremes ou quando a carga era demasiada,

fez  precisarmos ser empurrados muitas vezes. 

A Kombi sempre sendo reinventada, já teve a carroceria aberta,

cabine dupla para melhorar o conforto de quem era transportado junto com a carga,

Feito costas que se alargam

E  levam mais pesos do que gente junta.

 Já foi beberrona e mudou o combustível muitas vezes, 

quase matando o carburador de cirrose

  perdeu potência , depois tornou-se mais flexível,  ganhou novamente energia.

 E, nos últimos tempos, um certo charme, 

aprendido de tanto ter que ir-se adaptando. 

Pelo menos até agora não há perspectiva dela sair de linha. 

Com a loucura que se tornou a vida, com pressa e impaciência ,

ela precisará reforçar-se com air bags e freios ABS  para sobreviver.

 Sua saúde e esperança de longevidade dependerão disso.

 São recursos de autoproteção e proteção dos pesos e das pessoas que vão fazer parte ainda de sua vida.  




* A Kombi foi lançada no Brasil em 02/09/1957 e Eu fui lançado ao mundo em 02/09/1962

domingo, 17 de junho de 2012

ELAS NÃO VIRÃO PARA O NATAL


Eu não sei o que será da cadeia alimentar daqui a uns anos. Suspeito que se tornará um caso de cadeia, sem trocadilhos, por favor. Ficar sem um bichinho de estimação hoje em dia está virando coisa de desalmado. Quem não gosta de cães e gatos está dando um jeitinho e se apegando a hamsters, coelhos, cobras e lagartos. E até porquinhos estão entrando na lista dos animais domésticos, desde que os desacostumemos de chafurdar na lama, afinal não dá para entrar dentro de casa respingando aquele sujeirada toda. Isso não é tanto problema nas cidades, cuja lama asfáltica, entulhada de lixo das enchentes não é do agrado dos suínos. Se bem que para quem quiser um mas mora em apartamento terá o consolo dele estar sempre limpinho; eu já vi vários casos no Animal Planet.

Arquivo pessoal
Soube através de uma pesquisa do International Porcaria Institute que os suínos são até cinco vezes mais inteligentes do que os cães. Segundo explicaram, por exemplo, você adquire um porquinho,  batiza-o e da segunda vez que lhe chama pelo nome, ele já sabe que trata-se dele mesmo. O mesmo não aconteceria com os cachorros, que demoram mais a aprender o seu nome de batismo. Eu quase pude comprovar isso outro dia. Minha sobrinha arranjou um filhote de labrador e colocou-lhe o singelo nome de James Boris. Não sei se foi por causa do nome duplo e as pessoas a cada hora o chamavam apenas por um deles ou se é mesmo a confirmação da pesquisa dos suinólogos. O fato é que o bichinho não atendia  a James nem a Boris, a não ser se o chamado viesse acompanhado de alguma coisa para ele comer.
Arquivo pessoal

No sítio as meninas foram fotografar Genoveva, a porca que meu irmão está criando para o natal e quando elas souberam disso, já avisaram que não vão de jeito nenhum. (elas gostam de carne de porco mas acredito que não sabiam que tinha-se que matar o bicho para comer , sei lá). Acho que se ela fosse menorzinha, uma delas iria querer levar para casa como bicho de estimação.

Eu sou chegado num lombo e num pernil, mas cá pra nós: não é uma gracinha?

segunda-feira, 4 de junho de 2012

ENCORPADO COM RECHEIO MOLE

O título dessa crônica, iniciada há mais de um mês, era O Gordo. Eu adiei a publicação na expectativa de emagrecer e me poupar de assumir certas fraquezas. Mas não foi esse o motivo da mudança de título. É que apareceu uma reportagem daquelas extremas desse eufemismo para deixar tudo como está desde que falemos de forma diferente, chamado “politicamente correto”. Os parlamentares ingleses simplesmente estão propondo a eliminação do vocabulário através de lei, o uso das palavras gordo e obeso. É mole? É, mas pesado demais!
Incômodo assunto esse de obesidade. Eu não me acho gordo (quando estou sozinho é bom que se diga). Olhando no espelho daqui de casa só consigo observar algum sinal disso quando abaixo o queixo em direção ao peito e vejo formar-se uma papada no meu pescoço. Dizem os especialistas que isso é sintoma de sobrepeso. Há duas balanças públicas aqui perto de casa onde gosto de me pesar de vez em quando e sempre há 2 kg de diferença de uma para outra. Ponto para mim, que posso desacreditar ambas. Agora, quando estou em um lugar de muitas gente e alguns espelhos, aí a coisa fica cheia feia pro meu lado. No elevador de um hospital há pouco tempo, (daqueles que cabem 15 pessoas de uma vez e tem um espelhão  ao fundo, deu para notar que estou mesmo cheio). Mas como tinha mais gente reclamando, acusei o espelho de  deformador de corpos e saíram todos rindo satisfeitos. A única constatação que ainda não consegui transferir culpa foi para a chuva. Eu saí numa chuva normal, sem ventania e notei que ao chegar à padaria meus ombros estavam molhados e aí pude constatar que o meu velho guarda chuva já não consegue me cobrir toda a carcaça. E o teste mais eficiente do que qualquer balança que já fiz e nunca deixo de observar nos outros homens é o seguinte: ao calçar uma meia, se a perna se dobra no sentido longitudinal em direção ao queixo, sinal de que a barriga diminuiu e o peso, idem. Já quem dobra a perna na transversal para calçar  é gordo. Batata!


Que saber sobre o proposta dos políticos ingleses? leia aqui

sexta-feira, 1 de junho de 2012

COISAS DE MINEIROS

A IMAGEM TRADUZ O DIALETO
Já que não houve vítimas, dá para fazer piada de coisas que às vezes só os mineiros entendem:
Uma senhora, vizinha do aeroporto, quando entrevistada sobre o que viu do acidente, disse que acordou com um “trem” fazendo “zueirão “ danado e ao chegar à janela de casa o avião já tinha “despinguelado na pirambeira”.

FONTE: Jornal Hoje em Dia, 27/05/12

segunda-feira, 21 de maio de 2012

TITIO DE ESCOLINHA

imagem google

Quando a minha primeira filha nasceu, eu morava no interior de Minas e quis acompanhar o seu desenvolvimento sem perder nada que estivesse ao meu alcance e capacidade de pai calouro. Chegada a época da escolinha eu ia às reuniões, conversava com  as professoras, ajudava nos trabalhinhos, fazia a merenda, levava, buscava, enfim, participava da vida dela desde o maternal. Empolguei-me tanto que lancei um movimento na cidade levantando a bandeira de homens poderem ser titios de escolinha. A cidade era muito conservadora e não fui à frente. Mas que eu gostaria, isso eu gostaria!

A tal da evolução que tanto gostam de materializar em mídia, falas e teses meio esquisitas ficou em débito com esse preconceito histórico (além dos já inumeráveis e cansativos). Por que um homem não pode ser professor de maternal? A desculpa de não poder dar de mamar não cola, já que as crianças quando vão para esses estabelecimentos já são desmamadas. E as tias também não o fazem com alunos, salvo em situações  excepcionais solicitadas e consentidas. Inclusive, os pequenos costumam adquirir hábitos que a gente custa a evitar neles em casa. Minha filha mais nova, por exemplo, até os dois anos, só conhecia água e leite materno como alimentos. Foi só ela voltar no segundo dia de escolinha e já estava pedindo “resfilelante” e chips. Faz parte do processo de socialização, no entanto, e cabe aos pais travarem uma batalha inglória contra os considerados maus hábitos alimentares.

Outro argumento que antecipo seu contraditório seria o da falta de jeito masculino com coisas frágeis e delicadas (no caso, as crianças). Ora, se isso não faz mais parte de um passado de triste memória, também não faz parte do presente tanta delicadeza maior do lado feminino, visto que as notícias de maus tratos em creches e escolas infantis não são poucas nos últimos tempos pelo Brasil afora! E seria uma ótima oportunidade de abrandar modos e corações masculinos mais rudes. Afinal, nada melhor do que a inocência e pureza para ensinar a nós um pouco de doçura na vida.

Continuo em minha saga na defesa dessa prerrogativa. Não mais para mim que acho ter passado do ponto. Mas para jovens que aí estão, tantos sem perspectivas muito nobres e mais voltados para um individualismo exacerbado do que para a construção de uma fraternidade que as crianças tanto inspiram, estimulam e ensinam.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ANO BISSEXTO

Desculpem-me pela longa ausência involuntária. Volto em muito breve e visitarei a cada um(a) que aqui esteve. Obrigado a todos pelo carinho e presença.




Hoje é um dia de verdade?

O dia 29 de fevereiro é de verdade ou uma invenção humana? O tal ano bissexto, que deveria se chamar biquarto, dada a sua existência a cada quatro anos, parece ficção, mas está aí. Amanheceu 29, lindo por sinal. Pelo menos aqui no sudeste do Brasil. E vai cumprir sua sina inexoravelmente. Com sol aqui, chuva acolá, frio mais além, como faz a cada quatro anos, desde que o homem, para adaptar o calendário romano aos movimentos da terra perante o majestoso sol, instituiu que fevereiro, a cada quatro anos seria assim. Tenhamos mais ou menos dívidas para pagar. Temos  sete meses com 31 dias e apenas quatro com 30, o que já é uma covardia do tempo com a igualdade dos meses e com os que vivem às custas das vendas de suas horas de trabalho.

Podem consultar nos dicionários e compêndios de ciências as explicações astronômicas porque não vou fazê-las aqui. Apenas direi do incômodo e ao mesmo tempo do encanto de ter convivido  já com muitos anos bissextos. Quando criança, a curiosidade maior era com o Seu Abel, lá de minha Itabira, dono da única venda de jornal e revistas da cidade, que (diziam) fazia aniversário nesse dia. Os poucos cabelos que lhe restavam, eram brancos e, ao mesmo tempo,  tinha a idade de um jovem. Para mim ele só podia contar anos nesse dia, portanto, tinha 4 a menos que os seus  comtemporâneos. Logo, como poderia envelhecer igual aos outros mortais?

Mais adiante nos estudos vinha a tal explicação científica (mal dada),  de como funcionava o encaixe do dia, sem convencer, claro, já que a uma criança e, às vezes até a um  adulto mesmo, se não der para se apalpar a explicação ela cai no descrédito.

Ao assumir certas responsabilidades que a vida impõe, vem a tristeza de um dia a mais nas contas. Água, luz, telefone... E um dia a se esperar a mais para o próximo salário.

Portanto, nenhum ponto a favor até agora para esse intruso. Às vezes as definições que damos para o correr da vida variam de acordo com o lugar de onde olhamos as coisas antes de definí-las. Por exemplo, eu poderia dizer que, pelo menos a cada quatro anos, tenho um dia a mais para envelhecer menos. No olhar de alguém mais jovem, já me disseram aqui, que é um dia a mais que tem de  ser vencido para se chegar “lá” (aonde, não me perguntem). E para terminar, uma definição do dicionário diz que bissexto é para designar aqueles que pouco produzem. No caso dos poetas, tem que se fazer uma coletânea para se chegar a uma obra completa. De quatro em quatro anos.   

sábado, 10 de dezembro de 2011

DESAVENÇAS

imagem google

Os barulhos tecnológicos parecem gozar de mais prestígio aos ouvidos urbanos do que os antigos sons da natureza. Há quem prefira acordar com um celular apitando freneticamente do que com um galo cantando.

Seu Alberto e Antônio são vizinhos num bairro antigo daqui da cidade. Antônio veio do interior mas o interior não saiu dele. Ponto positivo no meu entendimento, pois o cultivo de alguns hábitos interioranos tempera a louca correria da cidade sem tempo para as pessoas prestarem atenção nas outras. Amistosidades estão se tornando uma coisa cada vez mais rara. Animosidades, por outro lado, são tão comuns que tem gente que até desconfia quando uma aproximação se mostra muito amável, a ponto de virar futura amizade. Pois era assim com os dois. Seu Alberto, nascido e criado em cidade grande, já morou no Rio, São Paulo, Porto Alegre e Salvador. Depois de rodar muitos anos, voltou e disse que logo que se aposentar (em breve) fica quieto por aqui mesmo, já que é de BH e a família nunca o acompanhou pelos trechos por onde circulou a trabalho.

Antônio cultiva uma bela horta em seu pequeno quintal e não foi uma ou duas vezes que distribuiu verduras para a vizinhança. A família de Seu Alberto sempre recebeu muitas couves, alfaces e cheiros verdes fresquinhos do vizinho do lado. Bom sujeito, dizem outros vizinhos. Ele mais o seu Alberto tomavam uma cervejinha toda sexta feira num boteco perto de casa e contavam longas histórias de vida e família. Agora estão numa querela na justiça. E sabe o porquê? Por causa de um galo.

Antônio resolveu incrementar seu acanhado sítio urbano de pouco mais de um are, fez um pequeno galinheiro e cria umas galinhas caipiras para consumo próprio e ovos. Galinha poedeira que se preze não vive sem um galo na sua freguesia e o Antônio caprichou na escolha. Um cantador de primeira, pois segundo os galistas mais entendidos, quanto mais potente o canto, mais eficiente o galo na cobertura do galinheiro inteiro, seja quantas galinhas possuir. Seu Alberto queria que ele matasse o bicho. Matar o galo é extermínio criminoso de animais, defende-se o Antônio.

Nerso da Carpitinga, personagem caipira do humor televisivo tinha o seu Frederico, criado dentro de casa tamanha a estima do dono. E quem não se lembra da Giserda do Chico Bento, companheira de cocoricós e andanças com ele pelo sítio criado pelo Maurício de Souza? Chico fazia até declaração amor pela Giserda.

Seu Alberto e o Antônio viraram inimigos. Seu Alberto, apesar de acordar cedo para o trabalho não aguenta a cantoria do galo, normalmente anunciada uma hora mais cedo do que a sua necessidade. O juiz propôs um acordo amigável solicitando ao Antônio fazer uma cobertura com isolamento térmico, pelo menos para colocar o galo até o dia amanhecer por completo. Ele negou-se alegando cárcere privado e maus tratos aos animais. Seu Alberto mantém-se irredutível: o galo tem que ser silenciado de um jeito ou de outro...

Depois desses argumentos o juiz nem cogitou a segunda hipótese – o plano B - que era a de cozinhar o galo e fazerem um almoço de confraternização das duas famílias. Encerrou a tentativa de conciliação e marcou a sentença para daí a alguns dias (se o galo não sofrer um atentado até lá).

terça-feira, 29 de novembro de 2011

REDAÇÃO - A AÇÃO DO PODER PÚBLICO


Meu pai me falou que quando ocorre um desastre natural ou uma tragédia por causa de alguma coisa mal feita pelo homem, o poder público toma providências (ele me explicou mais ou menos esse negócio de executivo, legislativo e judiciário). Primeiro vai lá o prefeito, governador ou presidente para ver a área atingida, de preferência de helicóptero para não sujar a roupa, os sapatos, nem ficar muito em contato com gente chorona, desesperada e xinguenta. Depois, eles vão para a televisão com uma cara quase de choro e dizem que a assistência virá o mais rápido possível, que vão liberar verbas, as pessoas que perderam suas coisas vão poder usar o seu Fundo de Garantia, etc. (fiquei curioso para saber o que tinha nesse “etc”). Feito isso, a TV faz até programas específicos para aumentar a audiência (quer dizer, para aumentar a emoção das pessoas).

Daí começa o calvário das vítimas. Eu falei:
- Pai, mas o calvário já não começou quando aconteceu a tragédia?
- É mesmo, ele respondeu - tinha me esquecido! (meu pai é um assessor público).

Começam então a ser feitos estudos e projetos para consertar e a ser feito o levantamento dos prejuízos individuais para o ressarcimento, atribuição de responsabilidades e remoção das pessoas para outros lugares. Isso leva uns seis meses mais ou menos. Então, é lançado o edital de licitação para construir, reconstruir ou consertar. Outros seis meses mais ou menos, se não houver vício questionável. (Vício de edital ele disse que é quando nas entrelinhas é fácil descobrir que foi feito para beneficiar algumas empresas acostumadas a tratar com a “coisa pública”). Eu não entendi bem esta parte e ele me respondeu que vícios são mesmo difíceis de se entender, mas um dia eu chegaria lá, sem me viciar em nada, se Deus quiser (sic).

 Mas aí eu perguntei ao meu pai: e se nesse tempo demorado acontecer outra tragédia? Bom, a resposta foi que, então, havendo morte principalmente, e se a coisa ganhar uma dimensão internacional através do noticiário, é feita uma obra de emergência, com dispensa de licitação e o preço da obra costuma ser muitas vezes superior ao que se gastaria em condições normais ou preventivas. Mas que isso é uma outra história, muito longa e ele ia me esperar crescer mais para eu entender sozinho ou então assumir um posto como o dele para ver que a coisa não é fácil.

OBS: Professora, eu não entendi direito as ações dos poderes da forma como a senhora explicou mas depois que me lembrei dessa conversa eu tive com o meu pai na época da enchente aqui na minha cidade, tentei encaixar dentro do assunto que foi pedido na redação.E espero que a senhora não demore a me socorrer.
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