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segunda-feira, 10 de abril de 2017

Beijo de língua, beijo na boca: é pecado ou não é?

O "beijo de língua" é comum entre casais de namorados, e muitos perguntam sobre ele, se é pecado ou não. A maior preocupação é saber "até onde posso ir" nas carícias do namoro, sem pecar. Esse assunto já rendeu um artigo do blog Revolução Jesus, da Canção Nova (1), e também no nosso blog já traduzimos um artigo do Jason Evert a respeito (2). 




Para explicar melhor a doutrina da Igreja a esse respeito, precisamos ter em mente sempre os três "pontos" que precisam ser analisados quando vamos determinar se uma ação é moralmente boa ou má. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, nos parágrafos 1750 a 1756 (3), lemos que: 

"A moralidade dos atos humanos depende:
 – do objeto escolhido; 
– do fim que se tem em vista ou da intenção;
– das circunstâncias da ação.
(...)
O objeto escolhido é um bem para o qual a vontade tende deliberadamente. É a matéria de um ato humano. 
(...) 
A intenção é um movimento da vontade em direção ao fim; diz respeito ao termo do agir. 
(...) 
As circunstâncias, incluindo as consequências, são elementos secundários dum ato moral. Contribuem para agravar ou atenuar a bondade ou malícia moral dos atos humanos." 

Para saber se um determinado ato é moralmente bom ou mau, devemos analisar esses três "aspectos", e todos eles devem ser bons, para que o ato seja bom, conforme o Catecismo:

"O ato moralmente bom pressupõe, em simultâneo, a bondade do objeto, da finalidade e das circunstâncias. 
(...) 
O objeto da escolha pode, por si só, viciar todo um modo de agir. Há comportamentos concretos – como a fornicação – cuja escolha é sempre um erro, porque comporta uma desordem da vontade, isto é, um mal moral. 
(...) 
Uma intenção boa (por exemplo: ajudar o próximo) não torna bom nem justo um comportamento em si mesmo desordenado (como a mentira e a maledicência). O fim não justifica os meios. Assim, não se pode justificar a condenação dum inocente como meio legítimo para salvar o povo. Pelo contrário, uma intenção má acrescentada (por exemplo, a vanglória) torna mau um ato que, em si, pode ser bom (como a esmola). 
(...) 
As circunstâncias não podem, de per si, modificar a qualidade moral dos próprios atos; não podem tornar boa nem justa uma ação má em si mesma." 

Agora vamos ver alguns exemplos dessa análise da moralidade dos atos, para que possamos depois explicar a situação do "beijo de língua". 


EXEMPLO 1: Um casal deseja beber uma taça de vinho para comemorar o aniversário de casamento, junto com a família, em uma festa. 

Vamos analisar os três pontos: 
A) OBJETO: BOM - Tomar uma taça de vinho não é, em si, pecado. 
B) INTENÇÃO: BOA - A intenção é comemorar o aniversário de casamento, se alegrar. 
C) CIRCUNSTÂNCIAS: BOAS - A ocasião de comemoração não traz nenhum problema.
RESULTADO FINAL: Como os três "pontos" analisados são bons, esse ato específico é moralmente bom. 


EXEMPLO 2: Um jovem decide ter relação sexual com uma garota antes e fora do casamento (fornicação). 

Vamos analisar os três pontos: 
A) OBJETO: MAU - Como explicado pelo Catecismo da Igreja Católica, a fornicação é intrinsecamente má, ou seja, má em si mesma. 
B) INTENÇÃO: DESCONHECIDA - Independente da intenção do rapaz, esse ato já pode ser condenado como mau. Não adianta a pessoa argumentar que tinha uma intenção boa. O rapaz poderia dizer, por exemplo, que tinha intenção de "fazer feliz" a garota, ou "mostrar como a ama", ou pode até mesmo prometer casar com ela no futuro. Nenhuma dessas intenções tem a capacidade de transformar seu ato moralmente condenável em um ato moralmente bom. 
C) CIRCUNSTÂNCIAS: DESCONHECIDAS - As circunstâncias, quaisquer que sejam, não alteram a moralidade ruim deste ato, já que seu objeto é mau. 
RESULTADO FINAL: Ato moralmente pecaminoso, já que seu objeto é mau. 


EXEMPLO 3: Um homem dá uma esmola com a intenção interior de seu coração de se vangloriar diante dos amigos da Igreja. 

Vamos analisar os três pontos: 
A) OBJETO: BOM - Dar esmola é um ato de caridade reconhecidamente bom, inclusive recomendado pela Igreja e pedido pelo próprio Jesus (cf. Lc 12, 33). 
B) INTENÇÃO: MÁ - A intenção de se vangloriar é má, e isso torna essa ação específica desse homem uma ação má, muito embora dar esmola, em si, seja louvável. Se, numa outra oportunidade, o homem desse esmola com a intenção correta no coração de ajudar o próximo, e por amor a Deus, então essa ação passaria a ser boa. 
C) CIRCUNSTÂNCIAS: DESCONHECIDAS - Quaisquer circunstâncias não fariam esta ação específica se tornar boa, já que foi "manchada" pela má intenção do homem em questão. 
RESULTADO FINAL: Ação moralmente ruim, devido à intenção do homem ser má, apesar de seu objeto (dar esmola), em si, ser bom. 


Agora vamos analisar a questão do beijo "de língua". 

EXEMPLO 4: Um casal de namorados resolver dar um "beijo de língua". 
A) OBJETO: BOM OU NEUTRO- O beijo, em si, enquanto contato físico, é uma carícia, que varia de significado de cultura para cultura. Mesmo quando é "na boca", guarda ainda essa característica de neutralidade. Alguns estudiosos poderão dizer que é um objeto neutro, outros poderão dizer que é bom. São diferentes formas de colocar a questão, mas o importante é frisar que ninguém sustenta que o beijo seja, em si mesmo, mau. 
B) INTENÇÃO: BOA ou MÁ? - Aqui está o centro da questão. Se a intenção do casal for boa, ou seja, se o seu coração não procurou o beijo meramente por luxúria, para obter prazer, mas sim para manifestar o apreço e o amor pela pessoa, pode-se sustentar que esse beijo específico foi moralmente bom. Porém, em outra oportunidade, se por exemplo o casal de namorados resolve se beijar por ter seu coração invadido por desejos inapropriados de luxúria, por querer obter prazeres ilícitos, com a intenção de provocar um contato mais íntimo que não é permitido no namoro, por querer "usar" a ocasião e a outra pessoa para sentir esse prazer, então esse beijo específico se torna um ato mau, no aspecto moral. Ou seja, se torna pecado. 
C) CIRCUNSTÂNCIAS: DESCONHECIDAS - Deixamos a análise das circunstâncias para um outro momento. As circunstâncias podem agravar ou atenuar a malignidade desse ato específico. 
RESULTADO FINAL: Depende da intenção da pessoa, Se a intenção do coração for boa, o ato específico é bom. Se a intenção for má, este ato específico será mau, apesar do objeto em si (beijar) ser bom. 

Precisamos também, para ampliar a discussão, analisar a situação descrita no artigo do Jason Evert (2), de um casal de namorados que decide não se beijar na boca, guardando esse momento para o casamento. A intenção do Jason Evert, com certeza, foi disseminar e incentivar a vivência da pureza, citando esse casal como uma espécie de exemplo de vivência da pureza. 


EXEMPLO 5: Um casal de namorados decide não se beijar na boca durante o namoro, guardando esse momento para o casamento. 
A) OBJETO: BOM - Não há nenhuma maldade em se abster do ato de beijar por um certo período de tempo. 
B) INTENÇÃO: BOA ou MÁ? - Aqui novamente está o centro da questão. Se a intenção do casal for boa, essa decisão deles é moralmente louvável. Consigo imaginar que um casal tome essa decisão, por exemplo, como uma espécie de "jejum", ou seja, um sacrifício temporário feito por amor a Deus, ou pela salvação das almas, ou pela conversão dos próprios corações. Imagino também um casal decidindo isso por precaução ante o medo de "passar dos limites", principalmente se supormos que os dois, ou um deles, tenha porventura uma especial dificuldade de viver a pureza, e possa facilmente se deixar levar pela "emoção do momento" e querer avançar para contatos mais íntimos que não são moralmente corretos no namoro. Nesses casos, a intenção dos dois é louvável, e ganha méritos diante de Deus. Por outro lado, pode ser o caso deles terem uma intenção errônea, como, por exemplo, no caso de os dois decidirem isso por querer se vangloriar diante dos amigos do grupo de oração, por querer ser considerados "mais santos". Nessa caso, apesar do objeto do ato ser louvável, esta decisão específica fica "manchada" pela má intenção do casal, e se torna moralmente reprovável. 
C) CIRCUNSTÂNCIAS: DESCONHECIDAS - Deixemos de lado, por enquanto, a discussão sobre as circunstâncias. 
RESULTADO FINAL: Depende da intenção das pessoas. Se a intenção for boa, este ato específifco será bom. Se a intenção for má, o ato será mau, apesar de seu objeto em si (abster-se de beijos "na boca") ser bom. (4)


Concluímos, então, que muitas pessoas não percebem a diferença entre a discussão do objeto do ato (ou seja, sua definição, de um modo geral), e a discussão da moralidade de cada ato particular, a qual leva em consideração também a intenção e as circunstâncias. Escrever um artigo para dizer que o "beijo de língua" não é pecado está teologicamente correto se o autor do artigo está se referindo ao objeto do ato. E normalmente está, porque não tem como saber a intenção do coração de cada um. Entretanto, penso que o autor deveria deixar claro que está falando do objeto do ato de modo geral, resssaltando que, apesar de ser bom em si, cada ato específico de beijar pode ser "manchado" por uma intenção maliciosa. Minha opinião é que os autores de artigos sobre o tema deveriam levar em consideração essa realidade, alertando sempre as pessoas para a importância da intenção do coração, da formação das consciências. 

Um jovem casal de namorados que examina sua consciência com retidão saberá quando é hora de parar com os beijos. Saberá qual a melhor forma de manifestar seu carinho discernindo as intenções de seu coração, e levando em conta as circunstâncias específicas. 

Por exemplo, um jovem rapaz que luta para vencer os pecados contra a castidade (pornografia, masturbação etc) pode ter bastante dificuldade em manter pura a intenção do coração quando está dando um "beijo de língua" na namorada. Já para a ela pode ser mais fácil, dependendo da situação de seu coração. Enfim, estou dando um exemplo para dizer que cada casal de namorados deve dialogar muito, formar suas consciências, e buscar viver a pureza de coração, tomando os cuidados necessários nesse ponto, podendo chegar até a abstinência de beijo, temporária ou definitiva (porque não?) se for preciso salvaguardar a reta intenção e a pureza da alma. 

Uma última palavra que gostaria de oferecer é sobre os julgamentos. Devemos evitar julgar a intenção dos outros, como o próprio Jesus nos ensinou (cf. Mt 7, 1). Somente Deus é capaz de ver o interior dos corações. Sobre a intenção do coração, a Igreja só pode dar direcionamentos gerais. Na verdade, é obrigação da Igreja orientar. Ela aconselha que todos formem sua consciência e procurem ter uma intenção pura. Mas somente a própria pessoa e Deus têm acesso ao que passa no interior de seu coração. Ao fazer um exame de consciência, a pessoa deve pedir a Deus a graça de se revelar a verdadeira intenção do coração, ou seja, que Deus possa lhe dar a graça de conhecer e reconhecer seus pecados. Caso sua consciência a acuse, a pessoa deve procurar um sacerdote para confissão. 

Voltando ao caso dos namorados que decidem se beijar só no casamento, digo que não podemos julgar porque, se porventura sabemos de um casal que decide esperar pelo casamento para se beijar, corremos o risco de julgar que fazem isso por serem "puritanos", ou por querer "ser mais santos que os outros". Eu já vi isso acontecer na prática. Só que não devemos agir assim. Somente Deus sabe a intenção de seus corações, e eles podem estar agindo com méritos diante de Deus. Algumas pessoas, ao saber de casais que decidem esperar para dar o primeiro beijo no altar, se sentem incomodadas, pois não acreditam que possa existir alguém tomando uma decisão dessas com reta intenção de coração. Não acreditam que possa existir tamanho grau de pureza. Acham que eles são "puritanos", ou "hipócritas", que na verdade estão com "desejos" pecaminosos enormes em seu interior, mas disfarçando com uma "máscara" de santidade exterior. 

Amigos e amigas, não cabe a nós julgar a intenção dos outros. Além do mais, pode ser que essa descrença na capacidade dos outros viverem a pureza revele, no fundo, ou uma descrença na própria capacidade de viver a pureza, ou a inexistência de pureza em si mesmo. 

Por outro lado, também, se sabemos que um casal se beija "de língua" com mais "intensidade", não podemos de antemão julgar que estão com desejos luxuriosos em seu coração, por mais que isso seja difícil. O que podemos (e não só podemos, devemos) fazer, nesse caso, é dar uma orientação sobre a formação da consciência, sobre o sentido de pecado, e aconselhar que possam fazer um exame de consciência mais atento com relação às intenções de seu coração. Assim, eles próprios, se for o caso, poderão se arrepender e se converter, de coração, procurando a confissão e mudando de atitude. Mudarão de comportamento porque saberão, de dentro para fora, a partir do próprio coração, que os desejos desordenados e luxuriosos são maus. 

Como podem ver, o assunto é complexo. Mas espero que esse artigo tenha contribuído para a discussão e para a formação de todos.

__________
Notas:
(4)  Imagino mais duas possibilidade para essa análise do casal de namorados que decide não se beijar na boca até o casamento: 
     a) Pode acontecer de o casal ter vontade em seu coração de ter "beijos de língua" tão somente por luxúria, alimentando desejos maliciosos, buscando sentir prazeres ilícitos para o namoro, mas na realidade deixar totalmente de se beijar por achar que o "beijo de língua" é pecado em todas as ocasiões, pois alguém lhes ensinou assim. Nesse caso hipotético, o coração dos dois já está impuro, pois já o próprio desejo de pecar pode ser considerado ruim (ver Mateus 5, 28). Mesmo que na realidade não se beijem "na boca" nunca, podem já estar pecando com o coração.
     b) Pode acontecer de o casal não ter esses desejos luxuriosos de sentir prazer que relatei no parágrafo anterior (e cf. Mt 5, 28), e deixar totalmente de se beijar porque alguém lhes ensinou que era sempre pecado. Nesse caso, o casal não teria culpabilidade, pois seu desejo de se beijar seria idôneo (como forma de manifestar carinho, não como busca de prazer). Se o casal continuar totalmente sem se beijar, não estará pecando, claro. Se souberem fazer dessa abstinência temporária sacrifício sincero de louvor a Deus, poderão ter méritos. Mas se o casal decidir se beijar, desde que mantida a reta intenção e pureza de seus corações, deve ser esclarecido a eles que não estariam pecando, nesse caso específico, para que eles não fiquem com um "peso" na consciência que não deveria estar lá.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

O desafio da castidade - Criando uma cultura da castidade

Vivemos em um mundo que absolutamente não acredita que é possível viver a castidade. O mundo nem sequer entende direito o que é castidade. A maioria das pessoas, durante o percurso de toda uma vida, normalmente não entra em contato com nenhuma explicação séria sobre o assunto. Nenhum artigo sensato sob o ponto de vista da moral e dos bons costumes. Nenhum vídeo ou programa de televisão explicando o real sentido do amor e da castidade. Nenhuma pessoa próxima disposta a dar um bom conselho.

Ao contrário, a sensação que se tem, de modo geral, é que a castidade é impossível. Só o que se escuta são aquelas risadas de quem faz pouco caso do assunto. Se a gente experimenta falar sobre castidade para uma pessoa aleatória com quem temos que conviver na vida, damos de cara com aqueles olhares que parecem nos perguntar se a gente é de outro mundo.

Também não é para menos. Pare um pouco para pensar. Independente do nível de engajamento na Igreja que você tenha, a probabilidade é que você tenha ouvido falar muito pouco, ou quase nada, sobre castidade. Se você participa de grupos de oração para jovens, eu pergunto: quantas formações seu grupo já lhe proporcionou sobre o assunto? Se você vai para a Igreja no Domingo, quantas vezes você já ouviu o Padre falar sobre castidade no sermão? Se você tem uma família católica, quantas vezes seu pai ou sua mãe já conversou com você para lhe orientar sobre o que é, e qual a importância da castidade?

E mesmo que você já tenha ouvido palestras, sermões, ou conversado com alguém sobre o assunto, provavelmente (pare pra refletir) você já ouviu, leu, viu, entrou em contato com muito material que leva você para longe, bem longe da castidade, com uma frequência muito, mas muito maior mesmo.  Não estou falando só de pornografia. Estou falando de programas de televisão no domingo de tarde. Estou falando de artigos de revistas para adolescentes. Estou falando de conversas no corredor do colégio ou da faculdade.

É uma luta desigual. Você pode até dizer que não é influenciável, mas todos nós, uns mais outros menos, sofremos a influência do que vemos, ouvimos, lemos, discutimos. É uma luta desigual comparar uns poucos minutos de pregação sobre castidade que você já teve em sua vida, com uma infinidade de artigos de revista, de programas de televisão, de conversas com amigos, e tantas outras coisas que levam para longe, muito longe da castidade.

É de admirar que mesmo com a balança pesando tanto a favor do lado ruim, ainda exista gente que vive a castidade nesse mundo. Mas existe. E não são poucos. Cito o exemplo de uma pesquisa americana. Muitos esperariam um crescimento na atividade sexual na adolescência nos últimos anos, a julgar pela difusão da pornografia e da "sexualização" da sociedade. Mas, na verdade, essa pesquisa revelou que, de 1991 a 2007, não existiu crescimento acelerado na atividade sexual dos jovens. Pelo contrário, a tendência é de estagnação, ou mesmo de queda (1). E, dos que já tiveram experiência sexual, aproximadamente dois terços (dois de cada três) disse se arrepender de ter não ter esperado mais. (2)

Isso, para mim, só pode significar uma coisa: a consciência pessoal continua viva. Continua firme e forte. Para aqueles que não cedem às pressões da sociedade, e seguem sua consciência, é possível viver a castidade.

Significa também que o terreno está aí, pronto para receber a semente. Muitos jovens estão sedentos de alguém que lhes explique o que é castidade. Uma voz que lhes convide a ser mais gente, mais humano, mais razoável. Alguém que lhes desafie a ser o melhor que podem ser e fazer de si mesmos. Os jovens querem ser dignos, eles querem ser castos. Só precisam de ajuda para isso.

Precisamos criar uma cultura da castidade. Precisamos de textos, de vídeos, de artigos, de pessoas que falem de castidade, que expliquem o que é, que falem de sua beleza, que falem de tudo que podemos ganhar com ela. Precisamos criar material e influenciar a cultura. Precisamos virar o jogo. É possível. E o primeiro passo é tirar da cabeça das pessoas essa idéia de que castidade é uma coisa do outro mundo. 

A princípio as pessoas podem até ficar chocadas com o que vão ouvir. Mas precisamos estar preparados para isso. Precisamos ser agentes de mudança. Primeiramente, precisamos acreditar nós mesmos na beleza e na possibilidade da castidade. Vivê-la e acreditar em seu poder de nos fazer mais felizes.

Você topa o desafio?

Aqui no blog vamos continuar tentando ajudar a criar essa cultura da castidade. Reze por nós.



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Notas:

terça-feira, 3 de setembro de 2013

O poder do amor



Eu fiz esse blog por causa de uma foto minha com meu marido que foi muito divulgada na Internet. Eu quis compartilhar a história por trás dessa foto, para as muitas pessoas que encontraram uma boa inspiração através desse momento que tivemos.

Momentos antes de entrar na Igreja minha então futura sogra entrou no quarto onde estava terminando de me arrumar e onde estava ajeitando os últimos detalhes.

"Querida, seu noivo está lhe chamando".

Nervosa, eu disse: "O quê? Eu nem estou pronta! Preciso pegar meus sapatos..." Mas ela já tinha me pegado pela mão e me levado para um canto da sala, onde meu noivo estava me esperando. Mal consegui me sentar, estava muito nervosa, cheia de expectativas. Será que ele ia gostar do vestido? Será que meu cabelo estava bonito? Será que ele pode me ver?

Do outro lado da parede estava meu noivo. Eu estava tão nervosa, mas fui a primeira a falar:

"Oi, meu amor, hoje nós vamos nos casar!"

"Eu sei, meu amor, e eu quero rezar com você antes disso."

Então ficamos ali perto um do outro, mas separados pelo canto da parede. E juntos inclinamos nossas cabeças. Tinha muita gente passando, o mestre de cerimônias chamando as pessoas para cá e para lá, os fotógrafos tirando fotos. Mas, mesmo assim, na quietude de nossos corações e nossas mentes, estávamos a sós na presença de nosso Salvador, Jesus Cristo.

Meu marido pediu a Deus que abençoasse nosso casamento, para que a gente nunca perdesse a esperança um no outro. Para que a gente não se focasse nas imperfeições do outro, mas sim na perfeição de Cristo. Para que, a cada novo dia, pudéssemos nos decidir a amar um ao outro com a força do amor de Deus.

Segurando forte a mão um do outro nós dissemos: "Amem". Minha voz estava trêmula, e eu me esforçava por segurar a lágrima que caía pelo meu rosto.

Logo depois terminaram de me arrumar, e em pouco tempo eu estava pronta para entrar pelo corredor com meu lindo vestido branco.

Ele não é meu Príncipe só porque ele é bonito e charmoso, mas principalmente porque me ajudou a proteger o dom mais precioso que eu tenho: minha pureza.

Logo depois que começamos a namorar, nervosa eu disse a ele que era virgem, e que planejava me guardar até a noite do meu casamento. Ele respondeu que desejava exatamente a mesma coisa.

Mas muitas vezes, durante nosso namoro e durante o noivado, tivemos que lutar muito contra as tentações. Muitas vezes, principalmente quando ia chegando mais perto do casamento, parecia que estávamos tentando o impossível.

"Porque estamos fazendo isso?" - eu perguntava na minha fraqueza. E ele me lembrava: "É porque Deus quer assim". Outras vezes ele confessava: "É demais, é muito difícil, eu não vou conseguir". E eu então rezava para que ele tivesse fortaleza.

Quando eu entrei naquela Igreja eu olhei bem dentro dos olhos do homem que se entregou completamente, entregou sua vida para proteger a noiva que Deus tinha lhe dado. Quando seus olhos encontraram os meus ele olhou para a face daquela mulher que soube esperar por ele, a mulher que vai amá-lo e lhe dar suporte pelo resto de sua vida, nos dias bons e nos dias ruins.

Estou compartilhando tudo isso porque naquele momento de oração, que foi capturado por essa foto, nós rezamos pedindo a Deus que usasse nosso casamento para Sua Glória. Não chegamos onde chegamos com nossas forças, mas por Sua graça. Deus tem usado essa foto para inspirar muitas e muitas pessoas, e por isso lhe sou muito grata! Louvo a Deus que nos levou para aquele cantinho, com nossas mãos unidas, e prontos para começar nossa vida juntos.

do blog: http://thepowerofprayer.tumblr.com/


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Porque estou esperando pelo casamento para ter sexo

Por Maura Byrne | Fundadora de "Made in his image"



Minha caixa de e-mails é inundada diariamente com perguntas de jovens mulheres, dizendo: Meu namorado diz que, se eu realmente o amo, deveria fazer sexo com ele. Se eu não tiver relações sexuais com ele, eu tenho medo que ele vá me deixar. Se eu não der o que ele quer, tenho medo que ele vá me trair. Meu namorado vê pornografia e isso me faz sentir como se eu não fosse o suficiente. Meus amigos me dizem que, se eu realmente o amo, então deveria dormir com ele. Eu só quero me sentir amada e desejada. Estas são apenas algumas das coisas que eu leio diariamente.

A minha esperança é que Deus Pai venha lhe inspirar através deste post para que você possa ver seu enorme valor e a dignidade que você possui como Sua filha, bem como o caráter sagrado do sexo criado para um marido e uma mulher, e que você não se contente com um homem que não lhe conquiste, honre e proteja.

Por que eu estou esperando pelo casamento para viver o sexo:

É uma história verídica. Uma vez um homem me disse que eu era uma puritana porque eu disse que não ia fazer sexo enquanto não me casasse. Adivinha o que eu disse a ele: Até logo. Afinal de contas, ninguém tem tempo para esse tipo de desrespeito. Eu valho mais do que isso. Meu valor é algo que me levou muito tempo para descobrir e eu ainda estou descobrindo. Ninguém aprende tudo na vida, há sempre mais para aprender.

Quer ouvir algo que poderia chocá-la? Deus criou o sexo. Sim, você me ouviu direito. Deus criou o sexo para um marido e uma esposa trazer novas vidas ao mundo e encontrarem prazer no corpo um do outro. Com isto dito, o sexo não deve ser visto de forma superficial. Tem sido fácil ter 27 anos e não ter tido relações sexuais? Não. Eu fui tentada a fazer sexo? Sim. Mas o próprio Cristo foi tentado, mas não pecou. E este é o exemplo que somos chamados a imitar. Claro que somos humanos e vamos cair, mas devemos buscar o perdão de Deus e começar de novo quando isso acontece.

Quando eu ouvi pela primeira vez sobre o plano de Deus para nossa sexualidade fiquei fascinada e procurei saber mais sobre Sua Verdade. Foi então que aprendi sobre o meu valor e como eu mereço um homem que seja digno e que proteja heroicamente a minha pureza (e, claro, vice-versa). Então, só porque eu estou esperando para ter relações sexuais no casamento, não significa que eu não tenha sido tentada. Mas essa é a beleza da castidade, pois a castidade é simplesmente um caminho ordenado para o amor. Deus colocou esse desejo em meu coração para que eu me entregue ao meu futuro marido e eu confio que Ele vai cumprir esse desejo, mas com um homem que faça um compromisso de sua vida toda para mim. Minha sexualidade é um dos maiores dons que eu estou guardando para ele e só ele.

Só vou me entregar ao meu futuro marido, a um homem que possa dizer o seguinte para mim: "Tomei-te em meus braços, e eu te amo, e eu prefiro você à minha própria vida. Porque a vida presente não é nada, e o meu sonho mais ardente é vivê-la com você de tal forma que possamos ter a certeza de não estar separados na vida eterna reservada para nós. Eu coloco o seu amor acima de todas as coisas, e nada seria mais amargo e doloroso para mim do que pensar diferente de você." - São João Crisóstomo, sobre o que um marido deveria dizer à sua noiva

A ferida:

A ferida mais epidêmica do nosso mundo é a orfandade. Toda menina pequena anseia por ser querida pelo seu pai. Ela quer ser desejada. Ela faz as perguntas: Eu te agrado? Tenho valor a ponto de merecer que você lute por mim? Você me quer? Você me vê? Você me valoriza? Eu sou bonita? Eu sou o suficiente? Quando essas perguntas são respondidas através de um pai adequadamente amoroso, que toca, beija e afirma a sua filha, ela não precisa fugir com o primeiro menino que a acha atraente.

Mas quando essas perguntas não são respondidas de forma adequada, ela procura encontrar as respostas por si própria. Quando um pai não dá à sua filha a atenção e o amor que ela almeja, sua necessidade de aceitação masculina é sem fim. Muitas vezes essas questões não respondidas conduzem a distúrbios alimentares, depressão e promiscuidade, para citar alguns problemas.

Meu conselho para você: não procure o amor de seu pai em todos os lugares. Encontre esse amor no Pai do céu.

Nossa Cultura Sexualizada:

Tomemos por exemplo uma modelo da Victoria Secret (n. do t.: famosa marca de lingerie): Sim, as modelos Victoria Secret são fisicamente atraentes e não há nada de errado com a beleza física. Deus criou as mulheres para serem desse jeito, mas a beleza física por si mesma carece de profundidade. Deus criou as mulheres para inspirarem um sentimento de encanto e admiração em um homem. E isso é muito bom, pois este é o desígnio de Deus.

Toda mulher anseia ser vista por mais do que sua beleza física. Porque, vamos ser sinceros, existe mais coisa em uma mulher do que sua aparência. Mas como os homens podem ver nossos corações, se desnudamos primeiro a nossa carne? O corpo da mulher não foi criado para ser ostentado em uma passarela vestindo lingerie. Lingerie é para o marido de uma mulher, não para uma passarela.

Da mesma forma, a revista People pode colocar uma mulher semi-nua na capa de suas revistas e afirmar que ela ganhou o título de mulher mais bonita do ano. Isso não é verdade. A modéstia revela a beleza interior de uma mulher para o mundo ver, preservando o corpo para seu marido no santo sacramento do matrimônio. Nossa cultura perdeu esse sentido do sagrado do corpo humano  e do vínculo conjugal. Normalmente, a noiva e o noivo não veem um ao outro no dia do casamento, então por que eles olhariam para os corpos uns dos outros antes de fazer seus votos?

A ciência por trás do sexo:

A ciência prova que a quebra de um relacionamento sexual é mais difícil do que um relacionamento não-sexual. Quando um homem e uma mulher têm relações sexuais há muitos processos químicos que ocorrem, por exemplo, o cérebro produz dopamina durante o sexo, que é um produto químico extremamente poderoso. A dopamina é responsável pelo prazer interior, e quando um homem e uma mulher têm relações sexuais produzem um vínculo que não é facilmente esquecido.

A oxitocina também é produzida em grandes quantidades, o que é um forte hormônio produzido principalmente em mulheres quando têm relações sexuais, no parto do seu bebê, e quando ela está amamentando. É por isso que o sexo é para a ligação entre marido e mulher, e é por isso que as mães têm uma ligação tão profunda com seu bebê. A oxitocina é também uma das razões pelas quais uma mulher muitas vezes decide ficar com um homem que está abusando dela: porque ela está literalmente ligada a ele.

A substância química que une um homem a uma mulher é a vasopressina, e tem o mesmo efeito que a oxitocina. É por isso que Deus criou o sexo para o casamento, porque literalmente ele une marido e mulher juntos. Pode-se colocar a questão: Bem, eu acho que eu vou me casar com ele ou ela de qualquer modo, então podemos ter sexo, certo? Errado. Quando você tem relações sexuais, está se ligando a seu parceiro(a), e portanto, está interrompendo o processo de discernimento. O sexo vai unir vocês juntos independentemente de qualquer problema, e é por isso que há tantas feridas em nossa sociedade hoje, e uma das razões por que encontros de uma só noite nunca duram. Porque existe uma ligação emocional, mas não existe nenhum compromisso ao longo da vida.

Cura:

Um dos maiores tesouros que o Beato João Paulo II deixou para o mundo são as catequeses da Teologia do Corpo (www.teologiadocorpo.com.br). Nelas, ele fala sobre a pessoa humana, e explica como Deus se manifesta através da humanidade. A Teologia do Corpo investiga o que realmente significa ser um homem e uma mulher, a nossa sexualidade e como devemos viver a nossa masculinidade e feminilidade de acordo com a forma como Deus nos criou. Se ansiamos ser a melhor versão de nós mesmos, então devemos abraçar as qualidades únicas de nosso gênero. Para isso, é preciso voltar ao princípio, quando Deus nos criou. Gênesis 1,27 nos diz que Deus criou o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou.

Deus nos criou por amor, para que possamos amar e ser amados. A maneira com que esse amor se expressa e se revela é diferente para homens e mulheres, pois foi assim que Deus, em Sua infinita sabedoria, dispôs que fosse. E são as características exclusivas de homens e mulheres que permitem que este amor venha a ser concretizado. Nós existimos para complementar um ao outro, o homem como o que ama e conquista, e a mulher como a que recebe o amor. Na Teologia do Corpo, o Beato João Paulo II nos diz que somos chamados a existir como um dom, um presente para o outro. Ele descreve esse dom como um dom sincero de si mesmo, e é só quando nós entregamos a nossa vida para outra pessoa dessa forma que vamos experimentar a plenitude genuína.

A fim de entender o plano de Deus para a humanidade em nosso mundo decaído, devemos voltar ao princípio e ver o que Deus planejou para nós. É somente quando nós fazemos isto que ficamos cheios de esperança e de paz. No início dos tempos, depois que Deus criou o mundo, viu que não era bom que o homem estivesse só, assim, Ele criou a mulher. Eva foi criada como um dom sincero para Adão, e Adão como um dom para ela. Eles foram criados para complementar um ao outro em sua união, cada um a oferecer-se para o outro como um presente.

Nossa sociedade de hoje perdeu de vista esse ideal por excelência, devido ao egoísmo. Nossa cultura está infestada de distorções e inquietações devido a uma mentalidade de "utilitarismo" representado pelos "ficas", "rolos" e encontros íntimos sem compromissos. Nossa cultura vive distorcida, pela falta de castidade, de auto-controle, pela pornografia e uma verdadeira falta de respeito pela dignidade da pessoa humana.

O que fazer:

Deus criou uma mulher para ser de grande encanto e mistério. E quando uma mulher preza sua sexualidade, ela reflete essa beleza e apelo de uma forma única. Meninas, guardem o belo mistério de seus corpos, pois o seu valor é indescritível. Quero carinhosamente incentivá-la a esperar pelo sexo até que você esteja casada, e, se você tiver feito um erro, então vá para a confissão e comece de novo. Deus Pai enviou o seu Filho ao mundo para morrer por você e Ele anseia lavá-la com o Seu amor e misericórdia. O mesmo se aplica para os homens. Não há pecado grande demais que Ele não perdoe. Ele está esperando que você se aproxime dele. Ele se deleita em você.

Nunca caia na imoralidade para atrair um homem. Você vale mais do que isso. De fato, seu valor está além da compreensão humana. Deus criou o universo, e com certeza Ele não se esqueceu do seu futuro. Toda mulher anseia por um homem que vai proteger e cuidar dela. Minha pergunta para você é: você está se conduzindo de tal maneira que atraia um homem virtuoso?

E lembre-se, você vale a pena, vale a pena que esperem por você. Você merece um homem que vai lutar por você. Um homem que vai proteger e cuidar de você. Um homem que realmente vai mantê-la segura, em todos os sentidos da palavra. Espere que um homem lhe honre pelo belo dom que você é. O homem que Deus tem para você não vai pressioná-la a fazer sexo, ele vai esperar pacientemente até sua noite de núpcias, assim vocês poderão se entregar um ao outro como um dom sincero de si.

Se você estiver namorando alguém agora que não se encaixa nessa descrição e que pressiona você - DÊ UM FORA NELE! VOCÊ MERECE ALGUÉM QUE SABE ESPERAR POR VOCÊ E TE HONRAR!

A mulher virtuosa quem a achará? Ela vale muito mais do que rubis. Enganosa é a beleza e passageira a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada. - Provérbios 31

P.S. Você é o suficiente.

(C) "Made in his image" - link original do artigo

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"Treinando" para o casamento

Por Crystalina Evert

Quando eu era do colegio, me lembro que um dia fui para a casa de uma colega, e vi sua mãe e seu pai. Eu me lembro de perguntar para ela: "Você não acha estranho ter seu pai sempre em casa?" Ela simplesmente me olhou meio confusa e falou: "Hm... não, não acho".

Meus pais se separaram quando eu tinha dois anos. Dos meus seis tios e tias, cinco eram divorciados, e a maioria das minhas amigas viviam em lares onde só havia a mãe, algumas vezes só o pai. Aos meus olhos, não acreditava que as relações pudessem durar. Então, quando comecei a namorar, não tinha a menor idéia do que seria um relacionamento saudável.

O drama dos meus relacionamentos geralmente seguiam um roteiro: eu paquerava, me "apaixonava", e depois as coisas ficavam muito "quentes" fisicamente. Seguia-se o desrespeito, abuso, infidelidade, sarcasmo, e desonestidade. Daí então a gente terminava (geralmente várias vezes), e depois repetia o processo todo com outra pessoa. Eu sei que parece meio depressivo, mas era minha realidade, já que todas as minhas amigas estavam na mesma situação.

Depois de alguns anos vivendo assim, você pode imaginar que eu não tinha lá muita vontade de me casar. Na verdade, eu debochava das pessoas que viam o casamento como um objetivo na vida. Eu pensava: "Meu Deus, como são ingênuas essas pessoas! Elas estão apenas caminhando para a frustração!" Eu nunca desejei passar por um divórcio, e eu sabia exatamente como evitá-lo: não me casando nunca.

Mas, finalmente, me veio um pensamento. Se ninguém quer um divórcio, porque todo mundo vive como se estivesse treinando para ter um? Ao invés de treinarmos para a fidelidade, tínhamos essa mentalidade: "Se te dá vontade, vai lá e faz!" Ao invés de ensinar as outras pessoas a nos respeitar, deixávamos as pessoas nos usarem. Mas será que esses hábitos vão levar um casamento a ser duradouro? Com certeza não, pois tudo depende de mim.

Eu não mudei meu jeito de ser da noite para o dia, porque eu não sabia sequer como deveria ser tratada. Eu tinha recaídas de tempos em tempos, mas sempre pensava comigo mesma: "Se eu quero dar aos meus filhos a família que eu nunca tive, então tenho que parar de agir como vítima". É muito fácil desistir, entrar em desespero, e admitir a derrota, do mesmo jeito que é fácil se divorciar.

O que não é fácil é se fazer vulnerável, praticar o auto-controle, ficar longe de relacionamentos sem futuro, e ter a coragem de manter firme a esperança de que o verdadeiro amor existe. Mas parece que as únicas pessoas que encontram o verdadeiro amor são exatamente as pessoas que fazem isso. A idéia de se tornar um marido ou uma esposa pode parecer algo distante para você, mas as virtudes ou vícios que você pratica hoje irão moldar quem você irá se tornar, e a maneira com que você vai se permitir ser tratada no futuro.

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Trecho do livro "Theology of the body for teens", p. 129

sábado, 5 de março de 2011

Vídeo - Christopher West fala sobre castidade

Novo vídeo que legendei, aqui Christopher West, conhecido por falar da Teologia do Corpo, explica como a castidade valoriza a dignidade da pessoa.

Acompanhe abaixo, ou no link para o
You Tube: http://www.youtube.com/watch?v=E8B_SJmCxCY



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quarta-feira, 2 de março de 2011

Facebook e Orkut têm culpa no meu pecado?

Por Anthony Buono

Eu tenho que admitir que me incomoda ver pessoas do meu passado me achando no Facebook ou Orkut. Afinal de contas, elas estão no meu passado por alguma razão. Por que elas desejam ser minhas “amigas” no Facebook ou no Orkut? Parece mais curiosidade do que qualquer coisa. E todos conhecemos aquele ditado que diz que curiosidade mata.


Com certeza, se você vai percorrer o "caminho da memória" com uma velha chama acesa, e não tem clareza suficiente para compreender que uma pessoa casada, provavelmente, não devia fazer isso, então certamente teremos problemas.

Mas será que sua estupidez (ou talvez eu diria falta de prudência) é culpa do Facebook ou do Orkut? Eu acho que não.

Adultos com uma fraca força de vontade são um perigo para eles mesmos, não importa o que façam. Quer estejam no Facebook ou no Orkut, ou trabalhando em um escritório com membros do sexo oposto. E se você juntar a isso qualquer problema ou descontentamento conjugal, você se torna uma pessoa pronta para cair, não importa como.

Talvez seja necessário fechar sua conta do Facebook ou do Orkut. Mas isso cabe a cada um decidir, baseado no que conhecem de si mesmos, e de seus hábitos. Paquerar com o desastre se tornando “amigo” de um velho amor do passado, e ficar com amizade íntima com ele ou ela deve ser o suficiente para um adulto com bom senso saber que as coisas devem parar por ali. Mas, e quando se encontram pessoalmente? Esse também é outro problema. Nesse caso o Facebook e o Orkut se tornam a menor das preocupações.

O problema se resolve combatendo as tentações. É um problema da força de vontade, e não da origem da tentação. Nós já temos muitos adultos com força de vontade fraca, com hábitos questionáveis e com falhas de caráter no mundo, causando problemas para eles mesmos e para seus casamentos.

Pessoas solteiras: procurem fortalecer sua força de vontade, e desenvolver bons hábitos de vida, compatíveis com a vocação ao matrimônio. Namorem com pessoas que fazem o mesmo. Seu amor e seu casamento vai ser maravilhoso, e não haverá tentação capaz de machucar alguém além do que deve.

Não acho que nós precisamos nos sentir culpados por usar o Facebook ou o Orkut. Mas poderíamos começar a desenvolver bons hábitos evitando aceitar esses convites de “amigo” vindos de antigos amores.
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Traduzido e adaptado de “Catholic Exchange”: http://catholicexchange.com/2010/12/09/143500/


Anthony Buono, casado e pai de sete filhos, mora na Virginia, EUA. Ele é o fundador e presidente de http://www.avemariasingles.com (em português: http://www.solteirosdoavemaria.com/) e de http://www.roadtocana.com. Ele também tem um blog, http://www.6stonejars.com que dá conselhos aos católicos sobre namoro, noivado e casamento.
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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Casamento requer preparação

Por Mieczyslaw Guzewicz

A maior parte do grande número de crises no casamento e de divórcios que ocorre nos dias de hoje é o resultado da falta de uma adequada preparação para a vida adulta a dois. Para remediar essa situação, devemos primeiramente tirar de nossa mente qualquer outro arranjo entre pessoas que não seja o matrimônio.

Comecemos a refletir sobre esse assunto à luz do que nos diz o livro de Gênesis. Encontramos ali um plano prontamente acessível para construir um casamento feliz: “Por isso deixará o homem o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne” (Gen 2, 24).




Esse versículo contém algumas condições que devem ser cumpridas para um casamento; e essas condições devem ser cumpridas antes mesmo do casal por o pé na Igreja. Temos aqui requisitos específicos para construir uma união duradoura, e que devem ser realizados antes de dar início à vida matrimonial. A despreocupação em realizar essas condições preliminares é uma das principais causas do número crescente de casamentos fracassados que nos assola hoje em dia.

A sequência correta

O primeiro princípio contido no verso bíblico é uma clara sequência de passos:
1. Deixar
2. Unir-se
3. Tornar-se uma só carne

A própria ordem desses estágios testifica o gênio do autor inspirado. Já há milhares de anos atrás, um homem deixou escrito em uma curta sentença uma verdade lógica que permanece até hoje. Uma união bem sucedida entre um homem e uma mulher deve ser construída nessa ordem: primeiro o casal deve deixar seus pais, então eles devem entrar no matrimônio (formalmente, e não apenas vivendo juntos, mas seguindo um procedimento estabelecido), e só então é que podem formar uma completa união espiritual e corporal. A união corporal é o complemento e realização total da união espiritual. Por si mesma, a união corporal não é completa, mas a espiritual ou afetiva também não é completa por si só (nem mesmo quando devidamente abençoada) enquanto não for “consumada” na carne. Vamos agora refletir um pouco na sequência relatada, pois o sucesso do matrimônio depende da observação da sequência correta.

Hoje em dia vemos a prática comum de inverter a ordem e ignorar os requisitos de cada estágio sucessivo. É muito comum os jovens primeiro “consumarem” o casamento (terem relação sexual mesmo antes de ser um casamento), usufruindo dos prazeres do corpo e criando “uma só carne” – mas apenas em um sentido corporal, que trivializa e degrada o valor da verdadeira união. Só depois começam a pensar onde vão morar, muitas vezes sem condições de cuidar de si mesmos – se não financeiramente, pelo menos profissionalmente. O casal não vai resolver o problema indo morar com os seus pais. Desse modo, eles não só invertem a ordem dos estágios, como também deixam de cumprir os requisitos de cada estágio. O que temos, então, é um dramático paradoxo, que traz a destruição do casamento antes mesmo dele começar.

O texto bíblico nos fala claramente que observar a sequência correta é uma condição básica para ter um casamento duradouro. Igualmente importante é o cumprimento dos requisitos de cada estágio separado.

1. Deixar

Deixar os próprios pais é uma condição para um casamento feliz. Assim como uma criança não pode se desenvolver plenamente sem deixar o útero da mãe e cortar ter o seu cordão umbilical cortado, do mesmo modo um casamento não pode se desenvolver plenamente sem que o casal deixe seus pais. Embora deixar o pai e a mãe normalmente seja um acontecimento acompanhado de um certo grau de sofrimento e dor, é uma dor necessária, que deve ser superada, pelo bem do casamento.

O versículo do livro do Gênesis faz uma referência específica ao homem, mas é óbvio que isso se aplica tanto ao homem quanto à mulher. A circunstância tem mais a ver com o fato de que, em todas as culturas e tradições, sempre tem sido o homem aquele que leva a responsabilidade de construir um novo lar e levar sua noiva para esse novo lar.

A fim de realizar esse primeiro estágio, o casal deve adquirir independência profissional. Eles devem adquirir uma condição que procure garantir um emprego capaz de sustentar a eles e à nova família. Depois eles devem ganhar um certo grau de independência financeira, que permitirá a mudança, da casa dos pais para a nova casa. Essa mudança é absolutamente necessária. É a maneira visível, exterior, através da qual o casal deixa seus pais, se separa deles, e adquirem um senso de independência e liberdade para agir por si mesmos. Igualmente importante nesse primeiro estágio é ganhar a independência emocional e psicológica necessária para viver sem ter que ser “levado pela mão”. Isso envolve a aquisição de habilidades básicas de vida, como cuidar da própria saúde e se responsabilizar sozinho por formalidades legais. Também tem a ver com esse estágio: ser capaz de assumir responsabilidade por si e pelas próprias ações; prontidão em assumir responsabilidade pelos outros – pela esposa ou marido e pelos futuros filhos; prontidão em se sacrificar pelos outros e aceitar o sofrimento; e, finalmente, conhecimento dos princípios morais básicos, os dez Mandamentos e o Catecismo, incluindo o significado sacramental do matrimônio.

É muito comum os pais dificultarem esses passos na vida dos filhos. Agindo assim, eles fragilizam psicologicamente seus filhos, fazendo-os dependentes financeiramente e psicologicamente dos pais. Em alguns casos, chegam a construir grandes casas, com planos de ter os filhos casados morando com eles. Esse é um sério engano, que ocasiona grande prejuízo para os filhos. Deixar a casa para estudar em outra cidade contribui muito para um jovem se tornar independente em muitos níveis. O serviço militar também pode ser de ajuda para amadurecer uma pessoa. No passado, era mais fácil cumprir esse estágio na vida antes do casamento. As pessoas amadureciam psicologicamente mais rápido do que hoje. Situações extremas, como guerras, aceleravam a entrada dos jovens no mundo dos adultos. Havia também uma outra compreensão do papel dos pais, do homem e da mulher na sociedade. Sob as condições atuais, em que a maturidade emocional e psicológica e um senso de responsabilidade por si e pelos outros chega muito depois da maturidade física, sair um pouco de casa, mesmo pagando o preço de atrasar um casamento, pode ser uma condição necessária para se construir uma união duradoura.

Mudar-se para outro lar não significa cortar relações com os pais, nem significa a negação da obrigação que os filhos têm para com relação aos pais, particularmente quando eles alcançam uma idade mais avançada. O que uma mudança para um novo lar faz é criar um nível inicial de conforto para ambos os lados, e facilitar o desenvolvimento de respeito mútuo. É mais fácil respeitar o outro à distância, quando um lado não está dependente de outro. Viver junto com os pais pode ter suas vantagens, mas elas são superadas em muito pelas desvantagens. Nessa situação de morar com os pais, pode acontecer um estado de grande tensão e estresse. Em situações nas quais isso não pode ser evitado, é necessária uma grande dose de tolerância e de compreensão de ambas as partes. Mas um arranjo assim deve sempre ser considerado temporário e transitório, tendo sempre em mente a necessidade de ter sua vida independente.

Portanto, a casa, o lar do casal, é essencial para a formação de um casamento duradouro, e para a obtenção do grau mais alto de humanização. “Somente realizando uma ruptura com essa realidade inicial, e sendo capaz de confiar a própria vida a outra pessoa, é que revelamos aquela qualidade específica através da qual podemos ser vistos como imagem e semelhança de Deus” (Z. Kiernikowski, Two in One Body in Christ).

O cumprimento interior e exterior do primeiro estágio (deixar os pais) também significa o reconhecimento de que, de agora em diante, a esposa ou o marido é a pessoa mais importante de nossa vida. Deixar nossos pais significa que amadurecemos ao ponto de compreender que, embora os pais continuem sendo importantes para nós, eles já não são mais tão importantes como eram antes de sairmos de casa. Nós passamos a reconhecer que a pessoa de maior importância para nós agora é o marido ou esposa. Depois dele ou dela, vem o fruto de nossa união – nossos filhos – e só depois nossos pais, parentes, amigos etc. Os pais também devem aceitar essa realidade, e não esperar que seus filhos casados os tratem como mais importantes que o marido ou esposa.

Deixar os pais também significa ter e ser capaz de se confiar nas mãos de outra pessoa. Isso envolve um grande risco. Quando deixamos nossos pais e rompemos nossa dependência para com eles, damos um corajoso passo. Nós nos lançamos nos braços de alguém com quem não guardamos laços de sangue. Esse ato de confiança ao marido ou esposa é algo de diferente comparado com o relacionamento anterior com os pais. Com eles, fomos, acima de tudo, recebedores de bens e de cuidados solícitos. Nossos pais nos serviam devotamente. Agora, assumimos o papel de provedores de bens e de cuidado para os outros. Isso significa uma transição, de uma posição na qual somos servidos, para uma posição na qual servimos. Deixar a casa dos pais é, portanto, uma transição para um nível de valores muito mais alto. Esse passo é um passo extraordinariamente difícil, arriscado, e, de fato, impossível de se atingir completamente. Porém, na dimensão nova, na qual Cristo é a realização plena, esse ideal se torna possível, principalmente através da Eucaristia, que é o meio pelo qual o humanamente impossível se torna possível.

Talvez esse estágio, mais do que qualquer outro, necessite que ambos os lados, os filhos que estão deixando a casa, e os pais que precisam aceitar essa partida, possam basear suas decisões humanas no poder da Graça Divina.

(a ser continuado)
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Traduzido e adaptado de: http://www.loveoneanothermagazine.org/nr/true_love_waits_pure/marriage_requires_preparation.html
Revista católica “Love One Another”, da Sociedade de Cristo, Padres poloneses

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

“Amor fast-food”???

Por Daniel Pinheiro e Juliana Gonçalves dos Santos

Vamos começar pensando em comida. Que tal fast-food? Muita gente AMA comer aquele hambúrguer delicioso, aquelas batatas-fritas crocantes, e aquele refrigerante gelado. Você certamente também tem sensações agradáveis com sua comida preferida. Isso é realmente muito bom (dentro dos limites), e não tem nada de errado. Mas vamos pensar na utilização do verbo “amor”. O que significa “amar” comer essas coisas? Parece que significa apenas sentir as sensações agradáveis e prazerosas que a comida proporciona, não é verdade?



Agora vamos para a situação de um namoro. Imagine que você tem aquelas reações normais de quem está apaixonado: o coração bate forte, o nervosismo aumenta. As garotas mexem no cabelo, os rapazes respiram fundo, e parece que o céu está cheio de arco-íris e os passarinhos todos cantando em um amanhecer lindo. Isso tudo é muito bom (de novo, dentro dos limites). Você certamente “ama” tudo isso!

Não tem nada de errado sentir e amar isso. Mas vamos parar e pensar um pouco. O que significa mesmo esse “amar”? Será que significa apenas que você está gostando das sensações que a pessoa lhe proporciona? Será que só isso basta pra ser um amor verdadeiro?

Afinal de contas, o que é o amor verdadeiro? Como eu sei que ele está presente? Será que o amor nada mais é do que ter sensações agradáveis? A história abaixo, contada pelo palestrante Jason Evert, ajuda-nos a entender melhor o que é o amor:

Imagine um casal de esposos. Durante a madrugada, a esposa acorda com aqueles desejos de grávida, de comer uma determinada coisa. Ela acorda o marido, e pede para ele comprar sorvete de chocolate. Vamos pensar na situação. São quatro horas da manhã. A esposa não está deslumbrante e linda como no dia do casamento. Os passarinhos não estão cantando e não tem nenhum arco-íris no céu. O coração do marido bate normalmente, e ele não está nervoso nem respirando fundo. A única sensação agradável que o marido gostaria de sentir no momento seria a maciez do travesseiro, o conforto da cama, e o sono profundo. No entanto, apesar disso, mesmo com dor de cabeça, e renunciando ao travesseiro maravilhoso, o marido se levanta e vai ao supermercado comprar o sorvete que a mulher tanto deseja. Ele está colocando a felicidade da esposa acima de suas próprias comodidades. Não tem muita sensação agradável aí, mas saiba que é exatamente nesse momento que ele mais está amando sua esposa profundamente.

O Papa João Paulo II apresentou uma excelente definição de amor. Ele disse:

“O amor não é um mero sentimento: é um ato de nossa vontade que consiste em escolher constantemente o bem da outra pessoa, mais do que o meu próprio bem”. (1)

Ele também fala que:

“Quanto maior o sentimento de responsabilidade pela pessoa amada, mais existe amor verdadeiro” (2)

Quem ama de verdade, faz o melhor para a outra pessoa. O ambiente que vai deixar essa pessoa mais feliz, segura e certa do amor verdadeiro é o compromisso do matrimônio. Então, espere pelo casamento para ter intimidade sexual. Prepare e queira o melhor para a pessoa amada, mesmo que para isso, no momento atual, seja preciso sacrifício e renúncia.

Faça do seu namoro um momento agradável de discernimento e preparação para o casamento. Enquanto isso, fique com Deus e mantenha-se forte na oração e na pureza.
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(1) Mensagem de João Paulo II por ocasião do XIX Dia Mundial da Juventude, 22/02/2004
(2) João Paulo II, no livro “Amor e Responsabilidade”.

sábado, 29 de janeiro de 2011

O sexo antes do casamento fortalece a relação?

“Eu amo muito meu namorado. Nós estamos pensando em fazer sexo. Como isso vai afetar nosso relacionamento?”
“O sexo antes do casamento fortalece a relação, ou prejudica? Por que?

Por Mary Beth Bonacci

Muita gente gosta da idéia de criar uma ligação forte no relacionamento. Essas pessoas dizem: “Ah, que legal, uma ligação mais forte. Isso é exatamente o que estamos precisando. Nós sabemos que vamos nos casar. Mas antes temos que conseguir nossos empregos em outro estado, ou passar por faculdades diferentes, terminar a faculdade, ou ganhar um milhão de dólares. Mas se tivermos sexo, essa ligação física forte vai manter nosso amor vivo. Então quando conseguirmos nossas BMW’s e nossos MBA’s, vamos nos casar, ter uma casa maravilhosa, vamos ter 1,2 filhos, e essa ligação vai ter salvado tudo.”


É desse jeito que funciona?
Não.
Por mais lógico que pareça tudo isso, há um problema. O sexo fala a linguagem de “Eu me entrego totalmente e completamente a você agora. Eu já comprometi minha vida toda a você. Nós estamos casados, e com esse ato eu renovo esse sacramento.”

Relacionamentos de pessoas não casadas, por definição, não falam essa linguagem. Um relacionamento de não casados “comprometidos” significa basicamente que “Eu prometo não namorar com ninguém mais até o momento que a gente terminar.” Isso não é um compromisso real. É um comprometimento temporário, e nada na linguagem do sexo é temporário.

Então, o que acontece quando a atividade sexual entra em um relacionamento de não casados? O corpo está dizendo “Eu me entrego totalmente e completamente a você, para o que for melhor para você pelo resto da minha vida.” E o coração está ouvindo em alto e bom som essa mensagem. Enquanto isso, o relacionamento está dizendo algo diferente. Pode estar dizendo “Tomara que a gente se case”. Ou talvez: “Vamos ver o que acontece”. Ou então, a minha favorita: “Mas nós ainda somos livres para fazer isso com outras pessoas, certo?” De qualquer modo, você não está casado, e seu coração está colocado em uma situação muito difícil.

O sexo coloca pressão em relacionamentos de pessoas não casadas. Lá no fundo, seu coração sabe que já se entregou completamente. O relacionamento, entretanto, não está em um nível de comprometimento mútuo em que essa entrega possa ser protegida. Você se entregou completamente, e você que, no final das contas, você pode ser completamente rejeitada. Perceber isso leva a uma condição tremenda de vulnerabilidade, insegurança e medo.

Nós, que trabalhamos com jovens, e jovens adultos, podemos comumente dizer quando um casal começou a ter relações sexuais. O relacionamento deles não se transforma de repente em uma relação maravilhosa, de sonho. Ao invés disso, muitas vezes eles começam a brigar. Não necessariamente eles terminam, porque, com a nova ligação que estabeleceram, sentem-se ligados um ao outro. Mas há uma nova pressão no relacionamento – uma pressão que eles não compreendem, mas de que não conseguem escapar.

O outro sinal de que o casal está sexualmente ativo é que mulheres normalmente seguras se tornam comumente muito dependentes e inseguras, e muitos homens normalmente sensatos se tornam, de repente, extremamente ciumentos e possessivos. Muitas vezes as pessoas nem entendem porque estão se comportando dessa maneira. Mas elas têm muita dificuldade em parar de agir assim. Isso não é surpresa. Essas pessoas se entregaram completamente, mas não estão em um relacionamento onde essa entrega pode ser protegida. De repente, essas pessoas se sentem extremamente vulneráveis. Essa vulnerabilidade coloca pressão sobre eles e sobre seu relacionamento.

Uma vez que a entrega de si foi feita através da relação sexual, se torna muito fácil perder a perspectiva. A consideração mais importante deixa de ser “Será que essa é a melhor pessoa para mim?”, e passa a ser “Essa pessoa NÃO pode me rejeitar.” A possibilidade de se entregar e depois ser rejeitada é tão terrível que nos esquecemos de perguntar se o relacionamento sequer vale a pena ser mantido.

Em todos os meus anos atuando na educação para a castidade e em toda minha vida como solteira, eu nunca vi um relacionamento de pessoas não casadas melhorar depois da entrada da atividade sexual. Isso é muito importante, por isso eu vou repetir: Eu nunca vi um relacionamento entre solteiros melhorar como resultado da atividade sexual entre eles. Eu vi a atividade sexual machucar e prejudicar muitos relacionamentos. Eu vi bons relacionamentos se perderem depois da entrada em cena da atividade sexual. Eu vi um monte de gente TENTAR usar o sexo para melhorar seus relacionamentos. Mas nunca vi isso funcionar.

Eu sei que a atividade sexual pode ser extremamente tentadora em uma relação entre solteiros. Quando duas pessoas se amam, como acontece muito entre solteiros de todas as idades, é natural querer expressar fisicamente esse amor. Do mesmo modo, quando uma relação começa a se desgastar, a tentação de procurar “ajeitar” as coisas de volta com o sexo, para ver se fica tudo bem de novo, pode ser uma tentação sufocante.

Mas isso não funciona. Não ajuda em nada. O sexo fala uma linguagem, e apenas uma linguagem. E essa linguagem é: “Eu e você, agora e para sempre, unidos sacramentalmente, prontos para o que der e vier.” Significa casamento, e somente casamento. Fora de contexto, o sexo pode estragar um relacionamento – muito bem estragado.
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Trecho do Livro: “Real Love – Mary Beth Bonacci answers your questions on dating, marriage and the real meaning of sex.”, da Ignatius Press, 1996. Pág. 78 a 81.


Link no Google Books:
http://books.google.com.br/books?id=IdsqBMXGSv4C&pg=PA80&lpg=PA80&dq=mary+beth+bonacci+jealous&source=bl&ots=lsUBZHphzh&sig=RrjOa3j-5-zOQcU0vQICfY0krf0&hl=pt-BR&ei=YFlETZL-JYbGlQegz7gi&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=4&ved=0CDUQ6AEwAw#v=onepage&q&f=false

domingo, 9 de janeiro de 2011

A emoção de ser casto



No livro “The Thrill of the Chaste”, e escritora e editora nova iorquina Dawn Eden escreveu a história de sua luta pela pureza e pelos benefícios da castidade, depois de sua conversão, depois de ter se desiludido com o estilo de vida “sex-in-the-city” [nota do tradutor:“sexo na cidade”, uma alusão a um famoso seriado de televisão que apresenta mulheres em aventuras sexuais].

Depois de passar vários anos no estilo nova iorquino de namoro – um estilo que segue aquilo que Dawn Eden chama de “regra do Cosmos”: que o sexo deve orientar o relacionamento – ela decidiu começar uma experiência com a castidade. Qual é, exatamente, a “emoção de ser casto”? Para Eden, é uma vida que é mais real, mais vibrante, mais intensa e cheia de sentido do que tudo que a antiga vida de encontros sexuais casuais tinha a oferecer.

Dawn Eden mostra o círculo vicioso do cenário amoroso baseado em sexo, aquele ciclo repetitivo sem fim, de “solidão – encontro intenso – separação – solidão”. Eden explica como ela veio a perceber que nunca encontraria o amor e o casamento que ela desejava sem trilhar uma nova direção. A falta de sentido do cenário amoroso atual se tornou clara quando algumas das conhecidas de Eden sinceramente perguntaram como ela poderia conhecer um possível futuro marido fora desse cenário, como se não houvesse outro tipo de homem a se encontrar no mundo, a não ser desses que se encontram nos bares freqüentados por solteiros.

O efeito geral da maior parte do livro é revelar as profundas diferenças que existem entre a vida de castidade e a vida de prazeres passageiros. O objetivo pode até ser o mesmo, mas os meios empregados se revelam como visões completamente contrárias do que seja o amor humano e a felicidade.

A perspectiva de Dawn Eden pressupõe que a maioria das mulheres está saindo por aí em busca de algo mais do que somente um “caso” ou “fica” sem sentido. Pressupõe que as mulheres esperam um dia, jogando esse “jogo amoroso”, encontrar um marido de verdade. A história de Eden quer mostrar porque as probabilidades disso acontecer são pequenas.

Eden explica que tanto a experiência de sexo antes do casamento como a experiência da castidade estão centradas do mesmo tipo de crença. “Uma delas”, explica Eden, “se baseia em acreditar que um homem que não tenha apostado em você... vai se voltar e se interessar por você por causa da força de sua atratividade física”. “A outra experiência”, ela diz, “se baseia em acreditar que Deus, à medida que você fica mais perto dEle, vai lhe levar a ter um marido amoroso. A castidade ‘abre’ seu mundo, possibilitando que você alcance seu potencial criativo e espiritual sem a pressão de ter que jogar o ‘jogo da sedução’ da atualidade”.

Eden conclui que “quando estou diante de uma escolha entre duas atitudes – nas quais ambas requerem olhar para além da realidade atual – eu escolho a que tem um melhor fundamento”.

Eden se recusa a separar a castidade da graça. Ela não tenta criar uma espécie de “versão secular” da castidade, independente da fé. Ela não tem medo de mostrar sua descoberta, de que a castidade não é apenas um fundamento sólido, mas um fundamento que se baseia em Deus.

As observações de Eden sobre suas experiências, tanto de sexo antes do casamento, quanto de castidade, são muito sábias e nos fazem refletir. Ela não tem vergonha de revelar seus erros e fraquezas – na verdade alguns leitores poderão achar suas confissões inconfortavelmente minuciosas.

Mas ela faz uma grande contribuição ao analisar essas experiências. Uma das grandes descobertas de Eden foi perceber a influência que o divórcio de seus pais teve em seu comportamento. Ela encontra conexões entre a sua promiscuidade, o medo da rejeição, e sua falta de segurança, que foi fruto da saída de seu pai de casa, e de ver sua mãe entrando na onda de encontros casuais. É uma história triste, e trágica, mas é também uma história que efetivamente mostra o dano que um divórcio causa.

Outro ponto positivo é quando relembra como ela foi, pouco a pouco, perdendo a sua pureza, de modo que na época em que perdeu sua virgindade fisicamente, ela já a tinha, na verdade, perdido moralmente e espiritualmente muito tempo antes. Ela observa como, em atividades aparentemente inofensivas como beijar, ela já foi aprendendo a se separar a si mesma, emocionalmente e espiritualmente, do aspecto físico. Pode-se dizer que ela já estava aprendendo uma mentalidade contraceptiva muito antes de perder a virgindade.

Esse livro não é para os facilmente impressionáveis, mas é um contra-ataque muito bem vindo com relação à absurda filosofia sexual ensinada por nossa cultura. Eden mostra como a promessa de felicidade da revolução sexual é uma ilusão, e propõe uma revolução mais autêntica. Para as pessoas que ainda vivem no jogo “fica– termina – fica” esse livro pode ser de grande ajuda. E para aqueles que já estão comprometidos com a castidade, ela oferece reflexões que são oportunas e originais, confirmando a passagem que diz que, onde o pecado abundou, a graça superabundou.

Traduzido e adaptado de: http://nuptialmystery.com/confessions-of-dawn-eden/#more-268

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Minha namorada às vezes fica zangada comigo porque eu olho para outras garotas. O que devo fazer?

Por Jason Evert (www.castidade.com)

É compreensível que você se sinta atraído por mulheres atraentes. Esse é o modo com que Deus nos fez. Mas quando nos comprometemos com uma mulher, precisamos usar nossa força de vontade para manter nossos olhos (e nosso coração e mente) para aquela que escolhemos, por respeito a ela. Isso nem sempre é fácil, considerando a maneira com que a maioria das garotas se veste hoje em dia. Mas é sempre possível. Comece deixando de olhar para outras garotas quando sua namorada não estiver com você, e será mais fácil ter controle sobre seus olhos quando sua namorada estiver ao seu lado.



Quando você fixa o olhar em outra mulher, é como se você estivesse dizendo para sua namorada que ela não é o bastante para você. Pode ser que você nem se sinta assim, mas é a mensagem que você passa. Apenas imagine como você se sentiria se ela estivesse sempre olhando e admirando outros rapazes. Para mostrar seu amor por ela, mantenha os olhos nela. Se você vislumbrar uma mulher bonita, volte sua atenção para sua namorada. Quando for sair para um restaurante com ela, sente-se na cadeira voltada para a parede, para que ela saiba que sua atenção está nela e não naquela bonita garçonete que passa ao lado. São esses pequenos desafios em um relacionamento que provam seu amor...

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Traduzido de:
http://www.chastity.com/chastity-qa/how-stay-pure/purity-relationships/my-girlfrien-0

sábado, 4 de dezembro de 2010

E beijo de língua? Tá tudo bem? Todo mundo me diz uma coisa diferente...

Por Jason Evert (www.castidade.com)

Quando se fala de pecados de impureza, muitas pessoas pensam: “Se é um pecado mortal, então eu não quero. Mas se for só pecado venial, então não quero perder!”. Precisamos deixar de lado essa idéia minimalista que se foca em “até onde podemos ir sem ofender a Deus”. Mesmo o menor pecado divide, enquanto a pureza faz nascer o verdadeiro amor. Elizabeth Elliot escreveu em seu livro Passion and Purity: “Como posso falar de alguns beijos imprudentes para uma geração que cresceu sendo ensinada que quase todo mundo vai pra cama com todo mundo? Daqueles que vagueiam no mar da permissividade e dos excessos, será que existe alguém que ainda olhe para o céu em busca do farol da pureza? Se eu não acreditasse que existe alguém assim, sequer me importaria em escrever.” [1]


Eu costumava ter como certo que todo mundo sabia que beijo de língua é sexualmente excitante, especialmente para um rapaz. Mas eu tenho encontrado mulheres que se mostram surpresas quando descobrem que um homem fica sexualmente excitado por um beijo ardente (ou antes dele). O beijo de língua é profundamente unitivo, já que a penetração de uma pessoa dentro de outra é parte daquele “tornar-se um” com ele ou ela fisicamente. Esse beijar ardente e sensual diz para o corpo de um homem que este deve se preparar para o ato sexual, e quando um homem fica excitado, geralmente ele não fica satisfeito enquanto não atinge o ápice.

Portanto, o beijo de língua provoca o corpo com desejos que não podem ser moralmente satisfeitos fora do casamento. Para o casal que está guardando o sexo para o casamento, o beijo de língua é como um garoto de quinze anos sentado no carro, na saída da garagem, só acelerando o carro estacionado, porque sabe que não tem carteira de motorista.

Eu acredito que o problema moral com beijo de língua é mais difícil de ser entendido pelas garotas, porque elas tendem a se excitar sexualmente de uma maneira mais gradual do que os rapazes. Se a excitação de uma mulher pode ser comparada com um ferro de passar esquentando pouco a pouco, a de um rapaz poderia ser comparada com o acender quase instantâneo de uma lâmpada elétrica. As reações sensuais em um rapaz tendem a ser mais imediatas, e quando a chama da excitação sexual se acende, um homem geralmente quer ir além.

Ele pode até se contentar por uns tempos somente com os beijos. Mas quando um casal tem episódios recorrentes de “amassos” ardentes, e tentam estabelecer os limites nesse ponto, uma das duas coisas vai acontecer: ou os limites originais vão desaparecer, ou então a frustração vai tomar conta de tudo. No primeiro caso, a excitação sexual vai se tornar rotina, e o casal vai começar a justificar novas formas de intimidade física. Talvez eles consigam parar na primeira, na segunda ou na terceira vez, mas gradualmente os antigos limites vão cedendo, porque eles começam a experimentar esse poder intoxicante de ligação que Deus reservou para os cônjuges no casamento.

No segundo caso, um dos dois poderá acabar ouvindo a mesma coisa que essa garota ouviu: “Meu namorado e eu não passávamos de uns 'amassos', mas recentemente ele me perguntou depois que nos beijamos: ‘Você nunca se sente... entediada? Nunca enjoa disso?’”

Frequentemente eu recebo e-mails de casais abstinentes que dizem que realmente se amam e querem permanecer na pureza, mas continuam sempre caindo de novo e de novo nos mesmos pecados sexuais. Eles estimularam esses desejos, e descobriram que eles não são facilmente controlados, uma vez despertos. Esses casais querem ficar em cima do muro, e manter alguma intimidade sexual ao mesmo tempo em que evitam ir “muito longe”. Mas eles estão descobrindo que homem e mulher não foram feitos para funcionar desse modo. A pureza angelical é mais fácil de se viver do que apenas 50% de pureza, porque você não está constantemente provocando a si mesmo.

Entretanto, algumas pessoas dizem que beijo de língua não é lá esse problema todo, e que não tem muita importância. Mas será que não existe algo em você que gostaria que esses beijos significassem algo? Quanto mais damos de nós mesmos, tanto menos valorizamos o dom do nosso corpo e de todo o nosso ser (e as pessoas respondem nos tratando com menos respeito também).



Pergunte a si mesmo o que valem seus beijos. Será que eles são uma maneira de retribuir a um rapaz por uma noite bacana? Será que eles são uma solução para o tédio em um namoro? Será que eles são um modo de encobrir as dores ou a solidão? E pior, será que eles são apenas por pura “diversão”? Se a resposta para qualquer uma dessas perguntas for um sim, então já esquecemos o propósito de um beijo, e o significado da intimidade. Portanto, não trate partes de sua sexualidade como “sem importância”. Todo seu corpo é de uma importância infinita, e isso inclui seus beijos. Quando percebemos isso, o mais simples dos beijos passa a ter um valor inestimável, “não tem preço”, e traz mais proximidade e alegria do que 100 “ficas” ou encontros sexuais casuais.


O que acontece com o jovem bem intencionado é que a intimidade inicial e a excitação de um beijo se enfraquece quando ele ou ela começa a dar esses beijos indiscriminadamente, como quem aperta uma mão. O significado profundo dos simples atos de afeição lentamente se perde. O mundo gosta de nos dizer que estamos ficando mais “habilidosos” no namoro, mas na verdade estamos apenas nos tornando insensíveis.

Então, antes de fazer tudo de novo, pense em guardar a paixão ardente para seu esposo ou esposa. Não apenas sua pureza será um dom e presente para seu cônjuge, ela vai fazer a afeição dele ou dela mais única para você também. No longo prazo isso vai unir os dois muito mais do que todas as “experiências” que o mundo recomenda que você tenha antes de se casar.

No colégio, eu não pensava duas vezes antes de dar esse tipo de beijo. Meu pensamento era que outras pessoas estavam fazendo coisas piores, então não tinha muito problema o que eu fazia. Agora eu desejaria ter guardado esses beijos para minha esposa, ao invés de distribuí-los por aí com garotas que nunca mais vi de novo depois que terminou o tempo de colégio. Mas na época eu não pensava no futuro. Eu apenas via meus colegas de sala e achava que esse era o modo como as coisas eram. Quando meus relacionamentos amadureceram e se aprofundaram, e eu comecei a rezar por eles, eu deixei esse tipo de beijo de lado, porque ele sempre acendia o desejo de ir além. Ele também estava levando os outros aspectos do relacionamento a um segundo plano. Eu sabia no meu coração que não poderia dizer com segurança que esse tipo de intimidade estava agradando a Deus.

Então eu tive uma conversa com uma namorada no começo de um relacionamento, e nós concordamos em fazer esse sacrifício. Isso foi uma grande bênção, e eu imediatamente pude ver como o relacionamento era mais santo e cheio de alegria. Nós nunca éramos perfeitos, mas pela primeira vez eu vi que, quanto mais beijos ardentes havia no relacionamento, menos havia de qualquer outra coisa. Isso foi uma coisa que não pude entender enquanto não experimentei.

Eu encorajo você a dar uma chance, tentar. Deixe de lado os beijos de língua nos namoros, e guarde-os para o casamento. Mantenha a afeição simples. Se é muito difícil para você aceitar isso, então tenha a honestidade de se perguntar porque. Se você não pudesse dar um beijo de língua no seu namorado, isso iria impedir sua capacidade de amá-lo? Será que, deixando de dar um beijo de língua em sua namorada, isso vai impedir sua capacidade de glorificar a Deus ou de levá-la para o céu? O quanto nossas intenções estão direcionadas para nossa gratificação pessoal, e o quanto estão direcionadas para a glorificação de Deus?

Falando em termos simples, a moralidade sexual diz respeito a glorificar Deus com nosso corpo. O modo com que você usa sua sexualidade deve refletir seu amor por Deus e deve expressar o amor de Deus para os outros. Se uma área parece cinzenta, então não entre nela. Faça apenas as coisas que você seguramente sabe que glorificam a Deus.

Se você tem dificuldades nesse assunto, leve isso para a oração. Se você deseja verdadeiramente conhecer a vontade de Deus com relação à pureza, eu sei que Ele vai lhe mostrar. Você tem só que ficar com Ele o tempo suficiente para ouvi-lo. Com certeza, isso é difícil, mas o amor está pronto a sacrificar grandes coisas, bem como as pequenas, pelo bem da pessoa amada.

É cada vez mais comum eu ouvir casais que guardam seu primeiro beijo para o dia do casamento. À primeira vista isso pareceu loucura para mim, mas então eu percebi que eles não estavam evitando os beijos porque achavam que era pecado ou porque não conseguiam se controlar, mas sim porque eles estimavam tanto, viam tanto valor em um simples beijo, que eles desejavam que Deus e o mundo testemunhassem o seu primeiro. Seu primeiro beijo poderia ser oferecido como uma oração.

Com tudo isso que foi dito, não devemos ficar presos em saber o quão próximos podemos chegar do pecado. Quando nossos corações estão bem com Deus, estamos preocupados com o que é verdadeiramente puro, e em como podemos glorificar a Deus com nossos corpos. Queremos que cada um de nossos atos de afeição seja um reflexo do fato de que Deus vem em primeiro lugar em nossas vidas. Enquanto não chegarmos a esse ponto, teremos dias muito difíceis tentando discernir entre o que é amor e o que é luxúria.

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[1]. Elisabeth Elliot, Passion and Purity (Grand Rapids, Mich.: Revell, 1984), 131.

Traduzido de: http://www.chastity.com/chastity-qa/how-far-too-far/kissing/french-kissing-bad-every

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

E quando o relacionamento à distância dá certo?


Este é o terceiro e último post de uma série sobre relacionamento à distância, atendendo ao pedido de um leitor do blog. Esse artigo é constituído de trechos da entrevista dada por Anthony Buono para o programa “Son Rise Morning Show”, da rádio americana “Sacred Heart Radio Network”. Novamente devo alertar que Anthony fala a partir da perspectiva que lhe é própria, ou seja, de sites de relacionamento, então a pessoa em outra situação particular pode tirar proveito, se quiser, do que assim couber em sua situação.

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Entrevistador: Como você pode discernir que chegou o tempo de se mudar para perto de uma pessoa? No caso, você já se encontrou com ela um certo número de vezes, o relacionamento floresceu, e você sente que realmente chegou a hora de fazer uma mudança geográfica. Como você pode discernir? Esse é um grande passo!...

Anthony Buono: É muito grande mesmo... Há escolas de pensamento que discutem quem deveria fazer a mudança. Vou falar aqui os prós e os contras para cada uma das pessoas. Para o homem, sua posição mais típica é de ser o “provedor”, então em grande parte o problema se resume ao seu trabalho, e sua habilidade de prover as necessidades da família. Então a mulher deveria, nesse caso, ser aquela disponível para fazer a mudança. O lado feminino do argumento é... bem, não é uma questão muito verbalizada, mas é a realidade... é que é muito difícil para uma mulher deixar sua família. Quando se fala do futuro, aqui, um dos grandes aspectos – eu tenho certeza que os já casados podem atestar isso – é que uma das coisas valiosas para a mulher é a possibilidade de poder receber ajuda da sua mãe ou do seu pai. Enfim, é um aspecto importante para a mulher estar perto da família. Bem, eu argumentaria que a mulher teria que ser a pessoa disponível para fazer a mudança, porque, quando você coloca tudo na balança, quer dizer – o homem tem que ser aquele que provê. Se você estiver olhando para a dinâmica principal, a que é típica, ou seja, você tem filhos, você tem uma família... você sabe, o homem tem que ter um trabalho. Mas é muito comum que o homem seja capaz de transferir o que ele faz, ou encontrar um trabalho em outro lugar. Eu vejo isso o tempo todo. O homem está preparado para morar em outro lugar, e faz isso com alegria. Gentilmente ele encontra seu trabalho e compreende que a mulher não pode morar em outro lugar. E, claro, tenho visto também mulheres indo morar em outro lugar, porque compreendem que seu lugar é ao lado do marido, e seu trabalho dele é importante.



Entrevistador: Anthony, você não acha que antes de se mudar para outro lugar, você tem que estar absolutamente certo de que essa pessoa é seu futuro marido ou esposa?

Anthony: Eu sei! É um grande passo! Eu nunca recomendo que uma pessoa aja com base numa presunção. Você não pode simplesmente se mudar apenas para poder namorar a pessoa, ou para fazer esse tipo de discernimento. Na verdade você tem que estar – quer seja noivo ou não – em um estado em que você vai certamente se casar. É muito arriscado morar em outro lugar quando você ainda está decidindo as coisas. Eu sei que muitas pessoas fazem essa mudança para poder passar mais tempo com a outra pessoa, mas... e se não funcionar? É uma mudança, é muito sério...

Entrevistador: E nós, como católicos, certamente não nos mudamos para a casa do outro antes do casamento.

Anthony: Espero que não seja preciso dizer que não se faz isso. Vamos ser claros. Não se faz isso. Somos católicos, aqui, e não há nada de positivo nem de permitido sobre isso. Então temos que voltar a outros aspectos, ao aspecto que eu considero a virtude heróica dos tempos em que vivemos. Relacionamentos à longa distância, eu penso, são importantes, e as pessoas devem estar abertas a eles, porque no mundo em que vivemos é muito difícil encontrarmos católicos sérios que acreditam em tudo que a Igreja ensina. Então, a pessoa para você pode estar em qualquer lugar. Isso é um sinal dos tempos em que vivemos. Então, a virtude heróica é que você deve estar aberto a fazer seja o que for preciso para fazer um relacionamento assim funcionar. E, sim, você poderá gastar muito dinheiro, ou tempo no telefone, ou investir muito para se encontrar pessoalmente com ela, para determinar se essa é a pessoa certa. Mas no final terá valido a pena. Logo, eu aconselho as pessoas a se encontrarem pessoalmente o mais cedo possível, porque é somente nessa situação que você descobre se há uma ligação entre vocês dois, e vocês podem se conhecer mais rapidamente. Faça isso mais cedo, ao invés de mais tarde, para que não percam o tempo de vocês.

Entrevistador: E uma vez que você faz a mudança e vai morar em outro local? Você está levando a sério, realmente acredita que essa é sua futura esposa. Que conselhos você daria para lidar com todas as grandes mudanças que virão com essa decisão?

Anthony: Você tem que estar aberto.... bem, vamos usar aqui outra palavra.... você tem que ser maleável, tem que se ajustar. Esse é o tipo da coisa complicada para pessoas que estão mais velhas, e solteiras, e tentando se casar. De certo modo, é como se elas já tivessem se casado “consigo mesmas”, no seu jeito de ser, se você me entende. Então, você tem quase que se reinventar, tem que ser flexível, tem que estar atento à outra pessoa, aos aspectos psicológicos e emocionais dessa mudança dramática. Você tem que estar de peito aberto, mais do que estaria normalmente se conhecesse uma pessoa na sua localidade. Tem que estar atento à consideração pelo outro, e muito equilibrado, tem que haver concessões mútuas. Mas eu acho que o mais importante, mais do que qualquer coisa, é que tem que haver esse suporte da compreensão. Não importa quem esteja fazendo o sacrifício maior para que tudo funcione, a outra pessoa deve estar bastante atenta aos sacrifícios que essa pessoa está fazendo. Simplesmente esteja perto dela, confortando-a, dando suporte, compreendendo que estão fazendo uma grande mudança. Enfim, fazer a pessoa se sentir bem com isso tudo. Você tem que fazer isso.

Entrevistador: Coisas muito importantes a se considerar quando um relacionamento à longa distância se aproxima de um casamento, obrigado Anthony Buono.
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Anthony Buono, casado e pai de sete filhos, mora na Virginia, EUA. Ele é o fundador e presidente de http://www.avemariasingles.com (em português: http://www.solteirosdoavemaria.com/) e de http://www.roadtocana.com. Ele também tem um blog, http://www.6stonejars.com que dá conselhos aos católicos sobre namoro, noivado e casamento.

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Traduzido de:
http://www.6stonejars.com/index.cfm/2010/9/1/Son-Rise-Morning-Show-Long-Distance-Relationships