Acabei de ler o livro do Zuenir Ventura, Chico Mendes: crime e castigo, e fiquei com aquele gostinho de quero mais ou com aquela sensação de que a história não acabou. Acredito literalmente que a história não tenha acabado mesmo. Afirmo isso sem nenhum discurso panfletário, mas considerando que a luta de Chico Mendes, e consequentemente sua morte, trouxe ao mundo um novo olhar sobre os povos da floresta.
Imagem: ebah.com.br
A querida Beth, do Mãe Gaia, sugeriu no post passado, que eu comentasse o livro do Zuenir e então aqui estou.
A obra trata de reportagens do Zuenir feitas na ocasião do assassinato do Chico Mendes em 1988 e na época do julgamento, dois anos depois. Em 2003, ao saber do interesse da Editora em publicar um livro com essas reportagens retornou ao Acre (Rio Branco e Xapuri) para apurar e relata o que aconteceu com os personagens envolvidos no episódio.
Imagem: expressaoacreana.blogspot.com
Adorei retomar toda a história de vida do ambientalista e mais ainda sua ideia de um novo olhar sobre a floresta. É perfeita a descrição de Zuenir a repeito do homem, grande líder que chamou, de forma inusitada e inteligente, a atenção do mundo para a causa dos seringueiros e dos defensores da Floresta Amazônica.
Imagem: fmanha.com.br
Claro que Zuenir não é imparcial nas reportagens que fez. Mas quem o foi ao tratar de assuntos como, seringueiros, Floresta Amazônica, Ecologia, Chico Mendes? A impressão que temos é que só havia dois lados: o dos fazendeiros latifundários ou o dos ecologistas. Zuenir deixa claro que de que lado está, mas acima de tudo revela um Chico Mendes, inteligente, estrategista, pacifista, que mais que um pedaço de terra para os seringueiros defendeu uma Floresta preservada para todos.
"Só depois que ele morreu, aos 44 anos, é que o Brasil descobriu haver perdido o que custa tanto a produzir: um verdadeiro líder." Zuenir Ventura