quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Quem é que te faz feliz?

Ônibus é local excelente para rezar, quase um templo, rsrsrsrs. Ônibus é um lugar ótimo pra ler, pelo menos pra mim  pois tem gente que detesta. Ônibus e longas distâncias,  bom lugar para pensar. Então aproveitando o lugar e o tempo fiquei pensando ontem, na volta pra casa, sobre a importância de ser feliz.
Lembrei que visitando blogs acabei encontrando um texto que dizia que durante um seminário perguntaram para uma esposa, com o marido do lado, se o seu companheiro a fazia feliz. Ele já sabia a resposta pois durante tantos anos de casamento ela nunca havia reclamado de nada e todos os amigos e conhecidos comentavam como os dois viviam bem. Para a perplexidade do marido a mulher respondeu um sonoro NÃO. E complementou: meu marido nunca me fez feliz e não me faz feliz. EU SOU FELIZ! O fato de ser feliz ou não, não depende dele e sim de mim. Veja o texto aqui

Achei esse texto genial e fui embora pensando nele. Pensei como está em nossas mãos a felicidade e ao mesmo tempo, como colocamos a nossa felicidade na mão do outro. Pensei que apesar de todos os pesares, de todas as lágrimas, de tantos problemas, tenho buscado ser feliz  por mim mesma, e tenho procurado a felicidade em coisas pequenas, gestos simples e até em meias palavras.


Claro que eu poderia ser muito mais feliz. Se eu tivesse mãe, se meu pai tivesse me amado desde hora da minha concepção ou do momento em que nasci, se ele tivesse me assumido, se eu tivesse terminado a faculdade mais cedo, se o meu filho mais velho fosse menos fechado e mais carinhoso, se o meu filho mais novo tirasse notas mais altas no colégio, se meu marido entendesse sem tantas explicaões as coisas que quero, se não tivessem roubado meu carro, se, se, se...

Mas percebi que possso ser feliz com o que tenho. Sou feliz pela memória e pela história que minha mãe deixou. Sou feliz por meu pai ter reconhecido que sou sua filha. Sou feliz porque terminei a faculdade, com meus filhos presentes na minha formatura, ouvindo a mãe oradora falar da alegria de estar ali e da importância dos estudos na vida da gente. Sou feliz porque meu filho é estudioso, responsável, querido e talentoso. Sou feliz porque consegui (na verdade conseguimos) pagar o carro, prestação por prestação, mesmo sem usufruir do mesmo (não tinha seguro o danado). Sou feliz porque meu marido é um homem bom, honesto, carinhoso e companheiro, apesar de, as vezes, complicado.

Descobri prazer e felicidade em coisas simples, como ter um bom livro nas mãos, fazer amigos no blog, bordar uma toalha, arrumar a minha casa, fazer o meu trabalho....e tantas coisas mais que nem consigo enumerar.

Tive a infeliz ideia de comentar esses pensamentos com uma pessoa (só agora percebi que esquisita ela é ou eu talvez seja esquisita e nem me dei conta) e ela me diz: como pode alguém andar de ônibus e ser feliz ou achar que é feliz. Só você mesmo Giovanna! Ai que raiva, pra que fui falar disso com ela? Mas lembrei da minha amiga, a reporter Simony Leite, talentosíssima, linda, que uma vez me falou: já fui tão feliz comendo pão com mortadela. Bom, esse texto ficou parecendo copiado da Eleanor H. Porter (do livro Pollyana - a do jogo do contente), paciência. Nunca canso de dizer que tenho vocaçãopra ser feliz. Mas acho que o melhor mesmo é descobrir que pra ser feliz preciso de muito pouco. Se você teve paciência de ler isso tudo, responda-me: "quem te faz feliz?".

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O Dia Que a Cidade Parou

Fiquei duas horas no trânsito, num engarrafamento descomunal, daqueles que tiram qualquer um do sério. Vitória viu cair a noite de ontem sob o efeito de um assalto, um grande assalto. Infelizmente desses que ouvimos nos noticiários e que têm reféns, feridos e mortos, no nosso caso um morto. Toda a cidade parou e quando a cidade para, param também todas as outras que fazem parte da Região Metroplitana, a Grande Vitória. Veja aqui  notícia sobre o assalto.

Vitória é uma ilha, a Ilha do Mel, a Cidade Presépio, Cidade onde trabalho, nasci e morei. Atualmente moro na cidade de Serra (dá pra ver direitinho aí no mapa,  (de Vitória à Serra são 30 minutos de distância de carro ou  1 hora e 15 min de ônibus)

Marido ligou no meio da tarde preocupado, pois o assalto era  perto, numa loja, na verdade uma ótica onde fiz os meus dois últimos óculos. Pediu que eu tomasse cuidado pois ficou sabendo, já que trabalha numa grande avenida que dá acesso ao Centro, que o Batalhão de Missões Especiais (PM) já estava a postos e que o tumulto era enorme. Não passavam ônibus do município e os que vinham de outros estavam super lotados e atrasados. Saí as 17 h30, logo apareceu o meu coletivo, mas o trânsito não fluiu, tudo engarrafado.

Vitória é uma cidade linda (eu acho), porém mal planejada. E a explicação pode estar aqui:  "A proibição da mineração nas Minas Gerais e a presença de tribos hostis no interior do Estado contribuíram para que o Espírito Santo se mantivesse por muito tempo como uma capitania essencialmente litorânea." Agregue a esse pequeno texto, décadas, séculos de desmandos políticos e descasos. Entretanto informo que as coisas mudaram um pouco nos últimos anos.Costumo dizer que aqui temos uma rua para entrar, uma rua pra sair e um entroncamento que dá acesso a essas duas vias. Se fecham a entrada, logo  a saída estará com problemas também.

Imagem daqui

Ônibus parado, aproveitei para ler o livro que trago sempre na bolsa. Com isso não reclamei, não fiquei xingando o motorista, o carro da frente, o guarda de trânsito. Fiquei tranquila, lendo relaxada. As vezes o corpo cansava de estar na mesma posição por tanto tempo, mas resisti. Por alguns momentos, fechei o livro e rezei (adoro rezar dentro do ônibus). Rezei pelos reféns, pelos feridos e por suas famílias. Voltei a ler, olhei pelo vidro da janela  a cidade recebendo a noite que chegava. Preocupei-me com o horário da reunião que iria  coordenar mais tarde e pensei: cheguarei  atrasada certamente, mas o que é chegar atrasada, se alguém sequer chegará  em casa nessa noite violenta em minha cidade? O que é chegar atrasada  nessa  noite em que mais uma família ficou sem o pai? Voltei a rezar.

Imagem daqui

domingo, 8 de agosto de 2010

Ressonâncias da Blogagem Coletiva Espiritual e Ecumênica

Adoro participar das Blogagens Coletivas. É um momento especial, de partilha, de novos contatos.  A Blogagem Coletiva Espiritual e Ecumênica foi, antes de mais nada, momento de partilhar a fé, anunciar as maravilhas de Deus e mostrar quão grandioso é o nosso Criador.


Foi momento de redescobrir ou expressar a Espiritualidade vivenciada por todos nós no dia a dia.
 Deixo um grande abraço a todos os que participaram e também um beijo especial a Rosélia do blog Espiritual-idade.

Aproveitando esse momento de reviver a espiritualidade, deixo aqui votos de um Feliz dia dos Pais a todos vocês. Um abraço forte dei em meu pai hoje lembrando de quantas vezes quis fazer esse gesto e não pude pois ele não estava perto de mim. Muitas vezes até estava perto, mas eu ainda estava muito longe do seu coração. Apertado abraço dei tembém em meu marido bem cedinho, desejando minimizar a dor que sente pela ausência de um dos nossos filhos. E na Igreja nessa manhã, chamei todos os pais ao altar para que eles pudessem, no seu direito e no seu fazer cotidiano, abençoar a assembleia, assim como abençoam seus filhos todos os dias.  Tenho fé que passarei ainda, dias das mães e dos pais mais felizes.

"A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera"(Hb 11,1a)

Aos queridos e queridas que passam por aqui deixo o meu abraço carinhoso.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Blogagem Coletiva - Sentimentos

DESEJOS

Quem sabe não seria a hora de falar da falta de desejo? Fiz essa pergunta a mim mesma ontem quando pensava nessa blogagem coletiva proposta pela minha amiga Glorinha . Olha eu aí andando na contra mão. Não é que eu seja uma pessoa sem sonhos, plenamente realizada, daquelas que nada desejam porque têm tudo. Mas preciso falar dessa experiência que vivi e da dificuldade que foi encontrar a saída:  a falta de desejo sexual.

Aos 34 anos simplesmente parei de menstruar, assim do nada. Depois que tive meu segundo filho, com 31 anos, comecei a sentir os sintomas da pré menopausa. Mas nem imaginei o tamanho do problema e nem sequer cogitei a possibilidade de menopausa precoce e da impossibilidade de futuramente ter outro filho (um terceiro) ou uma filha como sempre desejamos. Mas não deu mesmo. Em maio de 1999 foi embora para nunca mais voltar. Exames solicitados constataram útero e ovários envelhecidos e atrofiados. Paciência!  Paciência? De quem? O que mais faltou foi paciência. Imagine uma mulher nova, com um marido também jovem e que só tem vontade de dormir, não se encanta mais com a sedução, nem se preocupa mais com os desejos do outro e nem com seu próprio desejo, pois ele desapareceu como fumaça.
Achei essa explicação bem plausível: "há, na nossa cultura, uma supervalorização da maternidade; imperceptivelmente a mulher se considera valorizada por ser - ou por poder ser - mãe; na menopausa, esta possibilidade desaparece, e a associação que fazemos entre sexualidade e reprodução se esfacela. É quase como se disséssemos: "se não vou gerar filhos, o que justifica o ato sexual?" Fonte: http://www.brevesdesaude.com.br/ed08/desejo.htm

Hoje lembrando disso tudo e contando parece que nem foi tão difícil. Talvez eu jamais consiga expressar em palavras o que foi vivido por mim e por ele. A dificuldade de falar sobre isso com os médicos, os médicos que minimizavam o problema, os remédios que não ajudavam e os que, quando ajudavam traziam outros tantos efeitos colaterais. Foi um sufoco! Olhando pra trás, as vezes me pergunto como não perdi meu companheiro. Como ele suportou tudo aquilo? Será que apenas o amor bastou? Disseram-me tantas vezes que para o homem o amor não é o bastante.

Precisei buscar a saída. Encontrar a luz no final do túnel porque não escolhi viver sozinha. Precisei recuperar a auto estima, reconsiderar tantas coisas, buscar o desejo esquecido em algum lugar pelos hormônios perdidos. Aprendi a redesenhar-me, voltei a ser inteira.


Eu quero passar todos os dias na tua vida
Na hora da chegada e na breve hora da partida
Ouvir tua voz em tantos sons e melodias
Lembrar de ti por tua paz, por teu amor e alegria.

E na alegria eu vou passar todos os dias do teu lado
No aconchego do teu corpo delicado
Dar-te meus braços em abraços bem selados
Trocar contigo mil beijos e afagos

E nesses tantos beijos e afagos tão bem dados
Faremos juntos um caminho de carinho escancarado
Cumprindo bem nosso destino lado a lado.

Nosso destino de sermos dois e, assim, de sermos sempre:
Dois amantes, dois amados, dois corações apaixonados...
Eternamente, entre nós, enamorados!

Adriano Hungaro


Nunca senti tanta dificuldade em falar sobre um sentimento. Fiquei muito preocupada em me expor, mas também aliviada por poder partilhar isso. Espero que, considerando a dificuldade, o texto tenha ficado claro e coerente.
 
Aos queridos e queridas que passam por aqui deixo o meu abraço carinhoso.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Tudo o Que vale Nessa Vida

Gente, quando leios os blogs de vocês quantas inspirações e quantas reflexões me invadem. Seja para uma coisinha bonita pra minha casa, seja um conversa pro meu blog ou outras tantas coisas mais. Passei agorinha pelo Perguntas em Respostas da Tati Pastorello e como sempre me encanto com o jeito que aquela menina mãe se expressa. Muito lindo o jeito dela falar das coisas do Bê, do Vi, da vida. Hoje ela fala  da nossa correria do dia-a-dia, sobre aproveitar o tempo com quem a gente ama, da inutilidade que é se matar de trabalhar.

O  texto da Tati veio reforçar os pensamentos e as reflexões que têm passado por minha cabeça nos últimos dias.  Graças a Deus nunca fui atrás de nada por dinheiro, sempre busquei qualidade de vida, aquilo que me da prazer. Sempre foi muito mais importante pra mim um trabalho prazeroso, ainda que nem tão bem remunerado, mas que acrescentasse algo importante á minha vida. Por isso sou bibliotecária na Cúria, porque amo meu trabalho.

Conheço cada documento, para que serve e para que serviu. Amo o cheiro deles, a pesquisa, a guarda, o tratamento de tudo que está dentro desse espaço. Sinto-me respeitada como profissional, reconhecida e sinto também um amor imenso por tudo isso aqui desde o prédio histórico até o mais simples dos profissionais que aqui prestam serviço.

O Convento São Francisco- sede da Cúria Metropolitana de Vitória. Uma pena que tenham  preservado apenas a fachada
Foto daqui

Por isso é tão importante pra mim celebrar meu aniversário com eles. Ofereci um almoço, simples mas que preparei com muito carinho. Depois ganhei um bolinho surpresa. Foi uma delícia! Além do trabalho, que eu adoro, o ambiente aqui é fraterno e agradável.

Logicamente que não seria verdade dizer que não há desavenças e problemas, mas ainda assim, é um grupo muito bacana.
Meu tempo é gasto com esse trabalho que amo, com minha família, minhas atividades voluntárias e pastorais. Mas com relação ao tempo  posso dizer que tenho desejos que estão arquivados. Entre tantos, mostro esses aqui.

Ter mais tempo para leitura e um cantinho assim, especial e aconchegante, para ler

Imagem daqui
Imagem daqui

E também mais tempo e um cantinho especial para fazer minhas artes

Imagens do Manga com Pimenta

Aos queridos e queridas que passam por aqui deixo o meu abraço carinhoso.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Para Que Serve Uma Cadeira ?


                                              

Fiz essa pergunta lá em casa ao meu marido e ele respondeu: dã! Pra sentar é claro. Retruquei:  mas que óbvio. Você acha que se a reposta fosse essa, ou somente essa, eu teria feito a pergunta? Uma cadeira pode ter outras utilidades.
 

Imagens daqui: 

A cadeira em questão era uma lindinha que achamos no lixo aqui da Cúria onde trabalho. Fiquei encantada com a simplicidade do design e pelo fato de ser  jeitosa. Foi lá pra casa e ficou do lado de fora,  tomando chuva e sol. Depois tiveram piedade da coitada e ela foi para a área de serviço e ficou entre o tanque e a máquina de lavar. Claro que de vez em quando levava um banho. E eu esperando pelo marido pra resolver o que fazer com a cadeira.
Antes

Cansei de esperar. Comprei lixa, massa para madeira, tinta e mãos a obra.

Depois, pintada, decorada com borboletas em molde vazado e de sachê de  coração. Agora com um novo uso: suporte para planta. Marido falou que eu invento moda e que as vezes da até certo. Pode? Tentaram confiscar a minha cadeira, ja pintada e reformada pra colocar na mesa do computador (porque eu não tenho cadeira na mesa do computador ), mas peguei de volta.

Agradeço o carinho dos amigos que deixaram votos de felicidades e parabéns pela passagem do meu aniversário. Adorei! Deixo um abraço bem apertado pra Silvana do Interior Adentro que me deixou uma mensagem linda no seu blog.

 

Almoço no Chico Bento da Praia de manguinhos - Vitor sempre junto

O lugar é amplo e gostoso. Depois do almoço, passeio na praia

domingo, 1 de agosto de 2010

Blogagem Coletiva e Dia de Aniversário

Estamos na última postagem da Blogagem Coletiva Espiritual e Ecumênica e a proposta hoje é falar sobre MÍSTICA E ESPIRITUALIDE. Certa vez discutíamos essa questão numa reunião. Como as lideranças da Igreja viviam a mística e a espiritualidade em seu trabalho e em sua ação nas comunidades eclesiais. Muita gente não conseguia entender direito o que na verdade é mística. Isso se aprende nos encontros de catecismo, isso se aprende nas celebrações eucarísticas ? Depois de muito debate levanta-se um missionário italiano, que deixou o conforto de sua casa e o aconchego de sua família na europa para servir ao povo mais pobre e sofrido aqui no Brasil e díz, vou explicar o que é mística. E então começa com um exemplo muito concreto:
 Dona Maria mora em bairro pobre na periferia do município de Serra aqui no Espírito Santo. O local onde mora está dominado por  grupos de traficantes. Aliás no momento duas facções se enfrentam e a ordem é que ninguém saia de casa a noite. E agora como fazer os círculos bíblicos, as celebrações, levar a comunhão aos doentes, o soro caseiro e multimistura da pastoral da Criança à garotada que depende disso para não adoecer e viver? Dona maria não se intimida e realiza seu trabalho, saindo a noite pois durante todo o dia trabalha como doméstica em uma casa chique em outro bairro. O que move essa mulher? Pergunta Padre Pedro. O que faz com que ela enfrente o medo e faça o que tem que ser feito, realize sua missão? Ele mesmo responde: é a mística que  a motiva. A energia que não nos permite dizer não, desanimar, o que nos faz viver a causa até o fim. E isso tudo é  um grande MISTÉRIO.

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida....

Quero nesse dia em que comemoro aniversário, dia também que renovo meu desejo de ser feliz, reafirmar que  a fé que eu  tenho na vida é a motivação para continuar a sonhar.