Ônibus é local excelente para rezar, quase um templo, rsrsrsrs. Ônibus é um lugar ótimo pra ler, pelo menos pra mim pois tem gente que detesta. Ônibus e longas distâncias, bom lugar para pensar. Então aproveitando o lugar e o tempo fiquei pensando ontem, na volta pra casa, sobre a importância de ser feliz.
Lembrei que visitando blogs acabei encontrando um texto que dizia que durante um seminário perguntaram para uma esposa, com o marido do lado, se o seu companheiro a fazia feliz. Ele já sabia a resposta pois durante tantos anos de casamento ela nunca havia reclamado de nada e todos os amigos e conhecidos comentavam como os dois viviam bem. Para a perplexidade do marido a mulher respondeu um sonoro NÃO. E complementou: meu marido nunca me fez feliz e não me faz feliz. EU SOU FELIZ! O fato de ser feliz ou não, não depende dele e sim de mim. Veja o texto aqui
Achei esse texto genial e fui embora pensando nele. Pensei como está em nossas mãos a felicidade e ao mesmo tempo, como colocamos a nossa felicidade na mão do outro. Pensei que apesar de todos os pesares, de todas as lágrimas, de tantos problemas, tenho buscado ser feliz por mim mesma, e tenho procurado a felicidade em coisas pequenas, gestos simples e até em meias palavras.
Claro que eu poderia ser muito mais feliz. Se eu tivesse mãe, se meu pai tivesse me amado desde hora da minha concepção ou do momento em que nasci, se ele tivesse me assumido, se eu tivesse terminado a faculdade mais cedo, se o meu filho mais velho fosse menos fechado e mais carinhoso, se o meu filho mais novo tirasse notas mais altas no colégio, se meu marido entendesse sem tantas explicaões as coisas que quero, se não tivessem roubado meu carro, se, se, se...
Mas percebi que possso ser feliz com o que tenho. Sou feliz pela memória e pela história que minha mãe deixou. Sou feliz por meu pai ter reconhecido que sou sua filha. Sou feliz porque terminei a faculdade, com meus filhos presentes na minha formatura, ouvindo a mãe oradora falar da alegria de estar ali e da importância dos estudos na vida da gente. Sou feliz porque meu filho é estudioso, responsável, querido e talentoso. Sou feliz porque consegui (na verdade conseguimos) pagar o carro, prestação por prestação, mesmo sem usufruir do mesmo (não tinha seguro o danado). Sou feliz porque meu marido é um homem bom, honesto, carinhoso e companheiro, apesar de, as vezes, complicado.
Descobri prazer e felicidade em coisas simples, como ter um bom livro nas mãos, fazer amigos no blog, bordar uma toalha, arrumar a minha casa, fazer o meu trabalho....e tantas coisas mais que nem consigo enumerar.
Tive a infeliz ideia de comentar esses pensamentos com uma pessoa (só agora percebi que esquisita ela é ou eu talvez seja esquisita e nem me dei conta) e ela me diz: como pode alguém andar de ônibus e ser feliz ou achar que é feliz. Só você mesmo Giovanna! Ai que raiva, pra que fui falar disso com ela? Mas lembrei da minha amiga, a reporter Simony Leite, talentosíssima, linda, que uma vez me falou: já fui tão feliz comendo pão com mortadela. Bom, esse texto ficou parecendo copiado da Eleanor H. Porter (do livro Pollyana - a do jogo do contente), paciência. Nunca canso de dizer que tenho vocaçãopra ser feliz. Mas acho que o melhor mesmo é descobrir que pra ser feliz preciso de muito pouco. Se você teve paciência de ler isso tudo, responda-me: "quem te faz feliz?".