Mostrando postagens com marcador Cientistas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cientistas. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sobre ciência



Os cientistas formam uma elite diminuta, uma minoria diferenciada, talvez a média de apenas um cientista para cada vinte mil habitantes do Planeta. As idéias, atos e opiniões de um grupo tão pequeno só têm importância devido ao impacto que causam na sociedade em geral. Obviamente, a resposta da sociedade é indispensável para a ciência, uma vez que esta depende da compreensão daquela para que haja dinheiro para custear suas pesquisas e estudos, além do que, o resultado prático das descobertas e invenções resulta sempre em proveito das pessoas comuns. É claro que a ciência só pode continuar a e existir e atuar nos tempos atuais se for aceita por vastos grupos da população. Acabou o tempo que o cientista era aquele abnegado sacerdote do saber que, às suas próprias expensas, empreendia trabalho heróico e muitas vezes não reconhecido, que levava a descobertas e invenções que acabavam vindos em benefício da mesma sociedade que o ignorava.
Contudo, o ponto crucial dessa relação entre o sábio e as pessoas comuns, reside na confiança, sim, o ser humano médio tem que acreditar e aceitar que o homem de ciência é o único ser dotado das características especiais que o tornam passível de deslindar os mistérios do mundo que nos cerca e de equacionar os problemas de modo a torná-los inteligíveis às pessoas comuns.
Mas, tal aceitação está sendo conquistada gradualmente, ao longo dos séculos em batalhas estéreis e desanimadoras. Contudo, a vitória ainda não está completa nem necessariamente é final, bolsões de opiniões anticientíficas ainda persistem e são influentes em pleno século vinte e um. Por exemplo, a medicina alopática – científica, portanto – é rejeitada por parte do público de países ocidentais que professam a tal de Ciência Cristã, o que quer que isso seja; os fundamentalismos cristãos e muçulmanos contestam a geologia e a evolução, acreditam no criacionismo e descrêem nas evidências geológicas que provam a origem antiga da vida no Planeta; as religiões místicas habitam uma fronteira entre ciência e superstição; a astrologia desfruta de tanto prestígio que é difícil de entender o porquê. Esses bolsões que se espraiam pela população são um desafio constante para a ciência. Não é impossível que algum deles venha emergir num futuro não discernível, com elementos de verdade, por enquanto inacessíveis à ciência, pois, como sabemos, a ciência é dinâmica, evolui sempre e não se furta em admitir novas ideias e proposições e aceitá-las como fatos depois de provadas. De qualquer forma, esses movimentos anticientíficos representam no presente um obstáculo para a aceitação espontânea da boa ciência. Mas, o crescimento desta desde o século dezoito até o momento, e a aceitação cada vez mais ampla de suas descobertas, permanece como seu maior trunfo com relação às “crenças” infundadas.Não é estultice supor que no futuro, mais e mais a ciência irá se impondo e deixando menos espaço para a superstição e o misticismo que se arvoram em explicadores de fenômenos os quais não compreendem ao invés de se aterem apenas ao seu departamento: a fé. JAIR, Floripa, 05/08/11.