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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024


Mensagem do Arcebispo de Évora para a Quaresma 2024

Ao Povo Santo de Deus, peregrino em terras do Alentejo e Ribatejo, da Arquidiocese de Évora; seus Presbíteros, Diáconos e Consagrados ao Serviço de Todos, a Paz esteja convosco!

1. A Quaresma que nos prepara para a Páscoa deste ano de 2024, desperta-nos para a necessidade de valorizarmos o nosso encontro pessoal e comunitário com a Misericórdia de Deus. Será a partir desta experiência que renovaremos e fortaleceremos a Paz e a Alegria dos nossos corações e consequentemente, o testemunho humanizado das Comunidades Cristãs em que caminhamos na Fé.

É este o propósito do nosso Ano Pastoral, “Revelar juntos um novo rosto de Comunidade”; para que o Espírito Santo nos molde e amadureça neste propósito de conversão pessoal e comunitário, rezamos e discernimos com a Palavra do Evangelho: «Por isso reconhecerão que sois meus discípulos: Se vos amardes uns aos outros como Eu vos amei» (Jo 13, 35). Como sabemos, a lei do amor fraterno não é uma novidade das catequeses de Jesus, porém Cristo dá-lhe um novo sentido e uma nova medida, assumindo-se Ele próprio como esse sentido novo e essa nova medida: “(…) como Eu vos amei”. O Seu Amor tem uma única medida, amar sem medida, por isso entrega a Sua vida pela redenção de todos; o Seu Amor tem um único sentido, revelar-nos a Misericórdia do Pai, pois o seu alimento é fazer a vontade do Seu Pai (Cf. Jo 4, 34).

O Mandamento Novo sugere a Nova Aliança. Lei e Aliança consideram-se duas noções paralelas, assim Jesus, ao dizer, “(…) Dou-vos”, actua não como simples intermediário de Deus, à maneira de Moisés e dos Profetas, mas com autoridade própria e em nome próprio, como Filho de Deus e Salvador. É o Verbo de Deus que nos revela a Nova e Eterna Aliança. Deste modo, a nossa pertença a Jesus e com Ele ao Pai exige-nos a conversão e vivência desta Palavra: “Por isso reconhecerão que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros como Eu vos amei”.

2. Os Quarenta Dias a que chamamos Quaresma são um Tempo de Graça, “Kairós”, que se nós quisermos, nos proporcionarão momentos de reflexão e exame de consciência, para que experimentemos a beleza do abraço misericordioso de Deus e a riqueza que nos vem da experiência da vida fraterna, “Ó como é bom viverem os irmãos no Amor de Deus!” (Sal 133, 1).

O ruído em que vivemos com frequência pode-nos roubar a liberdade interior, sobrepondo-se ao nosso discernimento e tornando-nos insensíveis aos sinais dos tempos, «ao grito dos pobres e da terra». Deste modo, somos impedidos de escutar o nosso coração onde Deus fala e ecoam os gritos da solidão e da pobreza de muitos irmãos. Por isso, importa cultivar o jejum face a todos os excessos que nos solicitam exclusiva obsessão e provar o oásis do silêncio interior, onde se tornará possível compreender que a nossa sede corresponde à água-viva da Boa Nova do Senhor.

Eis uma oportunidade de excelente terapia que, se quisermos, repito, poderemos usufruir nesta Quaresma.

Oração, jejum e partilha fraterna são os três pilares da Quaresma; desde a mais remota tradição proporcionada pelos Padres do deserto, pelos Monges, Doutores da Igreja e Mendicantes, estas três práticas quaresmais renovarão as nossas vidas e farão das nossas Comunidades eclesiais, “Mães de coração aberto para todos os sedentos de Esperança”. Neste contexto da espiritualidade e da sabedoria cristã, recordo as palavras do nosso amado Papa Francisco, proferidas aos estudantes universitários na JMJ em Lisboa e agora citadas na sua Mensagem Quaresmal: «Procurai e arriscai; sim, procurai e arriscai. Neste momento histórico, os desafios são enormes, os gemidos dolorosos: estamos a viver uma terceira guerra mundial feita aos pedaços. Mas abracemos o risco de pensar que não estamos numa agonia, mas num parto; não no fim, mas no início dum grande espetáculo. E é preciso coragem para pensar assim» (03/VIII/2023). É um mundo novo que nasce, experimentando nós simultaneamente os gritos doridos do mundo velho que morre.

3. No contexto doloroso de violência generalizada e de “guerra mundial feita aos pedaços”, como refere o Santo Padre, proponho que a Renúncia Quaresmal deste ano, se destine às Igrejas do Médio-Oriente, vítimas de guerra e que façamos chegar a essas Comunidades a nossa partilha através da Santa Sé, ao serviço da Caridade do Papa Francisco.

Agradeço todo o esforço, dedicação e generosidade da Igreja Diocesana, nomeadamente da sua Cáritas, da sua Cúria e Economato, que permitiram o envio de 20.000€, correspondente à Renúncia Quaresmal de 2023, para as vítimas dos terramotos ocorridos na Turquia e na Síria. Também este quantitativo foi enviado através do ministério da Caridade do Santo Padre, o Papa Francisco.

Como já é tradição, confio mais uma vez a campanha da Renúncia Quaresmal 2024 à Cáritas Diocesana, aos Reverendíssimos Párocos, aos Serviços Centrais da Arquidiocese e à generosidade de todos os Cristãos, entidades, empresas e pessoas de boa vontade.

Com todos permaneço em comunhão de oração, jejum e caridade. E a todos desejo fecunda Quaresma e Santa Páscoa!

+ Francisco José Senra Coelho

Arcebispo de Évora

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

MENSAGEM PARA A QUARESMA 2021

Como ser discípulo Missionário da Esperança em tempo de Pandemia?

Estimados Sacerdotes, caros Diáconos, Dilectos Consagrados, Amados Irmãos e Irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo.

Saúdo-vos com fraternal apreço, na esperança de que vos sintais iluminados e alimentados pela Palavra do Senhor e fortalecidos pelo Espírito Santo que no íntimo do vosso coração vos orienta e ensina todas as coisas necessárias para a vossa santificação pela fidelidade batismal, e para vossa liberdade interior de Filhos de Deus; e por isso vencedores do Pecado e testemunhas do Amor de Deus expresso na Sua Misericórdia, e por nós vivido no mandamento Novo do Amor Cristão.

1 - Certamente viveremos esta Quaresma de uma forma muito diferente, devido ao confinamento exigido pela dolorosa e inesperada evolução pandémica no mundo e muito concretamente no nosso País, onde experimentamos momentos de assinalável aflição e continuamos a viver preocupantes apreensões face às necessárias alterações de vida, dita normal, e às múltiplas consequências destes confinamentos, na vida económica e social, e com consequências diversas nas comunidades, sem esquecer as sequelas psicossociais e as consequências sentidas pelas novas gerações face às diversas vicissitudes que atravessa a Escola e todo o ensino, bem como as marcas sentidas na Saúde das populações, em diversos casos em que deixaram de ser acompanhadas ou sequer atendidas.

Seja-me permitido a todos lembrar, que parece ser decisivamente importante para o sucesso do desconfinamento, o simultâneo êxito da campanha nacional de vacinação que deve merecer de todos nós um compromisso de cidadania consciente, responsável e solidário com os mais débeis e em situação urgente, bem como os seus cuidadores. Tudo indica que com o êxito da vacinação beneficiaremos do tão desejável desconfinamento progressivo, atento e prudente da sociedade.

Importa recordar que o nosso compromisso cristão tem consequências no exercício da nossa cidadania e do testemunho autêntico de caridade. A este propósito lembro a Palavra do Papa Francisco, na sua mensagem para a Quaresma de 2021, intitulada “Quaresma, tempo de renovar a fé, a esperança e a caridade”: «A caridade alegra-se ao ver o outro crescer; e de igual modo sofre quando o encontra na angústia: sozinho, doente, sem abrigo, desprezado, necessitado... A caridade é o impulso do coração que nos faz sair de nós mesmos, gerando o vínculo da partilha e da comunhão. (...) A caridade é dom que dá sentido à nossa vida e graças ao qual consideramos quem se encontra na privação como membro da nossa própria família, um amigo, um irmão. O pouco, se partilhado com amor, nunca acaba, mas transforma-se em reserva de vida e felicidade. Aconteceu assim com a farinha e o azeite da viúva de Sarepta, que oferece ao profeta Elias o bocado de pão que tinha (cf. 1 Rs 17, 7-16), e com os pães que Jesus abençoa, parte e dá aos discípulos para que os distribuam à multidão (cf. Mc 6, 30-44). O mesmo sucede com a nossa partilha, seja ela pequena ou grande, oferecida com alegria e simplicidade».

2 - A Quaresma não pode ser um resto arqueológico de práticas ascéticas de outras épocas, mas “Tempo Favorável”, Kairós, na qual podemos fazer a experiência, pela participação, do Mistério Pascal de Cristo, tornando-se pela Fé, nosso contemporâneo. Assim nos lembra o Apóstolo das Gentes: «Ora se somos filhos de Deus, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, pressupondo que com Ele sofremos para também com Ele sermos glorificados». (Rom 2, 17)

A Quaresma é o “Tempo Favorável”, no qual, Cristo purifica a Igreja, Sua esposa: “Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a igreja e se entregou por ela para a santificar, purificando-a, no banho da água, pela palavra. Ele quis apresentá-la esplêndida, como Igreja sem mancha, nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada” (Ef. 5, 25-27). Deste modo, a Quaresma e o seu carácter sacramental, é-nos proposta não tanto com a acentuação nas práticas ascéticas, mas na valorização da acção purificadora e santificadora do Senhor. As acções penitenciais são sinal da nossa participação no mistério de Cristo que por nós se fez penitente e jejuou no deserto. É o Senhor que dá eficácia aos gestos penitenciais dos seus fiéis; por Ele, tais penitências adquirem o valor de acções litúrgicas, ou seja, acções de Cristo e da Sua Igreja.

Pela História da Igreja, sabemos que a Quaresma surge unida à vivência batismal, sobre a qual se fundamenta o seu carácter penitencial de conversão. A Igreja é uma comunidade pascal porque é batismal. Isto percebe-se, não só porque se entra na Igreja pelo batismo, mas também porque a Igreja é chamada a uma contínua vida de conversão, exprimindo assim a sua fidelidade ao próprio Sacramento que a gera. É daqui que nos encontramos com o carácter eclesial da Quaresma. Eis, pois, o tempo da grande convocatória de todo o Povo de Deus para que se deixe purificar e salvar por aquele que é o seu Senhor e Salvador.

Todos recordamos com a reforma litúrgica do Vaticano II que a Quaresma é uma caminhada eclesial de Quarenta Dias, a iniciar em Quarta-feira de Cinzas e a encerrar-se no Domingo de Ramos da Paixão do Senhor; assim se conclui a Quaresma e inicia a Semana Santa. A Quaresma é um Tempo Forte que nos prepara para a celebração da Festa Maior do Cristianismo, a Páscoa, e que esta preparação nos convida à penitência, através da contrição dos pecados cometidos, com decisão de conversão e emenda de vida, testemunhando a verdade desta metanoia com obras de autêntica caridade, através de gestos de partilha fraterna e solidária com os irmãos mais necessitados de obras de misericórdia corporais e espirituais. Assim a penitência não é assumida só de modo intimista e individual, mas sobretudo de modo testemunhal e eclesial. Deste modo, a Penitência Quaresmal manifesta o nosso arrependimento pelo pecado, enquanto ofensa a Deus, e com consequências sociais que tentamos reparar pelos nossos actos de caridade e com a participação da Igreja através da sua contínua oração pelos pecadores.

3. Os meios sugeridos pela Igreja para a prática Quaresmal são a escuta mais frequente da Palavra de Deus, a oração mais intensa e prolongada, a prática do jejum e das obras de caridade (Vat. II S.C. 109-110). Para apoiar os Cristãos nesta vivência e tendo em conta o contexto atípico de Pandemia, proponho cinco propostas que poderão proporcionar algum conforto e ajuda espiritual:

- Catequeses Quaresmais, que abordarão o tema do nosso Ano Pastoral “Discipulos Missionários da Esperança pelo Acolhimento e pela Procura”, que serão seis catequeses por mim apresentadas, desde Quarta-feira de Cinzas até à Quarta-feira da Semana Santa, na qual meditaremos a perícope «Vinde a Mim Vós que andais sobrecarregados e eu vos aliviarei» (Mt. 11, 28). Estas catequeses serão transmitidas às 19,15 horas nos canais digitais da Arquidiocese (Página. Youtube, e Facebook) e também no canal televisivo Canção Nova. (A Catequese de Quarta-feira de Cinzas dia 17 de fevereiro, por ser só de carácter introdutório, será apenas transmitida através dos canais digitais da Arquidiocese).

- Domingo em família: com a finalidade de acompanhar as famílias, neste contexto de confinamento, os Departamentos Diocesanos da Pastoral Litúrgica e da Educação da Fé dos Adultos e do Apostolado dos Leigos prepararam, para cada Domingo um subsídio que leva a cada família que o deseje, o apoio espiritual e a solicitude pastoral, a transmitir todos os Domingos na página digital e no Facebook da Arquidiocese.

- Renúncia quaresmal: seguindo um apelo da Caritas Portuguesa, dirigida ao Sr. Presidente da Conferência Episcopal, «este será o segundo ano consecutivo em que a rede nacional Caritas se verá privada de realizar o peditório público na rua. Se os recursos diminuíram por via dos constrangimentos que a pandemia nos colocou, esta mesma pandemia trouxe um número acrescido de solicitações a que, em conjunto, temos procurado dar resposta». Assim, apelo a todos os diocesanos que juntos ofereçamos a nossa Renúncia Quaresmal a favor da nossa Caritas Diocesana, a quem confio, como nos anos anteriores, a concretização desta recolha, indicando com criatividade e precisão os modos como todos poderemos participar neste gesto solidário tão urgente, e a que o Papa Francisco também alude na sua mensagem: “Viver uma Quaresma de caridade significa cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid-19. Neste contexto de grande incerteza quanto ao futuro, lembrando-nos da palavra que Deus dera ao seu Servo – «não temas, porque Eu te resgatei» (Is 43, 1).

- Quaresma da Morte à Ressurreição: conferência proferida pelo Padre Carlos Carneiro SJ, dia 27 de fevereiro pelas 21,30 horas, uma iniciativa do Departamento Diocesano da Pastoral Juvenil, cujo link será indicado nos canais digitais da Arquidiocese.

- Início do Ano Dedicado à Família: celebração na Igreja de S. Francisco no dia 19 de março, pelas 21, 30 horas, iniciativa do Departamento Diocesano da Pastoral Familiar, cujo link será indicado nos canais digitais da Arquidiocese.

Assumamos estas propostas, levando-as às nossa oração pessoal e colocando-as nas Preces Litúrgicas ou Orações Universais, inclusive na oração em família e nas celebrações transmitidas pelos diversos meios digitais ou de comunicação social.

Na comunhão da oração e da caridade a todos desejo Santa Quaresma

Évora, 17 de fevereiro e Quarta-feira de Cinzas do ano 2021.

+ Francisco José Senra Coelho

Arcebispo de Évora

quarta-feira, 6 de maio de 2020


ORIENTAÇÕES 
PARA A REABERTURA DAS IGREJAS
E PREPARAÇÃO 
PARA AS CELEBRAÇÕES COMUNITÁRIAS DA FÉ 
DO ARCEBISPO DE ÉVORA

          Tendo terminado o estado de emergência e iniciado a situação de calamidade pública com o progressivo desconfinamento a que somos chamados neste momento de transição para as celebrações comunitárias da fé, agradeço ao estimado Povo de Deus o acolhimento dado às Orientações da Conferência Episcopal Portuguesa (02.03.2020; 13.04.2020; 02.05.2020) e às minhas (10.03.2020; 13.03.2020), bem como às das autoridades governamentais e de saúde.
          Continuamos numa situação de grande contenção, pois, como todos sabemos, a ameaça ainda não foi ultrapassada nem vencida definitivamente, e, como nos pede o Papa Francisco, “devemos acolher a graça da prudência e da obediência às orientações oficiais, para que a pandemia não regresse”. Como referi sobre este tema, neste reinício das celebrações comunitárias da fé, “é preferível uma peugada segura do que uma derrapagem dolorosa”.
          Sabemos que, em princípio, o reinício das celebrações comunitárias da fé acontecerá na véspera da Solenidade do Pentecostes (30 de Maio). No entanto, ainda estamos dependentes da avaliação que será feita pelo Governo no final da primeira etapa do desconfinamento. Apesar disso, e enquanto aguardamos novas orientações da Conferência Episcopal Portuguesa, deixamos para este momento de transição algumas orientações: 
     1. As Igrejas e Capelanias poderão abrir as suas portas, durante o dia, para oração individual dos fiéis, de acordo com as necessidades pastorais e os costumes de cada localidade/comunidade. Para isso, devem ter na entrada um dispensador de Solução Antisética de Base Alcoólica (SABA) bem como um cartaz a indicar o uso obrigatório de máscara, o distanciamento social e não contacto com superfícies, imagens ou outros elementos; deve ser providenciado o não uso de água nas pias de água benta, no profundo respeito pelas exigências sanitárias; 
     2. Perante as várias questões colocadas pelos párocos em relação ao agendamento de celebrações comunitárias, lembro que os Sacramentos que exijam contacto e impliquem unção (Baptismo, Confirmação, Unção dos Doentes) devem ser adiados para o próximo Ano Pastoral, excepto em situações de assinalável gravidade. Deverão ser também adiadas as Celebrações da Primeira Comunhão e Profissão de Fé;
     3. Em relação à Celebração dos Matrimónios é aconselhável o seu adiamento para o próximo Ano Pastoral. Aguardamos a evolução da situação epidemiológica e as orientações a emanar pela Conferência Episcopal Portuguesa para as celebrações comunitárias; 
     4. Relativamente ao Sacramento da Reconciliação, deverá ser escolhido um espaço adequado onde poderão ser cumpridas todas as normas de segurança de saúde bem como garantir o necessário distanciamento entre o confessor e o penitente, sendo sempre salvaguardado o inviolável segredo de confissão;
     5. Todas as Festas, Procissões, Acampamentos ou actividades que impliquem um significativo aglomerado de pessoas e apelem a festejos posteriores deverão ser também adiadas para o Próximo Ano Pastoral; 
     6. Em relação à Catequese, bem como a outras acções formativas, deverão continuar a ser realizadas através das plataformas digitais até ao final deste ano catequético; 
     7. As Exéquias cristãs poderão celebrar-se com a presença de familiares, seja na Igreja ou na Casa Mortuária ou, como até ao momento, com encomendação no Cemitério. Deverá ter-se em consideração a dimensão do espaço para a celebração, atendendo ao número de familiares presentes. 
          Agradeço, mais uma vez, a dedicação dos párocos e demais sacerdotes e diáconos, religiosos e religiosas, bem como de todos os profissionais de saúde, forças de segurança e de socorro, aos Bombeiros, às Santas Casas da Misericórdia e Centros Sociais Paroquiais e a quantos neste tempo de epidemia se têm dedicado à ajuda dos que mais necessitam, sobretudo os mais frágeis e indefesos. 
          Neste tempo, mais do que nunca, somos chamados a ser Discípulos Missionários da Esperança pelo acolhimento e pela disponibilidade para a todos servir.  
          Imploramos de Deus todas as graças e bênçãos, para quantos foram e são atingidos por esta epidemia, nomeadamente os que faleceram, os doentes e suas famílias. Que Nossa Senhora, Mãe de Jesus, interceda por todos nós. 
Évora, 5 de Maio de 2020 
+ Francisco, Arcebispo de Évora

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020




Mensagem Quaresmal 2020
Sedentos de Esperança a caminho da Páscoa
1 – A Quaresma é um tempo privilegiado de conversão, pela escuta da Palavra de Deus e pelo acolhimento de catequeses mais aprofundadas, que nos recordam os grandes temas baptismais, preparando-nos de modo renovado e consciente para a vivência da Páscoa.
Este percurso exige de nós combate espiritual para crescermos nas virtudes cristãs da fé, da esperança e da caridade, e para renunciarmos ao pecado. Pede-nos igualmente um jejum medicinal, que nos fortaleça na nossa liberdade interior para dizer “Sim” e “Não” e, ao mesmo tempo, um jejum caritativo, ou seja, que leve à partilha de nós mesmos, do nosso tempo e dos nossos bens, com quem tem necessidades materiais ou da nossa presença.
Baptizados na morte e ressurreição de Cristo, somos chamados a viver segundo os critérios do Homem Novo, não seguindo meras propostas ideológicas nem uma moral abstrata, mas o testemunho de vida de Cristo, na sua obediência filial ao Pai. No tempo da Quaresma, o Povo de Deus é convidado a empreender um esforço exigente e libertador, abrindo-o ao chamamento do Senhor e da Comunidade cristã.
Privando-se pelo jejum e pela abstinência do alimento terreno, o povo santo de Deus, aprenderá a valorizar e a saborear, acima de tudo, o Pão da Palavra de Deus e da Eucaristia e os apelos vindos dos sinais dos tempos e da caridade que nos leva ao dever de partilhar os bens com os outros, como nos exorta o II Concílio do Vaticano, na sua Constituição sobre a Sagrada Liturgia, nº 110 «A penitência quaresmal deve ser também externa e social, e não só interna e individual». Por isso, orar e celebrar a Eucaristia no Tempo Quaresmal significa «percorrer, juntamente com Cristo, o itinerário da provação que pertence à Igreja e a cada ser humano; assumir mais decididamente a obediência filial ao Pai e o dom de si aos irmãos que constituem o sacrifício espiritual». Assim, renovando com o Espírito Santo os compromissos do nosso Baptismo, na noite pascal poderemos “fazer a passagem”, a Páscoa, para a vida nova de Jesus, o Senhor ressuscitado, para a glória do Pai, na unidade do Espírito.
2 – A Quaresma é por nós vivida, sob o desafio de respondermos aos apelos do Senhor dirigidos a esta Arquidiocese de Évora, edificando em nós o testemunho de vida como “Discípulos missionários da Esperança”, de modo a construirmos comunidades empenhadas em “Procurar e acolher os sedentos da esperança”.
Eis a Palavra de Jesus que nos guia no amadurecimento espiritual e crescimento pastoral: «Vinde a Mim todos vós que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei» (Mt 11, 28). Nesta perícope, Jesus põe em destaque como os mistérios do Reino, que os fariseus rejeitaram, são na verdade revelados por Ele, Filho de Deus, aos pequeninos, isto é, àqueles que os aceitam com simplicidade. Estes são os discípulos, os pobres de espírito, os fatigados e oprimidos, pelo fardo da lei e das observâncias farisaicas.
Jesus chama-os à liberdade, a uma incondicional adesão a Ele, que é o único a tornar tudo leve, pois mostra-se humilde diante de Deus e suave para com os homens.
Eis os discípulos missionários da Esperança, os que procuram e acolhem!
Os pobres, os sofredores, os marginalizados, os pequenos, os desconfiados da possibilidade do Amor, são bem-aventurados, porque encontrarão conforto e alento n’Aquele que para eles é o enviado do Pai e com eles se fez, a Ele mesmo, um deles.
Para todos nós, este é tempo de graça, pois a Quaresma é tempo favorável, Kairós de Deus! Por isso, também para nós, o Hoje de Deus nos convida a tornarmo-nos pequenos e humildes, percorrendo os caminhos da metanoia, da conversão, indo até Àquele que nos quer salvar.
O modo sincero, autêntico e coerente de actuação na caridade solidária e fraterna para com o próximo é sair da neutralidade passiva, omissa, indiferente e alheada, e comprometermo-nos em favor de todos os sós, pobres, sofredores e abandonados; no dizer do nosso querido Papa Francisco, comprometermo-nos com as periferias sociais e existenciais da Humanidade. Afinal, fazermo-nos presentes com toda a verdade das nossas vidas. É na busca desta radicalidade de verdade que o Papa nos dirige a sua mensagem para esta Quaresma, intitulada «Em nome de Cristo, suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus» (2 Cor 5, 20)
3 – A Quaresma propõe-nos acções concretas que testemunhem ao mundo a nossa vontade de conversão e tornem credíveis as nossas decisões de fraterna partilha, por isso, como nos anos anteriores, propomo-nos a realizar uma Renúncia Quaresmal que dedicamos a quem nos parece necessitado do sinal da nossa presença enquanto Igreja Diocesana.
No pretérito Ano Pastoral 2018-2019, enviámos a nossa Renúncia Quaresmal às Igrejas da Venezuela e de Moçambique (diocese da Beira), devido às terríveis provações com se debateram e ainda se debatem.
Agradeço a toda a Arquidiocese a oferta de vinte cinco mil euros que prontamente fizemos chegar à Cáritas Nacional para esta lhes enviar.
Neste primeiro Ano Pastoral, de um triénio dedicado à Esperança, lembro que os Consagrados estão sempre a caminho em busca do que Deus quer deles e do que os fiéis lhes pedem, por isso, o Santo Padre insiste constantemente na profecia, como elemento indispensável da vida consagrada; o «louvor que dá alegria ao povo de Deus, visão profética que revela o que canta e reza». Assim, a Vida consagrada é chamada a manter acesa a lâmpada do profetismo, tornando-se um farol para quantos estão desorientados no alto mar, uma tocha para aqueles que caminham na escuridão, uma sentinela para aqueles que não veem uma saída na vida. No coração dos Consagrados o convite do Papa Francisco deve ressoar bem alto: «Despertai o mundo! Sede testemunho de uma maneira diferente de fazer, de agir e de viver. Na Igreja, os religiosos são chamados a ser profetas, a dar testemunho de como Jesus viveu nesta terra e a proclamar como o Reino de Deus estará na sua perfeição».
Neste Ano Pastoral, convido toda a Arquidiocese a dedicar a sua Renúncia Quaresmal às duas comunidades Contemplativas Femininas presentes na nossa Arquidiocese: a Ordem da Imaculada Conceição (Monjas Concepcionistas) do Mosteiro da Imaculada Conceição em Campo Maior e a Família Monástica de Belém da Assunção da Virgem e de S. Bruno, estas ainda com o seu Mosteiro em construção na paróquia de Santo António do Couço.Renovo a gratidão da Igreja em Évora, à Cáritas Arquidiocesana pela coordenação desta campanha nos anos anteriores, e volto a confiar-lhe esta tarefa de dinamizar e coordenar a recolha das Renúncias nesta Quaresma.
Santa e Fecunda Quaresma para todos!
Évora, memória litúrgica dos Santos Pastorinhos de Fátima 
e centenário da morte de Santa Jacinta Marto,
20 de fevereiro de 2020
+  Francisco José Senra Coelho, 
Arcebispo de Évora

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019


Natal 2019
MENSAGEM e SAUDAÇÃO 
do Arcebispo de Évora
1.Mensagem
Neste ano Pastoral de 2019-2020, celebramos o Natal do Senhor, na Alegria de nos sentirmos convocados a ser discípulos missionários da Esperança, muito concretamente, através do acolhimento e da procura dos irmãos, que sentem sede de Esperança e desejam encontrar-se com a Luz.
Sabemos que o ruído próprio da sociedade de consumo em que vivemos confunde os autênticos valores do Natal, com propostas meramente fúteis e banais, e que, por isso mesmo, nós cristãos, somos chamados a mostrar com as nossas vidas, a beleza autêntica do Natal, a sua mensagem e os seus desafios. Assim, nesta sociedade marcada por tantos desencontros, celebremos o Natal como mistério e proposta de encontro. Em Jesus, nascido em Belém, encontramos Deus feito Homem e n’Ele nos encontramos com todos os Humanos: «Glória a Deus nas Alturas e Paz na terra aos homens por Ele amados». (Lc 2, 14).
O «Verbo que Se fez carne» (Jo 1, 14) é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Eis a lição do presépio, o «Evangelho vivo» como lhe chama o Papa Francisco: Deus habita também no mundo e quer ser habitado por cada pessoa que há no mundo. Por isso, procuremos Deus em Jesus, e acolhamos Jesus em cada ser humano.
Em Jesus, Deus vem ligar o que está desligado. Constatamos que por vezes perdemos os «laços» que nos ligam uns aos outros. Se deixarmos, o individualismo toma de tal maneira conta de nós, que nem nos apercebemos de como estamos aprisionados em nós mesmos. O mistério do Natal é, pois, um convite de abertura total a Deus e à humanidade. É esta abertura que configura a nossa libertação e a nossa felicidade.
Com tantas actividades e ocupações, o nosso olhar torna-se inevitavelmente disperso. Não nos centramos no que verdadeiramente importa. Frequentemente nem no Natal conseguimos parar. Somos pois convidados, neste tempo, a parar e a olhar serenamente para Jesus na Sua imagem de encanto e ternura no presépio, e na Sua presença real na Eucaristia; a reencontrarmos a beleza da nossa vocação e a humanizarmos os nossos ambientes com a força que nos vem do Evangelho.
É a Jesus que pertencemos desde o Baptismo. Estamos n’Ele enxertados para por Ele sermos transformados. Façamos do Natal um acontecimento gerador de paz, pois na manjedoura nasceu a paz duradoura. É essa paz que somos chamados a semear na nossa vida e na humanidade. Deixemo-nos envolver por este mistério Santo que nos transfigura e revela a beleza do Amor, pelo qual somos amados.
Não foi para o mundo ficar igual que Deus se fez Natal. É para que tudo seja diferente que Deus revela um amor omnipotente: um amor que é capaz de Se fazer o que nós somos para que nós nos deixemos tocar pelo que Ele é. Sejamos discípulos deste Menino que muda a nossa vida e guardemos a Sua divina Palavra em nosso coração para a testemunhar no dia a dia. Como Maria, que deu Cristo à luz na sua carne, que nós demos Cristo à luz na nossa vida: com o nosso testemunho, com a nossa disponibilidade missionária para acolher, procurar e abraçar.
Discípulos e missionários do Natal, levemos aos mais desprotegidos e abandonados «o Menino que nasceu, o Filho que nos foi dado» (Is 9, 6). Que o melhor presente seja a nossa presença e a transfiguração de Cristo na vida de cada irmão!
Que neste Natal nos encontremos com Cristo e O saibamos ver em quem sofre. Que O encontremos nos mais frágeis e sós e lhes levemos o Sim fraterno do Amor que Deus lhes dedica. Que a nossa criatividade pessoal e a criatividade das nossas comunidades cristãs vençam a rotina ou a inércia e percorram caminhos novos de encontros humanizadores.
Natal é tempo propício e favorável a gestos comprometidos com a esperança e empreendedores de humanidade. Que cada comunidade cristã seja lugar de encontro com Cristo, seja presépio e Natal.
Que os valores supremos da vida humana, desde o seu primeiro instante até à morte natural, dignificada, devidamente assistida e acompanhada; que o valor da família, património imaterial da humanidade e berço natural da vida e que os valores inegociáveis de cada pessoa humana centrem a sociedade na vivência da solidariedade fraterna e sejam compromissos para cada um de nós neste Natal.
2. Saudação
Saúdo e desejo Santo Natal aos nossos estimados Presbíteros, Diáconos, Consagrados e alunos dos Seminários! Para cada um deles o reconhecimento da Igreja Diocesana!
Saúdo e desejo Santo Natal às queridas famílias, aos casais em vivência matrimonial, seus idosos, doentes, pessoas com deficiência, jovens, adolescentes e crianças. Que no centro de cada família esteja presente a manjedoura onde Cristo nasce, vive e cresce e que a riqueza humana de cada família seja presépio onde acontece o acolhimento que Maria e José não encontraram em Belém!

Saúdo e desejo Santo Natal a todas as pessoas de boa vontade que com esforço e dedicação tudo fazem para a edificação de uma sociedade mais justa, fraterna e pacífica!
Saúdo com especial gratidão e desejo Santo Natal a todos os que vão trabalhar para o bem comum na Noite de Consoada e no Dia de Natal!
Saúdo e desejo Santo Natal aos serviços de saúde que servem as nossas populações, bem como às Santas Casas da Misericórdia, aos Centros Sociais, às Escolas, aos Serviços de Segurança Social, aos Soldados da Paz, às Forças Armadas, de Segurança e Proteção Civil, aos Tribunais e demais Serviços de Justiça, aos Estabelecimentos Prisionais, a todos os Meios de Comunicação Social ao serviço da nossa região, a todos os refugiados e imigrados no nosso país e a viverem agora connosco, bem como àqueles que connosco viviam e agora experimentam a contingência da emigração.
Por todos ergo a minha oração e a todos desejo Santo e Feliz Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.
+ Francisco José, Arcebispo de Évora

sexta-feira, 1 de março de 2019


Mensagem Quaresmal do Arcebispo de Évora

Discípulos Missionários em Tempo de Quaresma
A Arquidiocese de Évora, em comunhão com o Santo Padre e com a Igreja universal, unida à Igreja em Portugal, (cf. “Todos, Tudo e Sempre em Missão”), vive o Ano Pastoral 2018-19 em proposta de renovação missionária, no desafio do tema Discípulos Missionários. Conforme refere o nosso Plano Pastoral, “Muito há a fazer para que o rosto missionário da Igreja seja mais evidente e produza frutos mais abundantes nos vários âmbitos da comunidade humana que é o horizonte largo que Jesus confiou aos seus discípulos de ontem e de hoje”.
«Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura» (Mc. 16,15) é o desejo que Jesus Cristo nos legou e para o qual espera de cada cristão uma entrega incondicional. Esta entrega, como nos refere o Papa Francisco ao convocar a Igreja para a vivência do Mês Missionário, no centenário da promulgação da Carta Apostólica Maximum Illud, de Bento XV (1919), assenta em quatro pilares, que recordamos: encontro pessoal com Cristo, testemunho de vida, formação e caridade missionária. Em tempo de Quaresma, podemos retomar estas quatro propostas de crescimento e amadurecimento e fazermos delas uma estrada de compromisso e conversão que nos levem à Páscoa da Ressurreição.
Só no encontro pessoal com Cristo, se alicerça a caridade missionária pelo testemunho de vida. O desejo de mais formação é consequência da experiência de Deus que nos abre sempre novos horizontes de dádiva e de beleza. Por isso, convido todos os cristãos a valorizar, neste Tempo Favorável, a nossa oração pela escuta mais atenta e assídua da Palavra de Deus; pela vivência dos Sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação; pela prática dos atos de piedade tradicionais, como a adoração ao Santíssimo Sacramento, Via Sacra e Oração do Rosário a Nossa Senhora. Recordo a valorização que devemos colocar na vivência do Lausperene Quaresmal, programado para as nossas paróquias, e nos tempos de “Retiro” e Peregrinação que poderemos organizar enquanto paróquias, grupos e movimentos eclesiais. Importa que neste Ano Missionário nos proponhamos em valorizar a qualidade dos nossos encontros pessoais e comunitários com o Mestre, para que renovemos a nossa alegria de discípulos missionários e vençamos a rotina.
Nesta primeira Mensagem Quaresmal que vos dirijo, descalço os meus pés, na certeza de que piso “terra sagrada” ao bater à porta da vossa consciência cristã para vos pedir em nome do Senhor, um renovado Amor à Sua Igreja, pela qual Ele se entregou, amou até ao fim e deu a vida. Os tempos de purificação que vivemos, pedem-nos oração e compromisso missionário. A nossa fidelidade a Cristo e entrega à Comunidade Cristã são a primeira resposta aos desafios que vivemos. Será no nosso encontro com o Senhor que encontraremos sempre renovadas energias para testemunhar o poder libertador da nossa fé.
Na sua Mensagem para esta Quaresma, o Papa Francisco lembra-nos que «a celebração do Tríduo Pascal da paixão, morte e ressurreição de Cristo, ponto culminante do Ano Litúrgico, chama-nos sempre a viver um itinerário de preparação, cientes de que nos torna semelhantes a Cristo (cf Rom 8, 29) e é um dom inestimável da misericórdia de Deus», por isso, o nosso encontro com o Senhor há-de levar-nos a uma identificação com os Seus valores e critérios através da renovação do Mistério Pascal em cada um de nós, na medida em que pela conversão morremos para o homem velho e renascemos com Cristo para o homem novo. A vivência deste dinamismo pascal será a melhor preparação para a vivência autêntica do próximo Tríodo Pascal, que queremos continuar a celebrar com todo o empenho.
A Quaresma é “sinal sacramental” de conversão na medida em que nos convida a encontrarmo-nos de forma mais intensa e concreta com o Mistério Pascal, através da oração, do jejum e da penitência. Estas atitudes próprias deste Tempo, aprofundam a nossa dimensão relacional com Deus, com os Irmãos e com toda a criação e delas brotam a paz e o equilíbrio ecológico tão necessários e urgentes para toda a humanidade e para a nossa “Casa comum” Por isso, a vivência quaresmal leva em si um contributo capaz de valorizar a nossa cidadania. A este propósito o Papa refere que «Rompendo-se a comunhão com Deus, acaba por falir também a relação harmoniosa dos seres humanos com o meio ambiente, onde estão chamados a viver, a ponto do jardim se transformar num deserto (cf Gn3,17-18)».
Somos convidados a alargar a tenda do nosso coração e a olhar para os irmãos em dificuldade com o mesmo olhar de Cristo. Esta atitude fraterna e solidária é consequência necessária do nosso encontro de discípulos com a misericórdia de Deus. A partilha dos bens espirituais e materiais é a proclamação pela vida, que Deus é Pai de todos e nós somos o rosto do Seu Amor para todos.
Neste ano, através da Cáritas Nacional, dirigimos a nossa Renúncia Quaresmal aos Irmãos e Irmãs da Venezuela, cujas necessidades são testemunhadas pelos constantes apelos do Episcopado daquele país. Convido-vos a abrir os olhos do vosso coração e a fazer deste gesto de comunhão um abraço que encoraje e faça sentir a nossa presença junto dos mais necessitados daquele povo irmão, a quem nos unem tantos laços de convivência migratória.
Como nos anos anteriores, cofio à Cáritas Diocesana a Campanha da Renúncia Quaresmal. O produto recolhido em cada paróquia será entregue ao Vigário da Vara que, por sua vez, o fará chegar à Cúria Diocesana.
Évora, 27 de fevereiro de 2019
+ Francisco, Arcebispo de Évora

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Mensagem de Natal do Arcebispo de Évora
Anuncio-vos uma grande alegria
Hoje nasceu para vós um Salvador
Aproxima-se o Natal. Ninguém pode ignorá-lo. Pois nenhuma festa é tão profusa e insistentemente anunciada como a festa de Natal. Nem sempre pelas melhores razões, bem o sabemos. Seja como for, ela é anunciada com muita antecedência e pelos mais poderosos meios de comunicação. Porventura, sem que de tal se dêem conta, dessa forma, evocam o plano salvífico de Deus e confirmam a actualidade do nascimento do Salvador.
O nascimento do Salvador é um facto histórico. Actualmente conhecemos a época e o lugar onde aconteceu. Mas naquele tempo foi anunciado por sinais luminosos e por palavras aos pastores e aos magos. O anúncio foi e ainda é essencial. Pois o nascimento do Filho de Deus não poderia ser fruto do esforço nem da dedução racional dos seres humanos. Aliás, o raciocínio não iria além de um Deus poderoso e justiceiro. E pelo anúncio chegámos ao conhecimento do Deus de amor e misericórdia.
Sem o anúncio, como seria possível reconhecer o Salvador numa criança nascida simbolicamente numa manjedoura, para mais tarde se dar em alimento espiritual aos crentes? Só quem escutou a palavra do anúncio, acreditou nela, se pôs a caminho e encontrou o que lhe fora anunciado poderia reconhecer naquela criança o Salvador, adorá-lo e oferecer-lhe presentes, como prova inequívoca de gratidão e amor sincero. Hoje, como naquele tempo, o anúncio do nascimento do Salvador continua a ser necessário. E há-de ser feito por mensageiros escolhidos e enviados por Deus. Estaremos nós dispostos a ser anunciadores de tão bela mensagem?
Como naquele tempo, a reacção ao anúncio continua a ser muito diversificada. A par das reacções de indiferença, de rejeição ou de hesitação reflexiva também existe a reacção daqueles que escutam o anúncio, acreditam nele e partem prontamente à procura do Salvador, como os pastores e os magos. E poderão encontrá-lo, revestido de humanidade, na pessoa daqueles que pouco ou nada têm e não se abrigam apenas nas grutas de animais. Também os podemos encontrar em barracas, nas camas dos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, no vão das escadas, atrás das portas onde mora a solidão e a pobreza envergonhada, nos rostos das crianças carenciadas de afecto e de esperança, nos corações dilacerados pelo abandono e em tantos seres humanos que vagueiam sem rumo no mar alto da vida.
A palavra do anjo continua a ser actual. E é dirigida a todos nós para nos anunciar “uma grande alegria”. O mesmo Salvador que nasceu em Belém, “hoje” continua a nascer na vida daqueles que escutam o anúncio, O reconhecem revestido de humanidade e lhe fazem as suas ofertas, como os pastores e os magos fizeram a Jesus, Filho de Deus e de Maria.
+ José Francisco Sanches Alves
Arcebispo de Évora

quarta-feira, 9 de março de 2011

Mensagem para a Quaresma de 2011 do Arcebispo de Évora
Se quisermos receber, temos que dar!
A Quaresma foi instituída com a finalidade de preparar os cristãos para a celebração do mistério pascal, centro e fonte de toda a vida litúrgica. Nos primeiros séculos da sua vigência esteve intimamente associada à preparação dos catecúmenos para o Baptismo e constituía mesmo a última etapa dessa preparação, que culminava com a celebração do Baptismo no decorrer da Vigília Pascal.
Quando se generalizou o Baptismo das crianças, esbateu-se o carácter baptismal da Quaresma, que passou a ser entendida como tempo de consciencialização e actualização da graça baptismal, através da conversão espiritual e da prática do sacramento da Penitência. Mas o II Concílio do Vaticano restaurou o catecumenado dos adultos e propôs que se utilizassem mais abundantemente os elementos baptismais próprios da liturgia do Baptismo (SC, 109), com a dupla finalidade de proporcionar aos catecúmenos, cada vez mais numerosos, a preparação próxima para o Baptismo e de ajudar os que foram baptizados na infância a consciencializar o dom maravilhoso da graça baptismal, através das leituras proclamadas nas celebrações da Eucaristia e dos ritos litúrgicos próprios do itinerário catecumenal.

Com efeito, as leituras que este ano usaremos nos domingos da Quaresma mostram como a graça baptismal nos purifica do pecado de origem e nos dá força para lutarmos contra os dominadores deste mundo tenebroso (Hb 6,12); nos permite subir a um alto monte (Mt 17,1) para acolher de novo, em Cristo, o dom da graça de Deus; suscita no coração o desejo da água a jorrar para a vida eterna (Jo 4,14); abre o nosso olhar interior e ilumina as trevas da nossa vida, para que possamos viver como filhos da luz; e nos prepara para superar os limites da morte pela ressurreição com Cristo que é ressurreição e vida (Jo 11,25).

O papa Bento XVI, que na sua mensagem quaresmal evidencia a relação íntima entre o Baptismo e a Quaresma, afirma que o aprofundamento da graça baptismal nos estimula a libertar o nosso coração das coisas materiais e do vínculo egoísta com a terra, que nos empobrece e nos impede de estarmos disponíveis e abertos a Deus e ao próximo. Na verdade, para os baptizados a Quaresma há-de ser tempo de conversão, de purificação e de renovação interior, usando os meios que a Igreja, continuadora da obra de Cristo, coloca continuamente à nossa disposição.

A partilha dos bens é um dos meios mais nobres e, porventura, mais eficaz para nos levar à conversão do coração. Este ano, tendo em conta a difícil situação económica em que se encontram muitas famílias no nosso país, será também o mais necessário e urgente para ajudarmos a resolver os graves problemas por que estão a passar tantos irmãos nossos. Por isso, peço a todas as comunidades paroquiais e a todos os estimados diocesanos que se disponibilizem para ampliar os gestos de partilha de bens, dentro das suas possibilidades. Como nos diz a Sagrada Escritura no livro de Tobite, a partilha de bens é uma obrigação de todos. Dos que têm muito e dos que têm pouco. E quem dá deve fazê-lo tão generosamente que nunca fique com os olhos presos ao que tiver dado (Tob 4,16). Além disso, o cristão nunca pode esquecer que a esmola ultrapassa o nível dos gestos filantrópicos para se tornar um gesto religioso, que sempre andou ligado às celebrações litúrgicas e às festas. E por ela a alma se eleva para Deus, que proclama bem-aventurado aquele que pensa no pobre e no fraco (Sl 41,1).

O próprio Jesus Cristo, em muitos dos Seus ensinamentos, recomenda a esmola, feita desinteressadamente (Mt6,1), sem medida (Lc 6,30) e sem esperar nada em troca (Lc 14,14). Nos escritos do Novo Testamento, quando se fala de esmola e de partilha de bens não estão em causa apenas os bens materiais. Pois também os dons espirituais se podem e devem partilhar (Act 3,6). Por outro lado, o trabalho a favor dos necessitados é igualmente uma excelente forma de ajuda, como recomenda S. Paulo aos cristãos de Éfeso (Ef 4,28) e nos é solicitado a todos neste ano europeu dedicado ao voluntariado.

Espero que a vivência desta Quaresma ajude todos os diocesanos a viver intensamente a maravilhosa graça do Baptismo que fez de todos nós irmãos uns dos outros, chamados à partilha dos bens, dentro das possibilidades de cada um, e tendo sempre presentes as palavras de Jesus: a medida que usardes para os outros será também usada para vós (Lc 6,38). Se quisermos receber, temos que dar!

O produto da renúncia quaresmal deste ano destina-se a reforçar o fundo diocesano de apoio aos mais carenciados, que é gerido pela Caritas Diocesana, através dos seus serviços e, nomeadamente, dos vinte e um núcleos de apoio social, espalhados por toda a Arquidiocese.
Seguindo o modelo usado no ano passado, a seguir à Páscoa, os Vigários da Vara, depois de terem recolhido o produto da renúncia quaresmal de todas as paróquias da sua circunscrição, farão o favor de o enviar à Cúria Arquidiocesana que, por sua vez, o encaminhará para o seu destino.

Évora, 3 de Março de 2011
+José, Arcebispo de Évora

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mensagem de Natal do Arcebispo de Évora
D. José Francisco Sanches Alves
MANIFESTOU-SE A BONDADE DE DEUS (Tit. 3,4)
A bondade é intrínseca à essência de Deus. Mas como a Deus ninguém jamais o viu, também não poderemos captar a Sua bondade a não ser que Ele no-la manifeste. E foi o que Ele fez. Para nos manifestar a Sua bondade, veio viver para o meio de nós. O Verbo de Deus encarnou no seio da Virgem Maria, fez-se homem para que os humanos pudessem captar a Sua bondade e a forma como Ele a colocou ao nosso alcance e ao nosso serviço.
O Evangelho diz-nos o que fez Deus para que nós pudéssemos captar a Sua bondade: desceu do céu à terra e assumiu a nossa humanidade; apresentou-se revestido de humildade; na sua relação privilegiou os mais carenciados de bens materiais, de saúde e de apoio moral; levou a sua bondade até ao extremo de entregar voluntariamente a própria vida pela salvação da humanidade pecadora.
A manifestação da bondade de Deus não tinha como finalidade única enriquecer a nossa informação, o nosso conhecimento. Ia muito mais além. Deus quis libertar-nos do pecado, elevar-nos até à divindade. Desceu do Céu à terra para que nós fôssemos elevados da terra ao Céu. E mostrou-nos o caminho a percorrer para chegar lá, dando-nos o exemplo de vida e acrescentado: como Eu fiz, fazei vós também (Jo 13,15).
Contemplando Jesus Cristo, imagem da substância de Deus, compreenderemos qual deva ser a nossa atitude de cristãos perante a vida e perante os outros, em todo o tempo e lugar, e, nomeadamente, no contexto actual de crise, que tem vindo a lançar tantos concidadãos e irmãos nossos no desemprego, na pobreza inesperada, no rebaixamento social e moral. Cresce, dia a dia, o número dos que se vêem obrigados a recorrer às instituições de solidariedade e a estender a mão à caridade de pessoas singulares. Aumenta o número dos que vivem isolados, gastos pela idade ou deteriorados pela doença. Há crianças e jovens que padecem graves carências alimentares e afectivas. Centenas de homens e mulheres fazem da rua a sua casa por não possuírem o abrigo de um tecto, onde se possam acolher e descansar.
De todas essas situações se elevam gritos silenciosos, dirigidos ao coração dos seus semelhantes mais afortunados, para que, movidos pela bondade aprendida em Jesus Cristo, venham em seu auxílio. Como as vozes dos que esperavam o Messias, as vozes dos pobres dos nossos dias chegam ao trono de Deus. E agora é a nossa vez de escutar os apelos de quem espera que a bondade de Deus se manifeste por nosso intermédio. Para isso, a exemplo de Cristo, revestidos de humildade e de bondade, devemos ir ao encontro dos que precisam, dispostos a partilhar o que temos e o que somos.
Não tapemos os ouvidos - ouçamos os gritos dos pobres. Não cerremos os olhos - vejamos o que se passa à nossa volta. Não fechemos o coração - deixemo-nos comover pela indigência dos abandonados, dos marginalizados e dos isolados. De braços estendidos e mãos abertas, partilhemos os bens materiais, os afectos e os dons espirituais com que fomos enriquecidos pela bondade de Deus, que se manifestou neste mundo, para a todos enriquecer com os seus bens.
Desejo a todos um Santo Natal de partilha, de bondade e de AMOR.
+José, Arcebispo de Évora

quinta-feira, 22 de abril de 2010

"Os presbíteros foram eleitos por Deus para darem a conhecer aos homens o que Deus revelou de Si mesmo e não para transmitirem as suas próprias ideias.
Presbíteros, sede fiéis à vossa missão.
Cristãos rezai muito pelos presbíteros para que sejam sempre testemunhas de Cristo Ressuscitado. E se alguma vez tiverem que sofrer por causa do seu testemunho, se mantenham firmes na fé e não lhes falte alegria que brilhava no rosto dos Apóstolos."
(da Homilia de D. José Francisco Sanches Alves, Arcebispo de Évora, pronunciada por ocasião da Ordenação de dois presbíteros, na Sé Catedral Metropolitana de Évora, a 18 de Abril de 2010)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Mensagem Quaresmal do Arcebispo de Évora
Deus ama quem dá com alegria
A dezassete de Fevereiro inicia-se, mais uma vez, a longa caminhada quaresmal de preparação para a solenidade da Páscoa – centro, fonte e auge da vida cristã. A importância única dessa solenidade justifica que a preparação que lhe é dedicada pela Igreja tenha também um carácter mais alongado e abrangente. Na multissecular tradição cristã, a preparação da Páscoa está intimamente associada à preparação próxima dos adultos para o Baptismo, celebrado na noite da Vigília Pascal, e constitui um tempo alongado de purificação espiritual, com recurso aos meios tradicionais da ascese cristã, que podemos resumir a três: oração, mortificação e partilha. Nenhum destes meios se justifica por si mesmo. Eles adquirem significado e valor espiritual na medida em que induzem e possibilitam um processo de conversão interior, em ordem a aproximar cada fiel do modelo de todos - Jesus Cristo.
Alguns, mais imbuídos da mentalidade hedonista, continuada e persistentemente apregoada de muitas formas na nossa sociedade, talvez não encontrem uma justificação plausível para este apelo à conversão que a Igreja todos os anos repete no início da caminhada quaresmal. Mas aqueles e aquelas que acolheram no coração a mensagem evangélica e a tomam como norma de vida, estão cientes da necessidade da conversão e reconhecem na partilha dos dons recebidos da mão de Deus um meio eficaz para a alcançar. Na verdade, a partilha dos bens é uma forma privilegiada de exprimir o amor ao próximo, que é a essência do cristianismo.
A partilha dos bens com os outros é, antes de mais, uma imitação dos gestos gratuitos de Deus para com a humanidade por Ele criada e enriquecida com múltiplos dons naturais e sobrenaturais. As raízes da partilha alimentam-se da religião bíblica que exige a todos o amor dos irmãos e determina formas concretas de o praticar. Como acontece, por exemplo, ao impor que se deixe uma parte das colheitas para os pobres (Dt 24,20), que se pague o dízimo trienal em favor dos que não têm terras (Dt 14,28) e que aos apelos dos pobres se responda com generosidade (Dt 15,20) e com delicadeza (Sir 18,15).
Mas São Paulo, ao escrever aos cristãos de Corinto, vai mais longe. Segundo ele, a esmola não deve ser praticada como simples gesto de filantropia. Pois toda a esmola feita com sentido cristão está carregada de significado religioso e simbolismo eucarístico. Ela é sinal e símbolo da comunhão que deve existir entre os membros da assembleia eucarística. Pode mesmo significar a unidade que existe entre diferentes comunidades cristãs. E foi esse o significado que ele deu à colecta levada a cabo nas comunidades cristãs estabelecidas no ambiente pagão, a favor da comunidade pobre de Jerusalém. A tal colecta São Paulo chegou mesmo a atribuir um carácter sagrado designando-a por ministério e liturgia (2Cor 8,4; 9,12).
Com esse gesto de caridade, São Paulo pretendia eliminar as diferenças e fortalecer os laços de comunhão entre as igrejas da diáspora e a igreja mãe de Jerusalém. É certo que a comunhão é um fruto amadurecido pela graça do Espírito. No entanto, não há fruto sem sementeira. E esta tem que ser feita por cada um de nós. Tal como acontece na agricultura, é preciso semear abundantemente (2Cor 9,6) para que a colheita também venha a ser abundante. Ora foi esse o belo exemplo dos cristãos da Macedónia. O Apóstolo Paulo elogia-os, porque no meio das muitas tribulações com que foram provados, a sua superabundante alegria e extrema pobreza transbordaram em tesouros de generosidade (2Cor 8,2). E foram eles que, com toda a espontaneidade e muita insistência, pediram a graça de participar no serviço em favor dos santos.
A exemplo de São Paulo, este ano também eu peço aos cristãos de todas as comunidades diocesanas, mesmo aos mais pobres, que espontaneamente e segundo as suas possibilidades, cada um ponha de parte o que tiver conseguido poupar (1Cor 16,2) e o entregue na celebração eucarística como gesto de comunhão com as três paróquias novas e pobres que estão a construir a sua igreja paroquial, sem as habituais comparticipações das entidades oficiais. Trata-se das paróquias de Foros do Arrão, Foros de Vale de Figueira e Silveiras. Quanto à promoção da Renúncia Quaresmal, procederemos do mesmo modo que nos anos anteriores. E peço à Caritas Diocesana que organize a distribuição desta mensagem e dos respectivos envelopes por todas as paróquias.
Quanto à recolha do produto da Renúncia, este ano seguiremos um método diferente dos outros anos. Cada pároco, durante o mês de Abril, entregará o produto da Renúncia Quaresmal das suas paróquias ao Vigário da Vara. Este, por sua vez, fará a entrega da soma recolhida na Vigararia à Cúria Diocesana, que dividirá o total em três partes iguais para distribuir pelas paróquias contempladas.
Pela minha parte, seguindo o exemplo de São Paulo, que foi pessoalmente a Jerusalém, acompanhado de alguns dos seus colaboradores, para entregar o produto da colecta, também eu, no dia 30 de Maio, irei pessoalmente, acompanhado por alguns representantes das três Zonas Pastorais da Arquidiocese, entregar a cada uma das três paróquias o resultado da Renúncia Quaresmal deste ano.
Estou certo que as três paróquias contempladas com a nossa generosidade sentirão grande alegria por poderem dar algum avanço às obras da igreja paroquial que há tanto tempo desejam ver concluídas. Certamente, a nossa alegria ao dar será ainda maior do que a delas ao receber. Sejamos generosos e alegres na dádiva, para que o amor de Deus cresça em nós, pois Deus ama quem dá com alegria.
Évora, 25 de Janeiro de 2010 e Festa da Conversão de S. Paulo
+ José, Arcebispo de Évora