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Puff, o dragão mágico


Puff, the magic dragon lived by the sea
And frolicked in the autumn mist in a land called honah lee,
Little jackie paper loved that rascal puff,
And brought him strings and sealing wax and other fancy stuff.

ohPuff, the magic dragon lived by the sea
And frolicked in the autumn mist in a land called honah lee,
Puff, the magic dragon lived by the sea
And frolicked in the autumn mist in a land called honah lee.

Together they would travel on a boat with billowed sail
Jackie kept a lookout perched on puffs gigantic tail,
Noble kings and princes would bow wheneer they came,
Pirate ships would lower their flag when puff roared out his name.

oh!Puff, the magic dragon lived by the sea
And frolicked in the autumn mist in a land called honah lee,
Puff, the magic dragon lived by the sea
And frolicked in the autumn mist in a land called honah lee.

A dragon lives forever but not so little boys
Painted wings and giant rings make way for other toys.
One grey night it happened, jackie paper came no more
And puff that mighty dragon, he ceased his fearless roar.

His head was bent in sorrow, green scales fell like rain,
Puff no longer went to play along the cherry lane.
Without his life-long friend, puff could not be brave,
So puff that mighty dragon sadly slipped into his cave.

oh!Puff, the magic dragon lived by the sea
And frolicked in the autumn mist in a land called honah lee,
Puff, the magic dragon lived by the sea
And frolicked in the autumn mist in a land called honah lee.

Os Céus do meu sítio. Fotos de Guidinha Pinto

Frio Inverno, com Estrela nevada em fundo.
Verão, depois da passagem de aviões.
Verão, mas brrrrr!
Verão apetecível. Primavera: dois pingos de chuva anunciando trovoada.
Os céus da "minha terra"
não são iguais a nenhuns outros.
Os ares da "minha terra"
respiram-se devagar, lavam a alma.
Os cheiros da "minha terra"
são de estrumes, de árvores, de terra.
Parece-me que para já
nada perturba a "minha terra"...

Terra, o nome da tua carne

Quando eu me encontrava preso na cela de uma cadeia
Foi que vi pela primeira vez as tais fotografias
Em que apareces inteira, porém lá não estava nua
E sim coberta de nuvens
Terra, Terra,
Por mais distante o errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Ninguém supõe a morena dentro da estrela azulada
Na vertigem do cinema mando um abraço pra ti
Pequenina como se eu fosse o saudoso poeta
E fosses a Paraíba
Terra, Terra,
Por mais distante o errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Eu estou apaixonado por uma menina terra
Signo de elemento terra do mar se diz terra à vista
Terra para o pé firmeza terra para a mão carícia
Outros astros lhe são guia
Terra, Terra,
Por mais distante o errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Eu sou um leão de fogo, sem ti me consumiria
A mim mesmo eternamente, e de nada valeria
Acontecer de eu ser gente, e gente é outra alegria
Diferente das estrelas
Terra, terra,
Por mais distante o errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
De onde nem tempo e nem espaço, que a força mãe dê coragem
Pra gente te dar carinho, durante toda a viagem
Que realizas do nada, através do qual carregas
O nome da tua carne
Terra, terra,
Por mais distante o errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Na sacadas dos sobrados, das cenas do salvador
Há lembranças de donzelas do tempo do Imperador
Tudo, tudo na Bahia faz a gente querer bem
A Bahia tem um jeito
Terra, terra,
Por mais distante o errante navegante
Quem jamais te esqueceria?

Nós somos "3"

Limite do sonho

Foto de Guidinha Pinto: Rio Ceira, afluente do Rio Mondego
Quando estou aqui, só estou aqui.

Foto de Guidinha Pinto: do Rio Tejo, tirada em andamento da Ponte 25 de Abril
Quando olho a grandeza do Tejo, divago.

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêm em tudo o que lá está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha ladeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontraram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.


Fernando Pessoa - Alberto Caeiro: Guardador de rebanhos

Ter ouvidos e amar a natureza

Foto de Guidinha Pinto: Chiquinho, o melhor cantador aqui do sítio

Aquela senhora tem um piano
Que é agradável mas não é o correr dos rios
Nem o murmúrio que as árvores fazem...
Para que é preciso ter um piano?
O melhor é ter ouvidos
E amar a Natureza.


Fernando Pessoa - Alberto Caeiro: Guardador de rebanhos

Inocência perdida

Foto buscada na Net

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,

Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
Fernando Pessoa - Alberto Caeiro: Guardador de Rebanhos, 8-3-1914

Bilhete

Se tu me amas,
ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos.
Deixa em paz a mim!
Se me queres, enfim,
tem de ser bem devagarinho, amada, que a vida é breve, e o amor mais breve ainda.

Mário Quintana


http://marioquintana.blogspot.com/

Gracias a la vida*

*Violeta Parra

"Gracias a la vida, que me ha dado tanto

Me dió dos luceros que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo
Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado el oído, que en todo su ancho
Traba noche y dia grillos y canarios
Martirios, turbinas, ladridos, chubascos
Y la voz tan tierna de mi bien amado
Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado el sonido y el abecedario
Con él las palabras que pienso y declaro
Madre, amigo, hermano y luz alumbrando
La ruta del alma del que estoy amando
Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado la marcha de mis pies cansados
Con ellos anduve ciudades y charcos
Playas y desiertos, montañas y llanos
Y la casa tuya, tu calle y tu patio
Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me dió el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
Cuando miro el fondo de tus ojos claros
Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto
Gracias a la vida"

Lamento não ter este poema cantado e em suporte discográfico ou em cassete ou em CD. Tenho-a no meu cérebro e de vez em quando cantarolo-a, de "mim pra comim", num hum hum hum hum hum que me a dado tanto...


É isso. Não custa nada ser agradecida, apesar dos pesares.

Menos triste, hoje

Ouvi Vou deixar a vida me levar, de Ana Carolina. O poema cantado, é muito mais bonito. A chuva continua a cair, mas eu já sei olhar o rio por onde a vida passa!!! =)

Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho onde eu vou
Às vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus, e que não abro mão
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora
Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
Eu vou lembrar você
É mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exacto pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora
Vou deixar a rua me levar...

Mas como é que a gente voa quando começa a pensar

Felicidade é pegar numa gitarra e simplesmente cantar estes versos. Mas se não souber dedilhar numa guitarra, como eu, basta saber a melodia e cantar em dueto, com o CD posto a tocar na faixa "Felicidade".
De Caetano Veloso.

Felicidade foi se embora

E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora

A minha casa fica lá de traz do mundo
Onde eu vou em um segundo quando começo a cantar
O pensamento parece uma coisa à toa
mas como é que a gente voa quando começa a pensar.

Para pensar



Epitáfio
Devia ter amado mais, ter chorado mais,
Ter visto o sol nascer.
Devia ter arriscado mais e até errado mais,
Ter feito o que eu queria fazer.
Queria ter aceitado as pessoas como elas são,
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração.
O acaso vai me proteger,
Enquanto eu andar distraído,
O acaso vai me proteger,
Enquanto eu andar.
Devia ter complicado menos, trabalhado menos,
Ter visto o sol se pôr.
Devia ter me importado menos com problemas pequenos,
Ter morrido de amor.
Queria ter aceitado a vida como ela é,
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier.
O acaso vai me proteger,
Enquanto eu andar distraído,
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar.
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído,
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar.
Devia ter complicado menos, trabalhado menos,
Ter visto o sol se pôr...
(Titãs)
Fotografia em" buscatextual.cnpq.br/buscatextual/ visualizacv.jsp?id=K4792597D8"

Amostra sem valor*

*António Gedeão, de novo

Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intrasmissível;
com ele se entretém e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para o infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida ignoram todo o homem,
dissolvem-no, e, contudo, nesta insignificância, gratuita e desvalida
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.

Lúcida unidade versus Assembleia da República

Ouço telefonia enquanto escrevo. Como barulho de fundo, vozes discordantes na Assembleia da República. Cavaco Silva versus Francisco Louçã. Não quero entupir-me de estéreis palavras. Vou procurar poesia.

De Sofia M. Breyner

Aqui nesta praia onde

Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.

Respirar liberdade

Em Junho de alguns anos, rumo ao Sul.
Miro o Mar, a um nascer do Sol.
Sigo em frente, até à Areia molhada,
Onde meus pés se enterram e desaparecem a cada ida das Ondas.
Inspiro Viagens, com os olhos cerrados.
Fixo o Horizonte e Respiro Liberdade.

Amostra sem valor*

*António Gedeão

Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.

Cada um tem o seu, pessoal e intrasmissível;
com ele se entretém e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para o infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida ignoram todo o homem,
dissolvem-no, e, contudo, nesta insignificância, gratuita e desvalida
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.

Quase*

*Mário de Sá carneiro

Um pouco mais de sol – eu era brasa.

Um pouco mais de azul – eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa…
Se ao menos eu permanecesse aquém…
Assombro ou paz? Em vão… Tudo esvaído
Num baixo mar enganador d’espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho – ó dor! – quase vivido…
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim – quase a expansão…
Mas na minh’alma tudo se derrama…
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo… e tudo errou…
- Ai a dor de ser-quase, dor sem fim…
- Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou…
Momentos de alma que desbaratei…
Templos onde nunca pus um altar…
Rios que perdi sem os levar ao mar…
Ânsias que foram mas que não fixei…
Se me vagueio encontro só indícios…
Ogivas para o sol – vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios…
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí…
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi…
……………………………………… ……………………
Um pouco mais de sol – e fora brasa,
Um pouco mais de azul – e fora além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa…
Se ao menos eu permanecesse aquém…

Cântico Negro*

*José Régio

"Vem por aqui" – dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho os com olhos lassos,
(Há nos meus olhos ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta: Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
– Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha Mãe.
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Porque me repetis: "Vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?
Corre nas vossas veias sangue velho dos avós.
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...Ide!
Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
– Sei que não vou por aí!