Mostrar mensagens com a etiqueta Instalação. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Instalação. Mostrar todas as mensagens

domingo, dezembro 21, 2008

Festas felizes!

Bob and Roberta Smith, Make Your Own Xmas, 2008, instalação, Tate Britain, Londres

Antes das férias de Natal, a minha mãe disse-me que Marcel [Duchamp] viria visitar-nos à nossa casa de campo de New Jersey. Cheguei na véspera de Natal e dirigi-me directamente à sala para me encontrar com ele. Entretanto, o que vi em primeiro lugar foi a árvore de Natal. Não precisei de perguntar quem a tinha instalado. Em vez de se debater com o tradicional suporte de metal, processo muitas vezes difícil e frustrante, limitou-se a fixar a base do tronco ao tecto, operação que não lhe tomou mais do que alguns minutos. A árvore estava, bem entendido, de pernas para o ar, mas, como ele fez notar com o seu humor habitual, esta orientação deixava mais espaço no chão para os presentes. Passámos juntos um delicioso Natal.

Paul Matisse, "Avant-Propos", Marcel Duchamp, Notes, Paris, Flammarion, s.d. [1999], pp. 9-10

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Boas festas!

Karlheinz Stockhausen (1928-2007), Die Zehn Wichtigsten Wörter [As Dez Palavras Mais Importantes], Weihnachten [Natal], 1991

A gerência da Arte Moderna tem o prazer de, uma vez mais, desejar umas festas felizes a todos os seus clientes: desta feita, com duas (e não uma) árvores de Natal. Recomenda-se uma visita aos calendários adventícios da Tate e da da National Gallery.

Por esta altura do ano, a imprensa especializada afadiga-se em escolhas relativas ao ano que finda: veja-se o exemplo da revista americana Artforum.

Fiona Banner (1966), Peace on Earth, 2007, instalação, Tate Britain. © Fiona Banner. Photocredit: Sam Drake/Tate Photography

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Feliz Natal! Boas Férias!

Sarah Lucas, Cherubim/Allegory of Love (pormenor), 2006. Photo courtesy Sam Drake © Tate

Muito divertido, também, o calendário adventício da Tate: 23 artistas, representados na colecção do museu, foram convidados a escolher uma obra do museu para figurar no calendário, explicando a sua escolha. É também a Tate que acrescenta um novo "link" à nossa barra vertical à direita: Tate Papers (em "Imprensa").

A gerência do "Arte Moderna" deseja a todos os seus clientes um Feliz Natal.



quarta-feira, dezembro 06, 2006

Novidades

Matej Krén (1958), Book Cell, instalação, 2006 (19 Julho 2006 a 31 Dezembro 2006, CAMJAP, Hall)

A barra lateral de "links" foi aumentada: a maior parte das entradas anteriores foi dividida por temas (para uma escassa minoria que não o foi será preciso continuar a procurar nos arquivos, mês a mês), tornando-as mais facilmente acessíveis. Os temas organizam-se pela ordem em que aparecem no curso e as entradas por ordem cronológica. Algumas entradas ("Barbárie e Civilização", por exemplo), se acedidas através dos "Temas" da barra lateral, poderão apresentar dificuldades de leitura, com caracteres inoportunos: dever-se-á, então, tomar nota do mês e ano em que a entrada foi publicada e acedê-la através dos "Archives".

Matej Krén (1958), Book Cell, instalação, 2006 (19 Julho 2006 a 31 Dezembro 2006, CAMJAP, Hall)

terça-feira, novembro 07, 2006

Site specific

Portal central da fachada ocidental da Catedral de Notre-Dame, século XII, Chartres

A maior parte das obras de pintura e de escultura "medievais", seguramente as maiores e aquelas a que hoje conferimos maior importância, foram obras concebidas para locais específicos, subordinadas (ou, se quiserem tirar a conotação hierárquica, conjugadas com), principalmente, à arquitectura.

Panteão dos Reis de San Isidoro de León, frescos, século XII

O século XII vê as imagens pintadas começarem uma lentíssima separação das estruturas arquitectónicas. Como nos frontais de altar, ainda concebidos para uma função arquitectónica ("decorarem" a parte da frente de um altar), essas imagens são pintadas sobre madeira, tornando-se materialmente independentes dos tectos e paredes. Destacáveis.

Mestre de Seo de Urgell, "Cristo e os Apóstolos", painel de altar, c. 1100, madeira, 103 x 130 cm, Museu Nacional d'Art de Catalunya, Barcelona

As imagens vão começar a viajar. Pequenos objectos transportáveis. Justificadas pelo sagrado e nele vividas, libertam-se, no entanto, de um espaço sagrado "especializado" (os templos) e permitem viver o sagrado em qualquer lugar. Deslocáveis e mais próximas do indivíduo e da intimidade.

Mestre de San Francesco Bardi, "S. Francisco Recebendo os Estigmas", 1240-50, têmpera sobre madeira, 81 x 51 cm, Galleria degli Uffizi, Florença. Parte de um díptico portátil

O "Renascimento" fará triunfar essas imagens isentas de local, nem sequer necessariamente fieis aos limites do seu suporte (o "Barroco" gostará de "enquadramentos" que deixam elementos parcialmente fora da imagem visível), aptas a viajar, leves como o pano das telas, enroláveis, pintadas num óleo que resiste às humidades, adaptadas a qualquer espaço, utilizáveis em qualquer tempo.

Richard Serra, Tilted Arc, 1981, aço, Nova Iorque (destruído). Photo © 1985 David Aschkenas

Em 1981, Richard Serra termina a instalação do seu Tilted Arc na Federal Plaza, em Nova Iorque. A obra é controversa. A entidade encomendadora (a General Services Administration) rapidamente inicia um processo que visa o desmantelamento da obra e a sua colocação noutro local: Serra afirmará que a escultura foi concebida especificamente para o local (é site specific) e que a sua remoção é equivalente a destruí-la. Em 1889, a peça será desmantelada durante a noite e depositada, fragmentada, num ferro-velho.

Christo e Jeanne-Claude, The Pont Neuf Wrapped, Paris 1975-85

Christo actua entre o específico e o não específico do local. Por um lado (específico), a parisiense Pont Neuf é facilmente reconhecível sob o embrulho: mantém uma identidade insubstituível, resistindo à uniformização da embalagem de ecos comerciais. Por outro (não específico), Christo embrulha, e de maneira muito semelhante, qualquer coisa, desde um Volkswagen carocha ao berlinense Reichstag. Independentemente da coisa e do sítio.

Marcel Duchamp (1887-1968), Box in a Valise, 1935-41, MoMA, Nova Iorque © 2006 Artists Rights Society (ARS), New York / ADAGP, Paris / Estate of Marcel Duchamp

Em Duchamp, a "Arte" surge já como uma convenção, uma "etiqueta" atribuída por práticas e instituições de uma sociedade: como o Museu. O seu museu, ao contrário dos outros, é próprio (é seu) e é transportável. Uma das peças transporta, segundo o seu autor, ar de Paris - um local específico.

Hans Namuth (1915-1990), Pollock painting, 1950, fotografia (gelatina e prata), National Portrait Gallery, Smithsonian Institution, Washington, D.C. Publicada na Life, em 1951

A pintura de Pollock, apesar de por ele mesmo colocada num estado intermédio entre o passado do quadro e o futuro do mural, ainda é transportável, apesar das enormes dimensões de algumas obras. Mas é, sobretudo, uma pintura que não tem nenhuma relação pré-concebida com o espaço: não só não é concebida para um local, como é abordada por todos os lados, durante a execução, frequentemente elaborada na horizontalidade do chão, mas para ser pendurada na parede vertical, e, não poucas vezes, cortada e "orientada" apenas após a execução - ou seja, Pollock decide o que fica e o que não fica no quadro e qual será o topo do quadro apenas quando o trabalho de pintura terminou.

sábado, dezembro 17, 2005

Boas Festas! Boas Férias!

Mob, 2005
© Gary Hume
Photo: David Lambert and Rod Tidnam


Novidades (em 21/12): "Animais Medievais", no portal "aeiou" do Ministério Federal para a Educação, Ciência e Cultura (BMBWK), da Áustria. Incluí-os em "Imagens", logo a seguir a "Arte Fantástica", e em "Recursos", onde o portal "aeiou" aparece sob a designação "Álbuns Austríacos", onde encontrarão imagens, trechos musicais, motores de busca e "links".
Mais uma revista "online" (em 22/12) foi acrescentada a "Imprensa": Frieze. Época de balanços, traduzida na imprensa por "tops", "best of" e "picks": vejam a selecção da "ArtForum" e da "Frieze", por exemplo. Estas hierarquias servem o comércio e estabelecem críticos como "opinion makers": para nós, que não somos críticos, galeristas, nem comerciantes fazedores de colecções privadas, traçam tendências e fornecem material de estudo e reflexão. Pendurados sobre a fronteira de um novo ano - a contar de Cristo. Natal.