Mostrar mensagens com a etiqueta Século XV. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Século XV. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, novembro 03, 2008

A Antiguidade como Bela Adormecida

Sandro Botticelli (1445-1510), "O Nascimento de Vénus", c. 1485, têmpera sobre tela, 172.5 x 278.5 cm, Galleria degli Uffizi, Florença

A report arose on April 18, 1485, that the corpse of a young Roman lady of the classical period--wonderfully beautiful and in perfect preservation--had been discovered. Some Lombard masons digging out an ancient tomb on an estate of the convent of Santa Maria Nuova, on the Appian Way, beyond the tomb of Caecilia Metella, were said to have found a marble sarcophagus with the inscription: 'Julia, daughter of Claudius.' On this basis the following story was built. The Lombards disappeared with the jewels and treasure which were found with the corpse in the sarcophagus. The body had been coated with an antiseptic essence, and was as fresh and flexible as that of a girl of fifteen the hour after death. It was said that she still kept the colors of life, with eyes and mouth half open. She was taken to the palace of the 'Conservatori' on the Capitol; and then a pilgrimage to see her began. Among the crowd were many who came to paint her; 'for she was more beautiful than can be said or written, and, were it said or written, it would not be believed by those who had not seen her.' By order of Innocent VIII she was secretly buried one night outside the Pincian Gate; the empty sarcophagus remained in the court of the 'Conservatori.' Probably a colored mask of wax or some other material was modelled in the classical style on the face of the corpse, with which the gilded hair of which we read would harmonize admirably. The touching point in the story is not the fact itself, but the firm belief that an ancient body, which was now thought to be at last really before men's eyes, must of necessity be far more beautiful than anything of modern date.

Meanwhile the material knowledge of old Rome was increased by excavations.
Jacob Burckhardt (1818-1897), The Civilization of the Renaissance in Italy (Die Geschichte der Renaissance in Italien, 1867), tradução de S.G.C. Middlemore, Londres, 1878.

Para interrogar o lado "necrófilo", "fantasmático" e "abjecto" do humanismo, poderá consultar-se a obra de Georges Didi-Huberman, em especial:
  • "Histoire de l'Art, Histoire de Fantômes. Renaissance et Survivance, de Buckhardt à Warburg" in Véronique Mauron, Claire de Ribaupierre, Le Corps Évanui. Les Images Subites, Lausanne, Hazan, 1999, pp. 60-71.
  • "L'Image Matière. Poussière, Ordure, Saleté, Sculpture au XVIe Siècle", L'Inactuel, nº 6, Automne 1996, pp. 63-81.
O número 31 da revista Res (existente no C.D. do Ar.Co - cota P XII 19), dedicado à abjecção, iclui contribuições especialmente relevantes para a "História da Arte". Nas aulas, foi referido o artigo de Jeffrey F. Hamburger, "To Make Women Weep: Ugly Art as 'Feminine' and the Origins of Modern Aesthetics", pp. 9-33.

Para pensar a relação entre o museu e o mausoléu (o museu e a morte), consulte-se Douglas Crimp, "On the Museum's Ruins", October, nº 13, 1980, pp. 41-57. Existe no C.D. do Ar.Co com a cota P XVII 01. O artigo seria incluído no já famoso volume homónimo (On the Museum's Ruins, Cambridge(MA)-London, The MIT Press, 1993), também existente no C.D. (com a cota 15 CRI 01).

Sandro Botticelli (1445-1510), "Cristo no Sepulcro", c. 1488, têmpera sobre madeira, 21 x 41 cm, Galleria degli Uffizi, Florença

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Espelhos

Jan van Eyck, "Retrato de Giovanni Arnolfini e de sua Mulher" (pormenor), 1434, óleo sobre madeira, 82 x 60 cm, National Gallery, London

"Os espelhos de vidro eram raros nos lares da classe média no tempo de van Eyck; as pessoas faziam o melhor que podiam com um pedaço de metal polido. Apenas as mais principescas residências podiam suportar o custo de um espelho plano, considerados uma valiosa raridade por serem de difícil manufactura - a base de cristal partia-se frequentemente, quando o metal líquido, muito quente, era sobre ela derramado. Teria, ainda, de passar algum tempo até ser inventada uma mistura de mercúrio e de estanho que se podia aplicar a frio. No entanto, os sopradores de vidro de Augsburgo tinham chegado a uma solução intermédia, segundo a qual vertiam uma mistura de metal - evidentemente aquecida até uma temperatura não tão elevada - sobre uma esfera de vidro, assim obtendo um espelho convexo como aquele que está pendurado por detrás dos Arnolfini.
Estes espelhos curvos eram mais baratos que os planos. Em francês eram chamados sorcières, ou seja 'feiticeiras', porque expandiam, por magia, o campo de visão do observador".
Rose-Marie Hagen, Rainer Hagen, 15th Century Paintings, Colónia, Taschen, s.d. [2001], pp. 30-31

Na net:
Um excerto do livro Glass: A World History, de Alan Macfarlane e Gerry Martin.

Uma história geral dos espelhos, compilada no site da Vision2Form Design.

Receita para fabricar um espelho côncavo, em Making a Concave Mirror Using 15th Century Technology, que serve a Charles M. Falco, da Universidade do Arizona, para sustentar o seu apoio científico ao livro de David Hockney, Secret Knowledge (2001).

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Um passeio pelo "Renascimento"

Leonardo da Vinci (1452 - 1519), "La Gioconda" (pormenor), 1503-06, óleo sobre madeira, 77 X 53 cm., Museu do Louvre, Paris

O Museu do Louvre oferece um excelente percurso pelas obras italianas dos séculos XV e XVI que possui em exposição - em francês e inglês. Mais uma peça da nossa bibliografia cibernética.

O Museu oferece vários recursos (in)formativos: vejam-se, por exemplo, os "Dossiers thématiques" e os "Parcours de visite".

A nossa "Bibliografia" foi, entretanto, acrescentada com sugestões cibernéticas.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Ano lectivo de 2007-2008

Piero della Francesca (1416-1492), Ressurreição, 1463-65, pintura mural, fresco, têmpera, 225 x 200 cm, Pinacoteca Comunale, Sansepolcro

O que são a "Modernidade", o "Modernismo", o "Pós-Modernismo"? Uma introdução à História da Arte organizada por temas; centrada no conceito de "Arte Moderna", no seu antes e depois; estruturada num semestre lectivo. A arte do "Renascimento" conduzir-nos-á a dois passados e a dois futuros: um passado, próximo, com que se rompe (o "medieval") e um passado remoto que legitima as mudanças (a "Antiguidade"). Um futuro que constrói uma cultura "clássica", em prolongamento das (e)utopias renascentistas, e um futuro que as inflecte, que as transforma, até à destruição da cultura "clássica". O caminho traçado não é cronologicamente linear, partindo de questões da cultura contemporânea para interrogar o passado. O conjunto de obras discutidas limita-se, exclusivamente, à pintura, escultura e arquitectura e a uma tradição cultural "europeia" (ou "ocidental", para mais obviamente incluir os prolongamentos "coloniais" e "globalizadores").

15 de Outubro de 2007 a 20 de Fevereiro de 2008 (2ª e 4ª feira das 21.00h às 23.00h, no sótão do Ar.Co). 64 horas lectivas.

Aconselha-se a consulta da bibliografia e a familiarização com a barra lateral de "links" (que estará em permanente renovação e crescimento: última novidade é a revista "online" portuguesa (Instituto de Estudos Medievais da Universidade Nova de Lisboa) Medievalista ).

  • Michael Greenhalgh, The Classical Tradition in Art, London, Duckworth, 1978, pode constituir um competente manual "online" para a iniciação ao estudo da arte de modelo "clássico".

  • Ernst Gombrich discute o conceito de "Renascimento", em "The Renaissance: Period or Movement" in JB Trapp (org.), Background to the English Renaissance: Introductory Lectures, 1974, pp.9-30.
  • quinta-feira, novembro 02, 2006

    Brunelleschi e a cúpula

    Filippo Brunelleschi (1377-1446), Cúpula de Santa Maria del Fiore (1420-1436)

    Textos e imagens, no Istituto e Museo de Storia della Scienza.
    Fotografia aérea de Florença no Wikimapia e no Google Earth Explorer.

    Anteriores a uma arquitectura resolvida antes da execução, no projecto, estão os desenhos de arquitectura, sem escala, de Villard de Honnecourt (século XIII).

    Textos e imagens em AVISTA.
    Carl F. Barnes, Jr., The 'Problem' of Villard de Honnecourt.

    Villard de Honnecourt, Desenho de cabeceira e estudo de figura, Bib. Nat. ms. fr. 19093, fol. 28

    segunda-feira, dezembro 12, 2005

    Últimas notícias: a pintura do século XV

    Piero della Francesca, Anunciação

    ◊ Os links têm estado sempre a mudar (de lugar, de nome, de página...): vão experimentando.

    Hoje há um novo: "O Mundo Moderno", em "Recursos" - História geral, digamos assim, oferecendo textos e outros instrumentos básicos de aprendizagem. Vale a pena explorar: para além da Civilização Moderna, a Medieval, a Antiga, as Mulheres, a Ciência...

    Mais dois (em 14 de Dezembro), também no grupo "Recursos": "Columbia University: Projectos" e "Masterpieces of Western Art", ambos do Departamento de História da Arte e Arqueologia da Universidade de Columbia (E. U. A.). E um outro "link" novo, em "Imprensa": a revista italiana de design e arquitectura, "Interni".

    Outros três (em 15 de Dezembro): "Història de l'Arquitectura", "Glossary of Architectural Terms", "Vitruvio: Arquitectura", respectivamente em "Recursos", "Glossários" e "Imagens".

    No dia 16 de Dezembro foi acrescentada a página da Polícia Judiciária onde se divulgam obras de arte furtadas. Se conhecem alguém na posse de alguma(s), telefonem para a P. J.

    ◊ Alguns artistas, como Masaccio ou Piero della Francesca, têm "sites" que lhes são inteiramente dedicados.

    Alguns textos, como as biografias de artistas do pintor e arquitecto Giorgio Vasari também.

    ◊ Algumas exposições, ainda de portas abertas:

    Fra Angelico, no Met, onde também ainda é visitável uma exposição sobre armaduras equestres (1480-1620), com muita informação "online", e uma outra sobre Antonello da Messina, com muito pouca.

    Os retratos de Hans Memling, na Frick Collection, em Nova Iorque.

    Uma panorâmica sobre a melancolia como território alargado, da Antiguidade ao Século XX, da Filosofia à Psiquiatria, em
    "Mélancolie. Génie et folie en Occident", no Grand Palais, em Paris. Pequenas apresentações de cada secção com uma selecção de imagens e respectivas identificações (o link teve de ser substituído, porque, acabada a exposição, o que remetia para o "site" do Grand Palais deixou de funcionar...).