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Mostrando postagens com o rótulo A conhecida ansiedade

Cirurgia adiada. Mais uma vez.

Nada acontece por acaso. A última semana esse foi meu mantra e eu o repeti praticamente todos os dias. Sem cansaço. Uma forma de continuar a seguir e tentar me recuperar da perda e da partida da minha avó.  Eu estava focada na minha cirurgia para o tratamento do meu aneurisma cerebral, que seria hoje, dia 15 de março. Passei a semana mal, triste, sem rumo, chorando . E pensar que passaria pela craniotomia neste momento me assustava um pouco. Mas também me parecia um escape. Eu já aguardava por essa data há um tempo. Recebi o diagnóstico do aneurisma em agosto , fiz em novembro o exame de imagem que determinou qual o método adequado de cirurgia ( e a torcida era para que a cirurgia fosse realizada no mesmo dia, mas não foi possível). E então passei a esperar por fevereiro, que era quando eles haviam previsto que o procedimento real aconteceria. Iria para o hospital na segunda bem cedinho. Passaria pela cirurgia e após o procedimento ficaria na UTI até o dia seguinte. Depois ser...

Contagem regressiva - O quinto mês

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O quinto mês - O verão e a questão da amementação Em 12 de junho Cecília completou 4 meses e iniciamos seu quinto mês de vida. E meu quinto mês descobrindo a maternidade. Foi uma delícia poder ver a Cecília desfilar por aí com seus vestidinhos e fraldinhas coloridas. Aproveitamos muito para curtir picnics e foi a primeira vez que ela pode finalmente conhecer outros bebês e interagir. Não que realmente houvesse muita interação entre eles , mas eu podia sentir a curiosidade em relação ao outro bebê.  Percebo agora que continuar a escrever esta série de lembrança é mais desafiador do que eu havia esperado . Não apenas pela assiduidade necessária (promessa de um post por dia), mas por todo o conteúdo, todas as experiências vívidas. Além de olhar para bons momentos, me perder nas fotos e na gostosura da pequena, é mergulhar em sentimentos as vezes confusos e as vezes negativos.  Eu sempre desejei tudo natural. E queria muito amamentar, criar essa conexão com a minha filha. O iníc...

20 semanas de gravidez e a possibilidade de trissomia 18

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Com 20 semanas de gravidez tivemos nosso segundo ultrassom na Finlândia. E foi aqui que minha gravidez passou a ser acompanhada de bem mais perto e com mais cuidado. Kimmo pôde ir comigo, o que me deixou muito tranquila em relação ao idioma e ao que pudesse ser tratado lá. A médica que nos atendeu era a mesma da última vez, uma russa que não falava inglês muito bem. Comentei nos últimos posts que a médica havia nos dito que o bebê estava medindo 5 dias atrasado em relação à idade gestacional esperada . Assim que ela iniciou e as imagens apareceram, vimos nosso pequeno bebê se movendo. A médica realizou todas as medidas necessárias e mais algumas outras e comentou que desta vez o bebê estava medindo 11 dias atrasado para 20 semanas de gestação. O que antes elas suspeitavam que a data da minha ovulação havia sido após o que eu imaginava, agora elas sabiam que não era esse o motivo da diferença. Nas imagens, também foram detectados cistos de plexo coróides no cérebro do bebê. Fi...

O primeiro ultra-som

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Quando fomos às neuvola pela primeira vez, ela já marcou as próximas consultas e também o primeiro ultra-som. Que deveria acontecer entre as semanas 12 e 13 de gestação. Justamente quando estaríamos no Brasil , em uma viagem já programada há muitos meses.  Voltaríamos para a Finlândia poucos dias antes da 13a semana acabar e então eu deveria fazer o ultra-som logo que retornasse. Ficou marcado para dois dias após o retorno. E naquela semana o Kimmo estaria viajando a trabalho, não poderia ir comigo. Fiquei bem chateada ( e ele também), pois era muito importante pra gente poder ver nosso baby juntos, pela primeira vez. Estarmos juntos nesse momento tão especial. Então, marquei logo um ultra-som particular numa clínica em Santos , que aconteceria no dia dos pais no Brasil! OBA! Fiz tudo por whatsapp e minha conversa com a atendente foi um tanto maluca , pois eu não tinha a maioria das respostas para as perguntas dela.  "Um feto ou mais?"  "Então, eu não se...

A primeira visita à neuvola

A  Neuvola  é uma espécie de enfermeira obstétrica (isso existe?) que temos aqui na Finlândia. É ela quem acompanha a gravidez, é com ela que eu me consulta na maioria das vezes e normalmente é ela também que faz o intermédio entre eu e a médica. Assim que eu soube que estava grávida,  liguei no número da clínica de maternidade da minha região  para marcar minha primeira consulta com a  neuvola . Foi quase difícil marcar a consulta. A clínica estava aberta para receber as ligações para marcar o horário apenas de segunda a quinta-feira, das 12h as 13h. Somente uma hora por dia. No primeiro dia, liguei diversas vezes e estava sempre ocupado. No segundo, consegui após meia hora. E nossa ligação durou mais ou menos meia hora também. Logo nesta ligação, recebi o nome da  neuvola  que me acompanharia durante toda a gravidez. Mas por ser verão, ela estava de férias e eles haviam disponibilizado uma substituta para a primeira consulta. Ok, perfeito! Eu ti...

Doentinha

Acho que uma das piores coisas que pode nos acontecer é ficar doente fora de casa. Pera, mas aqui é minha casa agora. Bom... ficar doente longe de um sistema ao qual estejamos acostumados e consigamos entender o que se passa.  Eu já até estava acostumada a talvez ter uma crise de asma quando era mais nova. E sabia o que falar, como explicar os sintomas e no geral quais medicamentos e tratamentos seriam prescritos. Mas aqui, na Finlândia, aconteceu tudo completamente diferente.  Há pouco mais de um mês comecei a acordar com dores no corpo. E ao final do dia, quando íamos passear na floresta juntos, eu sentia um pouco de tontura e meu ouvido tapava . As vezes durava minutos, outras vezes pouco mais de uma hora. Também sentia uma dor de cabeça estranha, como se fosse pressão. Passei então a perceber que estava pressionando os dentes ao dormir, rangendo. Tentei diversas coisas que pudessem aliviar o estresse e a tensão. Mas os sintomas estavam piorando. Não conseguia e...

Um anjinho chamado Kimi

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Quintal de Marília 21 dias depois de sua chegada na Finlândia, meu gatinho Kimi, faleceu. Quem me conhece bem sabe como o Kimi era uma das luzes da minha vida . Ele entrou quase como quem não quer nada, e mudou tudo que eu pensava, sentia e vivia. Simplesmente minha vida nunca mais foi a mesma depois que ele veio fazer parte de tudo. Em 2007 eu fazia aulas de alemão na Wizard de Marília, no interior de São Paulo. Havia me tornado amiga do professor e sua mulher e um dia durante uma aula, ele comentou que sua mulher havia achado dois gatinhos machucados na rua. Sozinhos, sofrendo e mal nutridos. Ele comentou que ela os havia levado a uma petshop para serem adotados. Na hora, movida por alguma força maior, eu inexplicavelmente disse " se algum deles não for adotado, eu quero". Hã? Eu... ter um gato? Eu nunca tinha tido gatos, tínhamos duas cachorrinhas em Santos ( a Chanel e a Sasha, ambas já falecidas) e além de tudo, eu não morava sozinha. Morava com 3 cole...

Em Instrução!

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Petrolina Alguns dias após a formatura, em 27 de setembro de 2016, realizei meu primeiro voo compondo tripulação. Estava finalmente em instrução . Meu voo decolava as 6h10 da manhã de Guarulhos, para Salvador, Recife e por fim, parando em Petrolina . Onde teria meu primeiro pernoite .  Para decolar este horário, minha apresentação no aeroporto é uma hora antes. Então acordei super cedo, levei um século para me arrumar e fui para Guarulhos. Minha instrutora era M.A., responsável por me explicar tudo sobre todas as posições que exercemos na aeronave. Era tudo muito novidade, parecia quase outro idioma. Muita coisa para lembrar e realizar ao mesmo tempo. E com agilidade, que obviamente em meu primeiro voo ainda me faltava.  No primeiro dia de voo, fui na posição de 1R ( 1 Romeu), sentando-me ao lado da instrutora. Eu era responsável pela porta 1R e por auxiliar a chefe de equipe em todo necessário.   Após 4 etapas de voo, chegamos em Petrol...

Formatura!

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22 de setembro de 2016! São Paulo. Um dia de sol e muita animação. Era engraçado pensar que teríamos uma formatura, com celebração, discursos, música, fotos no telão e comidas e bebidas. Haviam sido apenas 2 meses de treinamento. Intenso, claro.  Durante todo o treinamento achei a ideia de ter uma formatura da turma de comissários muito estranha. Quase boba. Mas mais ao final do treinamento e nos dias que antecederam a data, comecei a entender o que realmente está formatura queria dizer. Eu agora era Avianca , a formatura embebia minha pele e mente na empresa e agora, eu realmente me sentia Avianca. Fazia parte. E não apenas era uma funcionária a mais. Me receberam com festa, carinho, alegria e celebração. Meu coração virou vermelhor de vez!  Eu podia convidar uma pessoa para estar comigo neste dia. Logo de cara convidei meu namorado, pois além de ser mega importante para mim sua presenção, não queria escolher entre pai e mãe. Então lembrei que seria numa qui...