"Nas primeiras horas da manhã"
Em junho de 2007 eu não estava em uma boa época. Foi quando os sinais da depressão e da síndrome do pânico não puderam mais ser ignorados. E foi também quando escrevi um conto do qual tenho bastante carinho. Eu sempre gostei de escrever. Quando criança, passava horas criando histórias e personagens. Durante as aulas não fazia outra coisa. Mas não tinha problema, eu continuava tirando boas notas, mesmo perdida em todos os tipos de mundos literários. Eu também lia o tempo todo. Estava sempre com um livro na mão, mesmo ao caminhar na rua. Já quase bati em poste ou em lata de lixo, apesar de normalmente conseguir prestar atenção por onde ía. Iniciei diversos contos, livros e outras coisas. Mas nunca dei seguimento a nada. Não conseguia. A empolgação que tinha ao iniciar o trabalho desaparecia depois de um tempo e eu começava a achar tudo que havia escrito uma verdadeira droga. O amor que tinha pela minha criação se transformava em decepção. E eu passava a duvidar da minha...