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"Nas primeiras horas da manhã"

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  Em junho de 2007 eu não estava em uma boa época. Foi quando os sinais da depressão e da síndrome do pânico não puderam mais ser ignorados. E foi também quando escrevi um conto do qual tenho bastante carinho.  Eu sempre gostei de escrever. Quando criança, passava horas criando histórias e personagens. Durante as aulas não fazia outra coisa. Mas não tinha problema, eu continuava tirando boas notas, mesmo perdida em todos os tipos de mundos literários. Eu também lia o tempo todo. Estava sempre com um livro na mão, mesmo ao caminhar na rua. Já quase bati em poste ou em lata de lixo, apesar de normalmente conseguir prestar atenção por onde ía.  Iniciei diversos contos, livros e outras coisas. Mas nunca dei seguimento a nada. Não conseguia. A empolgação que tinha ao iniciar o trabalho desaparecia depois de um tempo e eu começava a achar tudo que havia escrito uma verdadeira droga. O amor que tinha pela minha criação se transformava em decepção. E eu passava a duvidar da minha...

Cozinhando na Finlândia

Já vou começar dizendo que sempre detestei cozinhar. As poucas vezes que cozinhava, tudo ficava ruim. E eu ficava irritada. Era mais uma tortura que uma atividade necessária ao dia a dia. E eu era a rainha do comer fora. Além de não cozinhar bem, não comia bem. Só comia besteira e praticamente cresci assim. Meus pais tinham o péssimo hábito de nos deixar comer uma cumbuquinha de batata frita que já estivesse pronta para matar nossa vontade enquanto o restante da comida não ficasse pronta. Era o suficiente para encher a pança e não aceitar os alimentos mais... difíceis. Como verduras e legumes. Verduras e legumes? Só na sopa. E batidinha, creme! (Ok, eu amo sopa assim até hoje!). De resto, era pão, batata, arroz e feijão e bife. Morar sozinha não ajudou. Podia viver um tempo de miojo e como cozinhava só para mim não ligava de ficar a comida ruim (e realmente ficava ruim). Até o arroz saía ou cru ou papa ou queimado . Era nuggets, batata frita de forno e arroz. E as vezes uma ...

Lavando a louça!

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Quando eu era criança eu gostava de lavar louça. Quer dizer... gostava de brincar com a louça enquanto lavava, mas minha mãe nunca me deixava lavar nada. Apenas secar e guardar. E isso eu achava um tédio só ! Por muitos anos eu detestei com todas as forças ter de lavar louça. Lavar louça, cozinhar e ter que lavar louça novamente? Arrrghhhh!!!! Então morei na Holanda, onde a maioria das famílias tem uma linda e companheira lava-louças em casa. Paraíso! De volta ao Brasil, nada disso. E novamente o drama de ter a motivação para lavar tudo. É um ciclo negativo e vicioso. Entro na cozinha, vejo aquela bagunça e aí que não quero fazer nada mesmo. No passado, tentava lavar as pequenas coisas , para não acumular e me deixar irritada mais tarde. Mas ao morar numa república, muitas vezes você pode fazer a sua parte, mas ainda terá que lidar com algo que algum colega seu não fez. E pode te afetar . Então, acabava se tornando mais fácil não fazer nada além das suas próprias coisas. Pe...

Dedicação

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Esperava por mim mãe que havia ido ao banheiro do shopping. Não me lembro ao certo o que fomos fazer, provavelmente apenas passar um tempo juntas, comer alguma coisa, já que eu estava hospedada na casa de meu pai e não tinha a oportunidade de conviver com minha mãe todos os dias. O shopping estava lotado , gente conversando para todos os lados. Sentei-me para esperá-la no banco mais próximo das escadas e dos banheiros e ali fiquei por alguns minutos. E que minutos!!! Estava imersa em pensamentos distantes, como quase sempre, e mal prestava atenção às pessoas a minha volta quando ao meu lado uma senhora levantou-se dando espaço para que uma moça, pouco mais velha do que eu se sentasse as pressas, com medo de que alguém roubasse aquele lugarzinho primeiro. Ela segurava dois livros pesados, na realidade, duas apostilas mal zerocadas e com falhas em algumas partes do texto, que mal dava para ler de tão claro.Com o rabo do olho continuei observando. Era uma apostila de inglês,...

A arte de empacotar

Oi gente!!! Nossa, que sufoco! Este fim de semana tive de empacotar tudo para me mudar de Marília para Santos novamente!!!! Pronto, acabou a faculdade, todas as disciplinas cursadas... só a monografia faltando, que estará pronta para apresentação em março.Enquanto isso, na última semana estive preocupada em terminar as provas, trabalhos e empacotar todas as tralhas que juntei durante os quatro anos em que morei em Marília. E ... como eu tenho coisa!!! parecia nunca acabar... Colocava roupas em sacolas de plástico e livros em caixas grandes que eu tinha juntado, e utilizava todos os espacinhos que sobravam para enfiar qualquer coisinha que eu tivesse, aproveitando ao máximo. Meu pai ficara de pedir emprestada a Highlux da Stockler, para que a gente pudesse transportar todos os meus pertences de uma sé vez, afinal, 6 horas de viagem é bastante longe, né? O combinado era que ele estaria em Marília no sábado a tarde. Ok!!! Quase tudo pronto, e um detalhe o carro da firma quebrou na Imigran...