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terça-feira, 14 de julho de 2009

Pipas - por Alba Vieira

Sonhos de papel erguem-se...
Coloridos, esvoaçam a esmo,
Buscam o alto
Atados pelas linhas imaginárias
Do desejo dos meninos

Tremulam, bailam, voam...
Desenham formas audaciosas;
Mergulham na profundeza dos ares,
Misturam-se a outros no céu,
Competem pelo espaço livre

Pintam de cores vivas as tardes,
Motivam a algazarra dos moleques,
Permitem o exercício da liberdade,
Incitam às exibidas disputas
E, por fim, testemunham de cima avoadas frustrações.



Visitem Alba Vieira

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sábado, 23 de maio de 2009

Mundo de Cerol - por Gio

Entre o azul e o magenta
Surge a manhã sob o sol
Lá no alto, se sustenta
Pipa e cauda de cerol

Pais e filhos, sempre aos pares
Rabiola no céu esticada
O vencedor é mestre dos ares
Ao perdedor, não sobra nada

E o calor já me derrete
Eram dez, ficaram sete
Papagaios a voar

É preciso ter destreza
E um pouco de ousadia
Uma manobra, uma proeza
Nesse mundo de fantasia

Quem se esconde, é achado
Não escapará do corte
Combatentes, lado a lado
Entre a habilidade e a sorte

Agora espero a minha vez
De todas, só restam três
Pipas bravas pelo ar

O sol ofusca a visão
E pega o desprevinido
As coisas são como são
O desatento é atingido

Mais radiante que a luz
É o sorriso do restante
Canta, encanta, conduz
A beleza do instante

Avante, o vencedor caminha
No final, só resta a minha
Rabiola a brilhar!




Inspirado em Rabiolas, de Raquel Aiuendi.
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quinta-feira, 21 de maio de 2009

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Pipas - por Ana

“Olha a pipa! Tá avoada!
Vamo correr pra pegá!
Quem chegá depois é marica
Vamo logo arrepiá!”

E os meninos vão correndo
Desabalados atrás
Daquele sonho sem dono,
Como fizeram seus pais

E também os seus avôs,
Seus tios, primos, vizinhos,
Que perseguiram, vorazes,
Algo tão pequenininho.

Grupos grandes, barulhentos,
Desesperados por pouco
Que naquele momento é tanto
Que vale qualquer sufoco.

É... No momento da fome,
O desejo só tem olhos,
Músculos, força e adrenalina
Praquilo que quer, com antolhos.

Desejo cego que leva
Os pés pra qualquer lugar,
Sem que se veja mais nada,
Nem onde se vai chegar.

Quando a pipa se aproxima,
Ao final da correria,
Se for possível pegá-la,
Ainda há luta e covardia.

Tapa, murro, pontapé,
Soco, gravata, rasteira...
Apenas um é vencedor
Se ela estiver inteira.

Porque na hora crucial,
Em meio a tanta agitação,
O sonho pode se quebrar,
Desfazer antes do chão.

Assim é a história das pipas
E seus vários pretendentes:
Quase se matam pra tê-las,
Que existem, indiferentes.

As pipas são nossos desejos
Bailando, soltos, no ar,
Somos os meninos incautos
Em perseguição milenar.
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sábado, 14 de fevereiro de 2009

Pipa

Crie um texto sobre este tema e deixe aqui, em “comentários”, que nós postaremos.
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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Os Meninos e as Pipas - por Adir Vieira

Da varanda de minha casa vejo um grupo de meninos, uns crianças ainda, outros bem maiores, em cima de uma laje, num burburinho e agitação que me prende a atenção. É distante, mas aquele grupo de pelo menos dez, agita minha curiosidade. Busco um binóculo de longo alcance e posso observar o vaivém ritmado do trabalho grupal na confecção de pipas ou, como alguns dizem, papagaios. Uns cortam bambus de vários tamanhos, outros enceram os mesmos pedaços de pau, outros preparam as armações, outros separam folhas de papel colorido por tonalidade, outros recortam esses mesmos papéis, outros imprimem desenhos por sobre as folhas, outros colam e arrematam sobras de papéis que envolvem as armações. Lá no fundo, um deles fabrica as rabiolas. São papéis ondulados que, fixos no chão, dançam ao mexer das mãos daquele menino. Fico ali, presa e obcecada por aquela fábrica de sonhos. É verão e os céus começam a exibir aquelas formas coloridas em duelo. A correria das crianças para obter aquelas "voadas" em virtude de cerol mais agressivo do mais esperto pode ser vista por todo o bairro. Não temem os choques elétricos quando tentam resgatar a linha presa aos postes, não temem os carros quando atravessam a via pública e seu olhar está sempre no alto, seja nos movimentos alucinantes para fazê-la voar, seja no percurso que a "voada" fará. Assim, por mais uns três dias sigo aquela fábrica de sonhos e constato que aqueles que fazem não brincam com o objeto de sua produção. Remonto, com esta observação, a um passado não muito longínquo e vejo meu irmão repetindo aqueles mesmos gestos, aos quinze anos, quando fabricava pipas sentado no chão da cozinha e as vendia a um armarinho próximo de nossa casa para ajudar no nosso sustento.
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A Pipa - por Alba Vieira

Sobe, levada pelo vento, dançando qual serpente nos ares. Sorri toda colorida na longa rabiola desenhando movimentos graciosos, enquanto os ombros largos de bambu impõem altivez e avançam cortando os céus. Leve e flexível rodopia e vai cada vez mais alto e mais alto. (É como aquele momento em que saímos de nós e temos uma idéia luminosa.)
Outra vez solta-se, mergulha no abismo. Então, sobe de novo, mudando a direção. E dança e dança e quase se cansa dos vôos livres. Aí precisa se envolver com outras, ensaiando trajetos que faz ou não faz, só de brincadeira, atraindo as de outras cores e formatos e fugindo rápida quando aceitam o embate.
E, finalmente, se embolam numa briga de galos de cores quentes, engalfinhando-se, sob o efeito de movimentos irados e precisos dos moleques em férias. Até que uma delas cairá desfalecida, às vezes degolada, seguida pelos olhares ávidos dos meninos da rua. Será então apanhada, socorrida, recuperada.
E, agora, já conhecendo as manhas dos céus e dos meninos, mais apta para “os cruzas”, depois de refeita com outras cores (mais fortes), será a estrela dos céus das férias. Terá um outro destino. Só depois de ter-se deixado cuidar.
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