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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Clarice Lispector e a Verdade - Citada por Alba Vieira

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Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.
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quinta-feira, 23 de maio de 2013

A Verdade a Ver Navios - por Gio

Hoje é segunda-feira. E eu nunca agradeci tanto por uma segunda-feira (bom, talvez já tenha feito... mas não nos últimos tempos). E o motivo é simples: é a minha primeira segunda de férias \o/. Bom, não exatamente “férias”, já que eu tenho dois exames pela frente. E a verdade é: eu estou em exame por vagabundagem, porque não estudei o que deveria durante o ano e, em alguns momentos, não estudei realmente nada.
A verdade... Ultimamente eu estou tendo muitos problemas com “a verdade”.
Amigos brigando, gente se acusando, e todos atrás de um culpado. E eu, no meio do tiroteio, tentando amenizar todos os lados... e, mesmo assim, sem saber quem realmente está falando a verdade.
Einstein esqueceu de avisar que verdade também é relativa... Depende da pessoa, da situação, dos interesses. E então você se pergunta... A culpa foi minha? Eu fiz algo errado? Então você vê que não, quando outra pessoa, fazendo a mesma coisa, na mesma situação, tem um resultado bem diferente do seu...
A sinceridade é a arte de dizer a verdade, sem enfeites ou disfarces. Mas, ao contrário do que seria certo, ser sincero traz mais incomodações que benefícios. ♪ Na hora h, no dia d, na hora de pagar pra ver... Ninguém diz o que disse, não era bem assim... ♪. No fim das contas, quem é punido é a única pessoa que tem coragem de dizer o que todo mundo pensa, mas ninguém se atreve a dizer.
A verdade... como uma coisa tão simples pode ser tão complicada?
A verdade a ver navios... Onde já se viu?



Visitem GioHumberto Gessinger

domingo, 4 de novembro de 2012

A GRANDE VERDADE É - por Tércio Sthal

QUE OS OBSTÁCULOS E AS DIFICULDADES
ESTÃO PRESENTES EM TODOS OS LUGARES,
E SÓ PODEM SER VENCIDOS, OU TRANSPOSTOS,
POR PESSOAS QUE ACREDITAM QUE “A FÉ
PODE REMOVER ATÉ MONTANHAS”

(TÉRCIO STHAL)

 
 
 
 


FÉ E AÇÃO

Por caminhos livres qualquer um sabe andar com facilidade,
mas quero eu aprender com quem já sabe caminhar
vencendo cada um dos obstáculos, e cada dificuldade.

Quero deixo para trás as mágoas e ressentimentos,
quero levar sempre comigo os melhores momentos,
tudo o que for útil, prático e necessário para mim.

Lanço minha rede crendo que vou pegar muitos peixes,
traço o meu objetivo e sempre caminho em sua direção,
'a fé remove montanhas', esta é a minha convicção.

Não quero ser corredeira de pouca água batendo fraco em pedra dura,
não devo viver desviando para depois corrigir minha própria direção,
viver aos trancos e barrancos não é e nunca será minha configuração.

Quero ser corredeira de muita água batendo forte em pedra dura,
a transportá-las, ou carregá-las, para outras posições,
seguindo com fé, sem temer qualquer ameaça de desventura.


Visitem Tércio Sthal
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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sem Nós - por Renata Zonatto

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A verdade é que o nosso amor era uma corda arrebentando...
...uma corda pequena demais para se dar um nó!
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.....................................Visitem Renata Zonatto
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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Buscar a Verdade! Ou Não?? - por Débora Paula

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A verdade está em mim ou no outro?
Onde está a verdade?
O que é a verdade?
E se nada for verdadeiro?
E se a verdade for um conceito metafísico?
“A verdade está em Deus!”, me diz o cristianismo;
“A verdade está no universal!”, afirma a Filosofia;
“A verdade não existe!”, constata o ateu;
Onde está a verdade?
O que aconteceria se nada fosse verdadeiro?
A verdade é una ou múltipla?
A verdade é referente a um tempo cronológico ou está fora do espaço e do tempo?
Que consequências traria a nós o alcance da verdade?
Onde está a verdade?
A verdade é relativa e, portanto, subjetiva?
“A verdade está na ciência!”, ataca o cientista;
“A verdade está na meditação!”, contrataca o budismo;
O que buscamos quando iniciamos nossa busca pela verdade?
Buscamos a verdade em si mesma?
Ou buscamos a verdade que nos convêm?
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Visitem Débora Paula................
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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Verdades - por Ana

Blusa, jaqueta, cartola,
O negro mostra o que sou.
Máscara na face risonha,
As cores mostram o que doo:

Olhos em azul-celeste,
Um pouco do céu no olhar;
Cabelos em verde-claro,
A esperança a me guiar;

Sorriso gigante em vermelho,
Otimismo a extravasar;
Base branca em todo o rosto,
Muita paz pra harmonizar.

Assim me torno um palhaço
Transmitindo, aonde vou,
Meus ideais, minhas crenças,
Até o último voo.
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..................Inspirado em Palhaço, de Adhemar.
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sábado, 15 de agosto de 2009

Uma Abordagem Acerca da Angústia Humana à Luz de Kierkegaard (Para a Menina Triste) - por Leandro M. de Oliveira

De maneira geral, pode se dizer que na vida há três caminhos ou sendas que o indivíduo acaba escolhendo de maneira mais ou menos espontânea, de acordo com predileções particulares de cada qual; dentro dessas há uma série de subdivisões que serão descobertas a partir do sujeito em si. As três grandes vertentes são: a Estética, a ética e a religiosa.
A primeira diz respeito ao homem comprometido com o prazer da vida, com o gozo de cada momento, é a caricatura tradicional do assim chamado irresponsável, do playboy; já a vida no sentido ético, vem nos falar do tradicional pai de família, de um ser humano maquinalmente comprometido com as suas “obrigações”, trabalho, crença na sociedade etc.; a última concepção de agir, a ação religiosa, vem inevitavelmente de encontro ao sentimento de impotência do homem ante a vastidão do mundo, o indivíduo religioso é alguém essencialmente desacreditado, ele busca uma realidade sobrenatural, tentando conceber a origem e o motivo das coisas.
A grande questão, entretanto, não é ter conhecimento dos comportamentos, mas sim ter ciência do ponto de partida para a ocorrência desses estereótipos. É necessário entender, a priori de qualquer reflexão, que o homem antes de ser envolvido em todo o arcabouço de valores sociais, tradicionais ou não, é ele um ser livre por excelência. E uma vez que se defronta com a realidade (artificial) do senso comum, ele (o homem) se sente acuado, nessa condição de pasmo com o próprio “eu”, se vê entregue. Ora pela falta de autocrença, ora pela crença exacerbada em verdades alheias o ser se coloca em uma subcondição de não governo e cria fugas diversas, pela projeção de uma imagem de potência (ideal estético), pela projeção de uma imagem de retidão (ideal ético) ou pela justificação de si numa sofismática transcendente (ideal religioso), mas por mais escravo que esteja, por mais esquecido de si, no coração do homem, no recanto mais sombrio, existe um vulcão latente (a essência de cada um) que se não se permitir caminho para a vazão de sua lava quando chega a erupção ela será apenas o seu próprio produtor.
Homem se vê posto na linha de tiro entre o ser e o dever, a razão e o desejo, o teatro e a vida... É mister lembrar que só se vive uma vez e a vida é curta demais! Vença-se a si mesmo e depois disso não haverá mais adversários. Um velho mestre disse uma vez: “O HOMEM É UM DEUS ENFAIXADO!” Retirem-se as Faixas e busque-se a verdade de cada um.



PS: Dedicado a você que me confiou os seus segredos...
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Soren Kierkegaard.

domingo, 7 de junho de 2009

Jean-Jacques Rousseau: A Verdade Universal Não Existe - Citado por Penélope Charmosa

Consultei os filósofos, folheei os seus livros, examinei as suas diversas opiniões; achei-os todos orgulhosos, afirmativos, dog­máticos - mesmo no seu pretenso ceticismo -, não ignorando nada, não demonstrando nada, troçando uns dos outros; e esse ponto, que é comum a todos eles, pareceu-me ser o único em que todos concordavam. Triunfantes quando atacam, não têm vigor quando se defendem. Se examinais as suas razões, só as têm para destruir; se contais os seus caminhos, cada um está limitado ao seu; só se põem de acordo para discutir; prestar-lhes ouvidos não era o meio de me livrar da minha incerteza. Compreendi que a insuficiência do espírito humano é a primeira causa dessa prodigiosa diversidade de sentimentos, e que o orgulho é a segunda.
Nós não temos a medida dessa imensa máquina, não podemos calcular as suas proporções; não lhe conhecemos nem as primeiras leis nem a causa final; ignoramo-nos a nós mesmos; não conhecemos nem a nossa natureza nem o nosso princípio ativo; mal sabemos se o homem é um ser simples ou composto: mistérios impenetráveis rodeiam-nos por todos os lados; pairam por cima da região sensível; para os compreendermos, supomos ter inteligência, e apenas temos imaginação. Cada um de nós abre­ - através desse mundo imaginário - um caminho que supõe ser o bom; nenhum de nós pode saber se o caminho que abriu conduz ao objetivo que tem em mente. Porém, queremos compreender tudo, tudo conhecer. A única coisa que não conseguimos é ignorar o que não conseguimos saber. Preferimos entregar-nos ao acaso, e crer naquilo que não existe, a reconhecer que nenhum de nós pode compreender o que é. Pequena parte de um grande todo cujos limites não alcançamos, e cujo autor entrega às nossas loucas discussões. Somos suficientemente vãos para pretender decidir o que é esse todo, e o que nós próprios somos, em relação a ele.
Mesmo que os filósofos tivessem a possibilidade de descobrir a verdade, qual, dentre eles, se interessaria por ela? Cada um deles sabe muito bem que o seu sistema não tem mais fundamentos que os dos outros; mas sustenta-o, porque é seu. Não houve um único que, tendo chegado a distinguir o verdadeiro e o falso, não tivesse preferido a mentira que encontrou à verdade descoberta por outro. Onde se encontra o filósofo que, para defender a sua glória, não enganaria cientemente o gênero humano? Onde se encontra aquele que, no âmago do seu coração, tem outro propósito que não seja o de se distinguir? Contanto que se eleve acima do vulgar, contanto que apague o brilho dos seus concorrentes, que mais deseja ele? O essencial é pensar diferentemente dos outros. Para os crentes, é um ateu; para os ateus, seria um crente.
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sábado, 6 de junho de 2009

Onde Já Se Viu? - por Ana

Por ser tão ignorada
A verdade entristeceu
Quase fez como a camélia:
Deu dois suspiros e morreu.

Foi pra beira do abismo
Para se atirar ao mar.
Imaginava: a sua ausência
Ninguém iria reparar.

Mas desistiu a tempo,
Pôs-se a reconsiderar
Sua decisão radical:
Os homens abandonar.

“Por eles ainda sou vista,
Há gente que gosta de mim...
Posso definir questões,
Não sou tão inútil assim...

Mas queria ser senhora,
Única, sem concorrentes,
Não perder tanto pra mentira,
Pra omissão e seus parentes.

Estou certa de estar certa!
Eu sou a certeza, afinal
Depois de mim não há nada:
Eu sou a palavra final.”

Estava assim a pensar
Até que ouviu uma voz
Repentina e conhecida,
Sua consciência atroz:

Já disse mais de mil vezes,
Para com o egocentrismo...
Você não é absoluta...
Na Terra isso é castigo.

Você é tão relativa,
Que estar no singular
É erro crasso, primevo,
De alguém que não soube pensar.

Tu não é cartesiana,
Não é e nem pode ser...
Devia estar no plural
No falar e no escrever.

Cada pessoa uma verdade
Não sabe disso? Vai mal...
Porque tu não é coletiva,
Tu é individual.

Para com as reflexões
E autocomiseração,
Vai trabalhar, minha filha,
Volta pra tua função

De habitar os humanos
Da forma que lhes aprouver,
Pois tu não existe sem eles
E só te aceita quem quer.

Quem foi que te iludiu
Que tu seria a Verdade?
Que a Verdade um dia existiu
No meio da humanidade?

Para com a palhaçada
E de fazer corpo mole.
Suicídio não é pra ti,
Pois a morte não te engole.

Ouvindo a voz da razão
(ou da desrazão humana),
A verdade deprimiu
Mas concordou com a veterana.

“Volto, sim, mas daqui a pouco,
Eu ainda tenho brios!”
Resolveu olhar o mar,
E ficou a ver navios...



Inspirado em “A Verdade a Ver Navios”, de Gio.
Orlando Silva

A Hegemonia da Mentira - por Dália Negra

Somos ensinados a mentir. As crianças são treinadas para omitir, camuflar ou mentir aquilo que pensam; e, muitas vezes, sofrem castigos por dizerem a verdade. Isto, quando se trata da verdade dita sobre os outros, porque quando diz respeito a elas (suas atitudes fora do esperado, suas bagunças, seus erros e desobediências) devem sempre dizer a verdade. Ou seja: sofrem reprimenda por falar a verdade e também por não falar. Esta é a educação recebida.
Dentro deste descompasso as personalidades se formam: escorregadias, dissimuladas, tangenciais...
As pessoas não vão direto ao ponto, não dizem o que pensam, olham o outro com desconfiança porque o outro é capaz de tudo, já que (muito provavelmente) foi programado da mesma forma para a inverdade. É difícil o olhos nos olhos, a palavra franca, dizer o que realmente aconteceu (que, quando dito, causa desconfiança). Tudo pode ser ou não ser. Vivemos, diariamente, este dilema secular. Pensamos no que está por trás, no que foi omitido, no que realmente a pessoa quis dizer. Surgem sombras de intenções malignas e/ou indiretas embutidas e, muitas vezes, para algumas pessoas, não são sombras, e sim já o fato em si e tudo se torna uma grande confusão que inclui os que estão à sua volta.
Vivemos nos protegendo da mentira e jurando a verdade (mesmo falseada ou mentirosa).
Concordo com você, Gio: nada é tão simples quanto a verdade. Mas nos ensinam o contrário e a maior parte das pessoas percebe as vantagens da mentira e a coloca na lista das necessidades básicas. Então aqueles que mantêm a tendência natural à verdade, obviamente, serão, em muitos momentos, penalizados e até mesmo recriminados (!), pois remam contra a maré turbulenta das palavras não ditas, mal ditas e desditas.



Resposta a “A Verdade a Ver Navios”, de Gio.
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Albert Camus, o Verdadeiro e o Falso - Citado por Penélope Charmosa

A primeira diligência do espírito é a de distinguir o que é verdadeiro do que é falso. No entanto, logo que o pensamento reflete sobre si próprio, o que primeiro descobre é uma contradição. Seria ocioso procurar, neste ponto, ser-se convincente. Ninguém, há séculos, deu uma demonstração mais clara e mais elegante do caso do que Aristóteles: “A consequência, muitas vezes ridicularizada, dessas opiniões é que elas se destroem a si próprias”.
Porque, se afirmarmos que tudo é verdadeiro afirmamos a verdade da afirmação oposta, e, em consequência, a falsidade da nossa própria tese (porque a afirmação oposta não admite que ela possa ser verdadeira). E, se dissermos que tudo é falso, essa afirmação também é falsa. Se declararmos que só é falsa a afirmação oposta à nossa, ou então que só a nossa e que não é falsa, somos, todavia, obrigados a admitir um número infinito de juízos verdadeiros ou falsos.
Porque aquele que anuncia uma afirmação verdadeira, pronuncia ao mesmo tempo o juízo de que ela é verdadeira, e assim sucessivamente, até ao infinito.



In “O Mito de Sísifo”.
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Calar Verdade, Falar Mentira - por Alba Vieira

Expressar o que se pensa realmente sobre determinada coisa nem sempre é simples, exceto para mentes simplórias. Sim, porque é fácil ser fiel à verdade quando se trata de relatar um fato, mas não se vamos opinar sobre alguma coisa. E, mesmo se descrevemos o fato, ainda assim, estaremos dando a nossa visão dele. É fácil dizer exatamente o que se pensa sobre algo, sendo fiel à sua verdade, quando não temos medo de emitir a nossa opinião e não nos importamos com as consequências das nossas palavras sobre o interlocutor. Entretanto, se estivermos atentos e formos responsáveis com o que sai da nossa boca, isso será, não raras vezes, bastante melindroso. Assim, a omissão, e mesmo a mentira, poderão ser recursos valiosos para tornar nossa atuação positiva em determinada situação. Nem sempre dizer a verdade a qualquer custo é o mais recomendável, ainda que seja o mais desejável. Mas, se fôssemos crianças para sempre, seria fácil. Só que amadurecemos e isto tem um preço, o de nem sempre poder ser sincero. Claro que para avaliar em cada situação o que deve ser dito de verdade, omitido ou mesmo falseado, deve-se ter ética, discernimento, domínio da situação, consciência. Porque no fundo, isto é manipulação e esta só pode ser bem feita por mentes inteligentes e íntegras. Logo, é perigoso ter esta flexibilidade, correndo-se o risco de ser maquiavélico, um manipulador do mal. É complicado ter esta abertura, é como ser político: ou é alguém suficientemente correto, capaz, ético e faz um ótimo trabalho ou é um imoral, corrupto e se torna um desastre nas suas ações. Numa situação de saúde, por exemplo, nem sempre ser verdadeiro com o paciente é a melhor atitude, podendo ser temerário e até mesmo uma covardia em algumas situações, se o resultado que se deseja é o bem do doente.
O fato é que escolher em cada situação entre a verdade e a mentira é como andar no fio da navalha. Fazer bom uso da mentira é recurso de mente inteligente. E, acrescido a isto, temos que a imaginação constitui um outro perigo, considerando que para mentes fantasiosas, aquilo que é imaginado é para elas, a mais pura verdade. Ou seja, verdade ou mentira é algo complexo em sua avaliação.



Inspirado em “A Verdade a Ver Navios”, de Gio.
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Visitem Alba Vieira
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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Remando Contra a Maré - por Ana

É difícil a verdade,
Ela não é pra qualquer um...
Mas eu te digo: a mentira
Não leva a lugar nenhum.

Ela é aranha ladina,
Tece teia invisível
E depois, se livrar dela,
É praticamente impossível.

Mas há teias por todo canto,
Está todo mundo a fiar
Redes que se entrelaçam
Nos horrores do falar.

Poucos são os corajosos
Que mostram a cara sem medo;
Os sensatos, equilibrados,
Que não criam arremedos

Daquilo que foi vivido,
Daquilo que antes foi dito,
Daquilo que foi ouvido,
Do que nem por todos foi visto.

A mentira é filha dileta
Do medo, seu pai-patrão,
E de mãe por vezes aética:
A poderosa imaginação.

Neste caldeirão genético
Ela se forma, impunemente,
Pois quem não possui estes pais
Habitando a própria mente?

Em algumas pessoas, no entanto,
Só se encontra a verdade,
Talvez porque nelas, aqueles pais
Não cheguem à maturidade:

Pessoas com medo mínimo
Ou pouca imaginação.
Aí não cresce a mentira
Como primeira opção.

Mas, como disse, são algumas,
As outras com isto consentem
E, com o tempo e a prática,
Elas mentem que nem sentem.

Por isso, meu caro Gio,
Considerando a manada,
Ser mentiroso é tão simples...
A verdade é que é complicada...



Resposta a “A Verdade a Ver Navios”, de Gio.
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A Hegemonia da Verdade - por Dália Negra

Gio:
Li seu post “A Verdade a Ver Navios” e o que li me fez lembrar de uma entrevista que vi há muito tempo com a Baby Consuelo. Ela estava com as filhas adolescentes e o repórter fez uma pergunta que deixou as meninas constrangidas. A Baby falou:
- “Digam a verdade.”
As meninas não falaram nada, se entreolharam, incomodadas, procurando outra saída.
Baby insistiu:
- “A verdade sempre.”
Uma delas, então, falou, nas mínimas palavras que encontrou, o que o repórter queria saber, enquanto as outras praticamente se escondiam, de tanto incômodo.
Quando terminou a resposta, Baby sentenciou:
- “Elas são criadas assim: para dizerem sempre a verdade, por mais que seja difícil. Só se deve dizer a verdade.”
Não me lembro qual foi a pergunta... mas da situação não esqueci porque me fez pensar.
Sou adepta de se dizer a verdade sempre que possível, mas as pessoas são tão preconceituosas, tão críticas, tão invasivas, tão donas da verdade, tão mesquinhas no pensamento, rotulam com tanta facilidade e são tão cruéis nos julgamentos e nas sentenças, que nem todo mundo está preparado para lidar apenas com a verdade. Muitos não seguem as regras vigentes (já que as possibilidades do comportamento humano vão muito além destas normas tacanhas), fazem escolhas diferentes e, para evitar a rejeição ou a crítica social, mentem. Pode-se culpá-las? Não sei... Uns suportam as sentenças muito bem e/ou as ignoram, mas, para outros, elas são extremamente dolorosas... E, independentemente de críticas, muitas pessoas não gostam de dividir aquilo que consideram intimidade.
É uma questão complicada, que nos faz pensar em tantos possíveis motivos, situações e seus desdobramentos...
Só sei que, naquele momento, vendo a posição da Baby Consuelo e o imenso desconforto público das filhas, a obrigação da verdade (sem deixar nenhuma outra opção, nem a de se absterem), me pareceu uma prisão que incluía tortura.
(Continua)



Resposta a “A Verdade a Ver Navios”, de Gio.
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quinta-feira, 2 de abril de 2009

A Reserva do Cachorro da Lua - por Ana Maria Guimarães Ferreira

Finalmente encontro meus ancestrais: meu avô - Dente de Leão - um cara-pálida que ganhou este nome porque tratava dos dentes de seus irmãos brancos.
Meu tio Lata Lata - outro cara-pálida que ganhava a vida catando, nas matas e nas florestas, latinhas, ajudando assim a mãe natureza e auxiliando a despoluição do planeta Terra.
Meu pai - Grande Chefe Maruá - chefe por longos anos e a quem devo os ensinamentos que me fizeram acreditar que o homem branco, ou o cara-pálida, como ficamos sendo conhecidos, teríamos nossos direitos reservados e preservados e por isso lutou toda a sua vida.
Nossos direitos se estendiam do nosso quintal ao quintal do vizinho.
Tínhamos plantações produtivas de macaxeira, abóbora, chuchu, tomates, alface, manjericão e muitas outras.
Tínhamos ervas que curavam, ervas que nos ajudavam a respirar, que temperavam a carne de caça que comíamos à beira do fogão de lenha.
Nossas terras foram conquistadas em lugares distantes onde ninguém queria morar.
Afastadas das grandes moradas e onde um pequeno igarapé cortava e servia de divisória entre nossas terras.
Nossos terrenos eram pequenos, mas cabíamos nele. Nossos descendentes cresciam e faziam as suas casas dentro de nossas terras e éramos felizes. Éramos o clã da Grande Família.
E o local passou a ser conhecido como a Reserva do Cachorro da Lua.

Não tínhamos invasores. Nem arrozeiros, nem posseiros, nem fofoqueiros, nem maconheiros... todos ficavam longe da reserva, longe das nossas divisas.
Nossas terras não produziam petróleo, não tínhamos madeiras para cortar ou vender, não tínhamos minérios no chão. Tínhamos apenas a paz, a lua para ver e o cão para cuidar da reserva.
Assim vivemos felizes por muito tempo e numa grande nação.
Mas o tempo correu e os brancos foram se mesclando e surgiram novas tribos, novas etnias: os índios, os negros, os pobres, os sem-terra e muitas outras raças e nações.
Se aglomeravam, viviam em bandos, destruíam as plantações sob a égide de querer terras para plantar. A cada ano sentíamos que o ar se tornava mais e mais rarefeito.
Nossas crianças tossiam muito e cuspiam fumaça; não as do cachimbo da paz, mas outras...
Vieram outros cachimbos que destruíam as nações...
Nosso igarapé foi seco e nosso espaço foi sendo espremido e em seu lugar surgiu o grande destruidor - o aranha-céu - aquele que destruía a vista dos céus... e surgiam mais e mais, até que surgiu o grande aranha-céu: o shopping.
Nossa terra foi ficando pequena demais e fomos sendo empurrados, empurrados cada vez mais para longe da terra dos nossos ancestrais... Acabamos sob a ponte onde se aglomeravam vários clãs.... Não mais víamos a lua e os cães pararam de latir.
E nós, caras-pálidas da Reserva do Cão da Lua, viramos caras sem eira nem beira, sem lugar para ficar ou para morar... sem teto, sem morada.
Sem proteção...
Hoje não temos direito a mais nada. Nem latinhas para catar (existem as cooperativas), sem dentes para curar (existem os convênios); nada mais nos restou.Nossos direitos foram sendo tomados e hoje ficamos enjaulados em casas com grades e de lá ficamos vendo o mundo onde marginais caras-pálidas e de outras etnias dominam a nossa reserva, a nossa vida, inclusive a nós.
Nossa reserva não passa de um metro quadrado onde nos acotovelamos. Não temos mais a Lua que deu nome à reserva e nem os cães, pois a fome nos fez fazer deles o nosso alimento.
Assim, Grande Chefe Branco, escrevemos esta carta para que nos dê um local onde nós, caras-pálidas, que cultivamos, trabalhamos, pagamos impostos, possamos recomeçar a plantar, a acreditar e a viver de acordo com todas as tribos que foram privilegiadas e para que possamos ter os mesmos direitos que nossos ancestrais tiveram: de viverem em sociedade, de serem livres, de terem segurança, saúde, alimento e paz!



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segunda-feira, 30 de março de 2009

Guardados - por Adhemar

A verdade, depois de um tempo, aparece. Se revela. Às vezes fica esquecida num canto, num fundo qualquer de baú, debaixo de muita poeira. E alguém sempre assopra.

A verdade é uma amiga perversa. Está sempre certa. Às vezes se disfarça e espreita. Nem sempre é o atalho mas, ao contrário do crime, compensa.

A verdade é uma atleta, forte e vencedora. Mesmo quando perde permanece soberana e... Soberba. Aliás, é irmã da honra, do fio de bigode, do caráter e da vergonha na cara. É irmã da coragem...

A verdade é sempre completa, mesmo desconhecida ou apócrifa; às vezes está exilada, mas volta por cima, altiva. De quando em quando a verdade é herdeira da mentira.

A verdade é exata, matemática. Regida pelos astros, regular como as marés. A verdade está nas estrelas, no dia claro, nos temporais e na floresta.

Mas a verdade também é urbana, é filosófica e profunda. Nada mais humano do que uma boa verdade.
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Visitem Adhemar
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domingo, 1 de março de 2009

Entre o Céu e a Terra - por Alba Vieira

No sopé do morro corria desvairada
Da perseguição escapara ilesa.
Mas o que dizer sobre seu destino?
Este, implacável, a mantinha presa...

Vida, dura vida entre os aldeões,
Vida de mulher humilhada e triste,
Rechaçada, usada, nada de escola...
Melhor morrer que já não mesmo existe.

Mas se no peito ainda mora a esperança,
A mesma que tinha no tempo de criança,
Então resiste, luta e quer vencer,
Sabe quem é, não vai esmorecer.

Assim tem sido a vida da mulher:
Escapar, lutar, descobrir quem é,
Superar preconceitos, manter a confiança...
Ou não resistir, morrer de falta de esperança.


Inspirado no filme “Entre o Céu e a Terra”, de Oliver Stone.
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sábado, 28 de fevereiro de 2009

Verdade - por Raquel Aiuendi

Montanhas
Cheias de pequenas gentes
Douradas: Serras Peladas
Estampadas: lixões
Que diferença?
Qual o preço do humano?
Verdade
Só se pode dar valor
Ao que existe.
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