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Como exemplo de ciência pura nada melhor que a mecânica celeste, o grande modelo de ciência através do tempo. A história começa com Copérnico em 1543 que, no seu leito de morte, desvendou para o mundo a primeira cópia de seu longo trabalho De Revolutionibus. Os movimentos aparentes dos corpos celestes tinham sido observados e mapeados por milhares de anos antes, como padrões de esferas transparentes dentro de esferas transparentes, de ciclos e epiciclos para justificar uma teoria que colocava a Terra no centro do universo. Copérnico havia demonstrado que a maior parte da confusão se devia a posição equivocada da qual os eventos celestes eram observados. Ele colocou o Sol na posição central com os seis planetas, então conhecidos, em torno dele em órbitas circulares. A figura resultante era mais simples e convincente.
O polonês Copérnico foi sucedido pelo alemão Kepler, o qual encampou o sistema de Copérnico, mas quebrou o molde de ciclos e epiciclos que haviam sobrevivido da teoria do polaco. Kepler refutou as antigas harmonias e colocou em seu lugar as leis que levam seu nome. O mais importante que resultou das leis de Kepler: Os planetas, disse ele, se movimentam em órbitas elípticas, tendo o Sol em de seus focos, de tal forma que linha traçada do centro do planeta ao centro do Sol recobre áreas iguais em tempos iguais. Afirmando, dessa maneira, que os planetas se movimentam mais rápidos quando estão próximos do Sol e mais lentos quando distantes. As leis de Kepler prenunciavam as descobertas de Newton. Mas, antes de Newton, ainda temos o passo gigantesco dado por Galileu. Ele fez experiências com corpos em queda livre e descobriu que objetos com pesos diferentes caíam com a mesma velocidade. A trajetória das balas de canhão e a queda dos corpos também foram estudadas por Galileu. Ele demonstrou que a curva descrita pelos projéteis é um arco de parábola e que os corpos caem em movimento uniformemente acelerado. Segundo as biografias romanceadas do cientista, ele teria realizado um experimento que desmoralizou definitivamente a “física” aristotélica. Subindo ao alto da torre de Pisa, deixou cair, no mesmo instante, dois corpos esféricos de volumes e massas diferentes: uma bala de mosquete e outra de canhão. Contra as expectativas dos acadêmicos aristotélicos, que apostavam na vitória da bala de canhão e na derrota do cientista, os corpos chegaram rigorosamente juntos ao chão. Ele foi o primeiro a formular o resultado de suas experiências em termos matemáticos. Galileu e Kepler se correspondiam e trocavam figurinhas, porém jamais conjeturaram que as leis que tinham descoberto eram oriundas do mesmo fenômeno. Ambos já haviam falecido há muitos anos quando Newton descobriu essa relação.
Um século já havia passado da morte de Copérnico quando Newton nasceu, e quase meio século depois ele publicou seu Principia. O livro colocou, pela primeira vez, toda mecânica celeste sob uma lei matemática. Da queda de uma maçã na Terra ele derivou as revoluções da lua e relacionou com todas as leis que Kepler havia estabelecido para os demais corpos celestes. Tal descoberta completou o progresso intelectual começado por Copérnico há 150 anos. Newton reconheceu que devia suas descobertas aos cientistas que o precederam e, para homenageá-los, cunhou a sentença: "Se vi mais longe foi por estar de pé sobre ombros de gigantes".
A visão medieval do Universo era de um lugar com amplitude suficiente para acomodar a Terra com uma cúpula de estrelas servindo como tampa a uma distância conveniente. Essa confortável posição para a Terra agora estava ruindo. A Terra tinha sido arrancada do centro das coisas e relegada a uma posição periférica desimportante. A Terra, reduzida a uma partícula giratória ente milhões de outros corpos, mergulhou numa insignificância depressiva. Ao mesmo tempo, aquilo que circundava o homem ficou subordinado às mesmas leis que regiam o Universo. Não mais havia acaso, leis matemáticas governavam os fenômenos da vida, desde o cosmo até o interior dos átomos. Fácil perceber que o antropocentrismo também havia ruído como um castelo de cartas.
Foi assim que Sir Isaac Newton transformou radicalmente a perspectiva do Homo sapiens, e as pessoas sentiram, com certo exagero é claro, que a ciência havia elucidado os mistérios do Universo. Quando Newton faleceu muitas homenagens foram-lhe prestadas e recebeu a suprema honra de ser sepultado em Westminster com presença e reverência de grandes figuras do império onde o Sol nunca se punha. A Universidade de Cambridge erigiu uma estátua do cientista com a inscrição “Newton qui ingenio humanam gentem superavit” (“Newton aquele que mentalmente ultrapassou a humanidade”).
Bem além das fronteiras da ciência, a descoberta de Newton determinou o método em todos os campos de pensamento. Ainda mais, a rigorosa avaliação científica das leis de Newton progredia velozmente. Durante os cem anos que se seguiram à sua morte, os maiores matemáticos da época se engajaram no aprofundamento de suas leis. D’Alembert, Lagrange, Laplace e Hamilton, cada um por seu lado, revelou a profundidade e a elegância dessas leis.
E não foi tudo, quase ao mesmo tempo, uma outra grande transformação na mecânica teve origem na nova concepção de Einstein sobre tempo e espaço. As leis de Newton sobre gravidade e movimento foram combinadas num arranjo que veio incluir também as leis de forças elétricas descobertas anteriormente por Maxwell. Conclusões com riquezas de detalhes tem sido, deste então, tiradas da nova mecânica que, tudo indica, irá prosseguir moldando nossa visão de Universo cada vez mais. Newton construiu alicerces sólidos sobre os quais os cientistas que vieram a seguir podem construir um edifício consistente e durável.
Concluindo, a civilização como a conhecemos é fruto das descobertas, invenções, adaptações e conhecimentos do passado. Nada do que existe no presente está desvinculado das conquistas do tempo pretérito, nossa realidade está atrelada indissoluvelmente ao que o homem construiu ou desenvolveu na marcha de conquista do Planeta nos primórdios. Sob esse aspecto, Newton construiu nosso presente. JAIR, Floripa, 05/08/11.
O polonês Copérnico foi sucedido pelo alemão Kepler, o qual encampou o sistema de Copérnico, mas quebrou o molde de ciclos e epiciclos que haviam sobrevivido da teoria do polaco. Kepler refutou as antigas harmonias e colocou em seu lugar as leis que levam seu nome. O mais importante que resultou das leis de Kepler: Os planetas, disse ele, se movimentam em órbitas elípticas, tendo o Sol em de seus focos, de tal forma que linha traçada do centro do planeta ao centro do Sol recobre áreas iguais em tempos iguais. Afirmando, dessa maneira, que os planetas se movimentam mais rápidos quando estão próximos do Sol e mais lentos quando distantes. As leis de Kepler prenunciavam as descobertas de Newton. Mas, antes de Newton, ainda temos o passo gigantesco dado por Galileu. Ele fez experiências com corpos em queda livre e descobriu que objetos com pesos diferentes caíam com a mesma velocidade. A trajetória das balas de canhão e a queda dos corpos também foram estudadas por Galileu. Ele demonstrou que a curva descrita pelos projéteis é um arco de parábola e que os corpos caem em movimento uniformemente acelerado. Segundo as biografias romanceadas do cientista, ele teria realizado um experimento que desmoralizou definitivamente a “física” aristotélica. Subindo ao alto da torre de Pisa, deixou cair, no mesmo instante, dois corpos esféricos de volumes e massas diferentes: uma bala de mosquete e outra de canhão. Contra as expectativas dos acadêmicos aristotélicos, que apostavam na vitória da bala de canhão e na derrota do cientista, os corpos chegaram rigorosamente juntos ao chão. Ele foi o primeiro a formular o resultado de suas experiências em termos matemáticos. Galileu e Kepler se correspondiam e trocavam figurinhas, porém jamais conjeturaram que as leis que tinham descoberto eram oriundas do mesmo fenômeno. Ambos já haviam falecido há muitos anos quando Newton descobriu essa relação.
Um século já havia passado da morte de Copérnico quando Newton nasceu, e quase meio século depois ele publicou seu Principia. O livro colocou, pela primeira vez, toda mecânica celeste sob uma lei matemática. Da queda de uma maçã na Terra ele derivou as revoluções da lua e relacionou com todas as leis que Kepler havia estabelecido para os demais corpos celestes. Tal descoberta completou o progresso intelectual começado por Copérnico há 150 anos. Newton reconheceu que devia suas descobertas aos cientistas que o precederam e, para homenageá-los, cunhou a sentença: "Se vi mais longe foi por estar de pé sobre ombros de gigantes".
A visão medieval do Universo era de um lugar com amplitude suficiente para acomodar a Terra com uma cúpula de estrelas servindo como tampa a uma distância conveniente. Essa confortável posição para a Terra agora estava ruindo. A Terra tinha sido arrancada do centro das coisas e relegada a uma posição periférica desimportante. A Terra, reduzida a uma partícula giratória ente milhões de outros corpos, mergulhou numa insignificância depressiva. Ao mesmo tempo, aquilo que circundava o homem ficou subordinado às mesmas leis que regiam o Universo. Não mais havia acaso, leis matemáticas governavam os fenômenos da vida, desde o cosmo até o interior dos átomos. Fácil perceber que o antropocentrismo também havia ruído como um castelo de cartas.
Foi assim que Sir Isaac Newton transformou radicalmente a perspectiva do Homo sapiens, e as pessoas sentiram, com certo exagero é claro, que a ciência havia elucidado os mistérios do Universo. Quando Newton faleceu muitas homenagens foram-lhe prestadas e recebeu a suprema honra de ser sepultado em Westminster com presença e reverência de grandes figuras do império onde o Sol nunca se punha. A Universidade de Cambridge erigiu uma estátua do cientista com a inscrição “Newton qui ingenio humanam gentem superavit” (“Newton aquele que mentalmente ultrapassou a humanidade”).
Bem além das fronteiras da ciência, a descoberta de Newton determinou o método em todos os campos de pensamento. Ainda mais, a rigorosa avaliação científica das leis de Newton progredia velozmente. Durante os cem anos que se seguiram à sua morte, os maiores matemáticos da época se engajaram no aprofundamento de suas leis. D’Alembert, Lagrange, Laplace e Hamilton, cada um por seu lado, revelou a profundidade e a elegância dessas leis.
E não foi tudo, quase ao mesmo tempo, uma outra grande transformação na mecânica teve origem na nova concepção de Einstein sobre tempo e espaço. As leis de Newton sobre gravidade e movimento foram combinadas num arranjo que veio incluir também as leis de forças elétricas descobertas anteriormente por Maxwell. Conclusões com riquezas de detalhes tem sido, deste então, tiradas da nova mecânica que, tudo indica, irá prosseguir moldando nossa visão de Universo cada vez mais. Newton construiu alicerces sólidos sobre os quais os cientistas que vieram a seguir podem construir um edifício consistente e durável.
Concluindo, a civilização como a conhecemos é fruto das descobertas, invenções, adaptações e conhecimentos do passado. Nada do que existe no presente está desvinculado das conquistas do tempo pretérito, nossa realidade está atrelada indissoluvelmente ao que o homem construiu ou desenvolveu na marcha de conquista do Planeta nos primórdios. Sob esse aspecto, Newton construiu nosso presente. JAIR, Floripa, 05/08/11.