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05 janeiro, 2014



À Martha Galrão

Nunca aprendi a mergulhar sem fechar o nariz. Morro de medo de alma até hoje. Pular da ponte? Nem pensar! Mas, vi Olímpio fazê-lo de cabeça. O belíssimo chalé dos Rodrigues, próximo à minha casa, fora construído onde outrora houvera um cemitério. Diziam! Quando em minha meninice eu precisava passar em frente, à noite, a carreira era mais veloz que um raio. Do sol? Da lua? O pior foi que era quase todo dia. Na Rua de Baixo esteve a poesia.

Por que estou falando tudo isso? Porque minha primeira leitura em 2014, no primeiríssimo dia, foi Muadiê Maria, de Martha Galrão, que espicaçou lembranças. "Eu não poderia ser água, pedra, flor ou passarinho? Quem foi que me enrolou na xale da doida?". E Martha ainda inventou que "indelicadamente eu piso sobre a minha sombra".
E no primeiro dia ainda li um pouco do Fim, de Fernanda Torres. De início não me pegou pelo pé, mas parece que vai pegar. Aí fui para Affonso Manta, na Antologia Poética selecionada por Ruy Espinheira, que em "O louco", diz: trago uma flor no bolso de dentro do paletó/para ofertar ao sorriso mais inocente da cidade. E em "O aprendiz"? Ele diz que "tenho apenas algumas folhas de papel na alma/e uma vontade - digamos, mansa -/de hipnotizar borboletas".
Depois corri para "A chuva de Maria", de novo com Martha Galrão, para saber como seria que ela "queria ser só o que flutua: pena, flauta, balão".
Somente então desci em 2014, pois o ano anterior me deixara muito cansado, apesar de alguns momentos bons, como o dia em que dividira uma horinha com Martha, na Praça da Poesia, sob o comando de José Inácio.

Luiz Augusto Feitoza Ferraz









16 novembro, 2013




Hoje eu recebi uma carta muito especial. De uma amiga de Salvador/BA onde tenho meus melhores amigos virtuais. Martha Galrão é poeta. Não uma qualquer. É a minha preferida. 
Tenho que confessar que sua poesia me arrebatou muito antes de conhecê-la. Já pude dizer isso para ela. Antes que eu me esqueça, ela edita o blogue http://mariamuadie.blogspot.com.br/. Cheguei até ele por blogueiros amigos em comum. Eu, muitos não sabem, fiquei mais de três anos nesse maravilhoso mundo dos blogues, onde pude conhecer pessoas maravilhosas, o que me ajudou a lidar com minha depressão.
Eu visitava o Maria Muadiê todo dia. Li tudo que ela escreveu desde o início. E assim foi que me apaixonei pela sua escrita, antes até de conhecer seu rosto. Hoje sou apaixonado pela amiga Martha. Mas apaixonados mesmo são Martha e Haroldo, seu marido. Uma cumplicidade para poucos. Linda.
Toda essa justificada babação é pra te agradecer, Martha, pelo carinho de ter me enviado essa carta. Nela reencontro os textos autobiográficos que, embora não sejam poesias, possuem a mesma beleza poética, o lirismo e a mesma cadência delas.
Obrigado mesmo!

Em tempo: Martha já participou de 2 Antologias Poéticas, publicou o livro de poesias A Chuva de Maria (está na minha cabeceira desde sempre) e agora esse Muadiê Maria. Quero mais, Martha!


Celso





11 novembro, 2013


Um pedacinho do presente que ganhei. Me arrepiei, me emocionei, assim que comecei a ler, quantas lembranças boas.Obrigada amiga pelo maravilhoso presente estou no inicio da leitura e sei que a emoção vai rolar solta.

"A casa por onde passava o rio só tinha uma janela. A frente da casa era a livraria. Que eu amava. Nessa livraria não se vendia livros mas canetas, adesivos e papéis. O vizinho, seu Ercínio, criava a Araponga. Quem ouve o canto da Araponga jamais esquece."

Sandra

Chorei so de imaginar!!! Quem escreveu esse livro? As famosas arapongas de painho... Saudade desse tempo bom na minha Amada Ubaira. Aonde compro esse livro minha Irma?
Vana




28 setembro, 2013




TEMOR DE HOJE

Se eu for falar para Martha Galrão de meu pai
Temo ter que ter a eternidade.
Temor que vira amor
Ao ouvir sobre pai dela na praia.

Tem amor!
Setembro!

Luís Carlos de Oliveira

19 setembro, 2013


Relançamento dos livros Muadiê Maria,de Martha Galrão e Alforrias, de Rita Santana, no Palacete das Artes.

No dia em que começa oficialmente a primavera, sábado, 21 de setembro, o jardim do Palacete das Artes, na Graça, será palco do relançamento dos livros “Muadiê Maria”, de Martha Galrão e “Alforrias”, de Rita Santana. O relançamento dos livros das duas poetas baianas acontece dentro da programação de mais uma edição do projeto Trocando Palavras. 
Maudiê Maria é o segundo livro de Martha Galrão, fruto das postagens publicadas em seu blog, de nome homônimo. A experiência de publicar em blog tem entre os seus aspectos positivos, o contato direto com os leitores, que assim podem deixar comentários sobre a obra de Martha, como fez a professora e ensaísta pernambucana Claudia Cordeiro, “Li "Cartas Bahianas" de Martha Galrão, em bela e criativa edição. O livro tem poucas páginas, mas é denso demais para ter outras, porque Marthinha tem mania de comover verticalmente, até o mais profundo de nossos abismos, hospedeira que é da poesia em verso ou em prosa”. 
Lançado em maio deste ano Muadiê Maria, integra as “Cartas Bahianas”, da Editora P55, coleção que vem lançando os principais nomes da literatura baiana atual. “O livro de Martha é uma autobiografia, um diário, poemas, uma história real ou inventada? Nada disto e tudo isto”, classifica o idealizador da coleção, Claudius Portugal.
Alforrias, de Rita Santana, Editora EDITUS, recebeu do jornalista Marcos Navarro os mais rasgados elogios. Para Navarro o livro retrata o momento em que o amor vai à forra. “Há uma diferença sutil entre o poeta que milita e aquele que devaneia com a poesia. Não que uma perspectiva de expressão possa anular a outra. Muitas vezes a militância e o devaneio caminham juntos. Em outras ocasiões, o devaneio vira militância. Entretanto, desfeito o jogo de palavras, fica claro quando o autor abraça o tema a ponto de tornar-se patente o seu engajamento, até mesmo nas entrelinhas do poema. Tal impressão me saltou aos olhos ao contemplar Alforrias, o mais recente livro de poesia da atriz e escritora Rita Santana.”


25 agosto, 2013


Li "Cartas Bahianas" de Martha Galrão, em bela e criativa edição. O livro tem poucas páginas, mas é denso demais para ter outras, porque Marthinha tem mania de comover verticalmente, até o mais profundo de nossos abismos, hospedeira que é da poesia em verso ou em prosa. Parabéns, querida Martha.

Claudia Cordeiro




19 agosto, 2013



Martha: recebi e li seu livro. Vou escrever aqui o que ele me fez sentir: eu me emocionei muito, cheguei a chorar em algumas passagens. Seu livro é pura emoção. Que bom que vc registrou tantos momentos intensos de sua vida e soube sentir tais momentos em sua plenitude. Adorei, Martha. Dava, inclusive, para participar, tal é sua capacidade de expressão. Foi uma leitura que me arrastou para dentro das páginas, mergulhei na sua vida.
Obrigada, Martha. E parabéns pelo talento. Bjo grande de G


ah Martha.................... 
minha amiga. minha poeta tão amada.
Tô lendo seu livro. Lendo bem devagar, pra aproveitar as palavras. 
Pra ele não acabar tão rápido. 
Você sou eu em tantas frases... 
Tá lindo, querida!!! Me causou sorrisos, suspiros, sentimentos e MUITO ORGULHO DE VOCÊ. E Já tô ansiando pelo próximo.

Alê


Querida, já li, reli treli sua obra de arte!
PARABÉNS!!!
Que o fluxo verbal continue vigoroso e que continue entregando ao mundo sua sensibilidade, que tanto nos ajuda a viver.
Bjos, carinho e, mais uma vez, tim-tim!!

Et. Para divulgação : Em qual livraria está sendo comercializado?
L.B.



26 junho, 2013



"Ramon é piromaníaco", por isso deu para o mundo uma filha que possui as nuances do fogo: Martha aquece, incendeia, clareia, guia, ferve... e nisso tudo se consome, ao mesmo tempo em que vai renascendo, das cinzas.
O mundo seria menos belo, sem você, Galrão!
Obrigada pela encantadora leitura, nessa tarde junina!

Daiane

Marthinha, fiquei encantado com o seu livro Muadiê Maria. Simples e belo porque impregnado de histórias de muitas gentes. A sua forma de depurar os sentimentos com as palavras me comoveu a cada página. Beijos

Caubi

25 junho, 2013



Existem pessoas que entram em nossas vidas por acaso e por acaso permanecem como se fossem amiga antiga, daquelas que guardamos com bem-querência e para sempre guardadas estarão.Com a Martha Galrão foi assim. Cada vez que penso nela uma imagem/palavra se projeta (acalanto, candeeiro, olho de chama de vela, fonte, ventre, nascente, relampejar, lanternas do mar).
Na rede, entre o ir e vir , seus poemas bailam, sua escrita cativa. Dá vontade de ler pouquinho para não terminar, dá vontade de ler rápido para tudo guardar.
Dá vontade de escrever uma carta e mandar...

Sônia

18 junho, 2013




18 de junho de 2013

MUADIÊ MARIA - O NOVO LIVRO DA MARTHA

O novo livro de Martha Galrão, uma carta bahiana bem bonita:


A minha avó Mariazinha era uma cabocla bem magrinha. Com os óculos na cabeça, ela perguntava: onde estão meus óculos, você viu?
Ela tinha uma parreira no quintal e fazia saquinhos de pano para proteger as uvas dos passarinhos.
Seu nome de batismo era Maria Salomé. Gostava de medicar as pessoas, uma vez pingou remédio pra ouvido nos olhos de alguém. E deu certo.
Católica convicta, ficou doida atrás de seu Santo Antônio, uma miniatura marrom. Achou no quarto de Lito, perfilado entre os soldados em guerra no Forte Apache.
Em um dos quartos da grande casa, tinha um nicho lindo, com muitos santos e velas. Lá, rezava todas as noites, pedindo que nada faltasse aos filhos, mas que nunca ficassem ricos. Era tão amiga dos santos, que até hoje nem um bisneto conseguiu enriquecer...
Brigou com Zé Fernando, meu primo, porque chupava um picolé em dia de chuva, mas emendou na mesma frase: "Com um frio desse, menino! Me dá um pedaço ...."
A minha vó trabalhava no correio da cidade de Ubaíra. Eu ficava fascinada com tanta correspondência. Não tenho palavras pra descrever essa emoção de estar no correio onde minha avó trabalhava, na intimidade de quem toca todas as cartas.
A minha avó Mariazinha queria que eu fosse uma boa menina. Ainda sofro até hoje por não saber ser assim tão boazinha. O meu pai sempre falava: dona Mariazinha era uma santa!

Eu enjoada, vomitando a alma, deitada no colo da minha avó. A minha avó fazendo o sinal da cruz onde afligia e dizendo: Nossa Senhora passou por aqui com seu cavalinho comendo capim.

Martha Galrão (Brasil - Bahia)

Namibiano

http://coresepalavras.blogspot.co.uk

...

Lendo aqui o livro Maria Muadiê, veio a imagem de minha avó Etelinda, que incumbida de anunciar a morte da vizinha a uma amiga, buscando palavras certas que nunca aparecem nesse momento, aproximou-se da amiga e perguntou: que vc faria se dona Fulana morresse? A outra; Nada... Pois então faça nada. Ela morreu... a amiga ficou estatelada, olhando minha avó, que virou-se e foi embora...

Luciana 

16 junho, 2013



Martha Galrão, querida, li seu livo logo quando cheguei em casa. Fiquei encantada! 
No outro dia, levei-o para sala de aula e compartilhei com os nossos alunos sobre o livro, sobre você e sobre o meu encantamento. Ficou como dica cultural!
Engraçado foi que em duas salas que compartilhei perguntaram:
Lu, ela era a pró poeta que tinha aqui no Marista? 
Linda esta lembrança! Com certeza, você deixou nos alunos uma lembrança e lição mais que especial: a arte!

Luísa  


...
Martha, li seu livro é me emocionei com a prosa do seu texto cheio de infância, causos e lembranças de uma intimidade familiar, mas que transcende o universo particular e atinge uma amplitude que uma geração inteira se reconhece e reedita suas próprias memórias. Viajei! Ah! E quanta poesia!!! Parabéns, querida!


Kátia


...

Numa manhã chuvosa de Domingo como essa,em tempos de Copa das Confederações e total imobilidade urbana,nada melhor do que permanecer sob os lençois e reler esse delicioso Muadiê Maria e descobrir O Que Pode Desabar:
Aguaceiro
Casa
Mundo
Martha
Alex 
...

Bjosss,Mart(h)inha!!

15 junho, 2013


Detesto ir a salão de beleza por conta da demora no atendimento, mas hoje nem me importei tanto com isso. Fiquei tão envolvida lendo as Reminiscências e Confidências (me identifiquei com a memória da menina malcriada e com a saudade do pai que ensinou tanta coisa marcante) do livro Muadiê Maria, de Martha Galrão, que até me aborreci porque a manicure chamou meu nome bem na hora que ia começar a ler 'Avós'. Martinha, seu livro me despertou uma saudade danada de minha infância, de meu pai e de tanta coisa boa que vivi. Derramei lágrimas no salão por sua causa e sei que derramarei mais antes de findar a leitura. Só você mesma pra fazer eu me sentir assim.


Joelma

Muadiê Maria

“Nasci na maré de março.
E um dia, na praia da Pituba,
as ondas estavam bravíssimas e altas.
Feito um bicho, veio a maior de todas,
As pessoas saíram correndo da água.
Ficamos apenas eu e meu pai. Juro
que é verdade.
Só nós dois no mar, em frente aquela onda gigantesca”.

Recebemos ontem, pelos Correios, o belo livro de Martha Galrão, Muadiê Maria. Estou aqui deslumbrada com a simplicidade, o lirismo e a beleza das palavras dessa escritora que, nesse livro da Coleção Cartas Baianas da Editora P55, nos presenteia com preciosidades da sua memória, como no trecho – belíssimo – em que ela e o pai enfrentam uma onda gigantesca na praia da Pituba.
O pai, a filha e a onda: metáfora maior para o ensinamento da beleza. Ensinamento esse que Martha soube receber e multiplicar em poemas.
Obrigada, Martha.
Um beijo.

Mônica Menezes

09 maio, 2013





Dispersos
...

Vou ali chorar e volto.
Juntarei minhas mãos em concha
depositarei lágrimas, com cuidado, até as bordas
e entregarei à terra.
Desse encontro vingará
a cabeceira do rio.

Seu leito não aceitará cuidados
pois é mais forte que eu.
Sulcos de lodo e segredos,
matas de alegria, pedras indomáveis,
sedimentos de saudade e amores mal acabados.

Amanhã chorarei de novo
depois de amanhã também
para alimentar seu curso
de água, sal, sofrimento.
Nesse rio caudaloso
banharei o transtorno, a urgência,
a virulência do sentimento.

Em sua foz,
um dia,
me deitarei
e morte.

Martha 

A Chuva de Maria

A Chuva de Maria

Muadiê Maria

Muadiê Maria