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quinta-feira, julho 12, 2012

Tu Ti Tu Tu Tu Tu ...


Na sua recente visita aos Estados Unidos, Miguel Relvas e respectiva comitiva hospedaram-se num luxuoso hotel.

Ao fim da tarde Miguel Relvas pega no telefone, liga ao serviço de quartos e diz:
- TU TI TU TU TU TU.

A funcionária não compreende o que quer dizer Miguel Relvas e, pensando que se trata de uma mensagem cifrada, avisa o FBI.

Num ápice, apresentam-se dois agentes do FBI que, postos ao corrente de tudo, mas não conseguindo decifrar a mensagem, decidem chamar a CIA.

Os serviços secretos mandam dois agentes ao hotel, os quais começam logo a investigar e a tentar decifrar a mensagem, mas sem qualquer resultado.

Entretanto, Miguel Relvas volta a telefonar e todos o ouvem repetir:
- TU TI TU TU TU TU.

Desesperados, os agentes resolvem recorrer ao tradutor oficial da Embaixada dos EUA em Portugal.

Um caça supersónico do Pentágono desloca-se ao aeroporto de Figo Maduro, e o tradutor é conduzido, sem mais delongas, aos Estados Unidos.

Chegado ao hotel e posto ao corrente da situação, o tradutor disfarça-se de criado, vai aos aposentos de Miguel Relvas e......descobre o mistério:

O Ministro português queria dizer, no seu inglês técnico (da Universidade Lusófona):
- TWO TEA TO 222 !!!!

quinta-feira, maio 24, 2012

Pingo Doce - uma verdade incoveniente


A jogada do Pingo Doce e a alienação da população no seu melhor... pior, só a iminência dum conflito armado.

Com o saco cheio, foram cantando e rindo, mas tesos para o resto do mês.

A jogada Pingo Doce

O Pingo Doce deve ter arrecadado à volta de 90 milhões de euros em poucas horas em capitalização de produtos armazenados.

De onde saiu o dinheiro: algum do bolso, mas grande parte saiu das contas bancárias por intermédio de cartões.
Logo, os bancos vão acusar a saída de tanto dinheiro em tão pouco espaço de tempo, no principio do mês, em que os bancos contam com esse dinheiro nas contas, para se organizarem com ele. Mas, ainda ganham algum porque alguns compraram a crédito.

Ora, se o Pingo Doce pedisse esse dinheiro à Banca iria pagar, digamos a 5%, em 5 anos, 25% da quantia. Assim não paga nada. O povo deu-lhe boa parte do seu ordenado a troco de géneros. Alguns vão ver-se à rasca porque com arroz não se paga a electricidade.

O resto, 75% da quantia aparentemente "oferecida", distribuiu-se assim:
1 - Uma parte dos produtos (talvez 20 a 25%) devem estar a chegar ao fim do prazo de validade. Teriam de ser amortizados como perdas e lançados ao lixo. Enquanto não fosse lixo seria material que entraria como existência, logo considerado como ganho e sujeito a impostos. Assim poupam-se impostos, despesas de armazenamento (logística, energia, pessoal) e o povinho acartou o lixo futuro.

2 - Outra parte (10 -15%) seria vendida com os habituais descontos de ocasião e as promoções diárias. Uma parte foi ainda vendida com lucro, apesar do "desconto".

3 - O Pingo Doce prescinde ainda de 30 a 40 % do que seria lucro  por motivos de estratégia empresarial a saber:
- Descartar-se da concorrência das pequenas empresas. Quem comprou para dois meses, não vai às compras nesse mesmo tempo.

- Aumentar a clientela que agora simpatiza com a cadeia "benfeitora".

- Criar uma situação de monopólio ao fazer pressão sobre os preços dos produtores (que estão à rasca e muitos são espanhóis) para repor os novos stocks em grande quantidade.

- Transpor já  para euros parte do capital parado em armazém e levá-lo do país uma vez que a Sede da Empresa está na Holanda. Não vá o diabo tecê-las e isto voltar ao escudo nos próximos tempos o que levou já J. Martins a passar a empresa para a Holanda.

- Diminuir com isto o investimento em Portugal, encurtar a oferta de produtos, desfazer-se de algum armazém central e com isso despedir alguns funcionários. O consumo vai diminuir no futuro e o Estado quer "imposto de higiene" pago ao metro quadrado.

- Poupança em todo o sistema administrativo e em publicidade. A comunicação social trabalhou para eles.

Mesmo que tudo fosse ilegal, a multa máxima para Dumping é de 15 a 30.000 Euros, para o resto não há medidas jurídicas. Verdadeiramente isto são "Peanuts" em sacos de Pingo Doce, empresa do homem mais rico de Portugal. A ASAE irá só apresentar serviço.

E o governo o que faz? Até agora calou-se. Se calhar sabia da manobra.

segunda-feira, maio 14, 2012

Os Ludibrias

I

As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

II

E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

III

Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

IV

E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!

    Luiz Vaz Sem Tostões

quinta-feira, maio 10, 2012

Banco Central Europeu - explicado como se fosse às crianças

O QUE É O BANCO CENTRAL EUROPEU (BCE)?
O BCE é o banco central dos Estados da UE que pertencem à zona euro, como é o caso de Portugal.

E DE ONDE VEIO O DINHEIRO DO BCE?
O dinheiro do BCE, ou seja o capital social, é dinheiro de nós todos, cidadãos da UE, na proporção da riqueza de cada país.
Os 17 países da UE que aderiram ao euro entraram no conjunto com 70% do capital social e os restantes 10 dos 27 Estados da UE contribuiram com 30%.
Assim, à Alemanha correspondeu 20% do total.

E É MUITO, ESSE DINHEIRO?
O capital social era 5,8 mil milhões de euros, mas no fim do ano passado foi decidido fazer o 1º aumento de capital desde que há cerca de 12 anos o BCE foi criado.
Este aumento era em três fases. No fim de 2010, no fim de 2011 e no fim de 2012 até elevar a 10,6 mil milhões o capital do banco.

ENTÃO, SE O BCE É O BANCO DESTES ESTADOS PODE EMPRESTAR DINHEIRO
A PORTUGAL, OU NÃO?
COMO QUALQUER BANCO PODE EMPRESTAR DINHEIRO A UM OU OUTRO DOS SEUS ACCIONISTAS.
Não, não pode.

PORQUÊ?!
Porquê? Porque... porque, bem... são as regras.

ENTÃO, A QUEM PODE O BCE EMPRESTAR DINHEIRO?
A outros bancos, a bancos alemães, bancos franceses ou portugueses.

AH PERCEBO, ENTÃO PORTUGAL, OU A ALEMANHA, QUANDO PRECISA DE DINHEIRO
EMPRESTADO NÃO VAI AO BCE, VAI AOS OUTROS BANCOS QUE POR SUA VEZ VÃO AO BCE.
Pois.

MAS PARA QUÊ COMPLICAR? NÃO ERA MELHOR PORTUGAL OU A GRÉCIA OU A ALEMANHA IREM DIRECTAMENTE AO BCE?
Bom... sim... quer dizer... em certo sentido... mas assim os banqueiros não ganhavam nada nesse negócio!

AGORA NÃO PERCEBI!!..
Sim, os bancos precisam de ganhar alguma coisinha. O BCE, de Maio a Dezembro de 2010, emprestou cerca de 72 mil milhões de euros a países do euro, a chamada dívida soberana, através de um conjunto de bancos, a 1%, e esse conjunto de bancos emprestaram ao Estado português e a outros Estados a 6 ou 7%.

MAS ISSO ASSIM É UM "NEGÓCIO DA CHINA"! SÓ PARA IREM A BRUXELAS BUSCAR O
DINHEIRO!
Não têm sequer de se deslocar a Bruxelas. A sede do BCE é na Alemanha, em Frankfurt. Neste exemplo, ganharam com o empréstimo a Portugal uns 3 ou 4 mil milhões de euros.

ISSO É UM VERDADEIRO ROUBO... COM ESSE DINHEIRO ESCUSAVA-SE ATÉ DE CORTAR NAS PENSÕES, NO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO OU DE NOS TIRAREM PARTE DO 13º MÊS.
As pessoas têm de perceber que os bancos têm de ganhar bem, senão como é que podiam pagar os dividendos aos accionistas e aqueles ordenados aos administradores que são gente muito especializada.

MAS QUEM É QUE MANDA NO BCE E PERMITE UM ESCÂNDALO DESTES?
Mandam os governos dos países da zona euro. A Alemanha em primeiro lugar que é o país mais rico, a França, Portugal e os outros países.

ENTÃO, OS GOVERNOS DÃO O NOSSO DINHEIRO AO BCE PARA ELES EMPRESTAREM AOS BANCOS A 1%, PARA DEPOIS ESTES EMPRESTAREM A 5 E A 7% AOS GOVERNOS QUE SÃO DONOS DO BCE?
Bom, não é bem assim. Como a Alemanha é rica e pode pagar bem as dívidas, os bancos levam só uns 3%. A nós ou à Grécia ou à Irlanda que estamos de corda na garganta e a quem é mais arriscado emprestar, é que levam juros a 6%, a 7 ou mais.

ENTÃO NÓS SOMOS OS DONOS DO DINHEIRO E NÃO PODEMOS PEDIR AO NOSSO PRÓPRIO BANCO!...
Nós, qual nós?! O país, Portugal ou a Alemanha, não é só composto por gente vulgar como nós. Não se queira comparar um borra-botas qualquer que ganha 400 ou 600 euros por mês ou um calaceiro que anda para aí desempregado, com um grande accionista que recebe 5 ou 10 milhões de
dividendos por ano, ou com um administrador duma grande empresa ou de um banco que ganha, com os prémios a que tem direito, uns 50, 100, ou 200 mil euros por mês. Não se pode comparar.

MAS, E OS NOSSOS GOVERNOS ACEITAM UMA COISA DESSAS?
 Os nossos Governos... Por um lado, são, na maior parte, amigos dos banqueiros ou estão à espera dos seus favores, de um empregozito razoável quando lhes faltarem os votos.

MAS ENTÃO ELES NÃO ESTÃO LÁ ELEITOS POR NÓS?
Em certo sentido, sim, é claro, mas depois... quem tem a massa é quem manda. É o que se vê nesta actual crise mundial, a maior de há um século para cá.
Essa coisa a que chamam sistema financeiro transformou o mundo da finança num casino mundial, como os casinos nunca tinham visto nem suspeitavam, e levou os EUA e a Europa à beira da ruína. É claro, essas pessoas importantes levaram o dinheiro para casa e deixaram a gente como nós, que tinha metido o dinheiro nos bancos e nos fundos, a ver navios. Os governos, então, nos EUA e na Europa, para evitar a ruína dos bancos tiveram de repor o dinheiro.

E ONDE O FORAM BUSCAR?
Onde havia de ser!? Aos impostos, aos ordenados, às pensões. De onde havia de vir o dinheiro do Estado?...

MAS METERAM OS RESPONSÁVEIS NA CADEIA?
Na cadeia? Que disparate! Então, se eles é que fizeram a coisa, engenharias financeiras sofisticadíssimas, só eles é que sabem aplicar o remédio, só eles é que podem arrumar a casa. É claro que alguns mais comprometidos, como Raymond McDaniel, que era o presidente da Moody's, uma dessas agências de rating que classificaram a credibilidade de Portugal para pagar a dívida como lixo e atiraram com o país ao tapete, foram... passados à reforma. Como McDaniel é uma pessoa importante, levou uma indemnização de 10 milhões de dólares a que tinha direito.

E ENTÃO COMO É? COMEMOS E CALAMOS?
Isso já não é comigo, eu só estou a explicar...

quarta-feira, maio 02, 2012

Pingo a Pingo enche a galinha o papo



Segundo aquilo que vem sendo publicado nas noticias ontem foi dia de muita assáfama para os lados do Pingo Doce. Curiosamente nem tinha notado nada e se não fossem as indicações do acontecimento por parte de uns amigos a referida campanha até me tinha passado ao lado.

Verdade seja dita que a campanha passou-me mesmo ao lado, porque eu não fui para os lados destas superficies comerciais e nem tinha intenção de lá ir.

Um representante da empresa confirmava ontem à Lusa a “enorme afluência nas lojas de norte a sul do país” e o “entusiasmo e a euforia dos nossos clientes, que precisam de campanhas como esta e valorizam boas oportunidades de negócio" (in RTP.pt)
 Quem é que foi o mais beneficiado com esta campanha? O povo? O grupo?
Não se iludam, certamente que o grupo Jerónimo Martins foi muito mais beneficiado do que a população, que foi, parecendo que estavam perto de uma guerra nuclear, fazer compras que apenas serviram para esgotamento de stocks.

Ah e tal mas tudo o que eu comprei faz-me falta ...
Claro que sim, e o que não fizer falta a malta inventa qualquer coisa para justificar a compra.

Ah e tal mas tudo o que eu comprei tem prazos alargados e acabo por consumir ...
Claro que sim, mas de certeza não havia necessidade de comprar agora e se formos olhar com atenção os preços até subiram uns cêntimos em alguns produtos o que potenciou apenas mais a margem de lucro.

Pela minha parte eu agradeço a afluência das pessoas ao Pingo Doce no dia de ontem. Pode ter passado ao lado de algumas pessoas mas eu não deixo escapar estas coisas.
É que ontem foi dia 01 de Maio, dia do Trabalhador.

Os trabalhadores do Pingo Doce agradecem a todas as pessoas o facto de lhes terem proporcionado um dia do trabalhador digno do nome, cheio de trabalho, com muita confusão, longo q.b. a ponto de chegarem a casa e nem vontade terem de comer um caracolinho com a familia.

E eu, pela parte que me toca, agradeço o facto de terem ido para o Pingo Doce, fazerem longas filas para entrar, para pagar, confusão nos corredores, e assim me proporcionarem mais facilidade nas compras dos próximos dias. E também por terem permitido que tenha ido comer caracois sem ter de aturar as filas e as confusões normais neste dia, que foi realmente de descanso.

quinta-feira, abril 26, 2012

Carta aberta ...

Carta Aberta ao Primeiro-Ministro e Ministros da Economia e das Finanças

Srs. Governantes de Portugal,

Sou uma técnica administrativa, de uma empresa pública de transportes da área metropolitana de Lisboa (que está prestes a ser destruída), sou possivelmente uma candidata séria ao desemprego, pois aquilo que está previsto para esta área é bastante preocupante. Aufiro um vencimento que
ronda os 1100€ (líquido), tenho 36 anos e "visto a camisola" da minha empresa desde os 19 anos.

Tenho o 12º ano de escolaridade, porque na época em que estudava os meus pais, que queriam o melhor para mim, não tinham possibilidade de me pagar uma universidade, por isso tive de ingressar cedo no mercado de trabalho, investi na minha formação e tirei alguns cursos para evoluir, continuo a
ambicionar tirar um curso superior. Pensava efectuar provas no próximo ano, para tentar ingressar numa universidade pública, faria um sacrifício para pagar as propinas (talvez com o dinheiro que recebesse do IRS, conseguisse pagá-las), mas realizaria um sonho antigo.

Comprei casa há uns anos (cerca de 7 anos), consciente de que conseguia pagar a dívida que estava a contrair, nessa altura era possível e de acordo com a lógica de evolução das coisas, a minha vida melhoraria gradualmente, este era o meu pensamento e julgo que partilhado pela maioria dos
portugueses. Não vivo, nem nunca vivi acima das minhas possibilidades. Tenho um carro de 1996, porque sou contra o endividamento e achei sempre que não podia dar-me ao luxo de ter um carro melhor, confesso que já me custa conduzir aquela lata velha, mas peço todos os dias para que não me deixe ficar mal, esse carro foi comprado a pronto, custou-me cerca de 1.000€, que paguei com um subsídio de férias ou de natal, direito alienável de qualquer trabalhador. Esses subsídios permitem-me pagar o condomínio, os seguros de carro e casa, o IMI ou outras despesas extra com as quais
não estou a contar (como por exemplo a oficina, quando a lata velha resolve avariar).

Até hoje paguei sempre as minhas contas a tempo e horas. Tenho um cartão de crédito que a banca me ofereceu, mas que nunca utilizo, porque sou consciente dos juros exorbitantes que são cobrados e tenho exemplos de que não se deve gastar o que não se tem. Não pago qualquer prestação para além
da casa, se não tiver dinheiro, não efectuo a compra. Isto tudo para dizer, que não devo, nem nunca devi nada a ninguém. Pago todos os meus impostos, portagens, saúde, alimentação, água, luz, gás, gasolina, etc. Não tenho filhos, e hoje dou graças a deus, porque não sei em que condições
viveriam se os tivesse.

Esta pequena introdução sobre a história da minha vida, que acho que não interessa a ninguém, mas apenas a mim, serve para que percebam a minha realidade, que certamente é a realidade de milhares de portugueses, haverá uns em situação muito pior e alguns em situação bem melhor. Mas posso
servir bem, como um pequeno exemplo ilustrativo, para aqueles que governam um país, que por acaso tem pessoas, algo que me parece muitas vezes ser esquecido.

É esta a minha forma de demonstrar a minha indignação perante alguns comentários efectuados por alguns de vós e tendo em conta a actual situação do nosso país. Aproveitando também para lhes pedir alguns esclarecimentos.
Eu já ouvi o primeiro-ministro português, dizer que não sente que tem de pedir desculpas aos portugueses, pelo défice e pela dívida, mas pergunto Sr. Primeiro-ministro, sou eu que tenho de pedir desculpas, por um orçamento de estado herdado do governo anterior, que sem a sua ajuda não
teria sido aprovado, ou já se esqueceu desse pormenor? Desde essa altura, portanto, desde o início deste ano, que vejo o meu vencimento reduzido em 5% e que contribuo mais que os outros portugueses, para o equilíbrio das contas públicas e para o défice. Sim, porque ao que me parece, eu e todos os funcionários públicos, que têm o azar de trabalhar para o estado, ou na máquina do mesmo, são mais portugueses do que os outros. Não sei se eles se contentariam em receber uma medalha, pela parte que me toca, dispenso essa honra, pois isso contribuiria para o agravamento da despesa, por isso não se incomodem, prefiro que poupem esse dinheiro e me continuem a pagar os
subsídios a que tenho direito.

Direito, Estado de Direito... Neste momento e em Portugal, não consigo descortinar o que isso é, até porque a legislação e constituição têm sido ajustadas à medida, de acordo com os interesses em vigor, pois se assim não fosse, teria sido inconstitucional a redução do meu salário, bem como seria
impossível, cortarem-me o subsídio de natal e de férias nos próximos dois anos, peço que me esclareçam também nestes pontos, pois existem muitas coisas que não estou a perceber, acredite, que não sou assim tão ignorante.
Outra coisa que me faz alguma confusão, é ouvi-lo dizer que o orçamento é seu, mas o défice não... Pergunto Sr. Primeiro-ministro, o défice é meu? O défice é dos trabalhadores portugueses, mas não é seu? O Sr. porventura não é português? Não contribuiu em nada para a situação em que nos encontramos? Há qualquer coisa aqui que não bate certo.

Agora aquilo que mais me transtorna é pedirem ainda mais sacrifícios ao povo português e terem a ousadia de dizer que (sobretudo) o povo vive acima das suas possibilidades. Como já tive oportunidade de demonstrar a minha realidade, acho que não preciso voltar a explicar a minha forma de viver e a "ginástica" que tenho de fazer com meu vencimento para conseguir pagar as minhas contas e ainda assim sobreviver. Nem consigo imaginar, como farão famílias inteiras, que apenas recebem o ordenado mínimo nacional, é para mim um exercício difícil, apenas me posso compadecer, pela situação miserável em que devem estar a viver e dar-lhes também voz, nesta minha
missiva.
Por isso, posso garantir que pela parte que me toca, não vivo acima das minhas possibilidades, mas certamente, que o Estado português e as empresas públicas, estão a viver acima das possibilidades de todos os trabalhadores portugueses. Apesar de relativamente a este assunto ainda não o ter ouvido dizer que iam haver cortes, ou os poucos que referiu, ainda não me conseguiram convencer... Dou-lhe alguns exemplos práticos, para que perceba e qualquer leigo no assunto também...

Vou referir-me a todos os que ocupam cargos relevantes na nossa sociedade, são eles os administradores de empresas, os directores, os autarcas, os deputados, ministros, assessores, vogais, etc. Todos eles e vocês auferem vencimentos superiores ao meu e da maioria dos trabalhadores, vamos supor que ganham entre os 2.000€ e os 10.000€ mensais, sabemos bem que estas contas não são as reais e que os valores são bem superiores, nalguns casos, mas para demonstrar o que pretendo, podemos usar estes valores como base.
Tudo o que vou descrever abaixo, é a realidade do meu país e da vossa má gestão enquanto governo. Não vos dei o meu voto, nem a todos os que passaram por aí desde o 25 de Abril de 1975. Apesar de concordar com os princípios básicos da democracia, há muito que deixei de acreditar que
vivia numa. Isto não é democracia, em democracia, também se ouve o povo, em democracia os órgãos de comunicação social não manipulam a opinião pública, nem são marionetas do Governo. Acredito mesmo assim, que a maioria daqueles que votaram e vos deram a vitória nestas eleições, acreditavam de facto numa mudança, mas mais uma vez, mudaram apenas as moscas e rodaram as
cadeiras.
Por tudo isto, agradeço que descontem tudo o que descrevo em baixo dos meus impostos, porque isto, meus senhores, nem eu, nem os trabalhadores portugueses, temos possibilidades de pagar!

Esclareçam-me quanto aos seguintes pontos e quanto tudo isto me custa (a mim e a todos os contribuintes portugueses):
- Se me desloco em viatura própria para o meu trabalho e a maioria das pessoas usam o transporte público, digam-me porque é que tenho de comprar carros topo de gama para toda esta gente, que ganha no mínimo o dobro que eu e que ainda tem viatura própria superior à minha? Porque tenho de lhes comprar os BMW's e os Audis, pagar-lhes a gasolina, as portagens, as inspecções, as revisões, os seguros, os motoristas e quanto isso me custa?

Acham que o povo português pode e quer, continuar a pagar isto?

- Se tenho um cartão de crédito que não utilizo, porque tenho de vos pagar os cartões de crédito com "plafond" mensal para despesas diversas? Quem vos disse que queríamos que gastassem assim o nosso dinheiro? Quem vos autorizou?

- Se almoço no refeitório da Empresa e suporto, com o meu vencimento, todas as minhas refeições, porque tenho de pagar as vossas em restaurantes de luxo?
Acham que temos possibilidade de continuar a viver assim? Como têm o descaramento de nos continuar a pedir sacrifícios?

- Se não saio do país, porque não tenho hipótese (como adorava poder efectuar uma viagem por ano), por que tenho de vos pagar, as viagens, as despesas de alojamento e as ajudas de custo? Por que viajam em classe executiva, porque ficam alojados em hotéis de 5 estrelas, se estamos a viver num país falido e endividado?

- Porque tenho de pagar os vossos telemóveis e as vossas contas?

- Porque tenho de vos pagar computadores portáteis, se para pagar o meu tive de fazer sacrifícios e ainda o utilizo ao serviço da empresa, quando necessário.

- Porque tenho de pagar 1.700€ de subsídio de alojamento, aos membros do governo que não residem em Lisboa? Se só posso pagar de renda um máximo de 500€, isto, enquanto não ficar desempregada, porque nessa altura, terei provavelmente de vender a casa ou entregá-la ao banco e procurar emprego
noutro sítio qualquer e quero ver quem me vai pagar o subsídio de alojamento ou de arrendamento. Aliás onde estão esses subsídios para os milhares de desempregados deste país?

- Não quero pagar pensões vitalícias a ex-membros do governo que continuam no activo e a acumular cargos e pensões.

- Não quero pagar ajudas de custo, ninguém me paga ajudas de custo para coisa nenhuma, não tenho de o fazer a quem aufere o triplo e o quádruplo do meu vencimento.

- Não quero pagar estudos, nem pareceres, nem quero, que estejam contemplados no Orçamento de Estado, se não têm capacidade para governar, não se candidatem aos cargos, um governo ao ser constituído, escolhe as pessoas de acordo com a sua experiência e competência nas diversas áreas
(ou assim deveria ser).
- Não quero pagar mais BPN's, nem recapitalizações da banca, nem TGV's, nem PPP's que penalizam sempre o estado e beneficiam o privado.
- Não quero mais privatizações em áreas essenciais, como a dos transportes, dos correios, das águas de Portugal, etc. Se são necessárias reformas, façam-nas, sentando-se à mesa com os trabalhadores e negociando, não aniquilando as Empresas.

- Quero uma verdadeira política de regulação e supervisão do direito à concorrência, coisa que não existe neste país.
- Quero ver nas barras dos tribunais e a indeminizarem o Estado e o Povo Português, todos os que efectuaram crimes de colarinho branco, de corrupção, de má gestão, que defraudaram o estado em milhões de euros. Se eu cometer um crime sou responsabilizada por ele. Esles também têm de ser.

Estes são apenas alguns exemplos das despesas, que nem eu, nem a maioria dos trabalhadores portugueses, querem pagar. Por isso meus senhores, façam as contas, digam-nos quanto poupam com todas estas coisas e depois sim, podem pedir sacrifícios aos portugueses, mas a todos, não só a alguns, nem sempre aos mesmos.

Até lá, restituam-me o que me estão a roubar no vencimento desde o inicio deste ano. Peço que tirem de uma vez por todas essa ideia da cabeça, de me tirarem os subsídios de natal e de férias dos próximos anos, aliás, isso é inconstitucional e ilegal ("Os subsídios de Natal e de férias são inalienáveis e impenhoráveis". - F. Sá Carneiro, Decreto-Lei n.º 496/80 de 20 de Outubro, promulgado em 10.10.1980, pelo Presidente da República A. Ramalho Eanes), acho que estão a ter algum problema com os vossos responsáveis da área jurídica e não vos estão a prestar os devidos
esclarecimentos, por isso, deixo aqui o meu pequeno contributo.
E para não dizerem que nós não queremos fazer sacrifícios, deixo também uma pequena lista das áreas para onde quero contribuir, com os meus impostos e onde quero ver o meu dinheiro aplicado:
- Quero continuar a descontar para a Segurança Social e a mantê-la sustentável, para pagamento de:
  -Reformas daqueles que trabalharam e descontaram uma vida inteira, daqueles que lutaram pelo nosso país e foram obrigados a ir para uma guerra, que não era deles e onde ainda hoje impera a vergonha nacional, na forma como são tratados os ex-combatentes. Não me importo e concordo, que a reforma mínima, seja aumentada para um valor que garanta dignidade aos nossos idosos, o que está longe de acontecer nos dias de hoje;

  - Abono de Família, com aumento para as famílias mais desfavorecidas ou com rendimentos inferiores a 1.000€ (aumentando de acordo com o número de filhos).

  - Pagamento de subsídio de apoio social, desde que verificada a real necessidade da família ou indivíduo.  Bem como, de todos os subsídios (de doença, desemprego, assistência à família, maternidade, etc.), desde que verificadas as situações, o que me parece já ser uma prática comum.

  - Aumento do ordenado mínimo nacional para 500€ (o que continua a ser uma vergonha).

- Continuo a pagar impostos para garantir uma boa Educação, Saúde, Justiça (neste caso para todos e não só para alguns), Segurança, Cultura, ou seja, para todas as áreas onde o governo tem reduzido e quer reduzir ainda mais, ao abrigo da austeridade.

Agora peço-vos que não insultem mais a inteligência dos portugueses, a única coisa estúpida que fazem, é continuar a dar poder a pessoas pequeninas como os senhores, que pouco ou nada contribuem para lhes melhorar a vida.

Não nos voltem a dizer, que estas medidas são necessárias e suficientes, porque sabemos que é mentira e, enquanto não apostarem no crescimento real da economia, na produção de recursos e na criação de emprego, todas as medidas que tomarem, terão um efeito nulo e só agravarão a situação do país e das famílias. Não é necessário ser um grande génio financeiro, pois até o Sr. Zé da mercearia (com todo o respeito que tenho pelo sr., e que apenas estudou até à 4ª classe), percebe isto.

Não nos comparem nunca mais, com outros países mais desenvolvidos, ou quando o fizerem, esclareçam também, quais os benefícios sociais que eles têm e os ordenados que eles recebem, digam também quanto pagam de impostos e por serviços e quanto pagamos nós. Somos dos mais pobres e dos que mais pagam por tudo. Por isso meus senhores não nos peçam mais nada, porque já passaram todos os limites.
Fico a aguardar uma resposta a todas estas minhas questões.

Não me despeço com consideração, porque infelizmente, ainda não a conseguiram ganhar.

Manuela Cortes


Recebi esta carta via e-mail, mas é um documento que realmente deve demonstrar o sentimento da grande maioria dos portugueses e que por isso deve ser lido e difundido.

Chega de nos andarem a lançar areia para os olhos .... chega de tapar o sol com a peneira ... chega de nos andarem a enganar, a desviar a nossa atenção para assuntos de menor interesse para esconderem os assuntos de real interesse para todos nós.



terça-feira, abril 24, 2012

Como surgiu o socialismo

História mundial (resumida) ….. esta é para provocar alguns amigos, não é fulano, beltrano, cicrano, ….?????

Originalmente os humanos começaram a organizar-se em pequenos grupos de caçadores/colectores nómadas.

No verão habitavam as montanhas e alimentavam-se de veados e outros animais; no inverno desciam até à costa e viviam à base de peixe e marisco.

Os dois mais importantes marcos no desenvolvimento primitivo foram a invenção da cerveja e da roda.

A roda foi inventada com o propósito de conduzir o homem até à cerveja.

Estes dois progressos tecnológicos formaram a estrutura para a fundação da civilização moderna e juntos foram o catalisador da divisão dos humanos em dois subgrupos distintos:
1: Socialistas, e;
2: Conservadores.

Assim que foi descoberta a cerveja a necessidade de enormes quantidades de grão para a sua produção levou ao surgimento da agricultura.

Mas nem o vidro nem o alumínio tinham sido ainda descobertos. Por isso os nossos antepassados passavam muito tempo sentados à porta das cervejarias à espera do momento da sua produção.
Esse facto está na origem da formação das aldeias e cidades.

Alguns homens passavam o dia a caçar e a preparar a carne dos animais para a consumirem à noite, no barbecue, enquanto bebiam cerveja.

Este foi o inicio daquilo que é hoje conhecido como movimento Conservador.

Outros homens, mais fracos e menos dotados para a caça, aprenderam a viver à custa dos conservadores aparecendo à noitinha, agachando-se perto do barbecue e oferecendo serviços de costura, de fretes e de barbeiro.

Este foi o inicio do movimento Socialista.

Alguns destes homens Socialistas desenvolveram um gosto efeminado e tornaram-se conhecidos por "maricas".

Entre outros desenvolvimentos dos Socialistas que merecem menção encontram-se a domesticação dos gatos, a invenção da terapia de grupo, os abraços em grupo e em publico e o conceito de Democracia, para decidir através do voto como deveria ser dividida a carne e a cerveja que os Conservadores providenciavam.

Os Socialistas modernos gostam de cerveja misturada com Seven-Up, vinho branco adamado e água francesa engarrafada. Comem peixe quase crú. Suchi, tofu e comida francesa constituem a imagem de marca destes Socialistas.

Outros aspectos interessantes: a maioria das mulheres dos Socialistas possuem níveis mais elevados de testosterona que os seus maridos e quase todos os trabalhadores sociais, gays, artistas, jornalistas e poetas são Socialistas.

À medida que o seu número aumentava os Socialistas inventaram os impostos progressivos para que cada vez um numero maior de Socialistas pudesse viver à custa de um numero menor de Conservadores.

Os Conservadores preferem cerveja. Comem carne mal passada e providenciam a alimentação das suas mulheres e filhos. Os Conservadores são bons caçadores,toureiros, operários de construção, bombeiros, médicos, polícias, engenheiros, administradores, atletas, militares, pilotos e, em geral, distinguem-se em todos os ofícios produtivos.

Os Conservadores que administram as suas próprias empresas apreciam contratar outros Conservadores que fazem do trabalho a sua forma de vida.

Os Socialistas produzem pouco ou nada. Mas gostam de governar os produtores Conservadores e decidir para quem eles devem produzir. Os Socialistas acreditam que os Europeus são mais desenvolvidos que os Americanos. Esta é a razão pela qual a maioria dos Socialistas permaneceu na Europa enquanto os Conservadores viajaram para a América. Os Socialistas só acabaram por aparecer na América depois de o Far-West estar completamente seguro e estabeleceram-se com negócios da treta, a tentar iludir os incautos.

E por hoje chega de história da humanidade.

Deve realçar-se que, ao ler isto, qualquer Socialista pode ter um sentimento momentâneo de fúria e não partilhar esta mensagem.

Um Conservador simplesmente dará uma boa gargalhada e, convencido da absoluta verdade desta história, irá partilhá-la imediatamente com outros verdadeiros crentes; e também para outros Socialistas, só para os chatear.

E com isto se põe um ponto final nesta história. Deixemos que a tua próxima acção te revele o que há de substantivo em ti mesmo.

Cá por mim vou pedir outra cerveja!!!

terça-feira, abril 17, 2012

Antes de julgar ... pense

Um médico entrou num hospital apressado, depois de ter sido chamado para uma cirurgia urgente.

Ele respondeu à chamada imediatamente, e mal chegou trocou-se e foi direto para o bloco operatório.

Pelo caminho encontrou o pai do rapaz que ia ser operado a andar para trás e para frente à espera do médico.

Quando o viu, o pai gritou:
- Porque demorou este tempo todo a vir? Não sabe que a vida do meu filho está em perigo? Você não tem o mínimo de sentimento e de responsabilidade?

O médico sorriu e respondeu serenamente:
- Peço-lhe desculpa, não estava no hospital e vim assim que recebi a chamada. Agora, gostaria que você se acalmasse para que eu também possa fazer o meu trabalho.

- Acalmar-me? E se o seu filho estivesse dentro do bloco operatório, você também ficaria calmo? E se o seu filho morresse o que faria? - disse o pai visivelmente agitado.

- Ficar nesse estado alterado e de nervos não vai ajudar nada, nem a si, nem a mim e muito menos ao seu filho. Prometo-lhe que farei o melhor que sei e consigo dentro das minhas capacidades - disse o médico.

- Falar assim é fácil, quando não nos diz respeito - murmurou o pai entre dentes.

Passadas algumas horas, a cirurgia terminou e o médico saiu sorridente de encontro ao pai.
- A cirurgia foi um sucesso. Conseguimos salvar o seu filho! Se tiver alguma questão pergunte à enfermeira.

Sem esperar pela resposta, o clínico prosseguiu caminho visivelmente apressado. O pai irritado dirigiu-se à enfermeira e desabafou:
- O médico é mesmo arrogante. Será que lhe custava muito ficar aqui mais uns minutos para eu lhe questionar em relação ao estado geral do meu filho?

A enfermeira, um pouco abalada e quase a chorar respondeu-lhe:
- O filho do doutor morreu ontem num acidente rodoviário. Ele estava no funeral quando o chamamos para a cirurgia do seu filho. Agora que a cirurgia terminou e o seu filho foi salvo, o doutor voltou para o funeral para prestar a última homenagem ao filho dele.

quarta-feira, março 28, 2012

Crise ...

ESTA É A CRISE QUE EU FALO MUITAS VEZES E DA QUAL TENHO MESMO MEDO...

Este país atravessa uma grave crise, é certo, mas não é a económica que mais me preocupa. A crise de valores que atravessamos é bem mais corrosiva e decadente do que qualquer outra.

Ontem passava no telejornal uma reportagem cuja personagem principal era uma mulher, licenciada e com um rendimento de 1750€/mês, que tinha contraído uma dívida total de cerca de 60 mil euros em créditos ao consumo.
À pergunta "porquê?" respondeu "porque todos o fazem, não é?".
Não, não é, minha amiga. Do sítio de onde eu venho não se pedem créditos para ir 15 dias para o Algarve, para comprar malas ou um LED para a sala. Do sítio de onde eu venho o lema principal é básico "quem não tem dinheiro não tem vícios".

Esta necessidade de mostrar, de ostentar, de ter porque os outros têm é coisa para me magoar a alma.
Quando, ainda criança, chegava aos meus pais e lhes pedia qualquer coisa e eles negavam, eu argumentava "mas a Y ou o X têm", a resposta era sempre a mesma "tu não és a Y/X e aqui em casa não se vive segundo as regras dos vizinhos".
E, meus amigos, aquilo funcionou tão bem no objectivo essencial de me tornar um adulto com reais percepções sobre o que é a realidade que me rodeia.

Se eu gostava muito de correr mundo, de poder comprar mais, de ir a mais lugares? Claro que sim. Mas não posso e por isso não faço depender a minha felicidade dessas mesmas coisas.
No fundo, o que me custa perceber é que este mundo está cada vez mais pejado de pobres de espírito, influenciados por mexericos de redes sociais e anúncios de tv, cujo principal objectivo é ter e parecer, sem opinião própria, cujos gostos são estereotipados por uma qualquer revista ou blogger famosa ou tão somente pela vizinha da frente.
E que isto começa cada vez mais cedo sem que os responsáveis educativos mexam uma palha para contrariar esta tendência.
E, sem nos darmos conta, estamos a criar pequenos seres autoritários, dependentes de futilidades, presos a títulos e com uma total ausência de valores fundamentais.

Quando estava na faculdade contava todos os patacos para não sobrecarregar os meus pais, tinha 3/4 pares de sapatos e duas malas.
Às vezes chegava a sentir-me culpada quando comprava algo que não fosse essencial (e que normalmente era resultado de uma poupança ou um dinheirinho extra que alguém me dava). Hoje vejo míudas que nunca fizeram nada na vida além de passearem os livros a comprar cremes e maquilhagem topo de gama, a exigirem a roupa das marcas mais fashion, os míudos com notebooks topo de gama a gastarem o equivalente à minha mesada naquela idade numa noite de copos, isto tudo enquanto os pais pagam o crédito da casa, do carro, do frigorífico, das últimas férias às maldivas e sem que ninguem veja nada de errado nestes comportamentos.

E, Senhores, é desta crise que eu tenho realmente medo.

Texto recebido via e-mail com o qual me identifico muito. Não podia concordar mais com estas palavras. Afinal o meu modo de pensar é partilhado por mais pessoas :)

sexta-feira, março 02, 2012

Um Dia Isto Tinha Que Acontecer

Existe mais do que uma! Certamente!

Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.

Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.

Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1.º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.

Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

Foi então que os pais ficaram à rasca.

Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.

Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.

São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.

São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.

Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.

Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.

Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.

Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.

Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.

Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?

Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!

Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).

Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja! que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.

Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.

Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.

Haverá mais triste prova do nosso falhanço?

Nota: Artigo escrito por Mia Couto

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Ter de pagar para poder... pagar!

Contribuinte: Gostava de comprar um carro.
Estado: Muito bem. Faça o favor de escolher.
Contribuinte: Já escolhi. Tenho que pagar alguma coisa?
Estado: Sim. Imposto sobre Automóveis (ISV) e Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).
Contribuinte: Ah... Só isso.
Estado: ... e uma coisinha para o pôr a circular: o selo.
Contribuinte: Ah!..
Estado: ... E mais uma coisinha na gasolina necessária para que o carro efectivamente circule. O ISP.
Contribuinte: Mas... sem gasolina eu não circulo.
Estado: Eu sei.
Contribuinte: ... Mas eu já pago para circular...
Estado: Claro!...
Contribuinte: Então... vai cobrar-me pelo valor da gasolina?
Estado: Também. Mas isso é o IVA. O ISP é uma coisa diferente.
Contribuinte: Diferente?!
Estado: Muito. O ISP é porque a gasolina existe.
Contribuinte: ... Porque existe?!
Estado: Há muitos milhões de anos os dinossauros e o carvão fizeram petróleo. E você paga.
Contribuinte: ... Só isso?
Estado: Só. Mas não julgue que pode deixar o carro assim como quer.
Contribuinte: Como assim?!
Estado: Tem que pagar para o estacionar.
Contribuinte: ... Para o estacionar?
Estado: Exacto.
Contribuinte: Portanto, pago para andar e pago para estar parado?
Estado: Não. Se quiser mesmo andar com o carro precisa de pagar seguro.
Contribuinte: Então, pago para circular, pago para poder circular e pago por estar parado.
Estado: Sim. Nós não estamos aqui para enganar ninguém. O carro é novo?
Contribuinte: Novo?
Estado: É que se não for novo tem que pagar para vermos se ele está em condições de andar por aí.
Contribuinte: Pago para você ver se pode cobrar?
Estado: Claro. Acha que isso é de borla? Só há mais uma coisinha...
Contribuinte: ... Mais uma coisinha?
Estado: Para circular em auto-estradas...
Contribuinte: Mas... mas eu já pago imposto de circulação.
Estado: Pois. Mas esta é uma circulação diferente.
Contribuinte: ... Diferente?
Estado: Sim. Muito diferente. É só para quem quiser.
Contribuinte:: Só mais isso?
Estado: Sim. Só mais isso.
Contribuinte: E acabou?
Estado: Sim. Depois de pagar os 25 euros, acabou.
Contribuinte: Quais 25 euros?!
Estado: Os 25 euros que tem de pagar para andar nas auto-estradas.
Contribuinte: Mas não disse que as auto-estradas eram só para quem quisesse?
Estado: Sim. Mas todos pagam os 25 euros.
Contribuinte : Quais 25 euros?
Estado: Os 25 euros é quanto custa o chip.
Contribuinte: ... Custa o quê?
Estado: Pagar o chip. Para poder pagar.
Contribuinte: Não percebi...
Estado: Sim. Pagar custa 25 euros.
Contribuinte: Pagar custa 25 euros?
Estado: Sim. Paga 25 euros para pagar.
Contribuinte: Mas eu não vou circular nas auto-estradas.
Estado: Imagine que um dia quer? Tem que pagar.
Contribuinte: Tenho que pagar para pagar porque um dia posso querer?
Estado: Exactamente. Você paga para pagar o que um dia pode querer.
Contribuinte: E se eu não quiser?
Estado: Paga multa!

(recebido via e-mail)
 
Só falta começarem a cobrar pelo AR.

segunda-feira, novembro 29, 2010

No coments! ...

Estava há dias a falar com um amigo meu nova-iorquino que conhece bem Portugal.

Dizia-lhe eu à boa maneira do "coitadinho" português:
- Sabes, nós os portugueses somos pobres ...

Esta foi a sua resposta:

Como podes tu dizer que sois pobres, quando sois capazes de pagar por um litro de gasolina, mais do triplo do que pago eu?

Quando vos dais ao luxo de pagar tarifas de electricidade e de telemóvel 80 % mais caras do que nos custam a nós nos EUA?

Como podes tu dizer que sois pobres quando pagais comissões bancárias por serviços e cartas de crédito ao triplo que nós pagamos EUA?

Ou quando podem pagar por um carro que a mim me custa 12.000 US Dólares (8.320 EUROS) e vocês pagam mais de 20.000 EUROS, pelo mesmo carro? Podem dar mais de 11.640 EUROS de presente ao vosso governo do que nós ao nosso.

Nós é que somos pobres: por exemplo em New York o Governo Estatal, tendo em conta a precária situação financeira dos seus habitantes cobra somente 2 % de IVA, mais 4% que é o imposto Federal, isto é 6%, nada comparado com os 21% dos ricos que vivem em Portugal. E contentes
com estes 21%, pagais ainda impostos municipais.

Além disso, são vocês que têm " impostos de luxo" como são os impostos na gasolina e gás, álcool, cigarros, cerveja, vinhos etc, que faz com que esses produtos cheguem em certos casos até 300 % do valor original., e outros como imposto sobre a renda, impostos nos salários, impostos sobre automóveis novos, sobre bens pessoais, sobre bens das empresas, de circulação automóvel.

Um Banco privado vai à falência e vocês que não têm nada com isso pagam, outro, uma espécie de casino, o vosso Banco Privado quebra, e vocês protegem-no com o dinheiro que enviam para o Estado. E vocês
pagam ao vosso Governador do Banco de Portugal, um vencimento anual que é quase 3 vezes mais que o do Governador do Banco Federal dos EUA...

Um país que é capaz de cobrar o Imposto sobre Ganhos por adiantado e Bens pessoais mediante retenções, necessariamente tem de nadar na abundância, porque considera que os negócios da nação e de todos os seus habitantes sempre terão ganhos apesar dos assaltos, do saque fiscal, da corrupção dos seus governantes e autarcas. Um país capaz de pagar salários irreais aos seus funcionários de estado e da iniciativa privada.

Os pobres somos nós, os que vivemos nos USA e que não pagamos impostos sobre a renda se ganhamos menos de 3.000 dólares ao mês por pessoa, isto é mais ou menos os vossos 2.080 €uros. Vocês podem pagar impostos do lixo, sobre o consumo da água, do gás e electricidade. Aí pagam segurança privada nos Bancos, urbanizações, municipais, enquanto nós como somos pobres nos conformamos com a segurança pública.

Vocês enviam os filhos para colégios privados, enquanto nós aqui nos EUA as escolas públicas emprestam os livros aos nossos filhos prevendo que não os podemos comprar.

Vocês não são pobres, gastam é muito mal o vosso dinheiro.

Vocês, portugueses ou são uns estúpidos ou uns mansos.

(recebido via em-mail)

Haverá assim tanta razão  neste texto???

sexta-feira, outubro 08, 2010

O Povo...

"O povo saiu à rua para festejar a vitória do Benfica e eu, apesar de ser simpatizante do Sporting, não achei mal. As pessoas têm o direito de ficar alegres.

O povo saiu à rua para ver o Papa e eu, apesar de ser agnóstico, não achei mal. As pessoas têm direito a ter a sua fé.

O povo foi à Covilhã espreitar a selecção e eu, apesar de não ligar nenhuma a futebóis, não achei mal. As pessoas têm direito ao patriotismo.

O governo escolhido pelo povo impõe medidas de austeridade umas atrás das outras, aumentando os impostos e não abdicando dos mega investimentos. O povo não reage. Não sai à rua. Reclama à boca pequena e cria grupos zangados no Facebook. É triste que este povo, que descobriu meio mundo, não imprima, à reivindicação dos seus direitos, a mesma força que imprime às manifestações das suas paixões."

Pobreza
Um país onde se admite a possibilidade de taxar o subsídio de Natal, ou mesmo acabar com ele, mas que gasta dinheiros públicos para TGV, altares, estádios de Futebol, frotas milionárias para gestores públicos (922 carros topo de gama, já em 2010), reformas obscenas a quem trabalha meia dúzia de anos ou nem tanto, etc... é, de facto, um país pobre.

Mas, pobre de espírito, antes de mais!

(recebido via e-mail)

quarta-feira, junho 23, 2010

Para pensar ...

Um professor de economia da universidade Texas Tech disse que raramente chumbava um aluno, mas tinha, uma vez, chumbado uma turma inteira.
Esta turma em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e "justo".

O professor então disse:
- "Ok, vamos fazer uma experiência socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas dos exames."

Todas as notas seriam concedidas com base na média da turma e, portanto seriam "justas".
Isto quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém chumbaria.
Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia 20 valores...

Logo que a média dos primeiros exames foi calculada, todos receberam 12 valores.

Quem estudou com dedicação ficou indignado, pois achou que merecia mais, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado!

Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma.

Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que também eles se deviam aproveitar da media das notas.
Portanto, agindo contra os seus princípios, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos.
O resultado, a segunda média dos testes foi 10.
Ninguém gostou.

Depois do terceiro teste, a média geral foi um 5.
As notas nunca mais voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, procura de culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela turma.
A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma.
No fim de contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar os outros.
Portanto, todos os alunos chumbaram...
Para sua total surpresa.

O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ela era baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes.
Preguiça e mágoas foi o seu resultado.
Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual a experiência tinha começado.

- "Quando a recompensa é grande", disse, o professor, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós.
Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não lutaram por elas, então o fracasso é inevitável."

O pensamento abaixo foi escrito em 1931.

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de leis que punem os ricos pela sua prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa tem de trabalhar recebendo menos.
O governo só pode dar a alguém aquilo que tira de outro alguém.
Quando metade da população descobre de que não precisa de trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.
É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."

Adrian Rogers, 1931


(recebido por e-mail)

terça-feira, janeiro 12, 2010

Uma república das bananas

O que fazer com os criminosos que assaltam as nossas lojas, os nossos carros, ameaçam com armas e roubam o nosso dinheiro? O que fazer com as elevadas taxas de juro que os bancos nos cobram pelo empréstimo que fazemos para ter um tecto?
Estas duas questões à primeira vista não estão ligadas mas a verdade é que estão.

Um juiz, desgastado que estava com as elevadas taxas de juro que tinha de pagar ao banco pelo empréstimo da sua casa, decidiu conceder o "perdão" a um assaltante que roubou dinheiro ao "seu" banco. Usou para a sua decisão o método de moeda ao ar (solto ou não solto) e o conceito de "ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão". Neste caso não foram anos de perdão mas milhões na conta offshore que este ladrão tinha, mas isso é outra coisa.

Marco d'aires, nome bastante pomposo para um gatuno, mas a mãe dele quando lhe deu o nome não sabia ainda a profissão que o filho ia seguir, foi um dos principais impulsionadores dos assaltos às caixas ATM em Setúbal. Teve um azar ... foi apanhado. Analisando friamente, as coisas estavam a correr bem. A policia fez o seu trabalho.
Quando o assaltante foi presente ao juiz, este usando o método já explicado, colocou o preso em prisão domiciliária. É justo para quem apenas roubou mais de dois milhões de euros em dois anos.

O juiz, pensando que estava na presença de um Robin Hood do século XXI (relembro que roubava, maioritáriamente aos bancos e carros topo de gama), presumiu que o ladrão fosse "honesto".
Imagino agora qual não foi o seu espanto quando o assaltante partiu a pulseira electrónica, deixou uma carta de agradecimento, e fugiu, com o dinheiro dos assaltos, para gozar uma bela reforma (com 25 anos) num paraíso tropical.

O juiz deve estar agora a dizer: "olha aquele malandro ... e eu que pensava que ele era honesto".

domingo, dezembro 27, 2009

Mais vale só ...

«O único problema do Miguel foi ter estado no local errado à hora errada»

(António Colaço, advogado do Miguel, in MaisFutebol)

Até pode ser que o único problema do Miguel, jogador do Valência, da seleção nacional, referência para inúmeros jovens, tenha sido estar no local errado à hora errada, mas depois dos vários problemas que o atleta já teve derivado às suas saídas à noite e as suas companhias, será altura do internacional português repensar com quem quer sair.

Um jogador de futebol, um actor, uma qualquer figura pública tem direito a ter uma vida e tal como disse o outro, também são "humanos", mas tal como o comum dos mortais, saber estar em sociedade é um dever.

Se não sabe escolher as suas companhias só tem de fazer o que diz o ditado: Mais vale só ... que mal acompanhado.

terça-feira, setembro 22, 2009

Foi você que pediu ... um cartão do cidadão

Faz hoje precisamento 12 dias que fui tirar o cartão do cidadão, sim que este marinheiro já aderiu às novas tecnologias :), e estou aqui a indicar que faz 12 dias porque foi hoje que o fui levantar.

Um cartão todo "pipi", com uma série de números lá colocados, e com mais uma parafrenália de coisas que não sei bem para que servem, nem se alguma vez vão servir.

Fica registado o facto de termos de decorar um "pin", mais um a juntar ao conjunto de coisas a memorizar, para quando formos mandados parar pela autoridade e estes quiserem saber a nossa morada. Antigamente perguntavam e a malta dizia, porque o B.I. também não tinha essa informação, mas agora é tudo mais simples, eles perguntam, nós dizemos o código e a morada é vista. Isto claro se tiverem o dispositivo para ler cartões.

Outra situação nova é a assinatura digital. Podemos activar a assinatura digital que serve para assinar documentos na internet. Ui ... muita à frente. MAS, sim porque há sempre um MAS, temos de ter um dispositivo para ler os cartões.
Ora para que raio quero eu, que navego muito na internet e já me estava a ver a assinar os e-mails e outras coisas, uma possibilidade de ter assinatura digital se depois não tenho o dispositivo.
Não activei. Não faz mal, diz a funcionária, acho que ninguém tem este dispositivo (e quando fala em ninguém é nas instituições públicas).

O que é certo é que quando o fui fazer demorei uns 20 minutos na Loja do Cidadão de Tavira, e para o levantar outros tantos. Queria ir há loja de Faro apenas para ver os uniformes que tanta confusão deram, mas a de Tavira estava mais perto.
Por isso tenho de louvar este novo conceito de loja que simplifica as coisas.

Ah! É verdade. E como para a semana temos eleições o número de eleitor também está neste cartão. Mas de momento não dá para ver porque não tenho ... (não percebi o que a senhora disse mas também não perguntei, se não dá, não dá) e por isso ainda fiquei com o cartão de eleitor antigo e é com esse que ainda vou votar.

Agora que tenho toda a informação num só cartão quero ver quantas vezes é que vou usar essa mesma informação. Parece-me que vamos continuar a usar apenas o número do B.I. e o de Contribuinte, que como já os sabia de cor nem vou puxar pelo cartão. A ver vamos.

sábado, maio 23, 2009

U.D. Rio Maior

"Os jogadores do União de Rio Maior, equipa da III Divisão (série E), vão entrar em greve de fome para «chamar a atenção» para os seis meses de salários em atraso, contou o capitão Bruno Militão ao Maisfutebol. A partir das 21.30 desta sexta-feira, e já depois de uma última refeição, o plantel vai concentrar-se junto ao Estádio Municipal e ali permanecerá até às 16 horas de domingo, início previsto do jogo com o Igreja Nova."

Está na moda a greve de fome e agora todos vão começar a fazer greve de fome. É desta que o país vai abaixo, ninguém compra nada porque ninguém come nada.

Não percebo como é que um clube que milita a 3ª divisão pode pagar aos jogadores uma importância de tal ordem elevada que lhes permita viver do futebol. É que se não for esse o caso, os jogadores, que se não têm deviam ter um trabalho de segunda a sexta, arriscam também a falhar no compromisso com a entidade patronal na segunda-feira e dar azo a despedimento.

Faltam pouco para acabar o ano desportivo e de certeza que havia outra forma de resolver esta situação. Não jogar no domingo é penalizar não só o clube como também os próprios jogadores. Nesse caso de certeza que não recebem.

Há mais pessoas sem receber ordenado, não só no futebol, e não vêm para as televisões fazer o choradinho. E essas de certeza necessitam do dinheiro para alimentar as familias.