quarta-feira, março 31, 2004

Agora fui mesmo!!!!!!!

Tô quase de saída para o aeroporto, mas ainda tenho a sensação de que algo pode dar errado. E que enquanto eu não estiver dentro do Navigator, não vou realmente acreditar...

É muito boa, mas muito assustadora a sensação de desejar algo com tanta força e batalhar a ponto de conseguir.

Afinal, foram 4 meses de espera até chegar o contrato, mais um mês até o embarque. Uma passagem para o Chile cancelada, várias visitas a Santos, muitos mal entendidos no meio do caminho...

Enfim deu tudo certo. E graças a um anjinho da guarda (chamem como quiserem) que colocou o pessoal da Work at Sea no meu caminho. Senão, eu estaria voltando do Chile por esses dias, sabe Deus lá com que respostas.

Tenho guardados os e-mails que me levaram a Miami - foram mais de 15, fora uns 15 telefonemas para o escritário da Royal. Agora é correr pra lá.

E ainda poder despedir do Jean e da Micha - amigos de tempos do Pantanal - que vão embora pra Itália no mesmo dia e hora que eu vou rumo ao Caribe.

terça-feira, março 30, 2004

De partida - 3 anos depois

Deixei o Splendour em março de 2001. Por motivos, digamos, não tão justificáveis para todos. Depois de 3 anos afastada e três empregos diferentes, cheguei à conclusão de que era hora de voltar. Descobri uma necessidade enorme de ir checar o que eu tinha deixado pra trás.

Me espantei ao perceber que tinha dado impressão às pessoas de que odiava fazer aquilo. Talvez pela maneira como me expressei por diversas vezes os amigos e familiares tenham achado isso. A verdade é que depois de, como já disse, três empregos diferentes - nenhum deles oferecia perspectiva - percebi que, se era pra passar a vida ralando sem reconhecimento, ganhando pouco, trabalhando 70 horas por semana, qual a diferença entre o que fazia em terra e o que fazia no mar? Eu mesma respondo: no mar, eu ganho melhor, tenho as responsabilidades extremante bem definidas, e se me esforçar um pouco além da média, ainda tenho reconhecimento. Alguma dúvida???

Fora a questão de estar sempre viajando, de lugar em lugar, que não é atraente a todas as pessoas, mas é extremamente atraente pra mim. Não estou pedindo pra ninguém entender, anyway...

Segunda feira revi pela quarta vez o documentário "Mar sem fim", sobre as viagens do Amyr Klink. Ele sempre foi uma espécie de ídolo para mim, não por "superar os limites do homem, por ser um aventureiro", mas por ser um grande lutador. Ele conseguiu realizar suas viagens com muita vontade, com muito desejo de estar em lugares onde ninguém, ou apenas poucos homens muito valentes, haviam estado.

E nesse sentido me identifico com ele. Quero muito ir a lugares onde niguém que eu conheço já esteve, não por este motivo, mas por achar que o mundo é realmente pequeno e a vida é curta... Este trabalho que escolhi me possibilita isso de várias maneiras.

Por isso desta vez pretendo ficar por lá por muito, muito tempo... Ja que esperança de conseguir fazer isso - viajar sempre - através de um empreguinho vagabundo aqui no Brasil não há...

Então, se alguém queria saber porque resolvi voltar, esta é a resposta....