sexta-feira, julho 31, 2009

Sexta musical

Pela falta do que fazer (na verdade não é nem falta do que fazer, nem do que escrever, mas tô cansada de assunto pesado e discussões gigantes acerca de assuntos ínfimos que vejo na blgosfera em geral - parece tudo briga de Orkut!!!) e meu compromisso incondicional de continuar divulgando o trabalho novo do a-ha, que é bem melhor e mais aplacador de almas que tudi isso! Essa é uma das minhas favoritas. Letra e música de Magne Furuholmen. Dance à vontade!



SUNNY MYSTERY

You can run through every forest
You can sail the seven seas
You can climb the highest mountain
To try dissolve these memories
In case you never knew it
You can't undo it
You can jump of the edge of the world
(These things you'll never find)
Hide out in some monestary
(Out of sight and out of mind)
Lose your mind in meditiation
(These things you'll never find)
And never put your mind at ease
(Out of sight and out of mind)
You think you're running to it
But you are wading through it;
A sunny mystery
You think you're running to it
But you are wading through it;
A sunny mystery
A sunny mystery
Life is the dream that you wake up to
(These things you'll never find)
Dreams are the life from which you wake
(Out of sight and out of mind)
Everybody makes the extra effort
(These things you'll never find)
Never knowing what to do
(Out of sight and out of mind)
But you know the answer
Yeah, you know the score
It feels just like before
It's a sunny mystery
And that's how it's got to be
Because no-one knows for sure
The outcome of this
Sunny mystery...

PS: outro dia achei um aplicativo fabuloso, um iPod pra por no blog... Ia colocar um só com músicas do a-ha, mas daí achei que ia acabar espantando os leitores. E depois teria que acabar incluindo outras bandas favoritas tipo Pink Floyd, Coldplay, Depeche Mode, Gotan Project... Ia ficar muita informação pra uma cabeça só, não ia????

"Estale nosso módulo de segurança" - exemplo de inclusão digital

Tava pensando no que escrever hoje, sexta-feira horrorosa e chuvosa... Venta tanto qur me sinto Dorothy outra vez, com a casa prestes a voar...

Eis que recebo no meu Junk Mail esta pérola... Abri só pra ter certeza, pois antes de vir pra cá, tentei fechar uma conta do Bradesco e foi uma novela. Minha mãe conseguiu encerrá-la quase um mês depois da minha partida, usando uma procuração. Quando recebo mensagens deles, sempre dou uma zoiada só pra ter certeza...

Clique na imagem para ampliar. As marcações em vermelho são minhas...

Devo confessar que de início dei muita risada. Logo abaixo do "estale nosso módulo de segurança" vem um botão, que obviamente deve instalar um baita mal ware no seu computador... Depois de alguns segundos, pensei nas pessoas, por exemplo, que frequentam Orkuts da vida. A inclusão digital é um fato. Não entro no mérito de discutir como, mas que muitos brasileiros hoje, de uma maneira ou de outra, tem acesso à Internet, taí o Orkut que não me deixa mentir.

Basta entrar nesse site - que aliás proporciona alguns momentos de boas risadas - pra entender o que eu quero dizer. Várias das pessoas mais humildes com quem eu trabalhei no Pantanal tem Orkut - mesmo aqueles que não tem computador em casa, ou no trabalho. Lan Houses talvez sejam a explicação.

Enfim, meu ponto... Não importa quão tosca seja a tentativa de crime pela Internet, sempre vai haver um Zé Qualquer (que "possua" um português tão ruim, ou pior) que vai acabar caindo nessa e clicando no botãozinho que o bandido colocou lá...

Pro Daniel - Tietta, dê o recado: lembra de quando fomos entrevistar uns funcionários na periferia de Aquidauana e vimos na igreja o Assembréia de Deus com o R ao contrário? Pois é, deve ter uma Lan House por ali nos dias de hoje, e o cara que escreveu Assembréia certamente tem Orkut!!!

(que fique claro - sou a favor da inclusão digital! Mas não gostaria de ver a Internet como mais um meio de "emburrecimento" da nação, como já são as TVs abertas brasileiras. Acho ótimo que as pessoas tenham acesso à informação, mas junto com ela vem o acesso a um montão de coisas ruins - como crimes digitais, pedofilia, etc,etc, também. Sei lá, acho complicado discutir essa questão pois as pessoas sempre lêem nas entrelinhas).

quinta-feira, julho 30, 2009

Jobbintervju

Jobbintervju significa mesmo aquilo que você deve estar pensando... Job interview. Entrevista de emprego! Em norueguês, o j tem som de i... Mas pois é, hoje tive minha primeira entrevista de emprego aqui na Noruega. Vi o anúncio do site da NAV (NAV seria o órgão responsável por Trabalho e Bem Estar Social. Se você está desempregado, pode se registrar lá e receber dicas, receber ofertas de trabalho, etc. Não quero me extender neste item, pois é complicado). Pois bem, me registrei e passei a ter acesso às vagas. Já mandei alguns currículos, mas é a primeira vez que obtenho resposta.

A entrevista era hoje às 10 da manhã. Ainda bem que me recuperei da dor nas costas depois de passar a terça colhendo mirtilos... Ontem minhas costas doíam tanto que mal podia me mexer - mas era muscular. Hoje acordei bem. eu Me arrumei, reuní meus documentos e lá fui. O trabalho oferecido é no Clarion Collection Hotel Grand Bodø. Quem me atendeu foi a Gerente de Alimentos & Bebidas, uma moça muito simpática, vestindo jeans e camiseta. Me lembrou muito pouco o ambiente hoteleiro de Hiltons e Sheratons a qual estou acostumada a fazer entrevistas - e levar porta na cara - com gerentes de terno e gerentas de uniforme... Gostei da descontração. O pessoal da recepção também não usava uniforme!

A conversa rolou bem, durou uma meia hora, mas nessas coisas a gente nunca sabe mesmo como foi... Ela disse que, caso eu seja aprovada nesta etapa, serei chamada pra entrevista com o GG (jargão hoteleiro pra Gerente Geral, obviamente!). Quero muito que dê certo, pois o hotel pertence à cadeia Choice Hotels International. É um cargo baixo, mas é o que eu quero! Acho que começar a trabalhar agora seria muito bom pra mim, ainda mais se eu não conseguir me matricular na escola... Aparentemente o fato de eu não falar norueguês não influiu, nesse caso, tanto que tá lá no CV que mandei pra eles, meus três gigantes sobrenomes latinos ( a mudança de nome ainda nem foi notificada, já estou achando que passou batido, e se passou, vou deixar assim até trocar meu passaporte, que vence em 2010) e na parte de línguas não mencionei norueguês... Ela sabia, tanto que me mandou o e-mail em inglês, e a entrevista foi em inglês.

Enfim, o jeito é esperar, e se não rolar, continuar na batalha. Além disso, semana que vem começo com meus aluninhos de português - isso vai ser hilário! O importante é que a entrevista veio num momento bom, pois tava com o moral meio baixo, tava desanimada...

Ao sair do hotel, aproveitei pra ir ao píer espiar um navio que estava atracando... Engraçado estar do "lado errado" - estou acostumada a ver chegadas e partidas À BORDO, e não NO PÍER... Depois fui comprar almojantar, pois não sabia se Lars voltaria pra casa hoje - agora já sei, ele volta! Limpei a casa toda, coisa que estava empurrando com a barriga pra fazer e fiz, cuidei das minhas plantinhas e da minha roseira, lavei roupa e ainda fiz macaquice na cozinha... Hoje tô com uma sensação de missão cumprida! Acho que foi a injeção de ânimo!

(minha roseira, semana passada e hoje)

E como prometi que ficaria de olho neles, aqui vai o update...

"A Campanha Verde das Embaixadas Nórdicas ganha mais força

A campanha verde, lançada pelas Embaixadas da Finlândia, Suécia e Noruega em junho, visa promover ações práticas em prol do meio ambiente. Além das três embaixadas, a campanha já se espalhou para fora do setor da Embaixadas.

Jackson Santos Geremia, jardineiro da Embaixada da Noreuega, participou do seminário promovido para os funcionários das embaixadas no início de junho, e se animou tanto que sugeriu que a palestra fosse levada para sua cidade, Novo Gama em Goiás. A cidade conta com aproximadamente 100 000 habitantes.

Rumo ao Novo Gama

Gratas pelo convite, as estagiárias das três embaixadas, Linda Nieminen, Sara Duarte e Victoria B-G Stadheim, viajaram a Novo Gama para apresentar o projeto verde com fotos, estatísticas e dicas para o dia-a-dia. O projeto tem como objetivo causar impactos positivos ao meio ambiente com pequenas mudanças diárias.

A noite da palestra ocorreu no clube do Lago Azul de Novo Gama. Participaram jovens da região e políticos locais. A secretária de meio ambiente do Novo Gama, Fernanda Rocha Feitosa, contou que a cidade ainda não tem coleta seletiva. Os catadores separam o lixo diretamente no lixão e vendem para o seu sustento. A secretária ressaltou que a mudança de atitude parte das crianças e acresentou que o município organizou uma semana do meio ambiente recentemente. Durante a semana, um grupo de teatro se apresentou nas escolas conscientizando as crianças sobre a importância da proteção do meio ambiente.

Importante espalhar a mensagem

O Vice-Prefeito Paulo Rocha, que também participou do evento, constatou que falta no Brasil informação e exemplos de ações práticas quanto ao meio ambiente. Rocha agradeceu os organizadores do evento, e junto com os outros, deseja que novos eventos similares sejam organizados para espalhar a mensagem do projeto verde. As estagiárias da Finlândia, Suécia e Noruega concordaram que seria ótimo se estes eventos fossem organizados também no futuro já que agora o projeto ganhou força e vai à direção certa!" - fonte aqui

***

Na minha humilde opinão, o resultado prático foi zero, alguém precisava falar sobre o assunto, oras... Mas o que me chamou a atenção foi o fato de um jardineiro ter se sensibilizado e ter tido o desejo de extender as ações das Embaixas à sua comunidade! Mudando uma cabeça, já está muito bom, eu sempre acredito nisso...


Só pra terminar, já que tô inspirada - vão ter que engolir!!!!! Viva Muricy! Eu tô super feliz com a contratação dele, o trabalho do cara é admirável. Vamos ver se esse ano será um ano verde no Brasileirão! Esse era pra ser 2X0 hein?

segunda-feira, julho 27, 2009

Home Alone

Como vida de caminhoneiro é difícil como quê, lá se foi meu marido (nossa, é a primeira vez que uso essa expressão assim, escrita!) trabalhar ao norte, podendo retornar só na quarta feira... Mas faz parte da vida, e aqui na Noruega as horas extras e horas extras em horários fora do "comercial" são muito bem pagas. Já tive gente perguntando "Nossa, caminhoneiro???" Sim. Aqui a profisaão é bem remunarada, e Lars, que é Engenheiro Elétrico por formação, o faz porque ele adora! "Big toys for big boys". Primeiro ele brincava de navio gigante, agora ele brinca de caminhão gigante.

Hoje é o aniversário de 66 da sogra. Almojantamos lá com ela, e amanhã se o tempo tiver bom, vamos catar mirtilos nas florestas aqui ao redor da cidade. E também vou almojantar lá com ela e com o resto da família - Anders, Sylvia e as crianças.

Outra coisa que quero registrar aqui - hoje fomos no escritório da UDI dar entrada no visto de permanência. Ele será válido por um ano, e depois deve ser renovado periodicamente. Há duas semanas, quando fomos lá, conversamos com uma moça que informou que o processo não seria demorado, uma vez que a papelada estivesse ok.

Então ontem imprimimos fotos do casamento e de antes - no navio, no Brasil, e daqui da Noruega. Fizemos cópias de todos os documentos pedidos, e lá fomos. Hoje não havia ninguém na fila (aqui a UDI só abre para atendimento às segundas e terças, das 9 às 2 da tarde). A moça que nos atendeu hoje era diferente daquela de duas semanas. Foi muito simpática, conversou comigo em inglês numa boa - já aconteceu de nego falar com o Lars, pra ele traduzir pra mim... Mesmo sabendo inglês! Deu uma olhada na papelada, e disse que pelo fato de eu ter o visto de noiva, este visto não é o primeiro, será tipo uma renovação, o que por si já é mais rápido. Documentos que eu havia entregue no Consulado do Rio não foram nem recolhidos por ela. Ela apenas pegou a cópia do meu passaporte, a certidão de casamento provisória (porque ainda não recebemos a definitiva), os 3 últimos comprovantes de salário do Lars, e as fotos. Disse que estará trabalhando sozinha no próximo mês, mas que não deve levar muito mais que isso pra sair o visto. E que assim que recebermos a certidão definitiva de casamento, pra levar pra ela. Ela disse a entrada no processo deveria ser mais do que suficiente pra escola me aceitar, e se houvesse problemas, que a mulher da escola ligasse pra ela. Nos deu seu nome e telefone num papelzinho.

Se por um lado uma coisa vai sempre muito bem, sempre parece haver outra pra te por pra baixo... Na escola, o povo ainda está de férias e ninguém responde telefone ou e-mails. Me mandaram casar e tirar o visto antes de me inscrever. Agora, com o caminho livre, como posso me inscrever, se não há ninguém trabalhando? O jeito é esperar mais um pouco.

Ah, e semana que vem eu começo a dar aulas de português pra um casal de velhinhos podre de ricos, que tem uma casa no Porto. São os pais de uma amiga de infância da Sylvia, que aliás nos deu de presente de casamento uma garrafa de champagne rosé, de um produtor que ela visitou na Champagne! Yumi, essa tá guardadinha, por enquanto. A verdade é que vão me pagar pouco - mas acho que não saí do padrão de trabalho de limpeza, pelo que vi na Internet... O negócio é que eu não tenho nem cara de cobrar mais, afinal NUNCA dei aula na vida. Aceitei a coisa mais pela distração e pelo networking em si. Vamos ver no que dá.

É preciso mexer o traseiro mesmo pra conhecer gente. Trabalho sem falar a língua não vem fácil, não. Apesar do monte de hotel que tem aqui, agora com o verão acabando fica mais difícil. A pura verdade é que ainda não me pus de corpo e alma na busca de emprego, pois estou insegura com a língua. E quero trabalhar naquilo que me faça feliz - uma cozinha, ou atrás de um bar, por exemplo. O emprego na Disneylândia spo virá depois de falar norueguês - falar bem mais do que falo agora, porque eu não tô tão mal assim, não. Até consigo conversar com a Sofia (sobrinha de três anos do Lars) ultimamente!

Lars e Sofia no dia do nosso casamento

Ainda não saí pra tirar fotos dos lírios laranjar porque o tempo esteve uma caca hoje - e ontem, foi a ressaca. Agora dei de fazer poema?

Antes que eu me esqueça, para umas risadas extras, se seu dia estiver ruim, convido você leitor a ler comigo o blog Photo in Natura, do meu queridíssimo amigo e ex-companheiro de gerência de hotel lá no Pantanal, biólogo, super fotógrafo de natureza, marido da Tietta, e que tem histórias fabulosas pra contar, Daniel de Granville. Ao ler o post Pestilências, gargalhei, por lembrar das nossas pestilências, e do tanto que tínhamos que aguentar histórias de pestilências piores no refeitório da Caiman. Oh, tempo bom que não volta! Que saudades de vocês, seus micróbios! Olha o que eu achei aqui nas gavetas do computador... Natal de 1998, na casa dos Micróbios, Caiman, Pantanal.


domingo, julho 26, 2009

Desculpas, e uma noite mucho ããã, interessante.

Primeiro, porque cometi alguns assassinatos ao português num post anterior, e meus pais NUNCA deixam passar - sorte minha. Escrevi vários haviam... Palavra que não flexiona no plural. O certo SEMPRE seria "Havia vários produtos disponíveis". Já corrigi, Dona Maria do Carmo!

Segundo, pela falta de assunto. Na verdade não é falta de assunto não, é falta de paciência pra teclar. Fiz um update no post a-hasando em Londres, pois achei um vídeo do Morten tocando bateria na fabulosa música "The Bandstand".

Queria aproveitar também pra contar sobre meu outro blog. Precisava ser feito. A coisa aqui tava ficando muito poluída - Noruega, meus devaneios, música, meio ambiente e... gastronomia? Não, muita salada. Então abri um bloguinho só para falar das comidices e tolices etílicas a que me meto. Chama-se Caderninho, e está linkado aí ao lado. Pra lá foram todos os meus links adorados de sites de comida e vinho, além dos meus blogs de leitura que falam sobre comida, entre eles o Sabor Saudade da Claudia, o Bistrô Pimenta e o Come-se.

Bom, sobre a noite interessante... Ontem à tarde o amigo do Lars (com quem vamos pra Lofoten em Agosto) ligou, dizendo que a namorada tava sem o filho, e se queríamos fazer alguma coisa. Então disse ao Lars que os convidasse para vir aqui. Compramos camarões, fiz uma maionese de ervas com hortelã, dill, cebolinha e manjericão da minha hortinha (ó a misturada começando!), bebemos (muita) cerveja, ouvimos música, e lá pelas tantas o amigo e a namorada resolveram que era hora de sair. E apesar de meio duros esse mês - casório, alianças,etc, - resolvemos acompanhá-los. Pegamos um taxi e fomos ao centro.



Cara, que coisa surreal. O verão tá acabando, mas não tá frio não. Ontem à noite deu até pra sair sem casaco. E por isso, as moças estavam no geral vestidas pra calor de Rio de Janeiro. Em alguns momentos parecia que eu estada num episódio de "Sex and the City", em outros, "Gossip Girl". A diferença é que nesses dois shows as mocinhas dificilmente cambaleavam pelas ruas de tão bêbadas. Tentando se equilibrar nos saltões. Morri de rir. A melhor coisa de sair na selva é observar os animais. E nesse quesito, Bodø, com seus 40mil habitantes, é um ecosistema riquíssimo. Em cima disso, o povo bebe, gente, como esse povo bebe! Eu não aguento acompanhar - e não quero, pois cair na rua, nem quando eu tinha meus 20!

A namorada do amigo tem 25 anos. Digamos que o grau de empolgação dela é um TANTO maior que o meu. Chegamos a um bar que ainda não estava lotado, e que naquela noite não estava cobrando entrada. Até conseguimos uma mesa. Em questão de minutos o lugar ABARROTOU. Conseguir uma rodada de drinks no bar foi tarefa de meia hora. Num certo momento, a mocinha me puxou pelo braço pra ir ao banheiro. Lá fui eu. Ao entrar no banheiro, uma portinha se abre, sai uma menina de dentro do reservado, e a amiguinha me puxa pela mão pra dentro do reservado. Pensei "Car...., que que é isso? Cadê a privacidade do ser humano?" Qual não foi minha surpresa ao encontrar duas privadas no reservado... Sim, DUAS PRIVADAS, pra que as amiguinhas não precisem parar de conversar enquanto se aliviam!!! Na hora, eu ri. Acho que de choque. Mas não gostei. Pode ser procurar pelo em ovo (li demais sobre feminismo por causa do blog da Lola, acho), mas achei aquilo o reforço da piada machista e cretina que diz que mulheres não vão sozinhas ao banheiro porque uma tem que espremer a cabeça da outra. Detestei a idéia, na verdade. Na hora do desespero, da bexiga cheia de cerveja, eu tenho que mijar com outra garota ao meu ladinho???? Nã-não! Já disse ao Lars que não volto lá. Bom, na volta do banheiro, a criatura queria dançar. E veja bem, ela me puxava com voracidade mesmo! Parecia ela mesma uma adolescente... Quando chegamos no lugar, estava tocando Duran Duran e outras bandas oitentistas. Ao chegar na pista, o DJ começou a tocar aquelas músicas que não são música, tipo gangsta-rap da pior espécie. Além de não conseguir dançar este tipo de som, as mocinhas de Gossip Girl quase caíam em cima da gente. Desisti, mesmo, com mais voracidade do que a mocinha tinha pra dançar. Não adiantame puxar não, quietinha no seu canto! Afinal, o adulto sou eu! Pronto, recuperei o controle sobre mim! Ufa!

Saímos de lá e fomos ao bom e velho bar para trintões (nós) e acima - beeeeem acima de trinta. Mas ao menos lá é fácil comprar um drink no bar, e os reservados são de uma privada só! E tinha várias mesas livres. Às 3 da manhã, acendem as luzes e tchau! Todo mundo tem que ir embora. É lei aqui na Noruega - após um certo horário, não se pode mais vender bebida. Então o bar fecha, e azar o seu se seu copo estiver cheio. Mate-o ou deixe-o, pois é todo mundo pra rua mesmo. O horário muda de lugar para lugar. Aqui em Bodø é às 3 em ponto. No blog Conexão Noruega o Bruno já havia escrito um bom post sobre a venda de álcool no país. Vale dar uma olhada.

Então, depois das despedidas, lá fomos à pé pra casa. Dessa vez não encontramos bebuns pela rua. Só nós - não-bebuns, e o sol nascendo de novo. Muita paz na selva nestas horas. E eu querendo entrar no jardins das pessoas pra cheirar as flores, de tão lindas que estão... Ainda não tinha visto, há lírios laranjas e rosas coloridas por todos os lados. Vou tentar fotografar essa semana. Até a minha rosa finalmente brotou - uma roseira do jardim, semi-morta, que resgatamos, podamos, limpamos a área ao redor, e ela brotou. Linda, vermelha e sozinha.

Chegando em casa, muuittaaaa água antes de dormir. Disse ao Lars que me senti completamente fora de contexto. Ah, que saudade de um boteco - seja ele um sujinho, ou um ajeitadinho como os da Vila Madalena. Que saudade de sentar em mesa na calçada numa noite quente, de garçons de gravatinha borboleta vindo tirar o pedido na mesa... Que saudade de beliscar enquanto aprecio meu chopp - e que saudade de um chopp Brahma...

sábado, julho 25, 2009

E antes que eu me esqueça...

...de avisar que a Lola, do Escreva Lola Escreva organizou o segundo concurso de blogueiras, e desta vez o tema é feminismo. Já li todos os posts - leitura interessantíssima, e devo dizer, esclarecedora, pra gente que, como eu, "entende" muito pouco do assunto. As concorrentes são fortes, e foi difícil votar.

Pra facilitar aos interessados, deixo aqui uma lista dos textos concorrentes
Do blog "...ou barbárie", "Aquilo ali é homem ou mulher?"
Do blog "Cafofo da Ana", "Até tu, Machado?"
Do blog "Marjorie Rodrigues", "Da frase que mais me irrita nessa vida"
Do blog "Aquela Deborah", "Depilar"
Do blog "Até aqui tudo bem", "Do fardo de Sísifo"
Do blog "S[indrome de Estocolmo", "Excomunhão é mais um mico da Igreja"
Do blog "Café Velho", "Feminista vegetariana"
Do blog "É bom pra quem gosta", "Gravidez indesejada e aborto em caso de estupro"
Do blog "Demônio do meio-dia", "Instinto Maternal?"
Do blog "Garrafa ao Mar", "Marianismo"
Do blog "Groselha News", "Mayara, Obama e a imprensa ridícula"
Do blog "Sherviajando", "Namorado ou companheiro?"
Do blog "Baxt", "Olhando à nossa volta"
Do blog "Petit Jornal de la Porte Dorée", "Proibição da burca na França"
Do blog "Cynthia Semíramis", "Roupas também são uma forma de opressão"
Do blog "Experiência Diluída", "Sexismo e Racismo: Faces de uma mesma moeda"
Do blog "Na Terra dos Vikings", "A Suécia e a questão do aborto"

Ficou muito difícil escolher... Mas de cara não voto nas moças que pedem votos (foram praticamente só duas). Não é um concurso que vale prêmio nem nada, creio que Lola o faz para valorizar AS MULHERES que escrevem. E de certa forma divulgar idéias... Será que conto em quem votei? A decisão foi difícil...


A-hasando em Londres

Os "meninos" estão na correria, semana ocupada na Inglaterra, participando de programas de rádio e tv, tocando versões acústicas das músicas, e claro, tocando também os mega-hits antigos. Apesar de muita gente achar que os caras eram apenas uma bandinha de adolescentes dos anos 80, de poucos - mas gigantescos - hits, aqui na Europa os caras realmente nunca saíram de cena (exceto pelo 4 anos que passaram separados, dando um tempo). Aqui na Noruega toca a-ha na rádio TODOS os dias - sejam músicas antigas ou mais novas. E eu ouço rádio à beça, pra fixar a língua a tapa mesmo. O último álbum, "Foot of the Mountain" é uma volta assumida à origem synth-pop da banda, amadurecida por quase 25 anos de estrada. Nesse primeiro vídeo, a nova "Foot of the Mountain", seguida de uma das minhas favoritas de todos os tempos, de 1985, "The Sun Always Shines on TV". Performance absolutamente perfeita, considerando as desafinadas de Morten no VG Topp 20 em Oslo em junho. Aconteceu no programa "Friday Night with Jonathan Ross". Dá pra vez a mão do Mags nos teclados - aqui na Noruega usa-se a aliança de casado na mão direita. Eu estranho ainda, quando vejo na minha própria...


Na mesma noite, tocaram no iTunes Festival, onde Morten tocou percussão - segundo o Twitter e alguns fãs na comunidade do Orkut. Não achei vídeo, apenas foto do Twitpic.

NOTA: agora apareceu vídeo no Youtube. Morten tocando batera durante "The Bandstand".



Aqui uma outra excelente música, título do álbum de 1986 e meu favorito, "Scoundrel Days", uma das executadas no iTunes festival, e logo abaixo, versão antiga da mesma música durante show no Brasil em 1989, só pra mostrar que os meninos, às beiras dos 50, ainda tocam pacaraca, se bobear tocam MELHOR. E Paul, mais abatido pelo tempo, ainda escreve músicas fabulosas, às vezes sombrias, às vezes leves como uma pluma, mas sempre lindas. E os outros dois ainda dão um belo caldo, eye-candy norueguês de primeiro nível.





Pra mais detalhes sobre todas as aparições da banda na mídia, vale dar sempre uma olhadinha no site da Samantha, o a-habrasil.com.br ou ainda no site oficial da banda, www.a-ha.com

E eu ia falar uma coisinha sobre John Lennon hoje, mas acordar e ver meus garotos a-hasando a Inlgaterra foi mais forte do que eu! Peço desculpas aos meus 5 leitores, se não curtem a-ha... Acho um saco isso de fanatismo por banda. Longe de mim ser fanática - ou pior, tentar impor meu gosto musical. Mas a música deles sempre me comoveu muito... Gosto de dividir isso. Basta pular o post...

quarta-feira, julho 22, 2009

A sombra da lua

Pra comemorar a descida de Neil Armstrong e Buzz Aldrin na Lua há 40 anos e dois dias atrás, também resolvi fazer um post, mesmo que atrasadinho.

Desde pequena, sempre fui apaixonada pelo espaço e temas astronômicos. No primeiro colegial cursei uma matéria optativa no colégio liberal em que estudei, chamada Astronomia - e amei cada momento disso. Mais pra frente, no Pantanal, tivemos um curso de Astronomia que virou nossas cabeças... E tudo relacionado a isso sempre me fascinou - das coisas de Carl Sagan e Arthur C. Clarke à corrida espacial.

Em 2002 li o livro "Os Eleitos", de Tom Wolfe (The Right Stuff, título original). Conta a história dos primeiros homens americanos a ultrapassar a atmosfera terrestre e entrar em órbita - depois dos chimpanzés americanos e da cadela russa Laica, que realizaram a mesma proeza. Pode-se dizer que os eleitos foram os primeiros astronautas americanos. O livro - que virou filme em 1983, e que também é muito bom - conta basicamente a história dos pioneiros do espaço. E também dos riscos enormes que corriam, afinal, era toda uma nova tecnologia. Vários foguetes explodiam, às vezes os simuladores falhavam, mas desses 7 todos chegaram são e salvos, os primeiros com mais pompa, recebidos com heróis, como Allan Sheperd, o primeiro, e outros conseguiram fazer parte do projeto Apollo mais pra frente - como Gus Grisson.

O primeiro projeto espacial americano foi o Mercury, conduzido entre 1959 e 1963, onde estes primeiros heróis voaram órbitas terrestres. O projeto seguinte foi o Gemini, entre 1965 e 1966, que teve as primeiras missões fora das naves, e as primeiras missões de reaproximação e acoplagem enquanto em órbita. Foi o projeto que possibilitou a execução do projeto Apolllo. Entre os astronuatas da missão Gemini, estão Neil Armstrnog, Buzz Aldrin, Michael Collins, Jim Lovell, Ed White, Gus Grisson (o único que participou dos 3 projetos) e Leroy Gordon Cooper, também astronauta Mercury.

O Apollo foi desenvolvido paralelamente, entre 1961 (usando Mercury e Genimi como testes e experimentos) e 1975. O objetivo principal do projeto era pousar na Lua e retornar à Terra. Foi bem sucedido em quase todas as tentativas. As exceções foram a Apollo 1, que explodiu na torre, matando Gus Grisson, Ed White e Roger Chaffee, e a já bem conhecida Apollo 13 de Jim Lovell.

Apollo 2 e 3 não foram tripuladas, a Apollo 1 explodiu, e Apollo 4 até 7, e também 9, deram voltas na órbita terrestre. A Apollo 8 foi a primeira missão na órbita lunar, bem como a 10. Apollo 11 foi a primeira a pousar na Lua (com Michael Collins, Buzz Aldrin e Neil Armstrong triuplando), e Apollo 12, 14,15,16 e 17 também foram bem sucedidas.

O projeto Apollo possibilitou várias outras realizações da Era Espacial, e se hoje o mundo é conectado através de salétes, isso se deve a estes projetos. Sem mencionar a cooperação internacional em troca de tecnologias espaciais, que resultaram na Estação Espacial Internacional.

Ainda sobre o assunto, há um documentário chamado In the Shadow of the Moon (acho que em português é "A Sombra da Lua"), produção inglesa, que traz a história do projeto Apollo contada pelos astronautas, já velhinhos, que traz lágrimas ao olhos.

Aqui na Noruega a televisão NRK 2 exibiu o documentário na segunda, e ontem exibiu outro filme documentário que conta a história da missão Apollo 11 - acho que o nome é "Moonshot - The Flight of the Apollo 11". Porque essa rede de tv é excelente, o documentário está disponível no site da emissora, não sei até quando. Está em inglês, com legendas em norueguês, infelizmente. Conta dos perrengues que a missão passou, por exemplo, o fato de ichael Collins ter perdido de vista e de contato o módulo lunar, ou a quebra do botão que acionaria os propulsores para trazê-los de volta... Além disso, as redes BBC Knowledge, Discovery Civilization, Discovery normal e History Channel exibiram programas a respeito.

E daí tem aquelas cretinices todas de gente não acredita que o homem realmente esteve na Lua. Até os caras do Mythbusters já mataram a charada. Acho que os que acreditam em mais essa "teoria da conspiração" não levam a menor fé na humanidade... Mas pelo visto não há como convence-los do contrário. Se tudo aquilo fosse mentira, será que a tecnologia espacial estaria no pé em que está hoje? Ou será que eles acham que as fotos do Hubble são computação gráfica, ou as imagens da Estação Internacional também são feitas em estúdio?

Deixando isso de lado, fica aqui a minha homenagem aos únicos heróis americanos que eu respeito de verdade. Tiro meu chapéu pra eles! Deixo aqui mais uma música do a-ha, também do Foot of the Mountain, chamada "Start the Simulator". Letra e música de Paul Waaktaar-Savoy, e a voz de Morten Harket em todo o seu potencial nesse requiem espacial...



START THE SIMULATOR

Start the simulator
Controllers, listen up
What's your status, Guidance?
Let's take it from the top
Coming up on docking
The beginnings of a tear
Clearing the tower
We take to the air
Start the simulator
Give your tanks a stir
The bright ejecta blanket
All is in a blur
Switch to Omni Bravo
B Bus under volt
Roll right to zero
Steady as she goes
We're gonna fly so high
Into the rendered sky
We're gonna be all right
Inside the endless night
Start the simulator
I.S.O. valves are gray
EDS to manual
Translation looks okay
Save it for the splash down
Things you want undone
You're in command now
Your home away from home
You're in control now
Now you're on your own
Now you're on your own
You're in control
You're in control

terça-feira, julho 21, 2009

Minha Noruega Surreal - longo fim de semana

Quinta-feira saímos em direção ao chalé em Styrkesnes. Anders, o cunhado, foi conosco. A esposa dele com os dois filhos e a sogra já estavam lá. Saímos com a promessa de um farmer´s market no Sábado, além de um grillfest, ou outra pitoresca festinha de verão num local pequeno...

Pois bem. Já na quinta, após nosso almojantar, fomos visitar a vizinha de chalé. Ela também estava com a família toda visitando, e Lars e Anders encontraram alguns amigos de infância. O que era pra ser uma visita rápida acabou durando horas - cerveja, depois vinho, depois torta de ruibarbo com sorvete, e na hora que abriram uma garrafa de conhaque, eu corri! Isso porque já eram duas da manhã. O melhor de tudo é que havi, entre as visitas, os cachorros das visitas, um deles um labrador preto enorme chamado Nemo.

Na sexta, eu e Lars saímos pra uma caminhada, levando conosco Nemo, o cachorro, pois a vizinha estava visitando - enquanto o irmão e sobrinhos saíram pra pescar... Subimos a montanha, tava um mormaço, e o mato seco que dói por causa da falta de chuvas. E insetos, milhões de insetos irritantes e que picam muito doído. Fui devorada viva! No caminho encontamos multebær, a frutinha amarelinha típica daqui, e blåbæer, ou blueberries, por todos os lados nos campos. Sogra disse que em duas semanas já poderemos começar a colhê-las. Há ainda outras frutinhas de bosque, inclusive framboesa, mas essas vão levar mais tempo. Tomara que chova um pouco por lá, pra elas amadurecerem...






Pescaria enorme a do irmão do Lars, vários bacalhaus e vários sei. Descemos pra praia pra ajudar a limpar os peixes - na verdade eu olhei as crianças, fomos procurar caranguejo, enquanto eles limpavam os peixes. O almoço foi uma bela peixada típica da Noruega - sei em postas cozido, servido com batatas cozidas, flatbrød e sour cream (rømme). O tempo mudou, e nesse dia choveu um pouquinho, então à noite ficamos em casa, tomando vinho e assistindo The Tudors, depois uma edição especial de um festival de jazz de Montreal em homenagem a Leonard Cohen - fabuloso!

Sábado após o café da manhã fomos de carro pra tal feira de produtores. Estava esperando algo muito genial, e na verdade havia pouca coisa. Muito artesanato. Mas ainda assim, consegui comprar 1,1 kg de bacalhau seco - e artesanal, feito pelo próprio pescador - por menos de R$30, mel orgânico sem filtragem e sem pasteurização (o mel fica uma pasta esbranquiçada, e fica sempre sólido, pois a cera e tudo o mais estão ali no mesmo pote. O sabor é divino, dá pra sentir as flores locais!), e um pote de geléia de cítricos (laranja, limão, grapefruit). Havia morangos belíssimos, mas estavam caros. A sogra comprou pra nós flatbrød artesanal, comemos vaffler e voltamos pra casa - quer dizer, pro chalé. (PARENTESES: fazia tempo que eu estava promentendo um post sobre a Disneylândia das linguiças, mas passou muito tempo e acabou ficando fora de contexto, então aqui uma pequena explicação - começo de junho fomos a uma feira em Fauske, e havia vários stands de produtos artesanais da região, sendo um deles um produtor de linguiças locais. Deixo claro que aqui na Noruega ainda não vi linguiça de verdade, nem importada. Ou é algo tipo salsicha, com a carne processada, ou é algo tipo salame, que são curados. Pois bem, esse stand em Fauske tinha salames, de tudo quanto era cor e tipo... De alce, de rena, e até de veado. Simples, ou com sabores - blueberry, cebola ou alho, por exemplo, sendo a com blueberry com menos gordura. Havia chorizos à lá espanhola, e até pepperonis. Passamos ali algum tempo provando - sim, a mulher dava provinhas! - até que resolvemos comprar uma de alce com cebola, seca a frio na montanha, e uma de rena, simples. Oh, tristeza, porque agora é dificílimo acha-las outra vez. Eu até guardei os rótulos com os telefones dos produtores. E nessa mesma feira compramos lefse também artesanal, um com manteiga e canela, outro com queijo marrom - e queijo marrom, um dia, terá seu prórpio post, no outro blog. Pra fechar parenteses, agora, a cada possibilidade de feira de fazendeiros eu anseio pelos salames exóticos...)

À tarde eu e Lars saímos pra pescar. O irmão dele e a família foram embora, pois o tempo tinha piorado mesmo, tava friozinho. E o mar tava viradinho, mas ainda assim conseguimos dois sei e um bacalhau pequeno, suficientes para o almojantar. Então eu preparei os peixes - inteiros. Aqui existe uma certa tendência a limpar o peixe de modo que se joga fora grande parte dele e sobram só os filezinhos. Acho um desperdício, especialmente quando o peixe não é grande. Então eu os preparo inteiros mesmo. Coloco cebola dentro da barriga, com sal e pimenta, cubro com sal, pimenta e ponho um tolete de manteiga. Pra finalizar, boa dose de suco de limão, ou vinho branco, que foi o que eu usei nesse caso. Tudo embrulhado em papel alumínio, e levado à churrasqueira. Peixe recém pescado, cozido em seus prórpios sucos... Tem coisa melhor? Ui, a sogra (que estava um pouco descrédula com o meu método) adorou.

Depois do almoço, foi necessária uma siesta... Lá pelas 9:30 da noite fomos encontrar os vizinhos pro tal grillfest. Eu imaginei uma festinha bem pequena, como o festival de verão de Landegode, mas foi ledo engano... Pra começar, o local da festa ficava a uns três km de distância de casa. E todo mundo vai à pé! Claro, "se beber, não dirija!" é levado a sério aqui. E lá fomos em caravana, andando devagar, sobe morro, desce morro. No meio do caminho, um pit stop pra aquecer os motores, afinal, estava frio pra burro... E tome conhaque, vodka, aquavit, o que a vizinhada tivesse nos bolsos! Qual não foi minha surpresa quando a sogra sacou um conhaque de dentro da jaqueta! Abaixo, a vista do pit stop, e a festa ficava onde estão as casinhas ao longe.


Ao chegarmos no local, havia muita gente, já embriagada, e uma porção de adolescentes. Eu detesto adolescente, e eles estavam muito bêbados. Antes de entrar na festa! Lá dentro, havia de tudo... Vovós empertigadas com seus terninhos brancos (!!! Afinal, é verão!), pescadores bebuns, e até duas mocinhas brasileiras que não falavam nem uma palavra de inlgês e muito menos de norueguês, e que estavam sendo tratadas como dois cachorrinhos pelo povo, dois brinquedinhos, de colo em colo, literalmente... Aliás, como coincidência pouca é bobagem, uma delas estava atracada com um rapaz que usava uma jaqueta da Royal Caribbean. Eu até quis ir falar com eles, mas mudei de idéia, sinceramente - e Lars também não estava muito afim de se envolver com eles... Tava na cara que eram pessoas que não tinham nada em comum conosco, mas eu senti um pouco de pena delas (as mocinhas brasileiras) no início. Depois pensei bem, e concluí que cada um com seus problemas - as pessoas tem livre arbítrio e se colocam nas situações que desejam pra si... Deixei pra lá - depois de ler tanta besteira nas comunidades de brasileiros na Noruega do Orkut, de gente que muitas vezes nem português consegue escrever direito, achei que me envolver com as meninas poderia "um dia voltar e me morder na bunda" como dizem os americanos.

Enfim, quando pararam de vender cerveja lá pelas 2 da manhã e a sogra e a amiguinha dela partiram, disse ao Lars que era a nossa deixa pra ir embora também. Havia muito pouca gente que não cambaleava... E fomos, cheios de coragem, enfrentar 3 km de morro, quando mais ou menos na metade do caminho passa um carro, e é a nossa vizinha, que nos deu carona!!! Yey!!!! A sogra nos esperava com um lanchinho, e fomos dormir.

Domingão, a sogra tava com uma idéia fixa de ir a uma igreja que fica num vilarejo dentro do fjord, a mais ou menos uma hora de barco. Por sorte, o dia amanheceu belíssimo, sem uma nuvem no céu. Fizemos sanduíches, levamos água e suco, e lá fomos nós. Vimos no caminho um ninho de águia marinha, o mar estava calmo... Chegando lá, me deparo com um lugar belíssimo, super bucólico e pitoresco. A igreja é de 1664, e nela há um crucifixo que foi fabricado em Limoges, na França, no século 12. A construção é de toras de madeira, típica de Nordland (o Estado onde vivo). Conta a lenda que os homens que ocuparam a terra (preciso descobrir quem eram) atiraram uma tora de madeira no fjord, e onde ela batesse na praia eles construiriam a igreja. A comunidade é mínima e a igreja só realiza missas duas vezes ao ano - e domingo era uma dessas vezes. Até a rede de TV NRK estava lá gravando um programa. E enquanto a sogra assistia a missa, eu e Lars encontramos um cachorro da raça que queremos (elkhound, a raça típica da Noruega, e caçador de alces), exploramos os arredores e fomos à praia - considerada a mais bonita da região. No caminho, a natureza se revelava a cada passo - nas flores selvagens, mais belas que qualquer flor de cultivo, nos pássaros e insetos, ou nas dramáticas montanhas que terminam no mar... Imagina morar num lugar assim...












Na volta, paramos pra pescar... A sogra pescou um bacalhauzão de uns 4 kilos, e me pediu pra preparar um almojantar pra ela, que ela queria experimentar o bacalhau fresco de um jeito diferente. Pescamos também dois sei, e ela pediu pra eu fazê-los do mesmo jeito de sábado e chamou um dos vizinhos pro almojantar. Além do peixe, comemos também churrasco de alce. Depois da comida, uma descansadinha, assistimos ao último capítulo de John Adams e fomos dormir cedo.


Segunda, o Lars foi trabalhar ao norte de Styrkesnes, e eu passei o dia com a sogra. Fomos à praia, tentamos nadar - mas a água é tão fria que chega a doer os ossos, apesar de estar quente e do sol torrar a gente... Queimei o rosto - e meus pés, pois fui caminhar de havaianas - eita, que brasileiro não perde as manias! Fora as picadas de mutuca e mosquito pelo caminho, mas volto a dizer que tudo tem seu preço. E o de viver no paraíso é esse! À noite a sogra me levou até um hotel na estrada principal, e Lars nos encontrou lá. Comemos um sanduba, nós voltamos pra Bodø, e ela pro chalé, onde fica até sexta. Sexta no jantar ela vem comer bolinhos de bacalhau aqui em casa... E fomos convidados pra um fim de semana em Lofoten no início de agosto... Não vejo a hora!

Ah! Caso alguém se pergunte o porque do surreal no título... É que a minha Noruega é surrealmente linda!



quinta-feira, julho 16, 2009

Mother Nature Goes to Heaven

...é umas das músicas do novo (e nono) álbum to a-ha, "Foot of the Mountain". Letra e música de Paul Waaktaar-Savoy, ecologicamente correta. Lembrem-se que foi também por causa deles que a Noruega se tornou modelo na questão de transportes alternativos (ie, carros elétricos). Essa música fala de alguém que vem tentando fazer o correto, mas tarde demais. Agora a coisa saiu dos eixos e é difícil reparar os erros...

Fazendo meu trabalho de fã incondicional pra divulgar o trabalho dos caras. Mais 4 míseros meses e eu estarei em Oslo, frente a frente com eles no Spektrum! E quem não gosta, azar, pois vou colocar as outras 9 músicas do álbum, aos poucos... E aliás, quem tiver interesse, pode dar uma passadinha no site a-ha Brasil, pra quem eu traduzi três entrevistas dos integrantes do a-ha para uma revista norueguesa... Minhas aulas de norueguês em SP valeram a pena, pois minha a-hamiga Fabi que mora há anos em Oslo disse que eu fiz direitinho... Com revisão do Lars, of course!



MOTHER NATURE GOES TO HEAVEN
Wrong
You never got it wrong
You always got it right
But now some time has passed;
You're ever so slightly off
Things you could do asleep
In a not too distant past,
Are trying your patience
Harder now
And though
Everything moves along
You hope that the rumour's wrong
That Mother Nature
Goes to Heaven
Right
You never got it right
It always got away
When you had it nailed
It was ever so slightly off
Sending you somewhere else
Than where you had to be
Making it back is much
Harder now
And though
You're struggling to get on track
It pales somewhat to the fact
That Mother Nature
Goes to Heaven
And there will be no sadder day
When all the birds
Have flown away
I'm trying your patience harder now
And though
Everything moves along
You hope that the rumour's wrong
That Mother Nature
Goes to Heaven
Mother Nature
Goes to Heaven

quarta-feira, julho 15, 2009

Queimadas no cerrado brasileiro

Olha só o que acontece... É preciso parar com as queimadas provocadas por fazendeiros!



O Cerrado brasileiro e a região do Pantanal, durante a época da seca, tem uma propensão natural a incêndios por causa da secura da vegetação. Pra ajudar, os fazendeiros põe fogo nos pastos, e na maioria dos casos acabam perdendo o controle... O fogo se alastra com facilidade pela vegetação seca e com a juda do vento. Quando eu morava no Pantanal, me lembro da cor do céu e de pores de sol iguaizinhos aos de SP, aquela bola vermelha de fogo escondida atrás da fumaça (em SP causada pela poluição, e no Pantanal pelas queimadas). Nos anos que estive lá, não cheguei a presenciar nenhum incêndio bravo, mas ouvi histórias de peões que passaram noites em claro, fazendo verdadeiros mutirões e operações de guerra na fazenda pra apagar fogo. Muito triste isso... Não vou questionar aqui a questão de CO2 na atmosfera, mas sim a morte de animais silvestres e de mata nativa...

É preciso fazer com que os fazendeiros usem outras formas de manejo de solo em suas terras. As alternativas existem, mas é difícil!

Sobre as devastadoras queimadas no Pantanal, veja aqui...

Foto e outra matéria daqui...

Obrigada a minha mama pelo vídeo.

Ah, e o álbum de fotos do Webshots está ATUALIZADO. Link aí ao lado, abaixo da minha fotinho.

terça-feira, julho 14, 2009

Livrinho delicioso como a bebida da qual trata

Ontem à noite terminei de ler "Champagne - Como o mais sofisticado dos vinhos venceu a guerra e os tempos difíceis". Escrito pelo casal Don e Petie Kladstrup, dois jornalistam premiados que hoje vivem entre Paris e Normandia, e escrevem para publicações especializadas. O trabalho de pesquisa deles é fabuloso, e o livro começa contando a história da região da Champagne desde a época em que Átila, o Huno, ocupou a região com seu gigantesco exército. Após batalha sangrenta contra os romanos e seus aliados gauleses (sempre penso em Asterix e Obelix, inevitável), francos e visigodos, bateu em retirada. E os romanos, então, começaram a plantar vinhar e a escavar o solo calcário retirando material para a construção de templos e estradas, e deixando cavernas que séculos depois seriam redescobertas - e usadas como caves, as hoje famosas caves de calcário da Champagne.

De Átila, o Huno até as Guerra dos 100 anos, dos 30 anos, guerras civis e disputas religiosas, além das Guerras Napoleônicas, e a guerra de sucessão espanhola foram todas travadas na Champagne. As piores delas sendo a Grande Guerra, onde as trincheiras se encheram de sangue e corpos, e a Segunda Guerra Mundial.

Ao longo do livro, eles vão trazendo à tona personagens (alguns deles legendários como o prórpio Dom Pérignon, ou Madamme Pommery, ou a viúva Ponsardim) que deram, às vezes, a própria vida para defender o maior de todos os tesouros da França, ou contando como os terríveis alemães bombardearam a catedral de Reims, onde grande parte dos reis franceses forma coroados... Leitura incrível.

Dos mesmo autores já tinha lido o "Vinho & Guerra - Os franceses, os nazistas e a batalha pelo maior tesouro da França". Nesse outro, um super sucesso editorial, eles contam como so franceses foram capazes de manter as batalhas e bombardeios longe dos vinhedos do Rhône, ou como eles encondiam os vinhos bons em lagos e ofereciam aos alemães líquidos de péssima qualidade, ou ainda como os champenois esconderam suas garrafas atrás de paredes falsas...

Pra quem gosta de vinho, é uma boa leitura. Pra quem gosta de História, é leitura preciosa. Pra quem gosta dos dois, leitura inebriante! Extremamente recomendável...

segunda-feira, julho 13, 2009

Cenas de um casamento - após o casamento...

No fim de semana relaxamos pacas. No sábado, uma linda manhã, resolvemos fazer um churrasquinho. Saímos para comprar as dilícias, mas claro que, bem na hora de acender a churrasqueira, o sol sumiu. Mas a ventania deu trégua essa semana, a apesar de não ter sol, a temperatura era agradável.

Bem, foi só acender o gás da churrasqueira (sem comentários, por favor), e recebemos um telefonema da joalheria - as alianças estavam prontas! Um dia atrasadas, mas como pedimos quarta passada, deveriam ter demorado 10 dias. Então, foi a jato.

Já de alianças colocadas e estranhando muito (quero deixar claro aqui que foi o Lars quem fez questão das alianças, juro. Eu por mim teria ficado de mão-pelada - piada pantaneira, rárárá!), bem na hora de comer o churras, a sogra chegou, com os presentes, os cartões e o resto da tralha que havia ficado na casa do Anders. Aproveitamos e a convidamos pra almoçar. Ela comentou que os convidados haviam amado a pequena recepção, que havia sido kjempe koselig! *kjempe é uma expressão tipo super, e pra saber sobre koselig, veja aqui...


Após o churrasco, que acabou sendo consumido indoors, à noite resolvemos dar outra chutada de balde e celebrar. Na semana passada, quando compramos o champagne pra recepção (comprei Cordoníu espanhol - que na verdade é cava, e não champagne - por uns R$33), também compramos um champagne melhor só pra nós dois. Escolhi um Gosset Brut Rosé NV (non-vintage), que eu tava dooidaaa pra provar (acho que era um dos poucos champagnes das grandes Casas, ou Maisons, da Champagne que eu ainda não havia provado). Em SP, nas lojas da Expand, saíam pela bagatela de R$500. Aqui, estava mais barata que Piper-Heidsieck Rosé, Veuve Clicquot Rosé, ou mesmo Moët & Chandon Rosé. Pagamos menos de R$100!!! E ao abrir a garrafa, era deleite líquido... Um rosé muito discreto, com pérlage (borbulhas) persistente, extremamente delicada. Um excelente investimento - e ótima motivação pra mexer a bunda e arrumar um trampo logo, assim posso bancar meus queridos pequenos luxos da profissão - tomar muuuitooooo vinho bom!


Depois de esvaziar a garrafa, pensei em abrir ma outra, também rosé, que ganhamos de presente. Mas Lars tinha outros planos... Um Louis XIII (um conhaque feito pela Remy Martin, um dos mais caros do mundo, elaborado com elixires de mais de 120 anos de idade. A história de como eu consegui uma garrafa merece um post à parte) e um charutinho na varanda. Vale ressaltar que nesse dia eu saí de calça capri e camiseta pela primeira vez, e tava dando pra ficar na varanda de noite, temperatura muito amena...

Domingo, fiz cassoulet improvisado, e a sogra veio almoçar conosco. Trouxe as sobras do kransekake pro café! Também precisávamos saber pra quem exatamente mandar os cartões de agradecimento pelos presentes. Pros mais íntimos, e que compareceram à recepção, vou fazer uma geléia de banana com chocolate, receita pela qual eu babei quando vi no fabuloso blog da Claudia, o Sabor Saudade. Pros outros, só cartão mesmo.

E hoje fomos à UDI, pegar os formulários pro próximo visto e fazer perguntitas sobre a troca de nome e etc. Aparentemente o visto - desde que eles achem que tá tudo legitimado, e o casamento é de verdade e não tramóia, eles nem mandam a papelada para Oslo - resolve-se aqui mesmo, rápido. Ela pediu os holerits do Lars, de três meses, além da minha certidão de nascimento e a certidão de casamento, além de fotos da cerimônia, além de um breve texto sobre como nos conhecemos. E vai custar outras 1100 coroas - apesar de no Consulado do Rio, após de cobrarem R$1000 pelo visto, terem informado que eu não precisaria pagar outra vez aqui na Noruega. Enfim...

De lá, fomos comprar potes para as geléias de presente e as bananas - e como sempre, acabei comprando muito mais do que precisava. Paguei o mercado com meu cartão pela primeira vez. Já tinha recebido o cartão do banco, mas eles não haviam enviado as senhas - sim, aqui a senha é determinada pelo banco, e não pelo cliente!

As bananas estavam muito verdes, então usei o velho truque de enrolar em jornal e guardar dentro do forno, mas preciso esperar que amadureçam, pra geléia ficar mais gostosa. Enquanto isso, fui mexer com os quinhentos kilos de morangos que havíamos comprado semana passada. Fiz arroz doce (aqui chamam de ris grøt, acho que já falei dos grøt, tipos de mingau) com morango, fiz três potes de geléia de morango, e ainda fiz picolé de iogurte com framboesa. Os morangos daqui da área já estão capengando, mas as framboesas norueguesas... São gigantes! Hoje comprei aquelas forminhas de picolé pra criança. Bati meia caixa de framboesa com 200 g de iogurte desnatado sabor baunilha e umas duas colheres da geléia de morango no liquidificador. Coloquei nas forminhas de picolé, e voilá... Picolé low sugar, low fat, high flavor!!!

Nessa fotinho, a pilha de bananas para a geléia, os potes de geléia de morango, o arroz doce (que depois de frio endureceu um pouco) e as framboesas gigantes. Ah, e meu pézinho de hortelã!

Cenas de um casamento - My "big fat norwegian" wedding

Pra quem assistiu ao filme " My big fat greek wedding ", ou "Casamento Grego" em português, deve estar esperando um relato de um casório imenso... Mas não foi. Pequeno, mas muito, muito norueguês (daqui da MINHA Noruega).

Desde que finalmente conseguimos resolver a data, depois de desenrolar toda a burocracia, a família do Lars vem fazendo um alarde sobre esse casamento. E eu estava incomodada, porque queria que fosse simples, muito simples. Então minha sogra começou a ter idéias, de fazer um café, como eles dizem aqui, na casa dela. Eu fiquei ressabiada, mas ao mesmo tempo não podia ficar reclamando... Afinal, é a família dele.

Mas no fim não foi tão simples assim! O tal café de recepção, que eu imaginei bolo, champagne e café, virou um super almoço. Na quinta feira a sogra veio me buscar para me apresentar à cabelereira - que queria ver meu cabelo antes - e depois comprar flores para o cabelo. Já que ia ter festinha, ao menos eu queria ficar bonitinha, né? Mas então, na floricultura, a sogra e cunhada começaram a dizer que eu ia precisar de um buquê. Eu não tinha mesmo pensado nisso, afinal, buquê e todos esses rituais estão associados, na minha cabeça, à um casamentão na igreja. Até das alianças nós havíamos esquecido, só pedimos na quarta. Enfim, escolheram dúzias de rosas, para meu cabelo, para meu buquê epara os arranjos nas mesas...

A cunhada me disse que ia fazer uma sopa de peixe, já tinha pedido o kransekake, a sogra já tinha pedido outro bolo (de chocolate, porque eu gosto, e porque é não-tradicional, digamos assim), e iam servir o gravlaks que eu fiz, e iam comprar morangos... Ainda na quinta, fomos para a casa da cunhada (onde fariam o almoço), montaram meu buquê - usando um suporte de prata que a cunhada tinha usado no casamento dela - e começaram a arrumar as coisas para o dia seguinte. Puseram a mesa com faqueiro de prata e taças de cristal e a melhor louça, toalha chiquérrima... Finalmente percebi que virou um almoço SUPER formal... Castiçais de prata, velas brancas imensas... Depois minha mãe me convenceu de que era na verdade um bom sinal, que eles estavam demonstrando que estavam felizes de me receber na família.

Na sexta, o grande dia, acordamos cedo - o hábito faz o monge... Às 10 da manhã Lars me levou à cabelereira. Foram duas horas de sofrimento, 56 grampos e umas duas latas de laquê. De cara fiquei me achando estranha (é a falta de costume). Achei o cabelo meio alto. Chegando em casa, com apenas 40 minutos pra terminar de me arrumar, dei uma achatada nele, cortei dois fiapinhos, e passei a gostar do resultado.


Ah, e antes que eu me esqueça... Fez um tempo ótimo a semana toda, um sol de lascar. Adivinha como amanheceu o tempo dia 10 de julho de 2009? Nublado, claro. Mas ao menos não fazia frio, pois o vestido é cavado...

Chegamos ao Salten Tingrett Sorenskriveren exatamente às 12:55h - e chovia! Desci do carro debaixo de chuva. O restante da família do Lars já estava lá. Nos dirigimos ao salão, e poucos minutos depois o juiz chegou, com uma capona preta. Falou em norueguês, depois em inglês. Nos colocou em pé à frente dele. Começou a ler um texto, por uns minutinhos, depois perguntou se eu aceitava Lars, em norueguês, eu respondi que sim em norueguês, depois a mesma coisa com Lars, depois assinamos o livro, ospadrinhos (Anders e Sylvia) assinaram o livro, o juiz nos parabenizou, disse que nos deixaria a sós para tirar fotos, e puft, acabou!

Tiramos umas fotos e partimos... Para a casa do irmão do Lars. Os convidados começaram a chegar 40 minutos depois. Este primeiro arranjo de flores é na verdade o meu buquê. Abaixo, o kransekake.




E as pessoas foram chegando com seus presentes, começamos a tomar champagne... A comida foi servida, todos se sentaram à mesa, teve antes um discurso do irmão do Lars. A tal sopa de peixe (feita com salmão e bacalhau fresco, camarão, mariscos, vinho branco, alho poró e creme de leite, entre outras coisas) estava divina. Meu gravlaks (servido com ovos mexidos e baguette) foi elogiadíssimo. Depois disso, cortamos a torta de chocolate, o kransekake, e o café foi servido. Aí o conhaque começou a rolar solto. Nessa altura eu e Lars tivemos que abrir todos os presentes e ler todos os cartões em voz alta. Toda a família foi extremamente agradável e muito gentil...

Lá pelas 6 horas os últimos convidados se foram. E nesse meio tempo, mesmo gente que não havia sido convidada passava de carro e batia na porta pra deixar um cartão ou um presente. Descobrimos que a sogra havia publicado na coluna social (!!!!) do jornal local - por isso muita gente sabia! Melhor, na verdade, pois acabamos ganhando mais presentes!

Os sobrinhos do Lars foram dormir na outra avó, então eu, Lars, a sogra Marit, o cunhado Anders e a concunhada Sylvia fomos jantar no restaurante Svendgårds, considerado o melhor de Bodø. Eu tava entupida, mas vamos lá...

Eles todos pediram um traguinho de aperitivo, eu e sogra ficamos na água. O cardápio tinha baleia e rena, além de bacalhau, king crab e outras esquisitices (como dizem os de língua hispana). Confesso que fiquei muito tentada a pedir baleia, mas reslovi atacar a rena. Anders disse que eu deveria escolher o vinho. O sommelier, um rapaz sueco, era fenomenal. Fiquei até intimidada... Escolhi um branco húngaro e ele recomendou um tinto italiano.



Foi muito, muito agradável. Ao final do jantar, insistiram com sobremesa. Eu não aguentava mais, mas pedi um prato de queijo... Dois queijos noruegueses locais e dois italianos, com compota de tomate e compota de figo. A sogra pediu uma sobremesa, e os três bebuns pediram irish coffee!

De lá saímos (à pé, umas duas quadras, mas eu com sapato salto 9, entupida de comida e vinho) para o bar na cobertura do hotel Radisson SAS, com vista da cidade toda e do último sol da meia-noite do ano. Todos pediram drinques, mas eu estava a ponto de explodir - o dia todo com o vestido, salto alto, cabelão, estômago abarrotado... Havia um outro grupo festejando um casamento lá também. Uma hora depois acabamos indo embora. Pegamos um taxi (para as 4 quadras até nossa casa) e demos carona pra sogra. Meus cunhados foram pra outro bar.

Precisei tomar um chá quente antes de dormir - mas foi um dia FABULOSO. Como deveria!

Fotos essa semana, no Webshots, pois o Blogger já tá querendo cobrar pelas fotos extras, pode?