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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O exercício do dom de si (Práticas concretas para a busca da santidade na vida cotidiana)

O exercício do dom de si 


Pe. Joseph Schrijvers

Quando a alma de boa vontade se doou a Deus, estão lançados os alicerces do seu edifício espiritual. Só falta construir, isto é, renovar constantemente essa disposição. É o exercício do dom de si, que se pratica com a mesma simplicidade, com a mesma serena mansidão com que a alma interiormente livre cumpre seus deveres.

Logo pela manhã, ao despertar, a alma eleva-se a Deus, oferece-lhe todo o seu ser e pede-Lhe que disponha dela como lhe aprouver. Este ato substitui longas orações. É uma aceitação amorosa de tudo o que vier a acontecer no dia, seja doce ou amargo, agradável ou penoso. É uma alegre disposição de tudo fazer e sofrer para agradar a Deus.
A alma esforça-se por manter-se tranquilamente nessa disposição essencial e repete de tempos em tempos o seu oferecimento. Assim recolhida em Deus, entrega-se à oração e ao trabalho segundo as exigências de seu estado.
Durante seus afazeres, permanece senhora de si, agindo sem frouxidão e sem precipitação, não se deixando dominar pelo frenesi de acabar de pressa, nem pela vontade de conquistar estima alheia, nem pelo prazer que encontra na sua ocupação.

Já não se pertence mais, é inteiramente do seu Senhor, também não pertence aos outros, nem se deixa escravizar pelo seu trabalho, pois este não é um fim, mas apenas um meio. Inicia as suas ocupações sem paixão, continua-as com toda a paz, termina-as sem pressas, sabendo que, depois desse trabalho outros virão. Para acalmar a sua impaciência, repete muitas vezes: “Enquanto executo esta tarefa, não devo cumprir outra; enquanto estiver aqui pela vontade de Deus, não sou obrigado a estar em outro lugar.”

Inteiramente senhora de si, executa de coração livre os seus deveres, uns após os outros, e esta liberdade interior permite-lhe empreender com mente clara a atenção contínua, sem fatiga ou precipitação, sem desânimo ou preguiça.

Os homens verdadeiramente ativos são os que menos o aparentam. Os agitados, os apressados, não fazem quase nada. Começam, mas não acabam. Após o trabalho, ficam com o coração inquieto, o espírito oprimido e incapaz de pensar em Deus. A alma simples, pelo contrário, imita Deus, parece sempre em repouso e está sempre ativo.

Assim, a alma prossegue em seus trabalhos diários armada do seu ato de doação. Repete-o em cada ação que realiza, a cada dificuldade que surge, a cada sofrimento que lhe sobrevém, a cada alegria ou desgosto que experimenta. Tem o seu modo próprio de resistir as tentações e de afastar as distrações. Mal se apresentam, não as afugenta diretamente, como se fossem moscas, mas despreza-as contentando-se em repetir: “Senhor, auxiliai-me.” Um gesto de amor, eis a sua resposta às sugestões do demônio. Aliás, não será tentada por muito tempo: o inimigo sabe que cada tentação provoca um novo impulso do coração de Jesus.
Da mesma forma, acolhe por um simples ato de amor as contrariedades, as cruzes, os sofrimentos de cada dia. Por mais opressivos que sejam, os contratempos nada mais fazem do que provocar atos de amor.

O descanso não interrompe o seu relacionamento com Deus. Distrai-se com o coração livre, pois sabe que Deus quer que descanse. Nunca se abandona a uma alegria vã e desmedida. Tudo nela é moderado. Diverte-se como a criança sob o olhar materno. Só recorda-se de que Deus está nela, que a vê e que ama.

Toma as refeições com inteira liberdade de espírito, sem se preocupar com a qualidade do cardápio. Porventura não lhe vem tudo das mãos de Deus? Só dá atenção a esse bom Pai que ama ternamente, e não se preocupa com o resto.

Enfim, chegada a noite e concluídos os trabalhos do dia, enquanto adormece, ainda murmura uma palavra de abandono, mais comovido, mais profundo, se possível, para reparar as faltas cometidas e suprir as omissões do dia. Depois adormece em paz, sob o olhar do seu Senhor, que vela por ela.

Pe. Joseph Schrijvers – retirado do livro “O dom de si – vida de abandono em Deus”


P.S.: O sub-título entre parênteses foi acrescentado na edição feita pelo blog. Ajude a compartilhar, leve esta profunda e eficaz mensagem para mais pessoas, os menores atos feitos com boa vontade geram frutos gigantescos para a maior Glória de Deus.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Pacto da alma com o Puríssimo Coração de Maria

Pacto da alma com o Puríssimo Coração de Maria


“Soberana Senhora e Mãe minha, Vós desde o trono
celestial a que fostes sublimada, penetrais todos os meus
desejos, e meus gemidos não são a Vós ocultos; mas,
como as necessidades temporais não me permitem ter a
mente, como eu quisera; ocupada em louvor ao Vosso
sempre puro e Imaculado Coração, faço convosco o
seguinte pacto que é minha vontade seja para sempre
válido:
1º) Quantas vezes olhar o céu, outras tantas me
congratulo convosco por vossas inefáveis perfeições
e rendo graças à Santíssima Trindade por todos os benefícios,prerrogativas e excelências com que se dignou enriquecer vosso admirável Coração e especialmente por Vos ter escolhido para Mãe de Deus.

2º) Quantas vezes cerrar ou abrir os olhos, outras tantas confirmo e agradeço todas as boas obras que os anjos e santos e todas as criaturas tem praticado e praticarão daqui por diante em honra e Glória de vosso Coração e de tudo quanto Vós mesma haveis feito e fareis em louvor de vosso Divino Filho Jesus Cristo, enquanto eu, com vivo fervor, desejo participar de todas e de cada uma em particular.

3º) Quantas vezes respirar, outras tantas Vos ofereço a vida, paixão e morte de vosso querido Filho Jesus, vossos méritos e os sofrimentos de vosso aflitíssimo Coração e os de todos os Santos, para eterno louvor de vosso formoso Coração, salvação do universo, satisfação de quantas ofensas e para a conversão de todos os pecadores.

4º) Quantas vezes suspirar, outras tantas eu abomino e detesto todos os pecados que, não só eu, como todos os homens temos cometido contra a Bondade Infinita de Deus, transpassando o vosso maternal e sensibilíssimo Coração de Mãe de Deus e dos homens. Oxalá pudesse eu purificá-los com meu próprio sangue!

5º) Finalmente, sempre que mover pés ou mãos, atiro-me confiadamente em Vosso Coração maternal, desejando que disponhais de mim no tempo e na eternidade, segundo o vosso santíssimo beneplácito.
E selo os cinco atos do presente pacto com as cinco chagas de meu benigníssimo e amabilíssimo Jesus e com as cinco letras de vosso Nome dulcíssimo para que jamais possam ser anulados, desejando eu com ardor que sejam tidos por firmes e valiosos, sempre que fizer algum dos ditos sinais.

Protesto, enfim, que pelo ardente amor que Vos professo e pelo desejo veemente que tenho de louvar-Vos incessantemente, Vos dedico, ofereço e consagro, ó Coração amantíssimo de minha querida Mãe, todas as pulsações e movimentos de meu coração e de todas as minhas artérias, pactuando convosco que cada um deles expresse com ternura o seguinte louvor: Santo, Santo, Santo sois Vós, Coração Imaculado de Maria; os Céus e a Terra estão cheios de Vossa Glória, a qual ofereço, também a Beatíssima Trindade, em união da que incessantemente lhe dirigem os Serafins na eterna Glória.”
(Extraído do Manual do Arquiconfrade do Imaculado Coração de Maria)

Ajude a compartilhar esta oração, repasse-a a diante para que mais pessoas se consagrem ao Imaculado Coração de Maria! Nosso Senhor Jesus se alegra com tudo o que fazemos para honrar sua Mãe Santíssima!



domingo, 1 de fevereiro de 2015

Novena de Nossa Senhora de Lourdes

Novena de Nossa Senhora de Lourdes


Oração Inicial

Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, Criador e redentor meu, por
ser Vós quem sois, e porque vos amo sobre todas as coisas, a mim me pesa
de todo coração ter-vos ofendido, e proponho firmemente nunca mais pecar,
confessar-me, cumprir a penitência que me for imposta e apartar-me de todas
as ocasiões de ofender-vos. Vos ofereço minha vida, obras e trabalhos em satisfação de todos meus pecados.
E confio em vossa bondade e misericórdia infinita para que me perdoeis pelos
méritos de vosso preciosíssimo sangue, Paixão e morte, e me dareis graça
para emendar-me e para perseverar em vosso Santo serviço até o fim de
minha vida. Amém.


Oração Final
Debaixo de vosso amparo nos acolhemos, santa Mãe de Deus; Não
Desprezeis nossas súplicas nas necessidades, senão livrai-nos de todos os
perigos, Oh! Sempre Virgem gloriosa e bendita!
V. Rogai por nós, Oh! Virgem de Lourdes! R. Para que sejamos dignos das promessas de Jesus Cristo.

Oração
Oh! Deus eterno e compassivo!
Concedei-nos a graça de viver santa e cristãmente, venerando a Virgem Santíssima de Lourdes, para que sejamos dignos de sua intercessão na vida e na hora da morte. Por Cristo nosso Senhor. Amém.


1° Dia

Rainha Imaculada que, aparecendo pessoalmente qual nascestes, a Senhora na gruta de Lourdes, honrastes com vosso benigno olhar e com a comunicação de vossos segredos a pobre e enferma Bernadete, tanto menos estimada dos homens pela falta de toda cultura, quanto mais aceita por Vós pela pureza de sua inocência e o fervor de sua devoção; Obtende para nós a graça de que, pondo sempre nossa glória em fazer-nos gratos ao Senhor com uma vida inteiramente conforme a nossos deveres, nós sejamos ao mesmo tempo merecedores sempre de vossas especiais bênçãos. Amém.
Três Ave-Marias e um Glória. Pedir a graça que se deseja obter com esta novena.

2° Dia

Oh! Virgem de Lourdes, escolhida por Deus para ser Mãe de Jesus, Tesoureira das divinas graças, Refúgio e Advogada dos pecadores! Prostrado humildemente a vossos pés vos suplico sejais minha guia e saúde neste vale de lágrimas, porque nada posso nem devo fazer sem Vós. Alcançai-me de vosso divino Filho o perdão de meus pecados, a perseverança no bem e a salvação de minha alma, para ser eternamente feliz e ditoso em vossa doce companhia nas mansões da glória. Amém.
Três Ave-Marias e um Glória. Pedir a graça que se deseja obter com esta novena.

3° Dia

Oh! Virgem de Lourdes e Mãe minha, vida e esperança dos pobres, âncora dos náufragos, saúde dos enfermos e esperança dos que agonizam e morrem! Oh! Mãe minha! Depois de Deus, Vós sois e serás minha única esperança nas tentações e perigos, na vida e na hora de minha morte.
Não me deixes, Oh! Maria! Amém. Três Ave-Marias e um Glória. Pedir a graça que se deseja obter com esta novena.

4° Dia

Oh! Virgem puríssima de Lourdes, vida de minha alma, alívio de minhas penas, suavidade e doçura de minhas aflições!
As portas de vosso coração.
Oh! Mãe minha! Chama este pecador enfermo, cuja dor, neste momento, é tão grande como seus pecados;
Compadecei-Vos de mim, não me deixes, olhai com olhos de compaixão.
Sanai-me, como Jesus aos leprosos. Curai-me para que adore a Deus eternamente. Amém.
Três Ave-Marias e um Glória. Pedir a graça que se deseja obter com esta novena.

5° Dia

Oh! Virgem de Lourdes e rainha dos anjos, em cujos olhos brilha a fé que abrasa vosso Espírito!
Ensinai-me a crer; mas a crer trabalhando, porque a fé sem obras é morta; porque os que estão cheios de pecados, que não fazem conforme a crença católica, estão nos calabouços do inferno.
Ajudai-me a crer na palavra divina e a trabalhar como Deus e a Igreja me mandam crer e trabalhar;
Pois a fé é luz e tem que iluminar minha alma e a conduzir pela senda da eterna bem-aventurança. Amém.
Três Ave-Marias e um Glória. Pedir a graça que se deseja obter com esta novena.

6° Dia

Oh! Virgem de Lourdes e Virgem das virgens, açucena candíssima, Virgem Imaculada, pomba sem mancha!
Vós, que fostes concebida sem pecado;
Vós, que tanto amais a castidade e tanto quereis a vossos filhos, tende compaixão de mim e livrai-me desta penosa concupiscência que me afunda em um mar de pecados.
Alcançai-me de vosso Filho a graça da castidade para viver na terra como os anjos do céu. Amém.
Três Ave-Marias e um Glória.
Pedir a graça que se deseja obter com esta novena.

7° Dia

Oh! Virgem de Lourdes e soberana Imperatriz dos céus, que, por amor a pobreza, vos sujeitastes a todas as privações e escassez dos pobres!
Ensinai-me a depreciar os luxos e presentes, e inspirai-me amor e compaixão aos pobres para conseguir com isso o reino dos céus. Amém.
Três Ave-Marias e um Glória.
Pedir a graça que se deseja obter com esta novena.

8° Dia

Oh! Virgem de Lourdes, exemplar sublime de obediência, que se fazendo escrava do Senhor e humilhando-vos até viver sem própria vontade, merecestes que vos chamassem de bendita todas as gerações!
Ensinai-me e ajudai-me, como a menina Bernadete, a ser obediente até a morte, porque a obediência é melhor que os sacrifícios, e quem segue obedecendo a Deus conseguirá chegar até o céu. Amém.
Três Ave-Marias e um Glória.
Pedir a graça que se deseja obter com esta novena.

9° Dia

Oh! Virgem de Lourdes, rainha dos mártires e esperança dos aflitos!
Pela heróica paciência que resplandeceu em todos os atos de vossa vida mortal, desde Belém ao Calvário, desde a profecia de Simão até que Vos arrancaram dos braços o cadáver ensanguentado de vosso divino Filho,
Tende misericórdia de mim e ajudai-me a levar com cristã resignação o peso das cruzes que o Senhor tenha a enviar-me, para ganhar minha eterna felicidade na glória e viver em vossa doce companhia por todos os séculos. Amém.
Três Ave-Marias e um Glória.
Pedir a graça que se deseja obter com esta novena.


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Novena a Nossa Senhora das Graças


NOVENA A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS

            Ato de Contrição- Meu bom Jesus que por mim morrestes na cruz, tende piedade de mim, perdoai os meus pecados e dai-me a graça de nunca mais pecar.
       
  1º Dia - 1º Aparição – Contemplamos a Virgem Imaculada, em sua primeira aparição a Santa Catarina Labouré. A piedosa noviça guiada por seu Anjo da Guarda é apresentada a Imaculada Senhora. Consideremos sua inefável alegria. Seremos também felizes, como Santa Catarina, se trabalharmos com ardor na nossa santificação.
         
   Súplica a Nossa Senhora - Ó Imaculada, Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe ao contemplar-nos de braços derramando graças sobre os que vos pedem cheios de confiança na Vossa poderosa intercessão inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas numerosas culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor durante esta Novena as nossas prementes necessidades…( um instante de silêncio ). Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa este favor que confiantes vos solicitamos para maior glória de Deus, engrandecimento do Vosso nome e bem de nossas almas e para melhor servirmos ao Vosso Divino Filho, inspirai-nos um profundo ódio ao pecado e dai-nos a coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém – Rezar 03 Ave-Marias.
            Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós.
         Oração Final – Santíssima Virgem, eu creio e confesso vossa santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculada e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus alcançai-me de vosso amado Filho a humildade, a caridade, a obediência a castidade, a santa pureza de coração, de corpo e de espírito a perseverança na prática do bem, uma santa vida e uma boa morte. Amém.
           
 2º Dia  Lágrimas de Maria – Contemplemos Maria, chorando sobre as calamidades que viriam sobre o mundo, pensando que o Coração de seu Filho seria ultrajado, a cruz escarnecida e seus filhos prediletos perseguidos. Confiemos na Virgem compassiva e também participaremos no fruto de suas lágrimas.
           
3º Dia  Proteção de Maria – Contemplemos nossa Imaculada Mãe, dizendo em suas aparições a Santa Catarina: ” Eu mesma estarei convosco, não vos perco de vista e vos concederei abundantes graças. Sede para mim, Virgem Imaculada, o escudo e a defesa em todas as necessidades.
           
4º Dia  2º Aparição – Estando Catarina Labouré em oração a 27 de novembro de 1830, apareceu-lhe a Virgem Maria, formosíssima, esmagando a cabeça da serpente infernal; nesta aparição vemos seu desejo imenso de nos proteger sempre contra o inimigo de nossa salvação. Invoquemos a Imaculada Mãe com confiança e amor!
           
 5º Dia - As Mãos de Maria - Contemplemos, hoje, Maria, desprendendo de suas mãos raios luminosos. “Estes raios, disse ela, são a figura das graças que derramo sobre todos aqueles que me pedem e aos que trazem com fé minha medalha”.
Não desperdicemos tantas graças! Peçamos com fervor, humildade e perseverança, e Maria Imaculada no-las alcançará.
           
 6º Dia - 3º Aparição - Contemplemos Maria, aparecendo à Santa Catarina, radiante de luz, cheia d
e bondade, rodeada de estrelas, e mandando cunhar uma medalha, prometendo a todos que a trouxerem com devoção e amor, muitas graças. Guardemos fervorosamente a Santa Medalha e como escudo, ela nos protegerá nos perigos.
           
7º Dia - Súplica – Ó Virgem Milagrosa, Rainha excelsa, Imaculada Senhora, sede meu refúgio nesta terra, meu consolo nas tristezas e aflições, minha fortaleza e advogada na hora da morte.
           
8º Dia - Súplica - Ó Virgem Imaculada da Medalha Milagrosa, fazei que esses raios luminosos que irradiam de vossas mãos virginais, iluminem minha inteligência para melhor conhecer o bem, e abrazem meu coração com vivos sentimentos de fé, esperança e caridade.
          

  9º Dia - Súplica – Ó Mãe Imaculada, fazei que a cruz de vossa Medalha brilhe sempre diante de meus olhos, suavize as penas da vida presente e me conduza à vida eterna.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Novena a Nossa Senhora Aparecida

Novena a Nossa Senhora Aparecida


Oração Inicial
Meu Deus, vinde em meu auxílio.
Senhor, apressai-vos em me socorrer.
Oração ao Divino Espírito Santo
Oração para todos os dias
Virgem puríssima, concebida sem pecado, e desde aquele primeiro instante toda bela e sem mancha, gloriosa Maria, cheia de graça, Mãe de meu Deus, Rainha dos anjos e dos homens: eu vos saúdo humildemente como Mãe do meu Salvador, que com aquela estima, respeito e submissão, com que vos tratava, me ensinou quais sejam as honras e a veneração que eu devo prestar-vos; dignai-vos, eu vô-lo rogo, de receber as que nesta Novena vos consagro. Vós sois o seguro asilo dos pecadores penitentes, e assim tenho razão para recorrer a vós; sois Mãe de misericórdia, e por este título não podeis deixar de enternecer-vos à vista das minhas misérias; sois depois de Jesus Cristo toda a minha esperança, e por esta razão não podereis deixar de reconhecer a terna confiança que tenho em vós; fazei-me digno de chamar-me vosso filho, para que possa confiadamente dizer-vos: mostrai que sois nossa Mãe!
Primeiro Dia
Eis-me aqui aos vossos santíssimos pés, ó Virgem Imaculada! Convosco me alegro sumamente, porque desde a eternidade fostes eleita Mãe do Verbo eterno e preservada da culpa original. Eu bendigo e dou graças à Santíssima Trindade, que vos enriqueceu com este privilégio em vossa Conceição, e humildemente vos suplicamos me alcanceis a graça de vencer os tristes efeitos que em mim produziu o pecado. Ah! Senhor, fazei que eu os vença e jamais deixe de amar a meu Deus.
Segundo Dia
Ó Maria, lírio imaculado de pureza, eu me congratulo convosco, porque desde o primeiro instante da vossa Conceição fostes cheia de graça e além disto vos foi conferido o perfeito uso da razão. Dou graças e adoro a Santíssima Trindade, que vos concedeu tão sublimes dons; e me confundo totalmente na vossa presença ao ver-me tão pobre de graça. Vós, que de graça celeste fostes tão copiosamente enriquecida, reparti-a com a minha alma e fazei-me participante dos tesouros que começastes a possuir em vossa imaculada Conceição.
Terceiro Dia
Ó Maria, mística rosa de pureza, eu me alegro convosco, que gloriosamente triunfastes da infernal serpente, na vossa imaculada Conceição, e que fostes concebida sem mácula de pecado. Dou graças e louvo a Santíssima Trindade, que tal privilégio vos concedeu e vos suplico que me alcanceis força para superar todas as tradições do comum inimigo, e para não manchar minha alma com o pecado. Ah! Senhora, ajudai-me sempre, e fazei quem com a vossa proteção, sempre triunfe de todos os inimigos de nossa eterna salvação.
Quarto Dia
Ó espelho de pureza, Imaculada Virgem Maria, eu me encho de sumo gozo ao ver que desde a vossa Conceição, foram em vós infundidas as mais sublimes virtudes e, ao mesmo tmepo, todos os dons do Espírito Santo. Dou graças e louvo a Santíssima Trindade que com estes privilégios vos favoreceu; e suplico-vos, ó benigna Mãe, que me alcanceis a prática das virtudes, e me façais também digno e receber os dons e a graça do Espírito Santo.

Quinto Dia
Ó Maria, refulgente lua de pureza, eu me congratulo convosco, porque o mistério de vossa Imaculada Conceição foi o princípio da salvação de todo o mundo. Dou graças e bendigo à Santíssima Trindade, que assim magnificou e glorificou vossa pessoa, e vos suplico me alcanceis a graça de saber aproveitar-me da Paixão e Morte do vosso Jesus, e que não seja para mim inútil o seu sangue derramado na cruz, mas que viva santamente e salve a minha alma.
Sexto Dia
Ó estrela resplandecente de pureza, Imaculada Conceição causasse um imenso gozo a todos os anjos do paraíso. Dou graças e bendigo à Santíssima Trindade, que vos enriqueceu com tão belo privilégio. Ah! Senhora, fazei que eu um dia tenha parte nessa alegria e que possa em companhia dos anjos, louvar-vos e bendizer-vos eternamente.
Sétimo Dia
Ó aurora nascente e pura, Imaculada Maria, eu me alegro e exulto convosco porque no mesmo instante da vossa Conceição, fostes confirmada em graça e tornada impecável. Dou graças e exalto a Santíssima Trindade, que somente a vós distinguiu com esse especial privilégio, Ah! Virgem Santa, alcançai-me um total e contínuo aborrecimento do pecado sobre todos os outros males, e que antes morra do que torne a cometê-lo.
Oitavo Dia
Ó sol sem mácula, Virgem Maria, eu me congratulo convosco e me alegro de que em vossa Conceição vos fosse conferida por Deus uma graça maior e mais copiosa do que tiveram todos os Anjos e todos os Santos no auge de seus merecimentos. Dou graças e admiro a suma bondade da Santíssima Trindade, que vos enriqueceu com tal privilégio. Ah! Senhora, fazei que eu corresponda à graça divina, e não torne a abusar dela; mudai-me o coração, e fazei que desde agora comece o meu arrependimento.
Nono Dia
Ó viva luz de santidade e exemplo de pureza, Virgem e Mãe, Maria Santíssima, vós, apenas concebida, adorastes profundamente a Deus e lhe destes graças, porque, por meio de vós, levantada a antiga maldição, desceu uma grande bênção sobre os filhos de Adão. Ah! Senhora, fazei que esta bênção acenda no meu coração um grande amor para com Deus; inflamai-o, para que, constantemente ame o mesmo Senhor, e depois goze eternamente no Paraíso, onde possa dar-lhe as mais vivas graças pelos singulares privilégios a vós concedidos e possa também ver-vos coroada de tamanha vitória.
Jaculatória (ao final todos os dias) :
Senhora Aparecida, milagrosa Padroeira, sede nossa guia nesta mortal carreira! Ó Virgem Aparecida, sacrário do Redentor, daí à alma desfalecida vosso poder e valor. Ó Virgem Aparecida, fiel e seguro norte, alcançai-nos graças na vida, favorecei-nos na morte! Pai Nosso, Ave-Maria, Glória.





terça-feira, 16 de setembro de 2014

O homem católico e o namoro

Por Maria Tereza Colares


Comecei a perceber que as vantagens de um relacionamento cristão eram muito maiores do que eu imaginava no consultório da minha terapeuta, quando ela me perguntou se eu não queria namorar por medo de uma possível relação sexual e, assim, ela descobriu que o namoro pelo qual ela tanto lutava para que saísse do impasse seria bem diferente do que habitual. 


“Católica”, entre aspas mesmo, como estamos acostumados, usou da minha escolha para me mostrar o quanto eu tinha sido agraciada por encontrar quem levasse Deus a sério: “Menina, homens religiosos são garantia de felicidade! Levam o namoro a sério, sabem amar, respeitar e tratar bem, são mais carinhosos e, quando é o caso, têm casamentos duradouros e felizes”, esse foi o discurso que eu escutei por bastante tempo, até o bendito sim.

Durante o namoro, não são poucas as vezes que chegam aos meus ouvidos coisas como “Queria um namoro igual ao seu!”, “Como você é abençoada por ter um namorado assim”, “Que lindo o namoro de vocês!”, “Claro que você não é insegura, ele nunca faria nada de mal pra você.” Fora as diversas vezes que eu não pude ajudar em uma situação difícil porque “Você nunca vai entender, o seu namoro não passa por isso!”.

Mas por quê? Por que ter um namoro em que Deus é a base é garantia de felicidade? Por que um namoro alicerçado nos ensinamentos da Igreja é tão leve, seguro e cheio de amor? E a resposta é simples: porque é por Ele e para Ele.

Existe uma frase que diz mais ou menos assim: “O amor imperfeito é muito frágil e fácil de ser traído, mas O Amor Perfeito, não”. Quando um homem vive em amizade com o Senhor, não é por sua namorada que ele permanece fiel, firme na batalha pela pureza, pelo amor e pela doação de si mesmo, é por Deus, o Amor Perfeito e, ir pra longe Daquele que o coração busca sem cessar, é ir contra si. Ser fiel a quem não corresponde as nossas expectativas incontáveis vezes é muito difícil, mas quando o Amor (assim, maiúsculo) entra em cena, tudo muda.

Quanto mais aconchegado no Sagrado Coração um homem estiver, maior vai ser a capacidade dele de amar, e amar com um amor que vem direto do Céu, capaz de superar qualquer coisa e de permanecer firme até o fim! Um amor generoso, que não busca felicidade e sim fazer feliz. Amor puro e pleno, que foi provado pelo fogo das renuncias, do não receber nada em troca e que se torna sobrenatural, amor de corpo e alma. Um amor que conta com a graça do Cristo para que seja como o amor Dele por nós, que entrega, sem reservas, a própria vida. 

Como não ser feliz experimentando tão grande amor? Como não confiar em um homem que é capacitado, a todo instante, por Nosso Senhor? Como entrar em crise, se o que Deus planeja é perfeito? Como não ser eterno, se foi feito para a Eternidade?

Namorar um Homem Católico é muito mais do que não ser traída, ter um relacionamento duradouro e feliz: é ser amada pelo próprio Amor através do coração de um Homem.





Leia mais sobre o assunto acessando estes textos abaixo:

















quarta-feira, 19 de março de 2014

Procuremos a intimidade com José e encontraremos Jesus

Procuremos a intimidade com José e encontraremos Jesus



Tens de amar muito São José, amá-lo com toda a tua alma, porque é a pessoa que, com Jesus, mais amou Santa Maria e quem mais privou com Deus: quem mais O amou, depois da nossa Mãe. - Ele merece o teu carinho, e a ti convém-te buscar o seu convívio, porque é Mestre de vida interior e pode muito diante do Senhor e diante da Mãe de Deus. (Forja, 554)

Nas coisas humanas, José foi mestre de Jesus; conviveu diariamente com Ele, com carinho delicado, e cuidou dEle com abnegação alegre. Não será esta uma boa razão para considerarmos esse varão justo, esse Santo Patriarca, em quem culmina a fé da Antiga Aliança, como mestre de vida interior? A vida interior não é outra coisa senão uma relação de amizade assídua e íntima com Cristo, para nos identificarmos com Ele. E José saberá dizer-nos muitas coisas sobre Jesus. Por isso, não abandonemos nunca a devoção que lhe dedicamos: Ite ad Ioseph, ide a José, como diz a tradição cristã, servindo-se de uma frase tirada do Antigo Testamento.

Mestre de vida interior, trabalhador empenhado no seu ofício, servidor fiel de Deus, em relação contínua com Jesus: este é José. Ite ad Ioseph. Com São José, o cristão aprende o que significa pertencer a Deus e estar plenamente entre os homens, santificando o mundo. Procuremos a intimidade com José, e encontraremos Maria, que encheu sempre de paz a amável oficina de Nazaré. (É Cristo que passa, n. 56)

A Igreja inteira reconhece em São José o seu protetor e padroeiro. Ao longo dos séculos, tem-se falado dele sublinhando diversos aspectos da sua vida, continuamente fiel à missão que Deus lhe confiou. Por isso, desde há muitos anos, agrada-me invocá-lo com este título muito íntimo: Nosso Pai e Senhor.

São José é realmente Pai e Senhor: protege e acompanha no seu caminho terreno aqueles que o veneram, como protegeu e acompanhou Jesus enquanto crescia e se tornava homem. (É Cristo que passa, n. 36)


Fonte: Aqui

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Um feliz e Santo Natal!

“A graça de Deus manifestou-se: eis o motivo por que o Natal é festa de luz. Não uma luz total, como aquela que envolve todas as coisas em pleno dia, mas um clarão que se acende na noite e se difunde a partir de um ponto concreto do universo: da gruta de Belém, onde o Deus Menino «veio à luz». Na realidade, é Ele a própria luz que se propaga, como aparece bem representado em muitos quadros da Natividade. Ele é a luz, que, ao manifestar-se, rompe a bruma, dissipa as trevas e nos permite compreender o sentido e o valor da nossa existência e da história. Cada presépio é um convite simples e eloquente a abrir o coração e a mente ao mistério da vida. É um encontro com a Vida imortal, que Se fez mortal na mística cena do Natal; uma cena que podemos admirar também aqui, nesta Praça, tal como em inumeráveis igrejas e capelas do mundo inteiro e em toda a casa onde é adorado o nome de Jesus [...]

Vamos, pois, irmãos! Apressemo-nos, como os pastores na noite de Belém. Deus veio ao nosso encontro e mostrou-nos o seu rosto, rico em misericórdia! A sua graça não seja vã para nós! Procuremos Jesus, deixemo-nos atrair pela sua luz, que dissipa a tristeza e o medo do coração do homem; aproximemo-nos com confiança; com humildade, prostremo-nos para O adorar. Feliz Natal para todos!”

Bento XVI - Mensagem de Natal de 2012

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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O tripé para a boa vivência do matrimônio





Nos diz o Catecismo da Igreja Católica: "A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento por Cristo Senhor" [1] [...] O consentimento pelo qual os esposos se entregam e se acolhem mutuamente é selado pelo próprio Deus. De sua aliança "se origina também diante da sociedade uma instituição firmada por uma ordenação divina". A aliança dos esposos é integrada na aliança de Deus com os homens: "O autêntico amor conjugal é assumido no amor divino". [2]

O matrimônio é uma vocação sublime, tanto que Nosso Senhor elevou-o a dignidade de Sacramento, e tanto mais nobre e bela é uma missão mais cruzes e desafios enfrentaremos. Muitas vezes andamos como que num nevoeiro, trilhando um caminho no escuro, e isso acontece muitas vezes pelo excesso de vias pelas quais nossa alma anseia, e o melhor modo de enxergar melhor um caminho é ter o olhar simples e focado, buscar o que é essencial, a luz que brilha como meta no fim do caminho, buscar em primeiro plano realizar aquilo que nos aproxima dessa meta, e daí, no desenrolar das questões as coisas secundárias serão organizadas com maior facilidade.

Nesta presente postagem falaremos dos 3 pontos que são essenciais para a boa vivência do matrimônio, que são a vida de oração, o apostolado – seja em casa ou fora – e o trabalho, o sustento material, peço ao leitor que faça uma reflexão sobre estes 3 pontos, se analisarmos profundamente, tudo o que tenhamos a fazer de bom na vida matrimonial gira em torno desses pontos, são como um tripé que mantém o matrimônio, e tudo o que nos afasta de um desses pontos só traz ruínas ao casamento. Como foi dito acima, estes são os pontos essenciais, a vida matrimonial é muito mais rica de ações nobres, mas todas essas outras são sustentadas por este tripé. Então vamos a eles:

Vida de oração: “Quando empregamos as palavras vida de oração, contemplação, vida contemplativa – termos que se encontram nos Padres da Igreja e nos escolásticos – a nossa intenção é sempre designar a vida interior normal, acessível a todos, e não os estados pouco comuns de oração que a teologia mística estuda, e a fortiriori  êxtases, visões, arroubamentos”, [3] assim é definida a vida interior por  Dom Jean-Baptiste Chautard em seu célebre livro “A Alma de Todo Apostolado”, e poderemos usar estes termos para entendermos melhor o que é a vida de oração, e desde já recomendamos muitíssimo a leitura deste livro, (obra tão recomendada, como pelo Papa São Pio X que o tinha como livro de cabeceira [4]) dentre outros tantos, um dos grandes benefícios desta obra é aprendermos como agirmos no apostolado sem perdermos a vida interior, pois como veremos a seguir, sem a vida de oração todo o restante se torna infecundo. 

Prosseguindo, o casal deve ter uma vida de oração ordenada, pois ela será a base de tudo, dos 3 pontos este é o mais forte, se esta base vacilar consequentemente as outras desabarão conjuntamente. É a vida de oração a base para que uma pessoa viva para Deus, é aí o “lugar” de encontro íntimo com o Senhor, onde agradecemos por todas as graças recebidas, O louvamos e encontramos luzes para os próximos caminhos, “a vida sobrenatural é a vida do próprio Jesus Cristo em mim, pela fé, pela esperança e pela caridade” [5],  sem isto a vida se torna egoísta e soberba, é um querer fazer tudo por força própria. O amor a Deus é o motor do amor humano, sem ele não se pode amar e cuidar do cônjuge e dos filhos verdadeiramente.

Como dissemos, a vida de oração é a base dos outros dois pontos, todo o sentido das nossas ações deve ter a caridade como fim, fazer tudo por Deus e por amor a Ele, sem esta caridade o apostolado e o trabalho material se tornam infecundos. Sem a caridade é impossível fazer um bom apostolado porque daí ao invés de fazermos tudo pra Deus estaremos fazendo obras para inflar o nosso orgulho, esperando o aplauso daqueles que nos cercam, o verdadeiro apostolado é desinteressado, visa antes o bem daqueles a quem Nosso Senhor confiou aos nossos cuidados.

Quanto ao trabalho, do mesmo modo, quando vivemos a nossa vida laboral sem a caridade corremos o risco de cairmos no egoísmo, na avareza e na ganância, de buscarmos o trabalho como um fim, e não como um meio.
Deus é o sentido de tudo, se nossas ações não forem para Ele tudo perde o sentido, tudo o que fazemos neste mundo é em vista da Vida Eterna, e se não tivermos esse olhar sobrenatural sobre todas as coisas não suportaremos as cruzes que a vida nos traz, pois só suportamos as dores da vida quando elas tem um sentido, e por mais que em certos momentos não entendamos porque sofremos, essas cruzes começam a fazer sentido se a entregamos junto a Cruz de Nosso Senhor, e só temos essa visão sobrenatural da vida no momento que temos uma vida de oração ordenada. Sejam as alegrias, sejam as cruzes, elas só serão bem vividas se forem em direção a Deus, e só saberemos caminhar com humildade em direção a Deus se tivermos uma correta vida de oração.

“...uma autêntica vida de piedade tornará mais eficazes os seus esforços e perfumará o seu lar com o espírito de Jesus Cristo, e com essa paz inalterável que, apesar das provações, há-se ser sempre o apanágio das famílias profundamente cristãs.” [6]

Apostolado: Por muitas vezes temos a visão de que o único apostolado são nossas atividades paroquiais, esta - é claro – é uma das ações de apostolado, mas não é a única e nem a primeira que um casal deve exercer, o primeiro dever de apostolado de um casal deve ser dentro de casa, na família, como dizia o Santo Padre Papa João Paulo II: “A família é a Igreja doméstica”. O primeiro passo que o casal deve dar – e isto é algo que já deve vir desde o namoro, pois a vida matrimonial será um reflexo do tempo de namoro - é que eles tenham uma vida de oração ordenada, que eles se esforcem o máximo possível para terem seus momentos de oração, mesmo com as labutas do dia-a-dia, individualmente, a dois e em família, estes momentos são importantíssimos, pois toda pessoa precisa de um tempo de reflexão a sós, para fazer seu exame de consciência, para conversar na intimidade com Deus, e também o tempo de oração a dois, pois este sempre une mais ainda o casal, e é mais uma forma de cuidarem um do outro, e também a oração da família inteira, e uma das orações mais perfeitas neste sentido é a oração do santo terço em família, como diz aquela bela citação: “família que reza unida permanece unida.”

E passamos a mais um sentido do apostolado familiar, a educação dos filhos na fé, e a primeira e melhor forma de educar é pelo exemplo, filhos que vêem seus pais rezando, falando sobre Deus também na vida cotidiana já serão muito mais propensos a abraçarem as belezas da fé, principalmente quando chegar a etapa onde aprenderão sobre doutrina na catequese. E esta é outra questão, os pais também devem ser bem formados na fé para formarem bem seus filhos, eles tem que ser os primeiros catequistas, pois o mundo tem aversão aos valores cristãos e infelizmente muitas vezes até nossas catequeses paroquiais ensinam doutrinas heterodoxas e valores frouxos. Os pais são na maioria absoluta das vezes o padrão de como os filhos vão enxergar Deus, seja para bem ou para mal, quantos santos se santificaram por ver os bons exemplos dos pais, mas também quantos perderam a fé porque viram os maus exemplos dos seus, isto é uma coisa gravíssima que infelizmente a maioria dos pais de hoje em dia não se atentam.

Outra questão recorrente hoje em dia são os pais com uma grande preocupação com o apostolado “de fora” e pouca preocupação na educação religiosa dos próprios filhos, percebemos isso claramente naquelas infelizes e recorrentes situações onde há pais que não saem de dentro da Igreja, como “leigos clericalizados”, mas que seus filhos não saem do mundo, isto é um sinal muito claro de que apesar da muita atividade exterior do casal a sua vida de oração e o apostolado com os filhos não vai bem.

E há também a justa necessidade do apostolado paroquial, mas isto varia muito com as particularidades dos grupos, associações ou movimentos em que a pessoa participa, ou mesmo que a pessoa não esteja em algum grupo o padrão é sempre agir com caridade, a caridade é o sentido de todo apostolado, fazer tudo por Deus, daí em cada caso Deus irá inspirando o trabalho de cada um. É sempre uma grande graça quando um casal pode trabalhar juntos numa obra de apostolado, isso une ainda mais o casal, a graça e a beleza desta obra se torna maior ainda se tiverem a oportunidade de que um ou mais filhos seja do mesmo grupo, mas apesar dessa beleza do trabalho conjunto, não quer dizer que o casal deva sempre agir assim, Deus pode querer que eles trabalhem em grupos diferentes, no passado isso era muito mais comum pois a maioria dos grupos e associações não eram mistas, e sempre deu certo.

Como dissemos, o sentido maior de tudo é a caridade, então o padrão do bom apostolado do casal é ter antes a vida de oração ordenada, contar sempre com o auxílio da graça do que com a própria força, e ter a clara noção de que o seu primeiro apostolado deve ser no interior da família, ajudar a cuidar do cônjuge e dos filhos, os guiando e sustentando em direção a Deus, e isso também fará com que o seu apostolado exterior será verdadeiramente frutuoso.

Trabalho: Então, passamos ao terceiro e último ponto, o trabalho, o sustento material, tão importante, mas que deve ser pautado tendo os outros dois pontos como auxílio, pois o trabalho sem caridade se torna ganancioso, e ele também deve ser uma área de apostolado. Talvez fosse dos 3 pontos o que menos comentaríamos pois a primeira função do trabalho material é o sustento da família, o prover as necessidades, este sim é o primeiro sentido mas não é o único. Como cristãos temos que ter um olhar sobrenatural sobre todas as coisas, e um ponto a comentar é que é neste campo onde se sobressaem mais as características específicas do homem e da mulher. Como vimos acima, se na vida de oração os dois podem ter atividades praticamente iguais e isso terá muito proveito, no apostolado já aparecem algumas singularidades, mas no trabalho material essas singularidades são muito latentes, homem e mulher devem sempre trabalhar juntos para o bem da família, mas cada um tem habilidades e missões bem específicas que ajudam no crescimento do casal.

Isso deve ser reforçado, pois vivemos num mundo onde é proclamada a ideologia do gênero, onde colocam homem e mulher em situação de igualdade em tudo, como se a humanidade formasse uma massa amorfa, sem individualidades. Homem e mulher são iguais sim perante a Deus, ambos são criaturas que Ele criou, mas cada um com especificidades e diferenças que ajudam no complemento um do outro. Há diferenças físicas e psicológicas entre homem e mulher e isso só uma pessoa cega pela mentalidade moderna negaria, e essas diferenças que se vividas de modo coerente ajudam no crescimento do casal também influenciam no modo de exercer o trabalho de sustento material da família.

Quanto ao homem, como diz o Pe. Paulo Ricardo [7], as 3 características que formam a paternidade, e consequentemente a masculinidade de uma forma correta no homem, é que ele seja protetor, mestre e provedor , isto está ligado as suas especificidades físicas e psicológicas que estão bem centradas na força, então daí vemos e entendemos porque o principal papel de provedor da família é o do homem, e porque ele é naturalmente inclinado ao trabalho fora, é ele quem sai pra buscar o sustento e proteção para a família, e também em certos trabalhos da casa onde as habilidades masculinas são mais requeridas, principalmente onde se envolve a força. Daí também percebemos como que o primeiro papel da disciplina dos filhos é sempre ligado ao pai, claro que pai e mãe tem essa função, mais pela sua característica nata de ser mestre o pai terá o papel primordial na disciplina, principalmente na firmeza.

Do mesmo modo, as características próprias da feminilidade também fazem que a mulher tenha maior propensão a um trabalho específico, que é o de cuidar da casa interiormente, e isso não é nenhum demérito, como prega o mundo. A mulher também requer uma força para suas tarefas, tão cansativas quanto a dos homens, mas até pela sua missão materna, e esta é outra questão porque o casal deve se esforçar para que a mulher trabalhe em casa, que é a de que ela cuide mais de perto dos filhos, a sua força vem da sua ternura, é daí que ela consegue os modos para ordenar a sua casa com os cuidados próprios da feminilidade, cuidados estes que tornam o lar harmonioso. É claro que homem e mulher devem ser ternos no trato com os membros da família, mas a mulher tem uma naturalidade maior a lidar com o afeto, a ser carinhosa, desse equilíbrio entre a firmeza paterna e a ternura materna é que nasce uma educação sadia dos filhos, a clássica canção “Oração da Família” do Pe. Zezinho exemplifica isto muito bem em um dos seus refrões:

“Que a família comece e termine sabendo onde vai
E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai
Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor
E que os filhos conheçam a força que brota do amor!”

Sobre estas questões sobre a feminilidade, principalmente o modo como as mulheres estão vivendo e sendo tratadas nos dias de hoje, maternidade, trabalho e afins recomendo muitíssimo a aula do Pe. Paulo Ricardo intitulada: “Feminilidade: O que está acontecendo com as mulheres?”


É muito bom quando há a graça de que homem consiga manter materialmente toda a casa, daí a mulher pode se preocupar somente com cuidado direto com os filhos e os afazeres domésticos, que já são tantos, mas as circunstâncias da vida podem levar a que essa renda não seja suficiente, e para isso a mulher tenha que ter atividades extras em casa ou fora, isso vai requerer uma prudência e reflexão muito grande sobre a real necessidade dessas atividades. Quando estas são em casa há menos problemas, pois ela estará ainda perto dos filhos, e este é o grande problema das mulheres trabalharem fora, se absterem da educação próxima dos filhos e confiarem a terceiros.

Há também os casos justos onde a mulher tenha que trabalhar fora por meio-período ou integralmente, a questão é, como dito acima, a reflexão e a prudência sobre a real necessidade dessas atividades, analisar se essa renda extra é realmente urgente, temos que ter o bom senso para ver o que são nossas necessidades materiais, o que não vemos muito hoje em dia, pois ter roupas novas sempre, o último equipamento eletrônico da moda, férias paradisíacas, entre outros do tipo, isso tudo não são prioridades necessárias, então, acima de tudo deve se ter prudência. Resumindo, o ideal é que o homem trabalhe fora e que a mulher trabalhe em casa, ambos cuidando da família exercendo bem suas especificidades.

Para terminar, falamos de mais um ponto sobre o trabalho, ponto este que reúne todos os outros colocados acima, mas que é pouco comentado , é o apostolado no trabalho. Mesmo assim, quando este apostolado nos vem a mente é a memória daqueles protestantes que querem fazer pregação forçada no meio do trabalho, e não é assim,  o verdadeiro apostolado no trabalho é primeiro o do bom exemplo, da boa conduta, do cumprimento dos nossos deveres, e aí sim, cumprindo estes deveres, e se for a vontade de Deus, Ele colocará em nosso caminho almas que estão sedentas pela verdade e nós poderemos usar de nosso apostolado de catequese, mas elas só virão a nós se virem primeiro a face de Cristo em nossas ações, por isto este ponto reúne todos os outros, porque antes é preciso se ter uma vida de oração coerente, daí isso se reflete no nosso modo de agir no apostolado em casa e na paróquia, e consequentemente em como faremos apostolado nos nossos trabalhos, sejam estes trabalhos em qualquer ambiente, em casa ou fora. Deixamos abaixo 2 pequenas citações de São Josemaria Escrivá que falam muito bem sobre o assunto, e desde já recomendamos muito a leitura de seus escritos [8], entre outros tantos belos temas que ele explana, poucos falam tão bem como ele do apostolado da vida cotidiana:

“Convencei-vos de que a vocação profissional é parte essencial, inseparável, da nossa condição de cristãos. O Senhor vos quer santos no lugar em que vos encontrais, no ofício que escolhestes, seja qual for o motivo: todos me parecem bons e nobres - enquanto não se opuserem à lei divina - e capazes de ser elevados ao plano sobrenatural, isto é, enxertados nessa corrente de Amor que define a vida de um filho de Deus.
Temos que evitar o erro de pensar que o apostolado se reduz ao simples testemunho de umas práticas piedosas. Tu e eu somos cristãos, mas ao mesmo tempo, e sem solução de continuidade, cidadãos e trabalhadores, com umas obrigações claras que temos de cumprir de um modo exemplar, se nos queremos santificar de verdade. É Jesus Cristo quem nos incita: Vós sois a luz do mundo (Mt V, 14-16)”. [9]
“Deus não te arranca do teu ambiente, não te retira do mundo, nem do teu estado de vida, nem das tuas ambições humanas nobres, nem do teu trabalho profissional... mas, aí, te quer santo!” [10]

O matrimônio é uma vocação sublime, assim começamos e terminamos nossa postagem, por mais que tenha cruzes não deixa de ser bela, e vale muito a pena, assim são as coisas de Deus, a beleza junto a Cruz. Nestes dias ouvi numa pregação uma bela citação que resume tudo isto, e também nos impulsiona: “O casamento é para heróis, é para quem quer levar a vida a sério” , [11] e assim é mesmo, um ato de heroísmo, nobre e belo, difícil, uma cruz, mas feliz quando o vivemos em direção a Deus, dando nossa vida para levar ao Céu nós mesmos e aqueles a quem Ele nos confiou os cuidados.

"Se na realização de nossa vocação devêssemos morrer, seria esse o dia mais bonito da nossa vida!". Santa Gianna Molla

Se em tudo devemos agir com a caridade para a boa vivência da vida matrimonial, se pautando nestes 3 pontos essenciais,a vida de oração, o apostolado e o trabalho, se em tudo devemos olhar para Cristo, nada mais justo e belo do que olharmos e pedirmos a intercessão de Nossa Mãe Santíssima em todas as nossas obras, como bem observa Dom Chautard, todas as nossas atividades de apóstolo só terão frutos se passarem pelas mãos Dela:
“Apoiados nesta doutrina, não hesitamos em dizer que, se a atividade do apóstolo não se fundar numa especialíssima devoção a Nossa Senhora, arrisca-se, seriamente, a construir sobre a areia.” [12]

Que Nossa Mãe Santíssima, Rainha das Famílias, guarde e proteja todos aqueles que foram chamados a vocação matrimonial, que suas famílias sejam verdadeiras Igrejas domésticas, lares de santidade que carregarão a luz de Nosso Senhor a todos os ambientes. Salve Maria!


Tiago Martins

*****
Referências

[3] pg. 16 -  [5] pg.16 -  [6] pg.14  -  [12] pg.177 - todas citações retiradas da obra “A Alma de Todo Apostolado” - Dom Jean-Baptiste Chautard – Constam-se as páginas da edição da Editora Civilização.

[4] “Se quereis que Deus abençoe e torne fecundo o vosso apostolado, empreendido para a sua glória, impregnai-vos bem do espírito de Jesus Cristo, procurando adquirir uma intensa vida interior. Para este fim, não vos posso indicar melhor guia do que “A Alma de Todo Apostolado” de Dom Chautard, abade cisterciense. Recomendo-vos, calorosamente, esta obra, que estimo particularmente, e da qual fiz o meu livro de cabeceira”.
Papa São Pio X, durante a visita ad limina dos bispos do Canadá, em 1914.
O livro pode ser comprado através deste link, ou baixado em formato PDF através deste link

[7] Pe. Paulo Ricardo de Azevedo - Vídeo-Aula "Masculinidade: O queestá acontecendo com os homens de Deus."
[8] Acesse as obras completas de São Josemaria Escrivá através deste link: Obras do Fundador do Opus Dei.
[9] São Josemaria Escrivá - "Amigos de Deus, 60-61"
[10] São Josemaria Escrivá - Forja, 362”
[11] V. Ex.ª Revma Dom Fernando Areas Rifan – Bispo Administrador da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney - Em cerimônia de casamento na Igreja Principal do Imaculado Coração do Rosário de Fátima, Campos-RJ - Dia 14/12/2013
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