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sábado, 29 de abril de 2017

Oração pelas pessoas com a doença do Lúpus

O Lúpus, ou LES (Lúpus Eritematoso Sistêmico) é uma doença crônica de causa desconhecida, onde acontecem alterações fundamentais no sistema imunológico da pessoa, atingindo predominantemente mulheres. Nos links no final da página você terá mais informações sobre o assunto, não deixe de rezar e quando possível ajudar estas pessoas nesta batalha, e uma das ajudas é compartilhar estas informações e oração.

"Senhor nosso Deus, que enviastes o vosso Filho ao mundo para carregar as nossas enfermidades e levar sobre si as nossas dores, nós vos suplicamos por estas vossas filhas enfermas com a doença do Lúpus, para que, com a paciência fortalecida e a esperança renovada, entregando-se aos desígnios de sua Providência e Infinita Misericórdia que NUNCA deixa a ninguém desamparado, superem a cada dia a doença e por vossa bênção voltem a gozar saúde do corpo e da alma. Por Cristo nosso Senhor.
Amém!"


"Meninas que adestram lobos": Blog e livro sobre o assunto https://m.facebook.com/meninasqueadestramlobos

"Vivendo bem com o Lúpus" : Blog sobre o assunto http://anjodoadores.blogspot.com.br/2014/01/oracoes-pelos-doentes_12.html?m=1

"Entre humor e lágrimas" : Blog sobre o assunto https://pattypy.wordpress.com



quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O exercício do dom de si (Práticas concretas para a busca da santidade na vida cotidiana)

O exercício do dom de si 


Pe. Joseph Schrijvers

Quando a alma de boa vontade se doou a Deus, estão lançados os alicerces do seu edifício espiritual. Só falta construir, isto é, renovar constantemente essa disposição. É o exercício do dom de si, que se pratica com a mesma simplicidade, com a mesma serena mansidão com que a alma interiormente livre cumpre seus deveres.

Logo pela manhã, ao despertar, a alma eleva-se a Deus, oferece-lhe todo o seu ser e pede-Lhe que disponha dela como lhe aprouver. Este ato substitui longas orações. É uma aceitação amorosa de tudo o que vier a acontecer no dia, seja doce ou amargo, agradável ou penoso. É uma alegre disposição de tudo fazer e sofrer para agradar a Deus.
A alma esforça-se por manter-se tranquilamente nessa disposição essencial e repete de tempos em tempos o seu oferecimento. Assim recolhida em Deus, entrega-se à oração e ao trabalho segundo as exigências de seu estado.
Durante seus afazeres, permanece senhora de si, agindo sem frouxidão e sem precipitação, não se deixando dominar pelo frenesi de acabar de pressa, nem pela vontade de conquistar estima alheia, nem pelo prazer que encontra na sua ocupação.

Já não se pertence mais, é inteiramente do seu Senhor, também não pertence aos outros, nem se deixa escravizar pelo seu trabalho, pois este não é um fim, mas apenas um meio. Inicia as suas ocupações sem paixão, continua-as com toda a paz, termina-as sem pressas, sabendo que, depois desse trabalho outros virão. Para acalmar a sua impaciência, repete muitas vezes: “Enquanto executo esta tarefa, não devo cumprir outra; enquanto estiver aqui pela vontade de Deus, não sou obrigado a estar em outro lugar.”

Inteiramente senhora de si, executa de coração livre os seus deveres, uns após os outros, e esta liberdade interior permite-lhe empreender com mente clara a atenção contínua, sem fatiga ou precipitação, sem desânimo ou preguiça.

Os homens verdadeiramente ativos são os que menos o aparentam. Os agitados, os apressados, não fazem quase nada. Começam, mas não acabam. Após o trabalho, ficam com o coração inquieto, o espírito oprimido e incapaz de pensar em Deus. A alma simples, pelo contrário, imita Deus, parece sempre em repouso e está sempre ativo.

Assim, a alma prossegue em seus trabalhos diários armada do seu ato de doação. Repete-o em cada ação que realiza, a cada dificuldade que surge, a cada sofrimento que lhe sobrevém, a cada alegria ou desgosto que experimenta. Tem o seu modo próprio de resistir as tentações e de afastar as distrações. Mal se apresentam, não as afugenta diretamente, como se fossem moscas, mas despreza-as contentando-se em repetir: “Senhor, auxiliai-me.” Um gesto de amor, eis a sua resposta às sugestões do demônio. Aliás, não será tentada por muito tempo: o inimigo sabe que cada tentação provoca um novo impulso do coração de Jesus.
Da mesma forma, acolhe por um simples ato de amor as contrariedades, as cruzes, os sofrimentos de cada dia. Por mais opressivos que sejam, os contratempos nada mais fazem do que provocar atos de amor.

O descanso não interrompe o seu relacionamento com Deus. Distrai-se com o coração livre, pois sabe que Deus quer que descanse. Nunca se abandona a uma alegria vã e desmedida. Tudo nela é moderado. Diverte-se como a criança sob o olhar materno. Só recorda-se de que Deus está nela, que a vê e que ama.

Toma as refeições com inteira liberdade de espírito, sem se preocupar com a qualidade do cardápio. Porventura não lhe vem tudo das mãos de Deus? Só dá atenção a esse bom Pai que ama ternamente, e não se preocupa com o resto.

Enfim, chegada a noite e concluídos os trabalhos do dia, enquanto adormece, ainda murmura uma palavra de abandono, mais comovido, mais profundo, se possível, para reparar as faltas cometidas e suprir as omissões do dia. Depois adormece em paz, sob o olhar do seu Senhor, que vela por ela.

Pe. Joseph Schrijvers – retirado do livro “O dom de si – vida de abandono em Deus”


P.S.: O sub-título entre parênteses foi acrescentado na edição feita pelo blog. Ajude a compartilhar, leve esta profunda e eficaz mensagem para mais pessoas, os menores atos feitos com boa vontade geram frutos gigantescos para a maior Glória de Deus.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Novena da Assunção de Nossa Senhora


Hoje, dia 06/08, começa a Novena da Festa da Assunção de Nossa Senhora em corpo e alma aos Céus, Santo Afonso de Ligório diz em sua célebre obra "Glórias de Maria" que o verdadeiro devoto da Virgem Santíssima sempre a honra fazendo uma novena em preparação para as suas festas, então a façamos como muita devoção agradecendo e pedindo as graças necessárias para nosso bem.
Ajude a compartilhar entre seus amigos. Salve Maria!

Novena da Assunção de Nossa Senhora
Festa dia 15 de Agosto
Oração para todos os dias:
Oh! Santíssima Virgem que, para vos preparardes para uma santa morte, vivestes em contínuos desejos da visão beatifica; fazei que se apartem de nós os desejos vãos das coisas caducas da terra. Ave-Maria.
Oh! Santíssima Virgem que, para vos preparardes para uma santa morte, suspirastes na vida por vos unirdes para sempre com vosso Filho; alcançai-nos que vivamos sempre fiéis ao mesmo Senhor até à morte. Ave-Maria.

Oh! Santíssima Virgem que, para morrer santamente, ajuntastes um imenso tesouro de méritos e virtudes; alcançai-nos a graça de conhecermos que só a virtude e a graça de Deus é a estrada que pode conduzir-nos à salvação. Ave-Maria.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Pacto da alma com o Puríssimo Coração de Maria

Pacto da alma com o Puríssimo Coração de Maria


“Soberana Senhora e Mãe minha, Vós desde o trono
celestial a que fostes sublimada, penetrais todos os meus
desejos, e meus gemidos não são a Vós ocultos; mas,
como as necessidades temporais não me permitem ter a
mente, como eu quisera; ocupada em louvor ao Vosso
sempre puro e Imaculado Coração, faço convosco o
seguinte pacto que é minha vontade seja para sempre
válido:
1º) Quantas vezes olhar o céu, outras tantas me
congratulo convosco por vossas inefáveis perfeições
e rendo graças à Santíssima Trindade por todos os benefícios,prerrogativas e excelências com que se dignou enriquecer vosso admirável Coração e especialmente por Vos ter escolhido para Mãe de Deus.

2º) Quantas vezes cerrar ou abrir os olhos, outras tantas confirmo e agradeço todas as boas obras que os anjos e santos e todas as criaturas tem praticado e praticarão daqui por diante em honra e Glória de vosso Coração e de tudo quanto Vós mesma haveis feito e fareis em louvor de vosso Divino Filho Jesus Cristo, enquanto eu, com vivo fervor, desejo participar de todas e de cada uma em particular.

3º) Quantas vezes respirar, outras tantas Vos ofereço a vida, paixão e morte de vosso querido Filho Jesus, vossos méritos e os sofrimentos de vosso aflitíssimo Coração e os de todos os Santos, para eterno louvor de vosso formoso Coração, salvação do universo, satisfação de quantas ofensas e para a conversão de todos os pecadores.

4º) Quantas vezes suspirar, outras tantas eu abomino e detesto todos os pecados que, não só eu, como todos os homens temos cometido contra a Bondade Infinita de Deus, transpassando o vosso maternal e sensibilíssimo Coração de Mãe de Deus e dos homens. Oxalá pudesse eu purificá-los com meu próprio sangue!

5º) Finalmente, sempre que mover pés ou mãos, atiro-me confiadamente em Vosso Coração maternal, desejando que disponhais de mim no tempo e na eternidade, segundo o vosso santíssimo beneplácito.
E selo os cinco atos do presente pacto com as cinco chagas de meu benigníssimo e amabilíssimo Jesus e com as cinco letras de vosso Nome dulcíssimo para que jamais possam ser anulados, desejando eu com ardor que sejam tidos por firmes e valiosos, sempre que fizer algum dos ditos sinais.

Protesto, enfim, que pelo ardente amor que Vos professo e pelo desejo veemente que tenho de louvar-Vos incessantemente, Vos dedico, ofereço e consagro, ó Coração amantíssimo de minha querida Mãe, todas as pulsações e movimentos de meu coração e de todas as minhas artérias, pactuando convosco que cada um deles expresse com ternura o seguinte louvor: Santo, Santo, Santo sois Vós, Coração Imaculado de Maria; os Céus e a Terra estão cheios de Vossa Glória, a qual ofereço, também a Beatíssima Trindade, em união da que incessantemente lhe dirigem os Serafins na eterna Glória.”
(Extraído do Manual do Arquiconfrade do Imaculado Coração de Maria)

Ajude a compartilhar esta oração, repasse-a a diante para que mais pessoas se consagrem ao Imaculado Coração de Maria! Nosso Senhor Jesus se alegra com tudo o que fazemos para honrar sua Mãe Santíssima!



sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Oração a Nossa Senhora de Guadalupe

Oração a Nossa Senhora de Guadalupe


Perfeita, sempre Virgem Santa Maria,
Mãe do Verdadeiro Deus, por quem se vive.
Tu que na verdade és nossa Mãe Compassiva,
te buscamos e te clamamos.
Escuta com piedade nosso pranto, nossas tristezas.
Cura nossas penas, nossas misérias e dores.
Tu que és nossa doce e amorosa Mãe,
acolhe-nos no aconchego do teu manto,
no carinho de teus braços.
Que nada nos aflija nem perturbe nosso coração.
Mostra-nos e manifesta-nos a teu amado Filho,
para que Nele e com Ele encontremos
nossa salvação e a salvação do mundo.
Santíssima Virgem Maria de Guadalupe,
Faz-nos mensageiros teus,
mensageiros da Palavra e da vontade de Deus.

Envie esta oração a amigo.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Reze a "Quaresma de São Miguel Arcanjo"

Reze a "Quaresma de São Miguel Arcanjo"
de 15 de Agosto a 29 de Setembro

Consagremos a proteção de nossa vida ao Príncipe da Milícia Celeste

Conheça mais sobre a história e as orações desta devoção acessando este link:
https://padrepauloricardo.org/episodios/a-quaresma-de-sao-miguel-e-o-auxilio-dos-anjos

Para se preparar para esta quaresma é necessário:
* Acender uma vela abençoada diante de uma imagem ou estampa de São Miguel Arcanjo
*
 Oferecer uma penitência durante os 40 dias;
*
 Fazer o sinal da cruz;
*
 Rezar estas orações todos os dias:


ORAÇÃO INICIAL PARA TODOS OS DIAS
São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede o nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no inferno a satanás e aos outros espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.

Sacratíssimo Coração de Jesus tende piedade de nós! (3x)

LADAINHA DE SÃO MIGUEL
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós. Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
Pai Celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho, Redentor do Mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Trindade Santa, que sois um único Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, Rainha dos Anjos, rogai por nós.
São Miguel, rogai por nós.
São Miguel, cheio da graça de Deus, rogai por nós.
São Miguel, perfeito adorador do Verbo Divino, rogai por nós.
São Miguel, coroado de honra e de glória, rogai por nós.
São Miguel, poderosíssimo Príncipe dos exércitos do Senhor, rogai por nós.
São Miguel, porta-estandarte da Santíssima Trindade, rogai por nós.
São Miguel, guardião do Paraíso, rogai por nós.
São Miguel, guia e consolador do povo israelita, rogai por nós.
São Miguel, esplendor e fortaleza da Igreja militante, rogai por nós.
São Miguel, honra e alegria da Igreja triunfante, rogai por nós.
São Miguel, Luz dos Anjos, rogai por nós.
São Miguel, baluarte dos Cristãos, rogai por nós.
São Miguel, força daqueles que combatem pelo estandarte da Cruz, rogai por nós.
São Miguel, luz e confiança das almas no último momento da vida, rogai por nós.
São Miguel, socorro muito certo, rogai por nós.
São Miguel, nosso auxílio em todas as adversidades, rogai por nós.
São Miguel, arauto da sentença eterna, rogai por nós.
São Miguel, consolador das almas que estão no Purgatório, rogai por nós.
São Miguel, a quem o Senhor incumbiu de receber as almas que estão no Purgatório,
São Miguel, nosso Príncipe, rogai por nós.
São Miguel, nosso Advogado, rogai por nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, atendei-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.

Rogai por nós, ó glorioso São Miguel, Príncipe da Igreja de Cristo, para que sejamos dignos de Suas promessas.

Oração: Senhor Jesus, santificai-nos, por uma bênção sempre nova, e concedei-nos, pela intercessão de São Miguel, esta sabedoria que nos ensina a ajuntar riquezas do Céu e a trocar os bens do tempo pelos da eternidade. Vós que viveis e reinais em todos os séculos dos séculos.

Ao final, reza-se:
Um Pai Nosso em honra de São Gabriel Arcanjo
Um Pai Nosso em honra de São Miguel Arcanjo.
Um Pai Nosso em honra de São Rafael Arcanjo.

Gloriosíssimo São Miguel, chefe e príncipe dos exércitos celestes, fiel guardião das almas, vencedor dos espíritos rebeldes, amado da casa de Deus, nosso admirável guia depois de Cristo; vós, cuja excelência e virtudes são eminentíssimas, dignai-vos livrar-nos de todos os males, nós todos que recorremos a vós com confiança, e fazei pela vossa incomparável proteção, que adiantemos cada dia mais na fidelidade em servir a Deus.
V. Rogai por nós, ó bem-aventurado São Miguel, príncipe da Igreja de Cristo.
R. Para que sejamos dignos de suas promessas.

Oração: Deus, todo poderoso e eterno, que por um prodígio de bondade e misericórdia para a salvação dos homens, escolhestes para príncipe de Vossa Igreja o gloriosíssimo Arcanjo São Miguel, tornai-nos dignos, nós vo-lo pedimos, de sermos preservados de todos os nossos inimigos, a fim de que na hora da nossa morte nenhum deles nos possa inquietar, mas que nos seja dado de sermos introduzidos por ele na presença da Vossa poderosa e augusta Majestade, pelos merecimentos de Jesus Cristo, Nosso Senhor.

Consagração a São Miguel Arcanjo
Ó Príncipe nobilíssimo dos Anjos, valoroso guerreiro do Altíssimo, zeloso defensor da glória do Senhor, terror dos espíritos rebeldes, amor e delícia de todos os Anjos justos, meu diletíssimo Arcanjo São Miguel, desejando eu fazer parte do número dos vossos devotos e servos, a vós hoje me consagro, me dou e me ofereço e ponho-me a mim próprio, a minha família e tudo o que me pertence, debaixo da vossa poderosíssima proteção. É pequena a oferta do meu serviço, sendo como sou um miserável pecador, mas vós engrandecereis o afeto do meu coração; recordai-vos que de hoje em diante estou debaixo do vosso sustento e deveis assistir-me em toda a minha vida e obter-me o perdão dos meus muitos e graves pecados, a graça da amar a Deus de todo coração, ao meu querido Salvador Jesus Cristo e a minha Mãe Maria Santíssima, obtende-me aqueles auxílios que me são necessários para obter a coroa da eterna glória. Defendei-me dos inimigos da alma, especialmente na hora da morte. Vinde, ó príncipe gloriosíssimo, assistir-me na última luta e com a vossa arma poderosa lançai para longe, precipitando nos abismos do inferno, aquele anjo quebrador de promessas e soberbo que um dia prostrastes no combate no Céu.

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate para que não pereçamos no supremo juízo.


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Novena da Assunção de Nossa Senhora

Novena da Assunção de Nossa Senhora
Festa dia 15 de Agosto

Oração para todos os dias:
Oh! Santíssima Virgem que, para vos preparardes para uma santa morte, vivestes em contínuos desejos da visão beatifica; fazei que se apartem de nós os desejos vãos das coisas caducas da terra. Ave-Maria.
Oh! Santíssima Virgem que, para vos preparardes para uma santa morte, suspirastes na vida por vos unirdes para sempre com vosso Filho; alcançai-nos que vivamos sempre fiéis ao mesmo Senhor até à morte. Ave-Maria.

Oh! Santíssima Virgem que, para morrer santamente, ajuntastes um imenso tesouro de méritos e virtudes; alcançai-nos a graça de conhecermos que só a virtude e a graça de Deus é a estrada que pode conduzir-nos à salvação. Ave-Maria.




segunda-feira, 31 de março de 2014

A Cruz, o Padre e a Missa




Pe. Gaspar S. C. Pelegrini*

“Não separe o homem o que Deus uniu”. (Mc 10, 9)

A Cruz, o Padre e a Missa são três mistérios inseparáveis. Estes três mistérios estão intimamente unidos, tão unidos que podemos acomodar a eles a palavra da Escritura : “Não separe o homem o que Deus uniu”. (Mc 10, 9)

Falemos de cada um deles

A Cruz

Diz o livro da Imitação de Cristo: “In Cruce Salus”, “na Cruz está a salvação.” Sim, porque na Cruz está Jesus, nossa Salvação.
Não devemos nos fazer ilusões, temos necessidade da Cruz. Fora da Cruz não há salvação. In Cruce Salus.

Mas em qual cruz está a salvação?

Vamos ao Calvário. Lá encontraremos três cruzes, três modos de encarar e viver o sofrimento:
- A Cruz do Inocente que sofre pelos pecadores: Jesus.
- A cruz do penitente que sofre resignado em expiação de seus próprios pecados: o Bom Ladrão.
- A cruz do revoltado contra Deus, contra o sofrimento: o mau ladrão.
A salvação não está na revolta do mau ladrão, mas sim na paciência de Jesus e na resignação do Bom Ladrão. A salvação está na Cruz de Jesus como fonte, como causa, como modelo de nossa Salvação; na do Bom ladrão como meio.
Assim também para nós:
Da Cruz de Jesus nos vêm todas as graças de que precisamos para nos salvar, e é também para nós um modelo de como temos que enfrentar os sofrimentos.
A nossa cruz (como a do Bom Ladrão) é um meio para chegarmos ao céu.
Todos nós temos que sofrer, o importante é saber sofrer. Soframos como o bom ladrão. Aceitemos as cruzes que Deus nos enviar.
Que jamais imitemos o mau ladrão no sofrimento.

O Padre

Podemos resumir o que é o padre nas palavras – ousadas - de S. João Maria Vianney: “Depois de Deus, o sacerdote é tudo.”
Tudo. Saibamos dar valor ao sacerdote. O padre dá sua vida por nós. Deixa de constituir uma família, para se consagrar inteiramente a Deus e às almas.
O sacerdote continua nesta terra a missão do próprio Jesus.
Agradeçamos a N. Senhor pelos padres que Ele já nos deu e peçamos-lhe que nos envie mais vocações.
Dizia também S. João Maria Vianney: “Quando se quer destruir a Religião, começa-se por destruir o Sacerdote.”
Isso explica a resistência que às vezes o sacerdote encontra em seu ministério e o porquê de tantos ataques contra o sacerdócio.

A Missa

Que seria o mundo sem a Santa Missa!?
Na Missa, é o próprio Jesus que pede por nós.
É através da Santa Missa que as graças descem do céu à terra.
A Missa é a renovação do Sacrifício do Calvário. E, às vezes, pelo nosso modo de participar da Missa, nós nos encarregamos de tornar mais literal, (digamos assim) esta renovação.

Três grupos de pessoas na Primeira Missa:
- Os piedosos com Nossa Senhora, Santa Madalena, S. João, as Santas mulheres.
- Os irreverentes, e até inimigos da Cruz de Cristo, como aqueles judeus que estavam no Calvário, que gritavam, faziam zombarias, insultavam a Jesus.
- Os curiosos, aqueles que estavam lá no Calvário só para ver o que ia acontecer, ou como tudo iria terminar, talvez até com o intuito de presenciar algum milagre retumbante.

Assim acontece muitas vezes nas Missas. Estão aqueles que chegam a ser irreverentes no modo como se comportam durante a Santa Missa e como tratam o Santíssimo. Aqui entram também os que voluntariamente se aproximam da Sagrada Comunhão sabendo que não estão no estado de graça, os que estão na Santa Missa e continuam alimentando em seu coração o apego ao pecado, os que não querem mudar de vida. Como disse o Papa Francisco, os corruptos.
Há também nas nossas Missas os curiosos . Vão à Missa para ver quem foi, para se encontrarem com os amigos, etc.
Mas há também os piedosos, os que participam da Santa Missa imitando os sentimentos do Coração de Jesus, de Nossa Senhora ao pé da Cruz, dos santos.

Sejamos deste grupo. Saibamos dar valor à Santa Missa, participando dela sempre que pudermos.

A união destes três mistérios: Cruz, Padre, Missa

Como vimos acima, “na Cruz está a salvação,” porque na Cruz está Jesus, nossa Salvação.
E como a Santa Missa não é outra coisa que a renovação do Sacrifício da Cruz, também da Missa podemos dizer: “In Missa salus”, na Santa Missa está a Salvação.
E o Sacerdote é ordenado sobretudo para a Santa Missa, portanto, para renovar o sacrifício da Cruz, é ordenado então para a Cruz. Logo também do padre podemos dizer: “In sacerdote salus”, no sacerdote está a salvação.
Nós não podemos de modo algum separar estes três mistérios, pois, se o fizermos, eles perdem sua razão de ser:

Nós não podemos separar a Missa da Cruz.
Se tirarmos da Santa Missa tudo o que se refere ao Calvário, portanto ao Sacrifício de Cristo, vamos esvaziar a Missa. Ela então se tornaria se torna uma mera lembrança de algo que já passou, ou se uma simples reunião dos fiéis, ou uma espécie de ceia. Por isto, não separemos o que Deus uniu. Renovemos sempre nossa fé no Sacrifício do altar, tenhamos sempre presente sua união inseparável com a Cruz.

Não podemos separar o Padre da Cruz.
A mãe de São João Bosco disse para ele no dia de sua ordenação que “começar a dizer Missa é começar a sofrer”.
Não que ser padre seja um sofrimento para a pessoa, mas que, como o padre é discípulo e ministro de Cristo, ele precisa se unir ao Seu Mestre e Senhor na Redenção da humanidade, aceitando de bom grado os sacrifícios que Deus pedir dele. Por isso o ministério sacerdotal é sempre marcado pela cruz. E um padre sem a Cruz é um soldado sem armas, é uma incoerência, quase que uma deformidade da natureza. A vida do padre deve girar em torno da Cruz. Todos os gestos litúrgicos que o padre realiza são acompanhados do sinal da cruz. A Liturgia muitas vezes manda que o padre beije a cruz, abençoe com a cruz, se benza com a cruz, etc. A sua própria vida não tem sentido sem a Cruz.

Não podemos, em fim, separar o Padre da Missa.
O Padre não é ordenado primeiramente para ser cantor, ser um homem da mídia, para ser um excelente administrador, um professor, etc. Existe uma relação inseparável entre o Padre e a Missa. Portanto ela está no essencial da vida do padre. Não pode, pois, ficar relegada a uma mera obrigação, ou ser considerada um incômodo no dia do padre. Tudo o que sacerdote faz, ou é uma preparação, ou uma consequência de sua Missa.
A Missa não é uma das atividades do padre, é a principal finalidade de seu sacerdócio.

Conclusão

Amemos a Santa Missa.
Saibamos dar valor ao Sacerdote. Agradeçamos a Deus pelos padres que ele já nos concedeu e peçamos a Nosso Senhor que nos envie muitas vocações, vocações em número proporcionado às nossas necessidades.
Enfim, saibamos levar a cruz, como o bom Ladrão. Com paciência, com resignação, como propiciação pelos nossos pecados.
Não separemos o que Deus uniu. Lembremo-nos sempre: na cruz está a Salvação. Se quisermos, pois, salvar nossa alma, abracemos a Cruz. Para que na hora de nossa morte, Jesus possa nos dizer o mesmo que ele disse ao Bom Ladrão: “Em verdade te digo: ainda hoje estarás comigo no paraíso.”

* Reitor do Seminário da Imaculada Conceição da Administração Apostólica Pessoal S. João Maria Vianney - Campos dos Goytacazes - RJ – Brasil

Fonte: Aqui

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O tripé para a boa vivência do matrimônio





Nos diz o Catecismo da Igreja Católica: "A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento por Cristo Senhor" [1] [...] O consentimento pelo qual os esposos se entregam e se acolhem mutuamente é selado pelo próprio Deus. De sua aliança "se origina também diante da sociedade uma instituição firmada por uma ordenação divina". A aliança dos esposos é integrada na aliança de Deus com os homens: "O autêntico amor conjugal é assumido no amor divino". [2]

O matrimônio é uma vocação sublime, tanto que Nosso Senhor elevou-o a dignidade de Sacramento, e tanto mais nobre e bela é uma missão mais cruzes e desafios enfrentaremos. Muitas vezes andamos como que num nevoeiro, trilhando um caminho no escuro, e isso acontece muitas vezes pelo excesso de vias pelas quais nossa alma anseia, e o melhor modo de enxergar melhor um caminho é ter o olhar simples e focado, buscar o que é essencial, a luz que brilha como meta no fim do caminho, buscar em primeiro plano realizar aquilo que nos aproxima dessa meta, e daí, no desenrolar das questões as coisas secundárias serão organizadas com maior facilidade.

Nesta presente postagem falaremos dos 3 pontos que são essenciais para a boa vivência do matrimônio, que são a vida de oração, o apostolado – seja em casa ou fora – e o trabalho, o sustento material, peço ao leitor que faça uma reflexão sobre estes 3 pontos, se analisarmos profundamente, tudo o que tenhamos a fazer de bom na vida matrimonial gira em torno desses pontos, são como um tripé que mantém o matrimônio, e tudo o que nos afasta de um desses pontos só traz ruínas ao casamento. Como foi dito acima, estes são os pontos essenciais, a vida matrimonial é muito mais rica de ações nobres, mas todas essas outras são sustentadas por este tripé. Então vamos a eles:

Vida de oração: “Quando empregamos as palavras vida de oração, contemplação, vida contemplativa – termos que se encontram nos Padres da Igreja e nos escolásticos – a nossa intenção é sempre designar a vida interior normal, acessível a todos, e não os estados pouco comuns de oração que a teologia mística estuda, e a fortiriori  êxtases, visões, arroubamentos”, [3] assim é definida a vida interior por  Dom Jean-Baptiste Chautard em seu célebre livro “A Alma de Todo Apostolado”, e poderemos usar estes termos para entendermos melhor o que é a vida de oração, e desde já recomendamos muitíssimo a leitura deste livro, (obra tão recomendada, como pelo Papa São Pio X que o tinha como livro de cabeceira [4]) dentre outros tantos, um dos grandes benefícios desta obra é aprendermos como agirmos no apostolado sem perdermos a vida interior, pois como veremos a seguir, sem a vida de oração todo o restante se torna infecundo. 

Prosseguindo, o casal deve ter uma vida de oração ordenada, pois ela será a base de tudo, dos 3 pontos este é o mais forte, se esta base vacilar consequentemente as outras desabarão conjuntamente. É a vida de oração a base para que uma pessoa viva para Deus, é aí o “lugar” de encontro íntimo com o Senhor, onde agradecemos por todas as graças recebidas, O louvamos e encontramos luzes para os próximos caminhos, “a vida sobrenatural é a vida do próprio Jesus Cristo em mim, pela fé, pela esperança e pela caridade” [5],  sem isto a vida se torna egoísta e soberba, é um querer fazer tudo por força própria. O amor a Deus é o motor do amor humano, sem ele não se pode amar e cuidar do cônjuge e dos filhos verdadeiramente.

Como dissemos, a vida de oração é a base dos outros dois pontos, todo o sentido das nossas ações deve ter a caridade como fim, fazer tudo por Deus e por amor a Ele, sem esta caridade o apostolado e o trabalho material se tornam infecundos. Sem a caridade é impossível fazer um bom apostolado porque daí ao invés de fazermos tudo pra Deus estaremos fazendo obras para inflar o nosso orgulho, esperando o aplauso daqueles que nos cercam, o verdadeiro apostolado é desinteressado, visa antes o bem daqueles a quem Nosso Senhor confiou aos nossos cuidados.

Quanto ao trabalho, do mesmo modo, quando vivemos a nossa vida laboral sem a caridade corremos o risco de cairmos no egoísmo, na avareza e na ganância, de buscarmos o trabalho como um fim, e não como um meio.
Deus é o sentido de tudo, se nossas ações não forem para Ele tudo perde o sentido, tudo o que fazemos neste mundo é em vista da Vida Eterna, e se não tivermos esse olhar sobrenatural sobre todas as coisas não suportaremos as cruzes que a vida nos traz, pois só suportamos as dores da vida quando elas tem um sentido, e por mais que em certos momentos não entendamos porque sofremos, essas cruzes começam a fazer sentido se a entregamos junto a Cruz de Nosso Senhor, e só temos essa visão sobrenatural da vida no momento que temos uma vida de oração ordenada. Sejam as alegrias, sejam as cruzes, elas só serão bem vividas se forem em direção a Deus, e só saberemos caminhar com humildade em direção a Deus se tivermos uma correta vida de oração.

“...uma autêntica vida de piedade tornará mais eficazes os seus esforços e perfumará o seu lar com o espírito de Jesus Cristo, e com essa paz inalterável que, apesar das provações, há-se ser sempre o apanágio das famílias profundamente cristãs.” [6]

Apostolado: Por muitas vezes temos a visão de que o único apostolado são nossas atividades paroquiais, esta - é claro – é uma das ações de apostolado, mas não é a única e nem a primeira que um casal deve exercer, o primeiro dever de apostolado de um casal deve ser dentro de casa, na família, como dizia o Santo Padre Papa João Paulo II: “A família é a Igreja doméstica”. O primeiro passo que o casal deve dar – e isto é algo que já deve vir desde o namoro, pois a vida matrimonial será um reflexo do tempo de namoro - é que eles tenham uma vida de oração ordenada, que eles se esforcem o máximo possível para terem seus momentos de oração, mesmo com as labutas do dia-a-dia, individualmente, a dois e em família, estes momentos são importantíssimos, pois toda pessoa precisa de um tempo de reflexão a sós, para fazer seu exame de consciência, para conversar na intimidade com Deus, e também o tempo de oração a dois, pois este sempre une mais ainda o casal, e é mais uma forma de cuidarem um do outro, e também a oração da família inteira, e uma das orações mais perfeitas neste sentido é a oração do santo terço em família, como diz aquela bela citação: “família que reza unida permanece unida.”

E passamos a mais um sentido do apostolado familiar, a educação dos filhos na fé, e a primeira e melhor forma de educar é pelo exemplo, filhos que vêem seus pais rezando, falando sobre Deus também na vida cotidiana já serão muito mais propensos a abraçarem as belezas da fé, principalmente quando chegar a etapa onde aprenderão sobre doutrina na catequese. E esta é outra questão, os pais também devem ser bem formados na fé para formarem bem seus filhos, eles tem que ser os primeiros catequistas, pois o mundo tem aversão aos valores cristãos e infelizmente muitas vezes até nossas catequeses paroquiais ensinam doutrinas heterodoxas e valores frouxos. Os pais são na maioria absoluta das vezes o padrão de como os filhos vão enxergar Deus, seja para bem ou para mal, quantos santos se santificaram por ver os bons exemplos dos pais, mas também quantos perderam a fé porque viram os maus exemplos dos seus, isto é uma coisa gravíssima que infelizmente a maioria dos pais de hoje em dia não se atentam.

Outra questão recorrente hoje em dia são os pais com uma grande preocupação com o apostolado “de fora” e pouca preocupação na educação religiosa dos próprios filhos, percebemos isso claramente naquelas infelizes e recorrentes situações onde há pais que não saem de dentro da Igreja, como “leigos clericalizados”, mas que seus filhos não saem do mundo, isto é um sinal muito claro de que apesar da muita atividade exterior do casal a sua vida de oração e o apostolado com os filhos não vai bem.

E há também a justa necessidade do apostolado paroquial, mas isto varia muito com as particularidades dos grupos, associações ou movimentos em que a pessoa participa, ou mesmo que a pessoa não esteja em algum grupo o padrão é sempre agir com caridade, a caridade é o sentido de todo apostolado, fazer tudo por Deus, daí em cada caso Deus irá inspirando o trabalho de cada um. É sempre uma grande graça quando um casal pode trabalhar juntos numa obra de apostolado, isso une ainda mais o casal, a graça e a beleza desta obra se torna maior ainda se tiverem a oportunidade de que um ou mais filhos seja do mesmo grupo, mas apesar dessa beleza do trabalho conjunto, não quer dizer que o casal deva sempre agir assim, Deus pode querer que eles trabalhem em grupos diferentes, no passado isso era muito mais comum pois a maioria dos grupos e associações não eram mistas, e sempre deu certo.

Como dissemos, o sentido maior de tudo é a caridade, então o padrão do bom apostolado do casal é ter antes a vida de oração ordenada, contar sempre com o auxílio da graça do que com a própria força, e ter a clara noção de que o seu primeiro apostolado deve ser no interior da família, ajudar a cuidar do cônjuge e dos filhos, os guiando e sustentando em direção a Deus, e isso também fará com que o seu apostolado exterior será verdadeiramente frutuoso.

Trabalho: Então, passamos ao terceiro e último ponto, o trabalho, o sustento material, tão importante, mas que deve ser pautado tendo os outros dois pontos como auxílio, pois o trabalho sem caridade se torna ganancioso, e ele também deve ser uma área de apostolado. Talvez fosse dos 3 pontos o que menos comentaríamos pois a primeira função do trabalho material é o sustento da família, o prover as necessidades, este sim é o primeiro sentido mas não é o único. Como cristãos temos que ter um olhar sobrenatural sobre todas as coisas, e um ponto a comentar é que é neste campo onde se sobressaem mais as características específicas do homem e da mulher. Como vimos acima, se na vida de oração os dois podem ter atividades praticamente iguais e isso terá muito proveito, no apostolado já aparecem algumas singularidades, mas no trabalho material essas singularidades são muito latentes, homem e mulher devem sempre trabalhar juntos para o bem da família, mas cada um tem habilidades e missões bem específicas que ajudam no crescimento do casal.

Isso deve ser reforçado, pois vivemos num mundo onde é proclamada a ideologia do gênero, onde colocam homem e mulher em situação de igualdade em tudo, como se a humanidade formasse uma massa amorfa, sem individualidades. Homem e mulher são iguais sim perante a Deus, ambos são criaturas que Ele criou, mas cada um com especificidades e diferenças que ajudam no complemento um do outro. Há diferenças físicas e psicológicas entre homem e mulher e isso só uma pessoa cega pela mentalidade moderna negaria, e essas diferenças que se vividas de modo coerente ajudam no crescimento do casal também influenciam no modo de exercer o trabalho de sustento material da família.

Quanto ao homem, como diz o Pe. Paulo Ricardo [7], as 3 características que formam a paternidade, e consequentemente a masculinidade de uma forma correta no homem, é que ele seja protetor, mestre e provedor , isto está ligado as suas especificidades físicas e psicológicas que estão bem centradas na força, então daí vemos e entendemos porque o principal papel de provedor da família é o do homem, e porque ele é naturalmente inclinado ao trabalho fora, é ele quem sai pra buscar o sustento e proteção para a família, e também em certos trabalhos da casa onde as habilidades masculinas são mais requeridas, principalmente onde se envolve a força. Daí também percebemos como que o primeiro papel da disciplina dos filhos é sempre ligado ao pai, claro que pai e mãe tem essa função, mais pela sua característica nata de ser mestre o pai terá o papel primordial na disciplina, principalmente na firmeza.

Do mesmo modo, as características próprias da feminilidade também fazem que a mulher tenha maior propensão a um trabalho específico, que é o de cuidar da casa interiormente, e isso não é nenhum demérito, como prega o mundo. A mulher também requer uma força para suas tarefas, tão cansativas quanto a dos homens, mas até pela sua missão materna, e esta é outra questão porque o casal deve se esforçar para que a mulher trabalhe em casa, que é a de que ela cuide mais de perto dos filhos, a sua força vem da sua ternura, é daí que ela consegue os modos para ordenar a sua casa com os cuidados próprios da feminilidade, cuidados estes que tornam o lar harmonioso. É claro que homem e mulher devem ser ternos no trato com os membros da família, mas a mulher tem uma naturalidade maior a lidar com o afeto, a ser carinhosa, desse equilíbrio entre a firmeza paterna e a ternura materna é que nasce uma educação sadia dos filhos, a clássica canção “Oração da Família” do Pe. Zezinho exemplifica isto muito bem em um dos seus refrões:

“Que a família comece e termine sabendo onde vai
E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai
Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor
E que os filhos conheçam a força que brota do amor!”

Sobre estas questões sobre a feminilidade, principalmente o modo como as mulheres estão vivendo e sendo tratadas nos dias de hoje, maternidade, trabalho e afins recomendo muitíssimo a aula do Pe. Paulo Ricardo intitulada: “Feminilidade: O que está acontecendo com as mulheres?”


É muito bom quando há a graça de que homem consiga manter materialmente toda a casa, daí a mulher pode se preocupar somente com cuidado direto com os filhos e os afazeres domésticos, que já são tantos, mas as circunstâncias da vida podem levar a que essa renda não seja suficiente, e para isso a mulher tenha que ter atividades extras em casa ou fora, isso vai requerer uma prudência e reflexão muito grande sobre a real necessidade dessas atividades. Quando estas são em casa há menos problemas, pois ela estará ainda perto dos filhos, e este é o grande problema das mulheres trabalharem fora, se absterem da educação próxima dos filhos e confiarem a terceiros.

Há também os casos justos onde a mulher tenha que trabalhar fora por meio-período ou integralmente, a questão é, como dito acima, a reflexão e a prudência sobre a real necessidade dessas atividades, analisar se essa renda extra é realmente urgente, temos que ter o bom senso para ver o que são nossas necessidades materiais, o que não vemos muito hoje em dia, pois ter roupas novas sempre, o último equipamento eletrônico da moda, férias paradisíacas, entre outros do tipo, isso tudo não são prioridades necessárias, então, acima de tudo deve se ter prudência. Resumindo, o ideal é que o homem trabalhe fora e que a mulher trabalhe em casa, ambos cuidando da família exercendo bem suas especificidades.

Para terminar, falamos de mais um ponto sobre o trabalho, ponto este que reúne todos os outros colocados acima, mas que é pouco comentado , é o apostolado no trabalho. Mesmo assim, quando este apostolado nos vem a mente é a memória daqueles protestantes que querem fazer pregação forçada no meio do trabalho, e não é assim,  o verdadeiro apostolado no trabalho é primeiro o do bom exemplo, da boa conduta, do cumprimento dos nossos deveres, e aí sim, cumprindo estes deveres, e se for a vontade de Deus, Ele colocará em nosso caminho almas que estão sedentas pela verdade e nós poderemos usar de nosso apostolado de catequese, mas elas só virão a nós se virem primeiro a face de Cristo em nossas ações, por isto este ponto reúne todos os outros, porque antes é preciso se ter uma vida de oração coerente, daí isso se reflete no nosso modo de agir no apostolado em casa e na paróquia, e consequentemente em como faremos apostolado nos nossos trabalhos, sejam estes trabalhos em qualquer ambiente, em casa ou fora. Deixamos abaixo 2 pequenas citações de São Josemaria Escrivá que falam muito bem sobre o assunto, e desde já recomendamos muito a leitura de seus escritos [8], entre outros tantos belos temas que ele explana, poucos falam tão bem como ele do apostolado da vida cotidiana:

“Convencei-vos de que a vocação profissional é parte essencial, inseparável, da nossa condição de cristãos. O Senhor vos quer santos no lugar em que vos encontrais, no ofício que escolhestes, seja qual for o motivo: todos me parecem bons e nobres - enquanto não se opuserem à lei divina - e capazes de ser elevados ao plano sobrenatural, isto é, enxertados nessa corrente de Amor que define a vida de um filho de Deus.
Temos que evitar o erro de pensar que o apostolado se reduz ao simples testemunho de umas práticas piedosas. Tu e eu somos cristãos, mas ao mesmo tempo, e sem solução de continuidade, cidadãos e trabalhadores, com umas obrigações claras que temos de cumprir de um modo exemplar, se nos queremos santificar de verdade. É Jesus Cristo quem nos incita: Vós sois a luz do mundo (Mt V, 14-16)”. [9]
“Deus não te arranca do teu ambiente, não te retira do mundo, nem do teu estado de vida, nem das tuas ambições humanas nobres, nem do teu trabalho profissional... mas, aí, te quer santo!” [10]

O matrimônio é uma vocação sublime, assim começamos e terminamos nossa postagem, por mais que tenha cruzes não deixa de ser bela, e vale muito a pena, assim são as coisas de Deus, a beleza junto a Cruz. Nestes dias ouvi numa pregação uma bela citação que resume tudo isto, e também nos impulsiona: “O casamento é para heróis, é para quem quer levar a vida a sério” , [11] e assim é mesmo, um ato de heroísmo, nobre e belo, difícil, uma cruz, mas feliz quando o vivemos em direção a Deus, dando nossa vida para levar ao Céu nós mesmos e aqueles a quem Ele nos confiou os cuidados.

"Se na realização de nossa vocação devêssemos morrer, seria esse o dia mais bonito da nossa vida!". Santa Gianna Molla

Se em tudo devemos agir com a caridade para a boa vivência da vida matrimonial, se pautando nestes 3 pontos essenciais,a vida de oração, o apostolado e o trabalho, se em tudo devemos olhar para Cristo, nada mais justo e belo do que olharmos e pedirmos a intercessão de Nossa Mãe Santíssima em todas as nossas obras, como bem observa Dom Chautard, todas as nossas atividades de apóstolo só terão frutos se passarem pelas mãos Dela:
“Apoiados nesta doutrina, não hesitamos em dizer que, se a atividade do apóstolo não se fundar numa especialíssima devoção a Nossa Senhora, arrisca-se, seriamente, a construir sobre a areia.” [12]

Que Nossa Mãe Santíssima, Rainha das Famílias, guarde e proteja todos aqueles que foram chamados a vocação matrimonial, que suas famílias sejam verdadeiras Igrejas domésticas, lares de santidade que carregarão a luz de Nosso Senhor a todos os ambientes. Salve Maria!


Tiago Martins

*****
Referências

[3] pg. 16 -  [5] pg.16 -  [6] pg.14  -  [12] pg.177 - todas citações retiradas da obra “A Alma de Todo Apostolado” - Dom Jean-Baptiste Chautard – Constam-se as páginas da edição da Editora Civilização.

[4] “Se quereis que Deus abençoe e torne fecundo o vosso apostolado, empreendido para a sua glória, impregnai-vos bem do espírito de Jesus Cristo, procurando adquirir uma intensa vida interior. Para este fim, não vos posso indicar melhor guia do que “A Alma de Todo Apostolado” de Dom Chautard, abade cisterciense. Recomendo-vos, calorosamente, esta obra, que estimo particularmente, e da qual fiz o meu livro de cabeceira”.
Papa São Pio X, durante a visita ad limina dos bispos do Canadá, em 1914.
O livro pode ser comprado através deste link, ou baixado em formato PDF através deste link

[7] Pe. Paulo Ricardo de Azevedo - Vídeo-Aula "Masculinidade: O queestá acontecendo com os homens de Deus."
[8] Acesse as obras completas de São Josemaria Escrivá através deste link: Obras do Fundador do Opus Dei.
[9] São Josemaria Escrivá - "Amigos de Deus, 60-61"
[10] São Josemaria Escrivá - Forja, 362”
[11] V. Ex.ª Revma Dom Fernando Areas Rifan – Bispo Administrador da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney - Em cerimônia de casamento na Igreja Principal do Imaculado Coração do Rosário de Fátima, Campos-RJ - Dia 14/12/2013
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