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quarta-feira, 30 de julho de 2014

O silêncio é adoração quando abraças a Cruz, sem perguntar: por que?

"O silêncio é doçura: quando não respondes às ofensas, quando não reclamas os teus direitos, quando deixas a Deus a defesa de tua honra;
O silêncio é misericórdia: quando te calas diante das faltas de teus irmãos, quando perdoas sem remoer o passado, quando não condenas, mas intercedes em segredo;

O silêncio é paciência: quando sofres sem te lamentares, quando não procuras consolação junto aos homens, quando não intervéns, esperando que a semente germine lentamente;
O silêncio é humildade: quando te apagas para deixar aparecer teu irmão, quando, na discrição, revelas dons de Deus, quando suportas que tuas ações sejam mal interpretadas, quando deixas a outros a glória da obra acabada;

O silêncio é fé: quando te apagas, sabendo que é Ele quem age, quando renuncias as vozes do mundo, para permanecer em Sua presença, quando te basta que só Ele te compreenda;
O silêncio é adoração: quando abraças a Cruz, sem perguntar: por que?
Jesus guardava o silêncio.

'Põe, Senhor, uma guarda à minha boca, sentinela à porta dos meus lábios' (Sl 140, 3)".


Pe. William Faber, C.O.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

A mulher moderna e a pomba feminista


Viviam aquelas pombas irrequietas e felizes na doce paz do seu pombal. Todas as manhãs voavam ao campo, com o pescoço irisado pelo sol, e bicavam os grãos da foice do ceifeiro. À noite o pombal dava-lhes abrigo e calor e, ali no ninho escondido na parede, ouviam alegremente o pio de seus filhotes. Não careciam de nada; tinha tudo; viviam ditosas e morriam tranquilas. Mas, eis que um dia apareceu no pombal uma pomba revolucionária. Vinha de outras terras, onde as pombas sacrificavam a felicidade à liberdade, e falou-lhes desta maneira:

-- Companheiras, viveis dois séculos atrasadas com respeito às pombas de outros países. Basta de clássicas submissões, de vida aborrecida e estéril. Por que havemos de ser inferiores às patas? Elas podem ir a esterqueira, e nós temos medo de nos mancharmos; elas podem banhar-se até na água suja e nós não temos coragem de meter-nos no rio. Para que defender tanto a nossa alvura, a nossa pureza? Isso são preconceitos da Idade Média! Cada uma faça o que bem entender, pois para isso é dona do seu corpo e de sua vida. Vamos a esterqueira! Ao charco!

Todas as pombas incautas aplaudiram a estrangeira agitando as asas. Dirigidas pela revolucionária, voaram para um pântano infecto que se via a distância. Enlambuzaram-se, revolveram-se no lodo com grande algazarra e... não vos direi como saíram dali as pombas!

Assim, caros leitores, viviam nossas ditosas e tranquilas mulheres. No ninho do seu lar viviam em paz a vida do trabalho e do amor. Mas a civilização revolucionária começou a cantar seu canto de sereia assim: -- Como! Estareis toda a vida fechadas em casa? E escravas dos homens? Basta, basta já de submissões! Não vedes como se chegou, em outros países, à emancipação da mulher? Abandonai os vossos preconceitos medievais! A mulher é dona do corpo e de sua vida. Por que sacrificar à alvura da pureza todas as alegrias do prazer? Ao charco! Ao pântano!

E as mulheres modernas lançaram-se e revolveram-se no charco da vida... e, não vos direi como saem dele as mulheres de hoje!

Fonte: Fonte: “Tesouro de Exemplos”, compilado por Pe. Francisco Alves, C.SS.R. - Ed. Vozes


Nota do blog: O título original do texto, como está no livro, é apenas “A mulher moderna”, complementamos o titulo na postagem do blog para ressaltar mais uma vez os males que o feminismo trouxe para a vida das mulheres e consequentemente para toda a sociedade.


sábado, 1 de junho de 2013

A vaidade é a pior inimiga da modéstia

Igualmente quero que as mulheres se vistam decentemente e se enfeitem com modéstia e bom senso. Nada de penteados complicados nem de jóias de ouro ou de pérola, nem de vestes luxuosas. Mas que se enfeitem com boas obras, como convém a mulheres que fazem questão de uma vida piedosa.” (cf. I Tm 2,9-10)

Graças a Deus vemos aumentar o número de pessoas que querem viver os valores da modéstia e do o pudor, e conseqüentemente ficam mais latentes algumas situações que são obstáculos nesta caminhada, e o pior destes obstáculos é a vaidade exacerbada, pois onde há vaidade é sinal de que ronda por perto o seu “irmão gêmeo”, o pior dos vícios, o orgulho, e este orgulho sempre nos afasta de Deus e de sua vontade. Nesta postagem falaremos deste problema com a intenção de que sirva de reflexão, estímulo para perseverança e mudança no que for necessário. Focaremos no que tange a modéstia feminina, já que por terem um maior cuidado com a beleza física as mulheres têm maior tendência a cair neste vício, e também, apesar de que homens e mulheres devam sempre se portar com modéstia é a imodéstia feminina que tende a ter maior poder de influenciar de forma negativa os ambientes, como disse Santa Teresa de Jesus: “As mulheres tem que se preocupar mais com a modéstia do que os homens.” [1]

Muitas mulheres “travam” nesta caminhada de conversão rumo a hábitos mais modestos no modo de se portar e principalmente no modo de se vestir por causa da vaidade, elas começam a desculpar-se pra si mesmas que não precisam mudar em tal quesito pois não ficariam tão bonitas quanto queriam. É natural que as mulheres tenham um cuidado maior com a beleza, mas muitíssimas vezes isso é usado como desculpa para não mudar para uma vivência da modéstia com mais perfeição, e é claramente uma desculpa, pois a modéstia em si já é bela, transforma a alma, e como o exterior é reflexo do interior, uma mulher verdadeiramente modesta irá sempre se vestir de modo elegante, belo e sem adereços supérfluos, a vaidade afasta da verdadeira beleza, pois estimula a pessoa a se vangloriar, enquanto a beleza real leva a própria pessoa e os outros que a vêem a agradecer a Deus pelo dom e pela beleza da criação.

Vejamos algumas palavras do Pe. Thomas Morrow [2] a respeito: 
“As mulheres devem perguntar-se: “A quem estou procurando agradar? A Deus ou ao mundo? Diz São Tiago: “O amor do mundo é abominado por Deus” (cf. Tg 4,4). Pensemos no modo como se vestiria hoje a Mãe de Jesus, se fosse uma solteira de 25 anos. Especulando, seria um exemplo daquilo que São Francisco de Sales desejava: “Eu, por minha parte, teria um grupo de gente piedosa, homens e mulheres sempre adequadamente vestidos, mas sem ostentação nem extravagâncias. Como diz o provérbio, gostaria que elas estivessem "adornadas com graça, decência e dignidade".           Há quem afirme que os tempos mudaram e que os estilos são muito chamativos do que há sessenta anos, que as modas de hoje chamamos impudicas parecerão comuns dentro de uma ou duas gerações. Talvez seja, mas geralmente os que estão comprometidos com o Senhor não estão na vanguarda das modas que deixam o corpo descoberto.– “Mas no verão faz muito calor...” Pode ser que faça calor, mas há roupas decentes que permitem aliviá-lo. Além disso, o que é mais importante: estar mais a vontade ou contribuir para criar um mundo mais educado, mais respeitoso para com a dignidade de todos, e mais respeitoso portanto para com a lei de Deus?”

A abnegação da vaidade traz grandes frutos, não somente pra quem a vive mas também para os outros, sabemos quanto o exemplo tem ainda mais força, certa vez li um testemunho sobre conversão na questão de hábitos de modéstia, foi um dos mais bonitos que já vi até hoje, a autora dizia que no início deste processo de conversão usou roupas feias propositalmente (que não fossem indecentes, é óbvio) para que isto servisse como purgação, como purificação dos laços da vaidade e conseqüentemente lhe deu mais força seguir nesta árdua batalha.

Como a autora mesmo diz, foi um caminho que Deus lhe inspirou, nem todas necessariamente precisam passar por isto, usar roupas feias, mas é um exemplo tão grande de sacrifício e abnegação da própria vontade que exemplos como este literalmente arrastam, este é o mistério da cruz, a cruz mesmo sendo dolorida nos atrai, porque nos move Àquele que morreu na Cruz por nós, exemplos como este nos mostram que o caminho para adquirir as virtudes é enfrentar qualquer sacrifício para agradar Aquele que nós amamos, que devemos passar por cima de vaidades pessoais, nos preocupar antes com o que agrada a Deus e não provoca o olhar dos outros. Deixo abaixo as próprias palavras da autora [3] e desde já aconselho muitíssimo que leiam o restante do testemunho, que pode ser lido acessando este link.

Lembro que o “deserto” do qual falo aqui não é a meta final, é o “meio” para a meta. Quando os monges iam ao deserto, ele não iam buscando o deserto e sim a Deus, iam buscando encontrar o sentido mais profundo para sua existência. Mas o deserto era o meio para chegar à meta, o próprio Deus. Da mesma forma, o “deserto” que convidamos cada uma viver não é o fim em si mesmo. A meta é clara: ser a mulher que Deus quer que sejamos! Mas para isso é imprescindível o deserto. O meu deserto exigiu de mim três atitudes até que eu pudesse ter auto-domínio sobre isso (o que aconteceu progressivamente, e não como passe de mágica, e sim como fruto da graça divina e do que eu me vi chamada a fazer). Repito mais uma vez: cada uma, em oração, saberá o que nosso Senhor lhe pedirá para que, através de um “deserto” possamos ir recobrando a visão de Deus sobre nós, sobre nosso corpo, nossa sexualidade e consequemente gerando mudanças bem concretas no nosso guarda-roupa! Quanto mais dócil somos, mais rápido e fácil será.
 Para mim foi necessário: 1) Deixar de olhar as capas das revistas de moda (e logicamente de comprá-las) 2) Deixar de olhar vitrines nas lojas ao andar na rua. 3) “Ir a um extremo e usar roupas literalmente feias para purificar-me (pelo menos um pouco!) de todas as vezes que eu profanei meu corpo, templo da Santíssima Trindade. Pode parecer exagerado ou meio ridículo, mas este foi o caminho que Deus me conduziu para começar esta linda aventura de “ter os seus olhos” e voltar a olhar com pureza o outro e também querer ser motivo de pureza para o sexo oposto. Lógico que “não está tudo feito”. A caminhada é até o fim, a luta até o ultimo suspiro antes da morte, mas existem sim estágios, e estes foram os meus primeiros estágios. Talvez, eu contando um pouco da minha história fará mais sentido porque Deus usou esta pedagogia comigo!” [grifos da autora]”

Isso tudo nos mostra outra questão, existem regras e padrões sobre modéstia, e que devem ser observados – e que eu particularmente sou defensor desses padrões, não sou do tipo “ah, eu não vejo nada de errado nisso então está bom”, se existem padrões é porque pessoas santas e sábias os definiram – mas acima de tudo, como em todas as virtudes, o que move a uma vida de hábitos modestos é esse amor por Deus, o abnegar-se por Ele, isso afasta as mulheres de uma “modéstia mais ou menos”, naquele estilo que só se veste bem pra ir a Missa (e olhe lá) e no restante do tempo continue se vestindo de forma sensual, afasta do orgulho de não ouvir conselho dos outros, afasta daquela opinião que não se preocupa com pequenos detalhes sempre usando aquela velha desculpa “ah, fulano diz isso porque está vendo coisa demais”, em questões de modéstia e pudor o risco de se “travar”  o processo de conversão é muito maior quando se quer andar com um pé no mundo do que quando se toma atitudes mais firmes pois como disse o Papa Pio XII: Neste assunto – a pureza – não existe severidade que possa ser tida como exagerada” [4], então, todas essas questões não são exageros, mas um zelo necessário.

Para encerrar, mais uma questão, o motor da vaidade é o elogio, e a maioria vira escrava da vaidade por causa disto, uma busca frenética por elogios – em palavras ou olhares -, uma provável baixa auto-estima misturada com o orgulho faz com que sempre procurem ser o centro das atenções.

Ainda há outra questão, que ainda é mais perigosa, é que os elogios exagerados a uma mulher são um veneno para sua alma, explicamos o porque: Todos temos fraquezas provenientes do pecado original, e essas fraquezas atacam nossos sentidos de formas mais ou menos acentuadas de acordo com o gênero, do mesmo modo que os homens têm uma tendência maior a cair na tentação de olhar para o corpo feminino de forma impudica, as mulheres tem uma tendência maior a caírem no que elas ouvem, então, quanto mais elogios maior a chance de se envaidecerem-se ou caírem em "conversas fiadas".

Por isso, elogiar exageradamente uma mulher causa-lhe um mau na mesma proporção que causa a um homem ser exposto a visão de uma mulher vestida indecentemente, as duas situações são intoxicações espirituais, pois os provocam em pontos que são frágeis. Ver a beleza é um bem, ouvir um elogio é um bem, mas por causa das nossas tendências todo exagero nos cega. Quem verdadeiramente se preocupa com o outro não o coloca em situações que provoquem suas fraquezas, e ao contrário, busca ajuda em Deus para auxiliar o outro a vencê-las.
Cuidado com o que diz e com o modo como lida com o que você ouve.
"Ria-se dos elogios que as pessoas lhe façam, e repasse-os todos a Deus!" São Pe. Pio [ 5], analisando vemos como as mulheres podem colocar suas almas em risco por causa da vaidade.

Como diz a Sagrada Escritura, que o vosso adorno não seja o que aparece externamente: cabelos trançados, joias de ouro, vestidos elegantes; mas tende aquela ornato interior e oculto do coração, a pureza incorruptível de um espírito suave e pacífico, coisa que é tão preciosa aos olhos de Deus. (cf.  1 Pe 3,3-4)

Isto tudo que colocamos foi com a intenção que servisse de alerta, devemos estar sempre atentos porque nossas fraquezas no empurram para baixo, nos fazem travar no processo de conversão, além de sempre estarmos atentos devemos ainda mais pedir pela intercessão de Nossa Senhora a graça de não sermos escravos da vaidade, Ela que foi a mais bela também foi a mais humilde, mais santa, viveu e externou a verdadeira beleza. Que Ela rogue ao Santo Filho Jesus por todos nós, e especialmente neste sentido, por todas as mulheres, para que externem sua beleza de forma sadia, modesta, que sejam reflexos da Beleza Divina e nunca escravas da vaidade.

Vaidade das vaidades! Tudo é vaidade.” (cf.  Ecle 1,2)


Referências:
[1] Santa Teresa de Jesus – “Livro da Vida”, citado por Pe. Thomas Morrow em “Namoro Cristão num mundo supersexualizado.” (Esta citação pode ser lida na internet através do artigoA relação entre castidade, modéstia e pudor - 2ª Parte”
[3] Julie Maria – “Testemunho de Julie Maria” – retirado do site “Moda e Modéstia
[4] Papa Pio XII – “Sacra Virginitas, n. 51

Leia mais sobre assuntos referentes acessando estes textos abaixo:

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Como encontrar a pessoa certa – 2ª Parte


por Pe. Thomas Morrow

Luzes Vermelhas e sinais de alarme
Ele/ela tem algum vício importante, como consumir drogas ou traficar com elas, ser um alcoólatra recuperado ou um jogador compulsivo? Qualquer desses vícios deveria fazer com que se acendesse imediatamente uma luz vermelha. Casar-se com uma pessoa assim equivale a um convite ao desastre. Se você costuma sentir-se atraído por este tipo de gente, peça ajuda imediatamente!
            Um dia, veio consultar-me uma jovem cujo namorado consumia e até vendia drogas. Disse-lhe: -- “Livre-se dele hoje mesmo! É um problema!”
            -- “Mas eu o amo!”, insistia ela.
            -- “O amor não vencerá o hábito da droga. Não faça de si uma infeliz por anos em troca de um sentimento momentâneo”.
            Outra jovem perguntou-me se devia continuar o seu namoro: -- “Ele reza o terço e costuma ir à Missa durante a semana, mas, bem, tenta praticar comigo uma relação sexual pervertida”.  
-- “Fuja para os montes”, disse-lhe. “Esse rapaz é um tremendo hipócrita”. (Precisava mesmo de que eu lhe dissesse isso?!).
            Outro perigo: ele/ela tem uns acessos de cólera intempestivos? A cólera é um veneno para o matrimônio. Se algum dos futuros cônjuges se mostra irritado durante grande parte do tempo, deve resolver essa falha antes do casamento, com uma terapia adequada.
            Um homem contou-me que certa vez a sua esposa se tinha aborrecido com ele e passara duas semanas sem falar-lhe. Um comportamento verdadeiramente infantil! Quando você se aborrece com a pessoa amada, precisa de algum tempo para acalmar-se, mas depois deve ser capaz de falar. Usar o silêncio como arma é um completo disparate.
            À pessoa que diz: -- “Mas eu posso mudá-lo (ou mudá-la)”, digo-lhe; - “Opte pela vida de convento, porque aí poderá reformar as pessoas sem ter que viver com elas”... Um reformador – dizia Gandhi – não pode permitir-se ter uma grande intimidade com a pessoa que se propõe reformar.

Não ter impedimentos para contrair matrimônio
            Outro aspecto em que se deve ser muito cuidadoso é o de ter certeza de que a pessoa está livre para contrair matrimônio. Se você descobre que essa pessoa esteve casada, a primeira coisa que tem que fazer é perguntar-lhe se já obteve a sentença de nulidade. Se o casamento anterior se deu à margem da Igreja, sendo ambos católicos – ou algum deles --, esse casamento não foi válido: conseguir a declaração de nulidade é pouco mais que uma formalidade. Mas se foi celebrado na presença de um sacerdote, na Igreja, é necessária uma sentença de nulidade antes de se contrair um novo. [1]
            Que acontece se você pergunta à pessoa pela sentença de nulidade e a resposta é que não a tem? Recomendo-lhe que diga simplesmente: -- “Se você conseguir a sentença de nulidade, peço-lhe que me avise e, nesse caso, se quiser, poderemos reatar nossa relação”. Acontece que há pessoas que não pretendem conseguir a declaração de nulidade, mas desejam manter o namoro. Essas pessoas não deveriam namorar ninguém.
            Há casos em que não se trata de namorar, mas de saírem juntos, sem a intenção de contrair um novo casamento. A uma mulher que saía com um divorciado havia anos, sendo ambos católicos, perguntei-lhe se ele pensava na nulidade, e disse-me que não. Pedi-lhe que insistisse com ele para que o fizesse, mas ela tinha medo. Quando a vi uns anos depois, perguntei-lhe se tinham conseguido a sentença de nulidade. A resposta continuou a ser não. Disse-lhe: -- “Essa pessoa nunca se casará com você”. Recebeu mal o meu comentário, mas o caso não oferecia dúvidas. Tratava-se de um homem que aparentemente a amava, mas não queria casar-se com ela. É claro que nunca se casaram.
            Lembre-se também de que nem todos os que solicitam a declaração de nulidade a obtêm. Não está garantida. É pouco aconselhável comprometer-se com alguém que se limitou a solicitá-la. Espere até que a tenha em mãos antes de iniciar o namoro.
            Há pessoas divorciadas cujo cônjuge anterior se portou mal, não elas. Mas há outras que são responsáveis pelo seu divórcio, ainda que jamais o admitam. Você deve ser extremamente cauteloso e estudar bem o caráter da pessoa divorciada. Não basta a opinião dela, que costuma estar carregada de subjetivismo. Já a declaração de nulidade é mais objetiva e também por isso convém esperar pela respectiva sentença. Evite, portanto, envolver-se romanticamente com alguém que ainda não a conseguiu. Sem ela, não há relação: é uma boa regra a seguir. Os que são amavelmente firmes neste sentido evitam problemas e perdas de tempo.

Relações ora quentes, ora frias
Dão mau fruto as relações ora quentes, ora frias, quer dizer, maravilhosas um dia e no dia seguinte péssimas. Há pessoas tão agarradas ao sentimento do amor que são incapazes de romper com a relação, ainda que o parceiro seja um canalha: -- “Não posso viver com ele, mas também não consigo viver sem ele (ou ela)”. Se os seus sentimentos são esses, deve encontrar o modo de pôr fim a essa relação. É uma armadilha.
            Uma moça vinha saindo com um homem que tinha tudo para ser considerado um mau companheiro. Fazia-a chorar continuamente, manipulava-a e tinham umas discussões tremendas. Ela rompia com ele uma vez e outra, mas acabava por reatar a relação. Perguntei-lhe se tinha algum passatempo na sua vida.
            -- “Só o Martinho”, respondeu-me
            -- “Não me estranha que não consiga romper com ele – disse-lhe --. Depois de umas semanas você fica entediada e telefona-lhe. Tem de sair e fazer algo entretido pelo menos uma vez por semana”.
            -- “Mas eu trabalho o tempo todo”.
            -- “Poderia procurar outro trabalho”, sugeri.
            Assim o fez. E pouco tempo depois rompeu com o Martinho.


Casar-se com quem vai ser sua melhor amiga
            A pessoa com quem você se case deve ser a sua melhor amiga. Isto é fundamental. Após uns anos de casados, a beleza física desaparece, mas a amizade perdura. A amizade baseia-se em compartilhar valores e pontos de vista. Será que vocês compartilham as mesmas crenças religiosas, os mesmos critérios morais, alguns interesses recreativos e intelectuais, pela arte, pela leitura, etc.? É possível aprender a compartilhar os interesses do outro em alguns aspectos, mas convém partir de uma boa base desde o princípio.
            Há alguns anos, os amigos de uns noivos duvidavam que este casamento durasse. No entanto, as coisas foram melhorando de ano para ano. Um amigo perguntou-lhes qual era o segredo. O marido atribuía-o aos presentes de aniversário. Antes de casar-se, tinha sido um entusiasta da fotografia, mas abandonara o hobby ao ver o desinteresse da esposa. No primeiro aniversário de casamento, ela o presenteou com uma câmera. Tiraram juntos algumas fotografias e depois revelaram. Ela sussurrou-lhe: “Este é o meu presente de aniversário, querido”. Tinha estudado fotografia sem que ele soubesse.
            No ano seguinte, ele matriculou-se numas aulas de dança, e, enquanto dançavam uma valsa em comemoração da data do casamento, disse à esposa: “Este é o meu presente de aniversário, querida”. Desde então, cada ano faziam presentes parecidos um ao outro, consolidando cada vez mais a amizade. E também o casamento.

A química tem a sua importância
            -- “Horácio é perfeito em todos os sentidos, mas depois de dois anos de namoro noto que nos falta “química”. Se você pensa assim, as perspectivas de que venham a casar-se não são boas. Não é preciso que sinta arroubos ou formigamentos sempre que vê a pessoa, mas deveria sentir-se atraído, e não frio.
            Por outro lado, será que é importante estar tão enamorado que lhe custe muito separar-se por uns dias ou uns quilômetros? Não demasiado. E não é sintoma de que falte “química”.
            Aliás, se na vida passada você esteve enamorado (a) de alguém mais intensamente, não quer dizer que a pessoa a quem ama agora não seja adequada. Não é necessário que sinta um arrebatamento sublime cada vez que a encontra. Sem dúvida, o amor passional tem sido exaltado na nossa cultura, especialmente através dos filmes, mas não é o único que importa. No entanto, quando existe uma autêntica atração pela outra pessoa, isso ajuda.

É verdade que a aparência é importante?
            Que acontece com as mulheres deslumbrantes ou com os homens elegantes? As mulheres vistosas correm o risco de não dar valor a um relacionamento honesto e decente. E um homem elegante, se for demasiado consciente disso, enfrenta um forte risco de cair na vaidade. Será modesto, capaz de passar despercebido? (A humildade é um ingrediente indispensável para crescer na vida cristã). Ou é arrogante e procura chamar a atenção. Os homens discretos costumam ser bons maridos e bons pais.

A independência em relação aos pais
            Há anos, um casal de namorados veio pedir-me conselho sobre sua relação. Ela tinha seis anos mais que ele e isso os preocupava. Assegurei-lhes que a diferença de idade não era um obstáculo em si mesmo. O verdadeiro problema estava nos pais do rapaz, que não queriam ver falar do casamento do filho com uma mulher mais velha. Além disso, ele também temia ser rejeitado pelos pais dela. Disse-lhe que tinha de armar-se de coragem para dizer cortesmente aos pais que agradecia a preocupação pelo seu futuro, mas que era quem tinha que tomar as decisões. Se o rejeitassem por isso, estariam no seu direito, mas que ele esperava que não o fizessem, porque ia dar o passo que achava certo.

[1] Um não-católico pode conseguir a sentença de nulidade na Igreja Católica se ela/ele quiser casar-se com um (a) católico (a).


Pe. Thomas Morrow – “Namoro Cristão em um mundo supersexualizado” – Ed. Quadrante, São Paulo-SP
Transcrição: Blog Mater Dei

Leia a primeira parte deste artigo clicando neste link: “Como encontrar a pessoa certa”

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Como encontrar a pessoa certa


por Pe. Thomas Morrow

Na sua maioria, os jovens procuram alguém que os atraia, com quem possam iniciar uma relação e – se não surgem grandes crises ao longo do caminho, ou mesmo que surjam – cheguem ao casamento. Uma vez casados, só resta esperar que o matrimônio dê certo.
            Mas há uma via melhor: começar por definir bem o que se procura e depois pôr-se a caminho.

Pense na sua salvação
            Essa pessoa que quero escolher ajudar-me-á a alcançar o Reino de Deus? Esta é a primeira indagação que se deve fazer. Para qualquer católico, o primeiro objetivo antes de iniciar qualquer tarefa deveria ser a própria salvação.
            Que tipo de pessoa ajudará você a salvar-se? Pelo que tenho observado, a melhor escolha nos dias que correm é, sem dúvida, a de uma católica firmemente praticante. Por quê? Porque o ambiente de hoje é de uma verdadeira crise moral. Olhemos com objetividade para os obstáculos que os jovens enfrentam atualmente; clima favorável ás relações sexuais durante o namoro; aborto e anticoncepção (muitos anticoncepcionais são abortivos); um só filho ou, quando muito, dois (os bons católicos tendem a superar a taxa média); desleixo ou indiferença quanto ao culto dominical; adiamento do batismo dos filhos e da educação na fé; escolarização sem dar preferência a uma escola católica de bom nível, etc. E a lista parece crescer de dia para dia.

            Você vai compartilhar intimamente a sua vida com a pessoa com quem vai se casar. Ninguém na terra estará mais perto de você, nem seu pai nem a sua mãe (cfr. Gên 2, 24.) Deseja realmente passar grande parte do tempo da sua vida casado discutindo sobre a anticoncepção ou a assistência à Missa dominical? Não preferirá contar com alguém que apóie em vez de brigar com você? Já é bastante difícil que cada qual se salve, e ainda por cima arrastar pela vida fora um cônjuge descontente?
            Mas não é possível relacionar-se com uma pessoa não católica? Claro que é. Agora, se esses temas morais costumam ser difíceis para católicos, quanto mais entre os não católicos! De qualquer modo, a questão resume-se em averiguar se a pessoa que você procura está aberta aos critérios morais da Igreja. E ainda que seja mais difícil, pode perfeitamente acontecer que encontre uma pessoa piedosa de religião protestante que entenda a bondade da fé católica.

            Que acontece se você encontra uma pessoa católica não praticante que parece encantadora? A minha opinião tem sido sempre a mesma: se durante os seis primeiros meses de namoro essas pessoas não passam a praticar sinceramente, é provável que nunca aceitem Cristo ou a Igreja.
            Mas a responsabilidade não é algo pessoal? Sem dúvida. Por acaso, porém, você não procura garantir todas as probabilidades de êxito quando quer ganhar uma partida de beisebol ou vai assinar um contrato? Por que atar uma mão às costas quando o que está em jogo é a sua meta definitiva, a vida eterna?
            Alguém poderia dizer-me: “Bem, padre, para o senhor é fácil dizer, mas se já é difícil encontrar alguém que me agrade, será quase impossível se acrescentar mais condições!”
            Estou de acordo que o campo é realmente reduzido. Mas lembre-se de que Deus não lhe disse: “Já lhe dei uma vocação para o matrimônio. Agora mexa-se e procure alguém por sua conta.” Deus está aí pra ajudar. Se você disser: “Senhor, procuro alguém que Vos ame, e assim poderemos alimentar-nos mutuamente com esse amor”, acha que Deus dirá: “Pois bem, boa sorte”? Penso que dirá: “Ótimo. Vou ajudá-lo a encontrar alguém”.

            E como você sabe que alguém é bom católico? O que você não deve fazer é perguntar, mas observar. Porque é fácil que uma pessoa se declare boa católica, ainda que não tenha rezado numa igreja durante anos. Comece por observar: Vai à Missa aos domingos? Confessa-se? Deseja viver a castidade, não por você, mas por Cristo? Reza habitualmente? Deseja rezar com você? Fala destes temas? (Costuma acontecer que, se alguém se nega a falar da sua vida espiritual, é porque não a tem. Se você anda pensando em casar-se com ele/ela, tem o direito de saber como se relaciona com o melhor amigo que você tem: Deus). Deseja conhecer melhor através das leituras, etc? Compreende que seguir Cristo e amar o próximo exige sacrifícios?

            À medida que o relacionamento se for desenvolvendo, surgirão oportunidades de você manifestar alguns aspectos da sua vida espiritual e ver como a pessoa responde. Se nunca obtém uma resposta, pode ser um pouco mais direto: “Quer que rezemos juntos alguma vez?” Se responde que se trata de uma questão demasiado pessoal, pode dizer-lhe que é precisamente o que você procura: uma relação pessoal. Ao fim e ao cabo, há algo mais pessoal que o matrimônio?
            Não se vendam barato. Não transijam nesta matéria nem se rendam antes de começar, como fazem muitos. Encontrar um companheiro/a assim exige esforço, mas é perfeitamente possível, como já vi tantas vezes.

A questão dos filhos
Ele/ela quer ter filhos? Quer uma família numerosa, ou deseja limitar o número por temor ou egoísmo? A Igreja louva os esposos que “de comum acordo, ponderando bem, aceitam com magnanimidade uma prole mais numerosa para educá-la dignamente”. [1]
            Essa pessoa dedicar tempo ao cuidado dos filhos? Será paciente com eles? Todo o pai ou mãe deve ser flexível e saber agachar-se ou sentar-se no chão ao lado dos filhos, entre lápis de cor e brinquedos desordenados.
            É responsável? Pode ser firme e amável ao mesmo tempo? Algumas características serão difíceis de descobrir, mas se ambos passarem algum tempo falando sobre crianças – sobrinhos, sobrinhas ou filhos de amigos -, poderão conhecer-se neste aspecto. Não é preciso que o seu futuro cônjuge seja um psicólogo especializado em crianças, mas deve interessar-se por educar.
           
Avaliar pessoa é boa comunicadora? Sabe dar-lhe a conhecer com tato o que a desgosta no seu comportamento? Se é dessas ou desses que depois dirão: “Ó seu vagabundo, você sempre deixa a roupa no chão!”, não promete uma vida conjugal muito feliz. É necessário verificar se, pelo contrário, saberá pedir deste modo: “Querido, já sabe o quanto lhe quero e como aprecio tudo o que você faz por mim. Por favor, poderia pôr a roupa suja na cesta? Assim me poupa muito trabalho”.
            A habilidade de elogiar o cônjuge quando se procura corrigi-lo dá bons frutos na vida de casados. O truque consiste em você ser capaz de fazer uma advertência de forma positiva, sem brigar. Falaremos mais sobre isto no capítulo da comunicação.

[1] Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral Gaudium et Spes, sobre a Igreja no mundo de hoje, n. 50; e Catecismo da Igreja Católica, n. 2373

Pe. Thomas Morrow – “Namoro Cristão em um mundo supersexualizado” – Ed. Quadrante, São Paulo-SP
Transcrição: Blog Mater Dei

Leia a segunda parte deste artigo clicando neste link: “Como encontrar a pessoa certa – 2ª parte”

Recomendamos muitíssimo a leitura deste livro, como você percebeu, este conteúdo foi de grande ajuda para a sua caminhada de fé, principalmente nas questões sobre namoro santo e matrimônio, você pode adquirir este livro clicando neste link: Namoro Cristão em um mundo supersexualizado.
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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Os “beijos íntimos” no namoro são pecado?

"Quero formar uma família verdadeiramente cristã; um pequeno cenáculo onde o Senhor reine nos nossos corações, ilumine as nossas decisões, guie os nossos programas". Santa Gianna Molla [1]


“Os noivos são convidados a viver a castidade na continência. Nessa provação eles verão uma descoberta do respeito mútuo, urna aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem ambos da parte de Deus. Reservarão para o tempo do casamento as manifestações de ternura específicas do amor conjugal. Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na castidade” diz o Catecismo da Igreja Católica [2] e neste contexto – ao falar dos noivos – também se incluem os namorados, e como foi dito, certas manifestações de ternura são específicas do amor conjugal, ou seja, dos que já estão casados, e dessas a principal manifestação é a relação sexual.

Graças a Deus vemos crescer o número de pessoas que tem a intenção de viver um relacionamento casto, e nesse contexto vemos surgir também muitas dúvidas e questionamentos a respeito, uma delas – e provavelmente a mais polêmica – é a discussão sobre se é lícito que um casal de namorados dêem “beijos íntimos”, os chamados “beijos de língua”, - não gosto deste termo por ser um tanto vulgar, mas o uso para exemplificar, pois  já  vi pessoas fugirem do assunto dizendo que existem “níveis de beijos íntimos”, por isso vou logo direto ao assunto para não haver margem para interpretações, - e o motivo deste assunto ser polêmico e fazer com que muitos não o abordem é que ele é sempre um divisor de águas no real entendimento do que é um namoro casto, muitas vezes tem se a falsa ideia de que só é preciso que não haja relação sexual para que o relacionamento seja casto e  o casal não precise se preocupar com mais nada, mas há outras manifestações de carinho que são próprias dos casados pois são uma preparação para a relação sexual, conseqüentemente são ilícitas para namorados e noivos.

É sobre isto que trataremos nesta postagem, apresentaremos alguns apontamentos de autoridades nestes assuntos sobre castidade e também alguns pontos de bom senso sobre o assunto, nossa intenção é que sirva de um estopim para sua reflexão e estímulo para aqueles que já pensam a respeito, por isso é imprescindível que você leia os complementos dos textos indicados (no final da postagem há o link que direciona ao texto completo de cada autor indicado) e também que você leia esta postagem com boa vontade, com o espírito de aprendizagem e aberto a verdade, por mais que a verdade seja incômoda, pois uma pessoa que quer viver a castidade não se pergunta primeiro se deve agradar o namorado ou a namorada, antes ela se pergunta se seus atos estão agradando a Nosso Senhor Jesus, este é o verdadeiro comportamento de um filho de Deus, agindo de forma contrária caímos no pecado, ofendendo a Deus, destruindo a nossa vida e a de quem amamos:

“O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana. Foi definido como "uma palavra, um ato ou um desejo contrários à lei eterna”. [3]
Então, vamos aos apontamentos, que o Divino Espírito Santo esclareça nossa inteligência:

Pe. Thomas Morrow: [4] “Uma pergunta clássica entre os solteiros diz respeito ao french kiss ou beijo de língua. É aceitável? Redondamente, não. Houve mulheres que me disseram serem capazes de fazê-lo sem se sentirem excitadas, e acredito nelas. Mas, é difícil encontrar um homem normal que não se excite com um beijo de língua. As mulheres são responsáveis pelo que provocam no homem, assim como pelo que provocam e si mesmas.
Um estudante disse-me: - "Padre, eu consigo dar um beijo de língua sem excitar-me". Repliquei-lhe: - "Talvez seja porque o faz mal". Também pode ser porque, pela prática constante, um homem se torne insensível, mas esse processe de insensibilização esconde já muitos pecados graves [...]
O propósito do namoro é chegar a conhecer a outra pessoa para ver se seria conveniente casar-se com ela. Os beijos prolongados não ajudam a alcançar esse objetivo. Geralmente, faz-se isso por ser agradável, não para se chegar a uma descoberta interpessoal. De modo que, ainda que os beijos prolongados não provoquem excitação (o que poderia ser caso para uma consulta médica), são contraproducentes para o namoro. São pelo menos um pecado contra a virtude da prudência [...] Pôr-se voluntariamente em perigo de pecar já é um pecado.”

Jason Evert: [5] Quando se fala de pecados de impureza, muitas pessoas pensam: “Se é um pecado mortal, então eu não quero. Mas se for só pecado venial, então não quero perder!”. Precisamos deixar de lado essa idéia minimalista que se foca em “até onde podemos ir sem ofender a Deus”. Mesmo o menor pecado divide, enquanto a pureza faz nascer o verdadeiro amor. Elizabeth Elliot escreveu em seu livro Passion and Purity: “Como posso falar de alguns beijos imprudentes para uma geração que cresceu sendo ensinada que quase todo mundo vai pra cama com todo mundo? Daqueles que vagueiam no mar da permissividade e dos excessos, será que existe alguém que ainda olhe para o céu em busca do farol da pureza? Se eu não acreditasse que existe alguém assim, sequer me importaria em escrever.

Portanto, o beijo de língua provoca o corpo com desejos que não podem ser moralmente satisfeitos fora do casamento. Para o casal que está guardando o sexo para o casamento, o beijo de língua é como um garoto de quinze anos sentado no carro, na saída da garagem, só acelerando o carro estacionado, porque sabe que não tem carteira de motorista.
Eu acredito que o problema moral com beijo de língua é mais difícil de ser entendido pelas garotas, porque elas tendem a se excitar sexualmente de uma maneira mais gradual do que os rapazes. Se a excitação de uma mulher pode ser comparada com um ferro de passar esquentando pouco a pouco, a de um rapaz poderia ser comparada com o acender quase instantâneo de uma lâmpada elétrica. As reações sensuais em um rapaz tendem a ser mais imediatas, e quando a chama da excitação sexual se acende, um homem geralmente quer ir além [...]
Pense em guardar a paixão ardente para seu esposo ou esposa. Não apenas sua pureza será um dom e presente para seu cônjuge, ela vai fazer a afeição dele ou dela mais única para você também. No longo prazo isso vai unir os dois muito mais do que todas as “experiências” que o mundo recomenda que você tenha antes de se casar.

Pe. Luiz Carlos Lodi: [6] Alguns jovens, ridículos, dizem: “padre isso aqui é bom, mas está muito difícil, eu acho que não dá para fazer exatamente como está aqui, não, namorar desse jeito, ninguém agüenta…” Então, eles propõem um jeitinho, ao invés de não beijar a gente vai beijar rapidinho, ou então a gente vai beijar encostando só os lábios, mas não a língua, mas qual a distância entre os lábios e a língua? Um milímetro? Ou então “nós vamos beijar poucas vezes”. Tudo isso é ridículo. Se vocês já foram a um posto de combustível, seja ele de gasolina ou álcool, vocês não viram e eu também nunca vi, algum tipo de placa escrito assim: “fume pouco, acenda faíscas em outro lugar, produza poucas centelhas”, ridículo, ou você não fuma ou você já joga logo fogo em cima da gasolina, ou você não produz nenhuma centelha ou então você causa logo a explosão! Com o fogo não se brinca! Com o instinto que Deus colocou em nós, mas que é explosivo como o fogo e que é incendiário como a gasolina nós não podemos brincar. Namorados que querem fazer isso eu digo, sejam coerentes, se vocês querem fazer isso entreguem-se de uma vez à fornicação, se não querem fornicar, tratem de namorar de maneira correta! [...] O amor não se prova com abraço, não se prova com beijo, não se prova pela relação sexual, os animais também fazem isso e eles não se amam.
Como dito no início, é imprescindível a leitura do complemento destes textos, seus link’s estarão indicados no final da postagem. Passemos a mais alguns pontos que são de bom senso sobre o assunto, reflita sobre cada um, verá que fazem muito sentido.
Uma pessoa pediu ao Prof. Felipe Aquino [7] um conselho para se precaver e não cair no pecado da masturbação, entre outras coisas o professor respondeu que a pessoa não deve permanecer em situações que "mexam" com a sua imaginação, que não deve ficar observando situações que lhe provoquem a libido, dentre essas situações ele acentuou que as pessoas não devem ficar observando casais se beijando, principalmente em filmes, novelas e afins, pois isso é um estímulo a esses pensamentos.

Concordamos que o que ele disse faz muito sentido, qualquer um sabe que isso é uma realidade, disso deduzimos: Um casal sabe que olhar os outros se beijando é perigoso por causa do estímulo, agora imagine então o que acontece se o próprio casal se beijar? Se o olhar já os coloca em perigo de pecar, o que acontece se o próprio casal realizar um ato igual? Na sua consciência você já sabe a resposta.

Como foi dito, os beijos íntimos são uma preparação para a relação sexual, isso se liga a outro ponto que as pessoas não param para pensar, todo casal que caiu no pecado do sexo antes do matrimônio estava se beijando antes de ter a relação, é praticamente impossível imaginar que um casal que namore somente de mãos dadas de repente “pule” para uma relação sexual. Então, só o fato de serem praticamente nulas as chances de um casal que namore sem estes beijos íntimos cair no pecado da fornicação já faz que este tipo de namoro seja infinitamente mais agradável a Deus do que o namoro com beijo.

Outro ponto, talvez o mais importante, nada melhor do que observarmos a vida dos santos, seus exemplos nos arrastam a Cristo e são neles que devemos nos espelhar. E tivemos uma santa de nossos tempos que viveu a vocação matrimonial, e obviamente passou pelo tempo de namoro antes de se casar, por isso podemos te-la como grande exemplo, é Santa Gianna Molla. Agora, reflitamos com seriedade, será que ela e seu namorado – e futuro esposo – o Sr. Pietro Molla tiveram um namoro com beijos íntimos? Você sabe que não tiveram, seja sincero consigo mesmo, você não imaginaria uma santa com este comportamento.

Santa Gianna e seu esposo Pietro
 Então, você quer mesmo viver um namoro santo? Está na hora de se perguntar se realmente você quer um namoro casto, que agrade a Deus, ou um namoro que somente satisfaça seus prazeres. Santa Gianna disse: "Se na realização de nossa vocação devêssemos morrer, seria esse o dia mais bonito da nossa vida!".[8] Se o sentido do namoro é a preparação para o matrimônio e sabendo que a vida matrimonial irá requerer inúmeros sacrifícios e grandes responsabilidades, só estará preparado para o casamento aqueles que estão abertos a sacrifícios deste o tempo de namoro, ainda mais quando é pro bem de si mesmo e do outro como é deixar de ter esses beijos íntimos. Quem ama de verdade não faz algo que coloque o outro em perigo de pecar.

Dois outros questionamentos comumente vistos: E se o outro não quiser um namoro assim? Não namore, o amor se prova com sacrifícios e pela fidelidade aos mandamentos de Deus em primeiro lugar, se você já percebeu que uma coisa é agradável a Deus mas o outro não quer viver aquilo não é bom sinal, é claro que todos podem se converter, mas é algo para ser muito bem refletido, pois relacionamentos são situações que mudam nossa vida por completo, e a pior conseqüência de um relacionamento ruim é nos afastar de Deus. Há uma situação inversa que mostra como este sacrifício é um bom sinal, se um casal está se conhecendo e um deles diz que se vierem a namorar quer que tenham um namoro sem beijos íntimos, se o outro aceita é um grande sinal de que este está interessado no outro como pessoa por completo e não somente em possíveis prazeres, isto é uma verdadeira prova de amor, este primeiro sacrifício pelo outro mostra que ele está aberto aos grandes sacrifícios que possam vir no futuro.

Mas é claro, as coisas não podem ficar só nas promessas ou no empenho em viver esses bons valores somente no início do namoro, as tentações são fortes e qualquer um pode cair, devemos antes contar com a graça de Deus, ter uma vida de oração e freqüência aos sacramentos, principalmente da Eucaristia e da Confissão, sem a graça de Deus de nada adianta nossa luta. Aos que já namoram e perceberam que devem mudar o comportamento essa é a hora ideal para isso, apresente ao seu namorado (a) estes textos dos autores indicados acima, será de grande ajuda para o entendimento.

Mas vão zombar de mim! Sim, vão, mas zombaram até de Nosso Senhor, sempre zombarão dos que buscam o bem, e quando vier aquela sensação de desistência por te criticarem, seja forte, lembre-se que você é um filho de Deus e não do mundo: "Se alguém zomba de você ser casto, saiba que é o fraco que está zombando do forte, que é o derrotado que está zombando do vencedor. É por que ele não consegue fazer o que você faz que ele está zombando de você. Mas você não tem que sentir vergonha de ser casto, por que Jesus foi casto, Maria Santíssima, São José, São João Batista, São João Evangelista, São Paulo, eles nos ensinaram a virtude da castidade por que ela é maravilhosa, estamos seguindo os passos deles." Pe. Luíz Carlos Lodi

Para terminar, respondendo a pergunta do título da postagem: Osbeijos íntimos” no namoro são pecado? Sim, são pecado. Creio que depois dessas reflexões acima você percebeu que este tipo de manifestação é própria dos casados, pois é uma preparação para a relação sexual, e quando é praticado pelos não casados torna-se uma ofensa a Deus, ao outro e consequentemente a si mesmo, como foi dito, o pecado é  “falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens.”, o pecado nos afasta de Deus e torna nossa vida triste e sem sentido, sempre houve pessoas que se arrependeram de viver uma vida impura mas nunca houve uma que se arrependeu de viver uma vida casta, pois uma vida assim tem sacrifícios, mas é feliz. Pense nisto,  de agora em diante todas as vezes em que você estiver em alguma situação em que surja este assunto lembre-se destas reflexões mostradas na postagem.

Esta citação a frente mostra o que é verdadeiramente um namoro cristão, e que é neste tipo de namoro que devemos nos espelhar, pois é somente  de um namoro casto que nasce um casamento forte, íntegro e feliz! “Dias antes do seu Matrimônio Santa Gianna escreveu ao futuro marido: "Você não acha interessante fazermos um tríduo para nos prepararmos espiritualmente antes do casamento? Nos dias 21, 22 e 23, Santa Missa e Comunhão, você em Ponte Nuovo, eu no Santuário de Nossa Senhora da Assunção. A Senhora acolherá as nossas preces e desejos e, porque a união faz a força, Jesus não poderá deixar de escutar-nos e ajudar-nos." [9]

Peçamos a Virgem Santíssima, Rainha da Pureza, e seu Castíssimo Esposo São José que roguem a Deus por nós para que vivamos uma vida casta e pura, nos caminhos que Ele designou para nós.

Grifos nossos

Tiago Martins

Referências:
[4] Pe. Thomas Morrow – Autor do conceituado livro “Namoro cristão em um mundo supersexualizado. O complemento de seu texto pode ser lido acessando este link: Sobre beijos no tempo de namoro”.

[5] Jason Evert - é um autor e palestrante sobre castidade, tem seus livros e artigos muito difundidos em vários site sobre o assunto, também fundou o Projeto Chastity, uma organização que dá suporte a adolescentes que querem viver a castidade. Ele é Mestre em Teologia pela Universidade Franciscana de Steubenville. Acesse complemento de seu texto através deste link: "E o beijo de língua? Está tudo bem? Todo mundo me diz uma coisa diferente."

[6] Pe. Luiz Carlos Lodi - é presidente do Movimento Pró-Vida de Anápolis-GO que tem a finalidade de promover a dignidade e a inviolabilidade da vida humana e da família e defender tais valores contra os atentados de particulares ou dos poderes públicos. Acesse complemento de seu texto através deste link: "Namoro Santo à luz da Consagração à Imaculada."

[7] Programa "Pergunte e Responderemos", TV Canção Nova - 07/12/12

Mais alguns textos sobre namoro cristão:
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