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sábado, 25 de julho de 2015

São João Bosco, sobre as más companhias




Há três espécies de companheiros: os bons, os maus e os que não são totalmente maus, mas nem são bons. Com os primeiros podeis entreter-vos e tirareis proveitos; com os últimos, tratai quando houver necessidade, sem contrair nenhuma familiaridade. Quanto aos maus, esses devemos absolutamente evitar. Mas quais são esses maus companheiros? Prestai atenção e ficareis sabendo quais sejam.
Todos os jovens que na vossa presença não se envergonham de ter conversas obscenas, de dizer palavras equívocas ou escandalosas, murmurações, mentiras, juramentos vãos, imprecações, blasfêmias, ou então procuram afastar-vos das coisas da igreja, os que vos aconselham a roubar, a desobedecer aos vossos pais ou a transgredir algum dever vosso, todos esses são maus companheiros, ministros de satanás, dos quais deves fugir mais do que da peste e do diabo em pessoa.
Ah! meus caros, com as lágrimas nos olhos eu vos suplico que eviteis e aborreçais tais companhias. Ouvi o que diz o Nosso Senhor: quem andar com o virtuoso será também virtuoso. O amigo dos perversos tornar-se-á semelhante a ele. Foge do mal companheiro como da mordedura de uma cobra venenosa: "quasi a fácie cólubri" (Eclo XXI, 2).

Em suma, se andardes com os bons, eu vos garanto que ireis com os bons ao Paraíso. Pelo contrário, frequentando companheiros perversos, vos pervertereis também vós, com perigo de perder irremediavelmente a vossa alma. Dirá alguém: São tantos os maus companheiros, que seria preciso sair deste mundo para evitá-los todos. Bem sei que são muitos numerosos os maus companheiros e é por isso mesmo que vos recomendo com empenho que fujais deles.

E se, para não tratar com eles, fôsseis obrigados a ficar sozinhos, felizes de vós, porque teríeis em vossa companhia Jesus Cristo, a bem-aventurada Virgem Maria e o vosso Anjo da Guarda. Poderemos encontrar companheiros melhores do que esses?

Contudo pode-se também ter bons companheiros e serão sempre os que frequentemente acodem aos Santos Sacramentos da Confissão e da Comunhão, os que frequentam a Igreja, os que com as palavras e como exemplo vos incitam ao cumprimento dos vossos deveres e vos afastam de ofender de Deus. 

A estes deveis frequentar e tirareis muito proveito. Desde que Davi, quando jovem, começou a frequentar um bom companheiro chamado Jônatas, tornaram-se ambos bons amigos com proveito recíproco, porque um animava ao outro na prática da virtude.

São João Bosco, O cristão bem formado. Campinas, SP: Ecclesiae, 2010,p.33-35
Créditos: Courage Brasil

quinta-feira, 25 de abril de 2013

As modas "sexy": o que pensam os homens


Por Mike Mathews - Tradução Aline Rocha


Como de fato afetam, aos homens, as roupas “sexys” das mulheres? Como homem, eu gostaria de explicar. Freqüentemente, vejo mulheres a usar calças jeans apertadas, vestidos ajustados ao corpo e mini-saias. Algumas usam calças “rasgadas”, blusas decotadas e suéteres apertados, enquanto que outras mostram partes de seus sutiãs aqui ou ali. As mulheres estão vestindo modas “sexy” em todos os lugares: nas escolas, no trabalho e até na Igreja.


Com essas atitudes exibicionistas como que elas querem ser honradas e respeitadas pelos homens? Às vezes, pergunto-me no meu interior quais serão os motivos que as leva a agir dessa forma. Será que estão tratando de ser atrativas e estar na moda? Ou estão buscando algo mais? Elas tem noção de quais os sinais que estão enviando aos homens? Elas estão em busca de atenção? – ou estão tentando encontrar um bom marido e um amor seguro? Querem conseguir um encontro ou incrementar a confiança em si mesmas? Podem ser estas as razões ou existem outras? Mas o certo é que ao vestir-se “sexy” nunca conseguirão com que os homens lhes honrem ou as respeitem. De fato, na realidade, é quase certo que os homens não as honraram nem as respeitaram. Se você quer que um homem a respeite, e talvez se enamore, então, você deve mostrar auto-respeito e reconhecer sua dignidade perante Deus. A melhor maneira de mostrar isto é a modéstia no vestir-se, nas palavras, nos pensamentos e nas ações.


O que provoca pensamentos sexuais nos homens?
É natural querer vestir-se de modo atraente. Mas às vezes, sem até dar-se conta, as mulheres que vestem roupas “sexys” estão se “vestindo para o sexo” – isto é, se veste de tal forma que provoca pensamentos sexuais nos homens. Por que os homens reagem dessa maneira e por que as mulheres nem sempre se dão conta disso? Porque os homens e as mulheres são feitos de maneira diferente no que se refere ao corpo humano. O fato é que não se necessita muito estímulo visual para que os homens se excitem sexualmente. A visão do corpo feminino, ainda que seja pouco, e ainda que a moça seja completamente desconhecida, pode despertar pensamentos sexuais instantaneamente. Isto pode ser difícil de entender para as mulheres, mas é a mais pura verdade.

E as mulheres? Minhas amigas dizem-me que, certamente, as mulheres apreciam os homens bonitos, mas não são afetadas visualmente na mesma intensidade que os homens. Elas pensam, por exemplo, que as palavras de amor, a ternura e o apreço sincero são muito mais significativos que o porte físico dos homens. Dadas estas diferenças, não há dúvidas que as roupas “sexys” chamarão a atenção do homem. Para algumas mulheres, isto pode ser divertido a princípio, mas ao final não será, porque não vai atrair o tipo de atenção – ou o homem – que uma mulher deseja. Por quê? Porque as moças que usam roupas atraentes, causa nos homens somente a libido e vontade de “usá-las” sexualmente em lugar de amá-las por quem são.
Não se esqueça, o ato de ver o corpo de uma mulher é um estímulo tão forte para o homem que, ao menos que ele tenha se treinado ou seja altamente disciplinado, haverá situações difíceis para ele controlar seus pensamentos sexuais. E uma vez que estes pensamentos comecem, freqüentemente se convertem em pensamentos impuros como “se pudéssemos estar sozinhos” ou “eu gostaria muito de fazer…”. Isso se chama luxúria, e as roupas que as mulheres usam pode despertar esses pensamentos em um segundo. Sim, os homens são culpáveis de se alimentarem de pensamentos luxuriosos. Mas os homens decentes querem evitar estes pensamentos e esperam que as mulheres os ajudem, através da exercitação da virtude e usando roupas modestas que não os conduza a ter fortes tentações.


O que faz com que os homens vejam as mulheres como objetos sexuais?
Mesmo que você saiba ou não, se você usa roupas que mostre seu corpo, muitos homens lhe verão como um objeto sexual. Não somente isso, mas a maneira que você se veste pode afetar também como estes homens vêem as outras mulheres. Quando os homens estão dispostos a ver uma mulher sob o domínio de luxúria, eles tendem a desenvolver uma visão distorcida de todas, fazendo com que vejam e tratem as outras mulheres com que eles se encontrarão depois, como objetos sexuais.
Tendo consciência ou não, se você se apresenta de uma maneira sexualmente reveladora – ainda que ligeiramente – muitos homens desejarão ter seu corpo para o seu prazer, sem preocupar-se em considerar-te como uma pessoa. Muitos homens lhe verão como sexualmente fácil. Outros, estarão constantemente distraídos com tentações sexuais e lhes será difícil chegar a te conhecer como a pessoa maravilhosa que você é.
Alguns atacar-te-ão verbalmente ou dir-te-ão qualquer coisa que você deseja ouvir, somente para te levar à cama. E ainda outros tratarão de manusear-te e até violar-te. Porém, deixa-me ser claro: não importa como se veste uma mulher, isso nunca é uma desculpa para o estupro, ou para a agressão sexual de nenhuma classe. Os homens que cometem estes atos realizam um monstruoso pecado e um crime atroz. Nada do que estou dizendo é uma desculpa ou razão para que algum homem viole uma mulher ou cometa qualquer outro crime.
E, por certo, não te deixes enganar pelas revistas femininas que fazem parecer que cada rapaz está buscando somente sexo e mostram como “você tem que te vestir sexy” para conseguir um bom namorado, ou esposo. Isso não é verdade. Somente os homens que querem se aproveitar de ti sexualmente, animar-te-ão para que te vistas dessa maneira. Você não tem que exibir teu corpo para encontrar um bom homem.


Faça que ele ame teu “eu” interior!
Então, que tipo de atenção você realmente quer? A maior parte das mulheres quer ser amada e respeitada pelo que elas são interiormente, não pelo seu visual. Não é isso o que você quer? Você não quer ser amada por um homem sincero, puro e virtuoso que tem confiança em si mesmo, é disciplinado e está comprometido com a relação de vocês? Eu sei que você não quer ser “usada” pelos homens, e que não quer estar em uma relação, ou se casar com um homem que não tem controle de si mesmo – um homem que busca satisfações rápidas ou que deseja cada menina bonita que ele vê.
A Katherine Kersten, comentarista do “National Public Radio” e presidenta da junta diretiva de “Center of the American Experiment”, escreveu: “A modéstia implica algo mais: simples justiça. Nós, mulheres, pedimos respeito da parte dos homens, insistindo para que eles nos valorizem não por nossa aparência, mas por quem somos. É uma hipocrisia dizer isto e, ao mesmo tempo, vestir-se e atuar imodestamente, provocando intencionalmente o desejo sexual e dando sinais de estar facilmente aberta a esses desejos. Atuar desta maneira é ferir nossa própria dignidade, é tratar-nos a nós mesmas como objetos sexuais. Além de tudo, é verdadeiramente injusto, porque significaria que nós estamos considerando que os homens estão em uma posição mais alta”.


Prepara-te para o amor duradouro
Se estás buscando um amor duradouro e um matrimônio para toda a vida, que una as mentes, as almas e os corpos, a melhor maneira de consegui-lo é sendo o tipo de pessoa que você quer seu futuro esposo seja. Pensa em você mesma e em seu futuro cônjuge como alguém com integridade, com uma personalidade vital e um caráter firme. Se você desenvolver estas qualidades e as demonstrar por meio das palavras, ações e aparência, ajudará a atrair o mesmo em teu esposo. Há muitos homens bons por aí; homens que têm personalidades maravilhosas, homens que são respeitosos, inteligentes e que buscam uma relação duradoura; homens que serão fiéis e que se comprometeram com sua esposa por toda a vida. Para encontrar um homem verdadeiramente honrável como este, recorda que ele se sentirá atraído por uma mulher que se veste modestamente como sinal de pureza; por alguém que reconhece que cada pessoa foi criada à imagem e semelhança de Deus. Ao vestir-se modestamente, uma mulher mostra que sabe que fomos feitos para amar e ser amados, como pessoas únicas e irrepetíveis. Ela também mostra respeito por seu corpo e por sua alma imortal, dois dons sagrados que devem ser tratados com dignidade e respeito.
Como homem, deixe-me terminar dizendo que aprecio sinceramente as mulheres que fazem um grande esforço para vestir-se modestamente. Conheço várias mulheres atrativas que sempre se vestem com lindas roupas e estilos modestos. O que faz estás mulheres ainda mais atrativas que sua beleza física e a roupa de moda que estão usando, é sua modéstia. É a virtude que as fazem brilhar de uma forma bela. Mostram que são respeitáveis, que têm uma fortaleza interior e uma grande auto-estima. A modéstia mostra também um coração puro e um desejo generoso de guardar-se para um futuro esposo. Pensa por um momento: o que dizem suas roupas de você mesma?


P.S.: A modéstia é uma bela virtude! Os homens também se beneficiam dela quando eles a praticam em seus pensamentos, palavras e ações.


Fonte: Comunidade Missionária Mariana na Modéstia

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Conselhos sobre discrição, por São Josemaría Escrivá



por São Josemaria Escrivá



● De calar não te arrependerás nunca; de falar, muitas vezes.


● Como te atreves a recomendar que guardem segredo..., se essa advertência é sinal de que tu não o soubeste guardar.


● Discrição não é mistério nem segredo. É simplesmente, naturalidade.


● Discrição é... delicadeza. – Não sentes certa inquietação, um mal-estar íntimo, quando os assuntos – nobres e correntes – da tua família saem do calor do lar a indiferença ou para a curiosidade da praça pública?


● Não exibas facilmente a intimidade do teu apostolado. Não vês que o mundo está cheio de incompreensões egoístas?


● Cala-te. Não esqueças que o teu ideal é como uma luzinha recém-acesa. – Pode bastar um sopro para apagá-la em teu coração.


● Como é fecundo o silêncio! – Todas as energias que perdes, com as tuas faltas de discrição, são energias que subtrais à eficácia do teu trabalho.
- Sê discreto.


● Se fosses mais discreto, não te lamentarias interiormente desse mau sabor na boca que te faz sofrer depois de muitas das tuas conversas.


● Não pretendas que te “compreendam”. – Essa incompreensão é providencial: para que o teu sacrifício passe desapercebido.


● Se te calares, conseguirás mais eficácia em teus empreendimentos apostólicos – a quantos não lhes foge “a força” pela boca! – evitarás muitos perigos de vanglória.


● Sempre o espetáculo! – Vens pedir-me fotografias, gráficos, estatísticas.
-- Não te envio esse material, porque (parece-me muito respeitável a opinião contrária) depois havia de pensar que o trabalho para me empoleirar na terra..., e onde eu quero empoleirar-me é no Céu.


● Há muita gente – santa – que não entende o teu caminho. – Não te empenhes em fazer que o compreendam; perderás o tempo e darás lugar a indiscrições.


● “Não se pode ser raiz e copa, se não se é seiva, espírito, coisa que vai por dentro”.
-- Aquele teu amigo que escreveu estas palavras sabia que eras nobremente ambicioso. – E te ensinou o caminho: a discrição, o sacrifício, ir por dentro!


● Discrição, virtude de poucos. – Quem caluniou a mulher dizendo que a discrição não é virtude de mulheres?
-- Quantos homens bem barbados têm que aprender!


Que exemplo de discrição nos dá a Mãe de Deus! Nem a São José comunica o mistério.
-- Pede à Senhora a discrição que te falta.


O despeito afiou a tualíngua. Cala-te!


● Nunca te encarecerei suficientemente a importância da discrição.
-- Se não é o gume da tua arma de combate, dir-te-ei que é a empunhadura.


● Cala-te sempre que sintas dentro de ti o referver da indignação. – Ainda que estejas justissimamente irado.
-- Porque, apesar da tua discrição, nesses instantes dizesmais do que quererias dizer.


São Josemaria Escrivá - “Caminho”, pontos nº 639 a 656, Ed.Quadrante, São Paulo, SP.


P.S.: Acesse aos links marcados em alguns pontos, eles redirecionam para artigos sobre estes assuntos.

Fonte: Blog Mater Dei

sábado, 19 de janeiro de 2013

Oração a Maria Santíssima Para Guardar a Santa Pureza



1. Coração Puríssimo de Maria, por vosso amor e com vosso auxílio, estou resolvido a não consentir, neste dia, em nenhum pensamento impuro. Ajudai-me, Senhora, a afastá-los logo. Ave Maria.
2. Coração Puríssimo de Maria por vosso amor e com vosso auxílio, estou resolvido a não proferir, neste dia, palavra alguma indecente. Purificai, Senhora, a minha língua. Ave Maria.
3. Coração Puríssimo de Maria por vosso amor e com vosso auxílio, estou resolvido a guardar, neste dia, especial modéstia em todas as minhas ações. Ó Senhora minha! Ó minha Mãe! Impetrai-me a graça de sempre e em tudo dar gosto ao vosso Puríssimo Coração. Ave Maria.
Meu Jesus,
Fazei-me puro. Puro nos olhos, pensamentos e nas ações.
Fazei-me humilde, que eu sempre desconfie de mim mesmo e não me exponha ao perigo do pecado.
Fazei-me penitente, dai-me amor ao sofrimento; tanto sofrestes por mim, que quero sofrer por vós.
Fazei-me generoso, para que eu nada vos recuse e toda a minha seja vossa.
Fazei-me zeloso pela Glória de Deus e pela Salvação das almas
Meu Jesus, fazei-me obediente aos meus pais e superiores.
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Do Livro de Orações da Adm. Apostólica S. J. Maria Vianney, de Campos-RJ

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Beijos, abraços e leituras podem ser pecado de luxúria? O teólogo responde


Antonio Royo Marín, O.P.


II. OS PECADOS INTERNOS DA LUXÚRIA
597. Os pecados internos de luxúria são três: os pensamentos impuros, os desejos impuros e o gozo pelos pecados cometidos. O primeiro se refere ao presente; o segundo, ao futuro, e o terceiro, ao passado.

Falamos que todos eles ao tratar dos pecados internos em geral e remetemos ao leitor a aquele outro lugar (cf. n.257-262).

Aqui nos limitamos a recordar os dois princípios fundamentais que iluminam toda esta questão, e que, bem aplicados, resolvem toda a ampla casuística que possa apresentar-se na prática. São os seguintes:

1.0 O deleite desonesto interno diretamente procurado ou voluntariamente aceito é sempre pecado mortal e não admite DIMINUIÇÃO de matéria.

Por conseguinte, qualquer pensamento impuro, qualquer desejo impuro, qualquer gozo pela lembrança de uma ação impura que se cometeu anteriormente, é em si pecado mortal quando lhe adverte com toda clareza e lhe consente ou aceita com plena vontade. Somente cabe o pecado venial por imperfeição do ato (ou seja, por falta desta plena advertência ou consentimento), mas não pela DIMINUIÇÃO de matéria quando foi plenamente advertida e aceita.

Que classe de pecado se comete e se recolher ou não as circunstâncias do objeto sobre que recai (v.gr., a malícia do adultério, incesto, etc.), explicamo-lo já ao falar dos pecados internos em geral (cf. n.257-262).

2.° Não há nenhuma razão que possa autorizar jamais a permissão indireta de atos internos de luxúria referentes ao futuro (desejos impuros) ou ao passado (gozo ou aprovação dos atos impuros realizados), já que estes são atos próprios da vontade que supõem a aceitação, ou consentimento ao pecado. Mas com causa gravemente proporcionada (v. gr., o exercício profissional do médico, sacerdote, estudante de medicina, etc.) é lícito permitir que sobrevenham pensamentos desordenados, com tal de rechaçar absolutamente o consentimento voluntário aos mesmos, já que é do todo impossível evitá-los e não se contrai sua malícia do momento em que não se buscam diretamente nem se consentem ao produzir-se.

IV. LUXÚRIA EXTERNA NÃO CONSUMADA
Para maior ordem e claridade dividimos esta matéria em duas partes:

A. Atos impudicos em geral.

B. Aplicações concretas.

A) Atos impudicos em geral

598. I. Noção. Em geral se designam com o nome de atos impudicos aqueles que, sem ser propriamente venéreos em si mesmos, relacionam-se, entretanto, com a luxúria e influem nela mais ou menos diretamente. Tais são, principalmente, olharess, toques, beijos, abraços, leituras, cantos ou conversações perigosas, etc. A eles se reduzem também os bailes, espetáculos, fotografias, etc., que sejam perigosos em si ou relativamente à pessoa em questão.

599. 2. Malícia. Consiste na aptidão natural que têm para excitar movimentos torpes que podem conduzir até o deleite venéreo completo. Mas, em si mesmos, muitos deles são indiferentes e podem realizar-se de tal forma que não envolvam pecado algum e até que sejam inclusive louváveis (v.gr., o beijo carinhoso dado à própria mãe).

Estes atos, em si indiferentes, convertem-se em impudicos e maus por um triplo capítulo :

Iº. PELO FIM COM QUE SE EXECUTAM. E neste sentido podem ser:

A. Pecado mortal, se se buscar e tenta com eles obter diretamente um prazer venéreo, embora seja muito pequeno e imperfeito.

B. Pecado venial, se se fizerem unicamente por ligeireza, brincadeira, curiosidade, etc., ou inclusive pelo prazer puramente sensível que com eles pode experimentar-se (v. gr., na boca ao beijar), excluindo, de uma vez, todo afeto ou deleite propriamente carnal (cf. D 1140) e o perigo próximo de que se produza (coisa muito difícil na prática, sobre tudo se se prolongam algum tempo).

C. Nenhum pecado, se o fim for bom e se fazem por necessidade ou verdadeira utilidade; e isso embora houvesse algum perigo de movimentos desordenados, com tal, naturalmente, de não consentir neles se se produzirem de fato. Mas quanto mais perigosos sejam em si mesmos, tanto maior tem que ser a causa que os desculpe; e assim, v. gr., só os médicos, praticantes, etc., têm razão suficiente para ver ou tocar, quando é necessário, as partes íntimas do cliente.

2º. PELO INFLUXO NA COMOÇÃO VENÉREA. E assim serão:
a) Pecado mortal, quando influem próxima e notavelmente em dita comoção e se executam sem causa alguma ou de tudo insuficiente e desproporcionada. As aplicações são variadísimas: olhares, toques, beijos, baile, espetáculos, fotografias, praias, etc., etc., quando influírem nessa forma próxima e notável e se executam sem grave causa e sem as devidas precauções.

b) Pecado venial, quando ficam sem razão suficiente, mas influem tão somente remota ou levemente (v.gr., alguma piada um pouco obscena, um beijo rápido na testa ou na bochecha, um espetáculo um pouco atrevido, mas não imoral, etc.), e não se teve má intenção, nem se produziu grave escândalo, nem se consentiu em nenhum pensamento ou afeto torpe.

c) Nenhum pecado, quando influem tão somente remota ou levemente e houve, além disso, alguma razão de verdadeira utilidade ou conveniência para isso (v.gr, por educação, amizade, afeto familiar, etc.), excluído sempre o consentimento aos movimentos torpes que possam surgir.

3º. PELA FRAGILIDADE ESPECIAL DO AGENTE ou POR RAZÃO DE ESCÂNDALO. Pode ocorrer, em efeito, que algum desses atos que de ordinário influem tão somente remota ou levemente na maior parte da gente, afetem, entretanto, próxima e notavelmente a uma pessoa extraordinariamente frágil e propensa à sensualidade, em cujo caso deve evitar, ao menos até que se serene e normalize, aquelas coisas que outras pessoas mais normais se podem permitir sem pecado. Diga-o mesmo por razão do escândalo que pode produzir-se (v. gr., vendo um sacerdote em um espetáculo impróprio para ele, embora não levasse por sua parte nenhuma má intenção ao assistir).

B) Aplicações concretas

Para ilustrar melhor os princípios que acabamos de expor, vamos aplicá-los a alguns casos concretos e particulares, advertindo, não obstante, que estas aplicações valem unicamente em termos gerais e segundo o que está acostumado a ocorrer ordinariamente; mas na prática terá que ter sempre em conta o conjunto de circunstâncias, principalmente a intenção ou finalidade do agente, as razões que existam para expor-se a algum perigo, sua maior ou menor periculosidade em ordem a suas disposições subjetivas e o escândalo que possivelmente possa dar-se com uma ação acaso lícita em si mesmo ou para outros.

Feitas estas condições, eis aqui o que se pode concluir em termos gerais:

600. 1º. Olhares e toques.
a) Será ordinariamente pecado mortal olhar ou tocar sem causa grave (como a tem o médico, cirurgião, etc.) as partes desonestas de outras pessoas, sobre tudo se forem de diversos sexo, e até do mesmo se se tiver inclinação desviada para ele. Diga-o mesmo com relação às mulheres nos peitos.

b) Pode ser simplesmente venial olhar ou tocar as próprias partes unicamente por ligeireza, curiosidade, etc., excluída toda intenção venérea ou sensual e todo perigo próximo de excitar nelas movimentos desordenados. Não é pecado algum fazer isso mesmo por necessidade ou conveniência (v.gr., para curar uma enfermidade, lavar-se, etc.).

c) Para julgar da importância ou gravidade dos olhares ou toques às restantes parte do corpo humano próprio ou alheio, mais que à anatomia terá que atender à intenção do agente, ao influxo que pode exercer na comoção carnal e às razões que houve para as permitir, de acordo com os princípios anteriormente expostos. Às vezes será pecado mortal o que em outras circunstâncias ou intenções seria tão somente venial e possivelmente nenhum pecado.

d) O dito com relação ao corpo humano, aplique-se à vista de estátuas, quadros, fotografias, espetáculos, etc., na medida, grau e proporção com que possam excitar a própria sensualidade.

602. 2.° Beijos e abraços.
a) Constituem pecado mortal quando se tenta com eles excitar diretamente o deleite venéreo, embora se trate de parentes e familiares (e com maior razão entre estes, pelo aspecto incestuoso desses atos).

b) Podem ser mortais, com muita facilidade, os beijos passionais entre noivos (embora não se tente o prazer desonesto), sobre tudo se forem na boca e se prolongam algum tempo; pois é quase impossível que não representem um perigo próximo e notável de movimentos carnais em si mesmo ou na outra pessoa. Quando menos, constituem uma falta maior de caridade para com a pessoa amada, pelo grande perigo de pecar a que a expõe. É incrível que estas coisas possam fazer-se em nome do amor (!). Até tal ponto os cega a paixão, que não lhes deixa ver que esse ato de paixão sensual, longe de constituir um ato de verdadeiro e autêntico amor—que consiste em desejar ou fazer o bem ao ser amado—, constitui, em realidade, um ato de egoísmo refinadísimo, posto que não vacila em satisfazer a própria sensualidade até a costa de lhe causar um grande dano moral à pessoa amada. Diga-o mesmo dos toques, olhares, etc., entre esta classe de pessoas.

c) Um beijo rápido, suave e carinhoso dado a outra pessoa em testemunho de afeto, com boa intenção, sem escândalo para ninguém, sem perigo (ou muito remoto) de excitar a própria ou alheia sensualidade, não pode proibir-se em nome da moral cristã, sobre tudo se houver alguma causa razoável para isso; v.gr., entre prometidos formais, parentes, compatriotas (onde haja costume disso), etc.

602. 3º. Conversas e cantos.
a) É pecado mortal iniciar ou manter uma conversação francamente desonesta ou obscena, que não pode ter outra finalidade que excitar a sensualidade própria ou alheia ou escandalizar a outros. O iniciador peca mais gravemente que o resto dos interlocutores. Diga-o mesmo de um canto gravemente obsceno, ou seja, apto para escandalizar a qualquer pessoa normal.

b) Sustentar alguma conversação sobre matérias obscenas ou perigosas (v.gr., sobre os deveres íntimos do matrimônio, obstetrícia, etc.) sem causa suficiente para isso, mas também sem nenhuma má intenção, ordinariamente não passará de pecado venial, ao menos se pela maneira de falar, seriedade dos circunstantes, etc., vê-se claro que não produz escândalo nenhum nem se corre perigo de excitar a sensualidade própria ou alheia. Com causa justificada (v.gr., por razão de estudo da medicina ou a moral) não teria pecado algum.

c) As piadas, historietas mais ou menos subidas de tom, etc., relatados sem má intenção e sem escândalo dos circunstantes, ordinariamente não passam tampouco de pecado venial, porque a risada está acostumada recair, não sobre a coisa obscena em si mesmo, a não ser sobre o engenho ou graça do caso. Entretanto, são muito inconvenientes (sobre tudo em presença de pessoas ligeiras e largas de consciência), porque revistam degenerar facilmente em conversações obscenas, gestos torpes e brincadeiras soezes das coisas mais sérias e sagradas. Neste último caso, claro está que seriam pecado mortal.

603. 4.° Leituras.
Com ligeiras variantes, pode aplicar-se às leituras o que acabamos de dizer nos números anteriores. E assim;

a) É pecado mortal ler um livro francamente obsceno que excite gravemente a sensualidade do leitor, já seja de tipo científico, recreativo ou histórico. Com grave causa e as devidas precauções poderia autorizar-se por razão do ofício (médico, confessor, censor literário, etc.), sempre que não represente um perigo próximo de consentimento nos movimentos desordenados que excite, porque, neste caso, seria gravemente ilícito pelo mesmo direito natural.

b) As novelas amorosas, científicas ou de aventuras, etc., que não excitem a sensualidade, ou só de maneira remota ou leve, podem ler-se sem pecado grave até com causa muito ligeira; e com causa proporcionada, inclusive sem pecado leve. Mas de ordinário devem desaconselhar-se aos jovens, pelo tempo que perdem nisso com prejuízo de suas obrigações, por lhes transladar a uma esfera irreal cheia de ilusões e fantasias e por outros muitos inconvenientes pelo estilo. As novelas obscenas estão de sua gravemente proibidas para todos pelo mesmo direito natural.
Fonte: A Vida Sacerdotal

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O monge domador de animais


Muitos moços estariam prontos a matar o dragão nos bosques, como Siegfrield; mas, quanto se trata do dragão das suas más inclinações, não têm a paciência de lhe dar combate. Preferem renunciar a esse santo trabalho.

Uma noite, o abade de um mosteiro perguntou a um dos seus monges: “Que tens hoje?” – “Eu, respondeu o monge, como todos os outros dias, estive tão ocupado que minhas fracas forças nunca teriam bastado para isso, se não fosse o auxílio da graça divina. Todos os dias tenho de vigiar dois falcões, conter dois cervos, forçar dois gaviões a fazerem minha vontade, vencer um verme, domar um urso e tratar de um doente!”


- “Que é que estás contando?, interrogou o abade rindo. Tais trabalhos não se fazem no nosso mosteiro!” – “Assim é contudo, replicou o monge. Os dois falcões são meus olhos, que devo vigiar continuamente para que não se detenham em objeto proibido. Os dois veados são meus pés, cujo andar devo regrar, se não quiser que me conduzam pela senda do mal. Os dois gaviões são minhas mãos, que me cumpre forçar a trabalhar e a fazer o bem. O verme é minha língua, que precisa ser refreada cem vezes no dia para não ter conversas vãs e superficiais. O urso é o meu coração, cujo egoísmo e vaidade tenho que domar. E o doente é meu corpo, de que me cumpre tomar cuidado incessante, para que a sensualidade não se aposse dele.”

E aquele monge tinha bem razão. A luta contra os teus instintos desordenados assemelha-se ao trabalho do domador; e todos os que querem progredir o seu caráter devem entregar-se diariamente a esse trabalho... tu também, meu filho.

O jovem, que tem cuidado de se tornar homem de caráter, jamais desculpará os seus defeitos, dizendo: “Não há remédio, nasci assim, é a minha natureza”; porém trabalhará sem descanso em aperfeiçoar a sua alma... Repete, pois, a miúdo: se minha alma está cheia de animais selvagens, domá-los-ei! Não ficarei como nasci, virei a ser aquilo que quero ser!

Dom Tihamer Toth
O Moço de Caráter
 
Fonte: Currir Sud

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Bom uso da língua (Pe. Matias de Bremscheid)

Segue trechos do texto, que será publicado por inteiro em outra ocasião:


"Ouvi, filhos, as regras que vos dou sobre a moderação da língua:
 aquele que as guardar não perecerá pelos lábios,
 nem cairá em ações criminosas"
(Ecli., 23,7)

- Livro do Eclesiástico (cap. 28): "As chicotadas produzem vergões, mas os golpes da língua quebram os ossos... Faze uma porta e fechadura diante da tua boca: Funde o teu ouro e a tua prata e faze com isso uma balança para pesares as tuas palavras e um freio bem ajustado para a tua boca".

- O bom uso da língua pode transformá-la em instrumento de graças.

No ano de 1263 retirou-se o corpo de Santo Antônio de Pádua do sepulcro, a fim de o transportar para a nova igreja, edificada em sua honra. Ao se abrir o sarcófago, os membros caíram aos pedaços, a carne já se havia transformado em pó e cinza. Mas, o queixo, os cabelos e os dentes estavam ainda conservados, e sobretudo a língua de todo incorrupta e com a sua cor naturalO Santo Cardeal Boaventura, que de Roma fora a Pádua por ocasião dessa festividade, tomou em suas mãos com grande respeito esse língua, beijou-a e disse entusiasmado: "Ó língua, que em todo o tempo louvaste ao Senhor e ensinaste os demais a louvá-Lo, agora se torna a todos manifesto, quanto és apreciada de Deus".

- Deves calar-te e não falar de coisas impuras e ignóbeis. Sabes o que diz o Apóstolo: "Nem sequer se nomeie entre vós ... qualquer impureza ... como convém a santos" (Ef., 5,3).

- Como este Apóstolo não seria tomado de santa indignação, se em nossos dias surgisse de improviso numa reunião de moços e ali ouvisse as conversas tais que fazem subir o rubor à faces! Até mesmo na presença de crianças inocentes, se proferem, às vezes, palavras obscenas! Não deveriam tais libertino sentir pavor daquela terrível "Ai!" que o Divino Salvador pronunciou contra os que escandalizam os pequenos?

"Ouvi, filhos, as regras que vos dou sobre a moderação da língua: aquele que as guardar não perecerá pelos lábios, nem cairá em ações criminosas" (Ecli., 23,7) Grifos meus.

Fonte: A Grande Guerra
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