Capa do Livro Fatherless. Imagem: James Dobson.
Adelle M. Banks/RNS
O líder conservador cristão James Dobson, fundador do ministério Focus
on the Family (Foco na Família), ganhou um novo título: romancista.
Dr. James Dobson
Em trabalho com o coautor Kurt Bruner, um pastor texano, lançou o
romance “Fatherless”
(Sem-Pai), o primeiro de uma trilogia antiutópica que projeta um
futuro em que os idosos superam em número os jovens, avançando a guerra
cultural para novas dimensões.
Dobson, 76, respondeu via e-mail a perguntas enviadas pelo Religion News
Service sobre seu novo projeto.
Algumas das respostas foram editadas por questões de tamanho e clareza.
Por que o senhor se aventurou na
ficção depois de escrever por tanto tempo sobre a vida dos pais na vida real?
Esse é meu primeiro romance, mas não a minha primeira investida na
ficção. Sempre acreditei no poder das narrativas para influenciar o pensamento
e moldar a imaginação do espírito. Embora com foco na família, desafiei uma equipe
a criar uma radionovela chamada “Adventures in Odyssey” (“Aventuras em
Odisseia”). Meu coautor, Kurt Bruner, liderou a equipe por muitos anos. Estamos
muito empolgados com o potencial dessa nova trilogia para abranger temas sobre
os quais vinha escrevendo, falando e transmitindo por décadas.
Com um enredo que inclui pais de
mais de duas crianças sendo referidos como “procriadores” (breeders),
“Fatherless” descreve os seus piores pesadelos?
Na verdade, o termo já está sendo utilizado em alguns círculos para
depreciar os que consideram filhos uma bênção em vez de um fardo. Como dissemos
no prefácio, um lar feliz é a maior expressão da imagem de Deus na terra. O
casamento e a paternidade ecoam o céu, e é algo que o inferno não suporta. Em
1977, fundei o que se tornou um ministério mundial dedicado à preservação do
lar. Esse esforço me colocou em um combate cultural atrás do outro,
involuntariamente confrontando forças mais sombrias do que eu imaginava. Não
tenho a intenção de compreender o que acontece no mundo espiritual. Mas sei que
todos nós vivemos no que C. S. Lewis chamou de “território ocupado pelo
inimigo”.
Autores: Dr. James Dobson e Kurt Bruner. Imagem: James Dobson.
Seu livro antevê um futuro em que
os mais velhos são incentivados a terminar as próprias vidas para ajudar os
familiares mais jovens a pagarem a faculdade. O senhor teme que o país esteja
seguindo nessa direção?
Esses romances não anteveem o futuro, mas simplesmente projetam a
trajetória das atuais tendências demográficas. A estória acontece no ano de
2042, quando a pirâmide econômica se reverte, com poucos jovens carregando o
fardo de uma população cada vez mais velha. As tendências já estão criando
manchetes pelo mundo. O Japão, por exemplo, possui a média de idade mais velha
do planeta. No ano passado eles venderam mais fraudas geriátricas do que infantis,
e a tendência chega rapidamente a todas as nações desenvolvidas do mundo,
incluindo os Estados Unidos. Há poucas semanas o ministro da fazenda do governo
recém-eleito disse que os idosos precisam “morrer logo”, pois eles não têm
condições de sustentar a rede de seguridade social. Lúgubre? Pode apostar.
Em geral, o senhor considera a
premissa do livro forçada?