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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Joseph Stalin: o "Tio Joe" da Rússia. Parte I.



 Iosif Stalin. Imagem: V. Oreshnikov.

Quando durante a Segunda Grande Guerra Mundial os Estados Unidos se virão obrigados a unir forças com um inimigo em potencial, tiveram que usar sua máquina de propaganda para conseguirem criar uma "simpatia" por parte do povo com a União Soviética e seu líder Joseph Stalin. Nesse texto trago alguns detalhes que ajudaram meus leitores a compreenderem melhor essa estranha aliança e a origem da personalidade de Stalin ou melhor "Tio Joe".

A máquina de propaganda militar dos Estados Unidos passou a se referir a 
Stalin como o “tio Joe” da Rússia para tornar mais palatável para o povo norte-americano a aliança que Roosevelt e Churchill fizeram com ele para lutar contra HitlerJoe Colquhoun (1883-1946), o tio Joe original, foi um general norte-americano que comandou as forças aliadas na China, na Birmânia e na Índia durante a Segunda Guerra Mundial.

O terror, a traição, o assassinato, a morte e a destruição eram corriqueiros no governo de Stalin na União Soviética. Além de exercer a autoridade máxima da segunda nação mais poderosa do mundo e além de matar mais gente que Hitler, viveu até 74 anos. Era um homem que havia levado a União Soviética à vitória contra Adolf Hitler e a Alemanha Nazista, era um homem que tinha arrancado o país de uma economia rural para transformá-lo numa nação industrializada.

Mesmo diante de todos os fatos que ao comando de Stalin levaram a União Soviética ao auge socioeconômico, ele ainda era um déspota brutal que chegou a reescrever livros de história e a adulterar fotografias para eliminar todo e qualquer vestígio daqueles que ousavam opor-se a ele.

Seu nome de batismo é IOSIF VISSARONOVITCH DJUGACHVILI, nasceu em 21 de dezembro de 1879 na cidade de Gori na Geórgia, no Sul da Rússia. Seu pai,VISSARION DJUGACHVILI, era sapateiro e devido à falta de sucesso na carreira se entregou ao alcoolismo. Sua mãe se chamava IEKATERINA DJUGACHVILI, trabalhava lavando e costurando para fora para ajudar em casa. Iekaterina sofria com o marido alcoólatra que a espancava regularmente, acontecimentos que não passavam despercebidos do jovem Iosif. Era uma vida precária que foi agravada pelas doenças que Iosif teve na infância:

* Varíola.

* Septicemia.

Iekaterina não tinha muito mais com que contar além das crenças religiosas para superar os tempos ruins.

* 1888 – Iosif foi matriculado na escola Ortodoxa em Gori.

*1894 – Ganhou uma bolsa de estudos para o seminário teológico ortodoxo em Ibilissi.

Foi na época que ele frequentava o seminário teológico ortodoxo que Iosif começou a se interessar por política. No quarto ano, entrou para um grupo radical chamado Mesame Dasi, que lutava pela independência da Geórgia e seguia a doutrina socialista. Devido a suas atividades nesse grupo e para desgosto da mãe Iosif foi expulso do seminário.

*1899 – Trabalha como escriturário.

*1901 – Entra para o Partido Socialdemocrata da Geórgia. Nessa época, Iosif começou a ser chamado pelo apelido de“KOBA” (INDOMÁVEL), uma referencia a um herói popular georgiano.

*1904 – Case-se com uma jovem camponesa chamadaIekaterina Svanidze. Infelizmente, a união foi breve, pois Ikaterina morreu três anos depois, deixando um filho, IÁKOV, para Stalin criar.

*1912 – Lênin, nomeia Stalin um de seus líderes para importante trabalho de propaganda clandestina. Nesse mesmo ano Stalin funda o jornal PRAVDA em São Petersburgo.

*1913 - Adota a alcunha predileta, STALIN, que significa“HOMEM DE AÇO”.

*1917 – Stalin é eleito como um dos 9 membros do Comitê Central do Partido.

*1919 – Nesse ano Stalin, entra para o POLITBURO e assume a direção do ORGBURO (Órgão com a tarefa de escolher e nomear membros para o partido). Casou pela segunda vez, agora com Nadejda Alilúieva. Ao fim do mesmo ano Nadejda deu a luz a um menino, Vassíli.
  
O bolchevismo, que tinha adotado uma forma de organização centralizada e extremamente disciplinada, atraiu Stalin, que o reconheceu como o caminho que o levaria ao poder. Muitos historiadores afirmam que  foi muito mais sua capacidade de organização e sua obsessão pelo detalhe, mais que seu brilho intelectual, que o aproximaram de Lênin.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Decálogo 'infernal', os 10 mandamentos da ideologia comunista.


Imagem: liciomaciel.wordpress.com

Já está na Web e causando bastante polêmica o possível "DECÁLOGO 'INFERNAL'" escrito pelo Revolucionário Comunista Vladimir Lênin em 1913. O decálogo oferece estratégias para tomada do poder. A discussão em fóruns na internet está bastante intensa, sendo que alguns historiadores dizem que o decálogo foi escrito em 1901 e outros dizem que tal decálogo nem mesmo foi escrito por Lênin.

Provavelmente escrito em 1913 pelo Líder revolucionário russo Vladimir Lênin, o pai do comunismo (Sistema Governamental Ateísta). Notem como fica aqui bem observado -, que qualquer semelhança com populistas ditadores como Hugo Chávez, Fidel Castro, Evo Moralez, Uribe, etc e com contecimentos atuais e recentes, quase 100 anos depois , não é mera coincidência:

1 – Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual.
2 – Infiltre e depois controle todos os meios de comunicações.
3 – Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os às discussões sobre assuntos sociais. 

4 – Destrua a confiança do povo em seus líderes.

5 – Fale sempre em Democracia e em Estado de Direito, mas, tão logo haja oportunidade, assuma o poder sem qualquer escrúpulo. 

6 – Colabore para o esbanjamento do dinheiro público, coloque em

descrédito a imagem do País, especialmente no exterior, e provoque o pânico e o desassossego na população por meio de inflação. 

7 – Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País.

8 – Promova distúrbio e contribua para que às autoridades constituídas não as coíbam. 

9 – Colabore para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes.

10 Procure catalogar todos aqueles que têm armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência.
 
“O mais assustador de tudo isso, é que a maioria das pessoas, principalmente as menos esclarecidas, vêem toda essa imoralidade apenas sob o aspecto financeiro, não percebendo que o principal objetivo, é um elaborado plano que visa destruir as nossas instituições. Instituições como a FAMÍLIA, o ESTADO DE DIREITO, o BEM PÚBLICO, a RELIGIÃO etc. São os “pilares que sustentam uma verdadeira DEMOCRACIA.”


Se hoje em dia, Lamarca, por exemplo, é visto como herói, é mais uma das distorções presentes no país que vivemos. Você poderá achar que tudo isso não tem absolutamente nada a ver com a nossa vida, com nossa família, mas pode acreditar, tem muito a ver com o futuro de nosso País, de nossos filhos, de nossos netos.




Você quer saber mais?
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domingo, 19 de agosto de 2012

O Caminho até a montanha é vermelho.

Imagem estilizada da capa da Edição em inglês do Livro Deus é vermelho (God is Red: HarperOne, and Imprint of HarperCollinsPublishers).
Liao Yiwu é o escritor contemporâneo mais censurado hoje na China. Seu poema épico “Massacre”, composto em 1989 em condenação à sangrenta repressão do governo na Praça da Paz Celestial (ou Praça de Tiananmen), levou a quatro anos dee prisão. Seu livro The Corpse Walker: Real Lifes Stories, China from the Bottom Up (O Cadáver andarilho: histórias da vida real, a China de baixo para cima), de 2008, que narra a vida dos marginalizados da sociedade comunist, permanece proibido no país. Os líderes chineses consideram seus textos subversivos, pois são críticos do sistema socialista.
Apesar do ambiente adverso na terra natal, Liao não se abala e continua a soltar as rédeas da curiosidade. Em God in China (Deus na China), ele direciona a atenção para uma área há anos escondida do Ocidente, e que permance um assunto de imensa controvérsia: o ressurgimento do cristianismo na China. O centro de estudos World Christian Database estima a existência de setenta milhões de cristãos praticantes no pís, ou 5% da população total. Numa sociedade abertamente ateia, o cristianismo é a maior religião formal da China.
O número, sem dúvida, surpreederá muitos ocidentais, mais inclinados a associar a China aos budistas e taoístas queimadorres de incenso, ou aos pragmáticos confucionistas, ou aos comunistas ateus ambivalentes, empunhado bandeiras vermelhas e convertidos espiritualmente ao consumismo.
O cristianismo ingressou na China no início do século VII. Embora os intercâmbios científicos envolvendo jesuítas nma corte de Kublai Khan estejam bem documentados, a religião não se enraizou de forma sólida até o século XIX, quando melhorias no transporte e acesso ao interior possibilitaram o trabalho de ondas de missionários europeus no Império do Centro. Antes da tomada do poder pelos comunistas em 1949, a liderança cristã local, formada no exterior ou tutelada pelos missionários, acelerou o crescimento da religião entre os nativos. Segundo a China Soul for Christ Foundation (Fundação Alma da China para Cristo), o número de adeptos chegava a setecentos mil quando os missionários estrangeiros forma expulsos após a tomada comunista, em 1949.
Antes da morte de Mao Tsé-tung, em 1976, muitos cristãos chineses foram presos ou executados. Nos últimos anos, com o afrouxamento do controle governamental sobre a religião, o cristianismo experimentou um crescimento explosivo, embora o Partido Comunista procure fiscalizar o movimento cristão, exigindo que todas as igrejas pertençam também ao Movimento Patriótico das Três Autonomias ou à Associação Católica Patriótica Chinesa.
Em 2007, o jornal oficial China Daily informou que havia uma estimativa de qurarenta milhões de protestantes professos e cerca de dez milhões de católicos – Pequim considera os católicos à parte da corrente principal do cristianismo – China. Enquanto um elevado número de chineses optou por reconhecer a realidade política e praticar a religião dentro dos limites prescritos pelo governo, outros resistiram, acreditando que somente Deus, não o partido, poderia reivindicar suas crenças. Eles evitaram as igrejas “oficiais” e se reuniram para cultos nas casas – o chamado “movimento das igrejas domésticas” – apesar da perseguição permanente por parte das autoridades governamentais. O movimento tem ganhado impulso.
O interesse de Liao no cristianismo começou em julho de 1998, quando visitava um amigo em Pequim e encontrou Xu Yonghai, um neurologist que se tornou pastor numa igreja protestante clandestina. Pela primeira vez, Liao entrou em contato com um cristão chinês. O encontro é descrito num relato chamado “A visita secreta”:
(...) com os fragmentos de conversa que pude reunir, deduzi que planejavam imprimir alguns materias proibidos. Yonghai estava tenso e, quase de minuto em minuto, erguia a cabeça furtivamente e olhava para fora a fim de ver se havia alguém lá. Aparentemente eles haviam terminado suas atividades quando Yonghai se aproximou de mim e sussurrou: “Temos de ser cuidadosos. Acho que a casa de Wenli está grampeada.” Assenti com a cabeça, reconhecendo sua cautela.
Ele queria a ajuda de Xu com uma publicação para os membros das igrejas domésticas

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Vladimir Ilich Ulianov, vulgo Lenin


Lenin em 1917. Imagem: Econ Faculty.
Nascido em abril de 1870, durante 74 anos a Rússia comunista foi a representação da mente e do espírito desse homem, cuja bibliografia se confunde com a do próprio país. Nasceu na cidade de Simbirsk ás margens do rio Volga, filho de família tradicional desfrutou de conforto.
Seu paí era Inspetor Escolar, chegou ao posto de Conselheiro Municipal com status de nobreza transferível a seus descendentes. Conservador-liberal, seu paí morreu em 1886.
Seu filho mais velho Aleksandr foi preso por tramar a morte do Czar. Lenin ganhava medalhas de ouro ano após ano nos estudos, sem demonstrar interesse político, possuía bom comportamento; com esse currículo ingressou na Universidade de Kazam. O diretor da sua escola na cidade natal, recomendando-o ao curso superior referiu-se a ele (Lenin), como:
“Jovem retraído, não sociável, jamais deu trabalho ao seus superiores ou professores, seja por atos ou palavras que fizessem que formassem a seu respeito opinião desfavorável.”
Ao entrar na universidade reconhecido como irmão de Aleksandr que acabara de ser executado, naquele mesmo ano. Lenin foi atraído por uma organização política clandestina. Em uma reunião da organização em protesto contra alguns regulamentos a polícia prendeu todos e junto estava Lenin que foi expulso da faculdade e não pode ingressar em outra.
Durante 4 anos ficou ocioso, familiarou-se com literal radical, transformou-se em um revolucionário fanático determinado a destruír o Estado e a sociedade que havia tratado de modo tão vil.
 Lenin aos 4 anos de idade em 1874. Imagem: Econ Faculty.
O escritor Strude fala do Estado de espírito Lenin, com o contato frequente que teve com ele no século XIX:
Era abstrato e frio.
Apoiado noo Marxismo radical.
Revoltado com a Guerra de Classes.
Destruír o regime Czarista inimigo.
Ódio à autocracia (Czar).
Ódio à burocracia, liberais e a burguesia.
Seu rancor tinha algo de repulsivo e terrível, enraizados em emoções e repugnâncias concretas. Sua personalidade conquistava fiéis seguidores, como seu irmão demonstrou interesse pela “vontade do povo”. Veteranos de organizações terroristas de seu irmão ensinaram-no a montar um grupo revolucionário clandestino, manter um ataque continuo ao regime do Czar.  Na última década do século XIX se converte a social-democracia.
Em 1891 as autoridades permitiram que prestasse exame para obter o diploma de Direito, Lenin já combinava o anarcoterrorismo e a social-democracia. Strude acrescenta sobre Lenin:
“Figura baixa, atarracada, prematuramente calvo, maneira brusca de falar, riso sarcástico causavam má impressão”.
 Lenin com peruca e com a barba raspada na Finlândia em 11 de agosto de 1917. Imagem: Econ Faculty.
Descrito pelos que o conheciam como um tipico verdureiro ou mestre de escola da aldeia. Seu fogo interno logo consumia a primeira impressão que causava nas pessoas.
Conhecia só duas categorias de homens, amigos e inimigos, bons e maus cidadãos. Com esse pensamento, considerava a política como um conflito permanente no poder, suas atitudes e de seus companheiros impregnava o regime. Intolerância a ponto de vista contrários, mentalidade totalitária, não aceitava críticas nem as ouvia.
Sua ausência de escrúpulos moral atraíam pseudo-intelectuais aspirantes à certeza do mundo incerto. Eles acorreram ao Partido Bolchevique juntamente com os camponeses jovens, semi-analfabetos, que convergiam para a cidade em busca de trabalho.
No partido de Lenin coeso em torno de lemas simples eles se sentiram participantes.
Lenin era mais tolerante com seus seguidores ainda que discordassem dele, demonstrava um tipo especial de modéstia. Submerso na causa seu ego não carecia de adulação pessoal, comumente associado a ditadores, bastava alcançar o êxito. Possuía um forte traço de crueldade e condenou milhares de pessoas a morte, sem remorso, embora também sem prazer.
O escritor Máximo Gorki que o conhecia bem, disse que os seres humanos não lhe despertavam interesse.  Pensava apenas em partidos, massas e Estados.
Sempre que havia risco físico ele se eclipsava abandonando suas tropas. Sua força como revolucionário foi sua fraqueza como homem. Carecia das qualidades humanas para governar. Lenin não compreendia que pessoas, comuns quisessem simplesmente viver em paz.
 
 Lenin em 1887. Imagem: Econ Faculty
Em 1893, foi preso por distribuir panfletos na porta de fábricas apoiando revindicações econômicas dos operários, exilado na síberia com sua noiva Nadejda Krupskaia alugou uma casa, passou esse período escrevendo e praticando atividades físicas ao ar livre.
Lenin dizia que o movimento trabalhista, separado da social-democracia (...) inevitávelmente se tornava burguês. Com essa afirmação quis dizer que os trabalhadores precisavam de revolucionários profissionais, ou trairiam os interesses da classe e acabariam se vendendo pelo seu próprio bem.
Os objetivos de Lenin para o campesinato era torna-los assalariados do Estado como os trabalhadores das fábricas. Para as minorias etnícas Lenin oferecia tudo ou nada, poderiam tornar-se russas ou optar pela separação. Sendo mais tarde trazidas de volta ao curral.
O Partido Bolchevique de Lenin, mantinha revolucionários 24 horas por dia na ativa. Então era de bom tom nos circulos mais ou menos radicais dar dinheiro aos partidos revolucionários. Recorriam até mesmo a assaltos, eufemisticamente chamados de expropriações.
Lenin usava o dinheiro roubado para pagar salários e publicar jornais na Rússia. Lenin, mantinha contato com a Alemanha e a Austria-Hungria, trocando informações da Rússia por dinheiro. Isso era alta-traição e Lenin escondeu isso a vida inteira das pessoas, somente veio à público após sua morte. Em 1910 começou um romance com uma mulher casada Inessa Armand, esposa de russo rico. Inessa Armand, foi o único ser humano com quem Lenin, manteve real intimidade.
 Fotografia da prisão de Lenin em dezembro de 1895. Imagem: Econ Faculty
Lenin possuía um agudo senso das fraquezas dos adversários. Lenin guiava-se pelo conceito de Marx:
*Privar o inimigo de forças armadas.
*Desmantelamento das instituições do inimigo.
Marx criou essas teorias baseado na derrota dos Communards na França, que ao invés de aniquilar, eles tomariam as estruturas políticas e militares existentes.
“Não transferir de um conjunto de mãos para outro a máquina burocrática-militar, como tem sido feito mas cuidar de esmagá-la”.
Karl Marx
 Lenin em 1923. Imagem: Econ Faculty.
Lenin gravou e praticou estas palavras. Lenin estudou o livro Psicologia da Multidão, trabalho do sociólogo francês Gustave Le Bom. Uma análise pioneira do comportamento das massas e dos modos de manipulá-lo. O livro de Le Bom forneceu orientação similar a Mussoline e Hitler.
Leandro Claudir
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Você quer saber mais? 
SHIPLER, David K. Rússia na Intimidade. Rio de Janeiro: Editora Nórdica, 1983.
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quarta-feira, 20 de junho de 2012

O espectro da KGB mirim



Pavel Morozov

A vida social necessita de atos disciplinadores de conduta. E isso começa pela própria família, com a noção de educação, hierarquia e ordem, que os pais devem estabelecer para os atos dos filhos. Dentro dessa função educacional, é óbvio que existirá sanções e punições. Daí por que os pais dão umas palmadas nos filhos indisciplinados e teimosos. Para que eles reconheçam, desde a mais tenra idade, os seus limites. Não quer dizer necessariamente que os castigos sejam totalmente justos. Às vezes os pais agem com justiça e outras vezes não. No entanto, nem por isso é razão para colocá-los na cadeia.

Como diria o provérbio, a porrada não é santa, mas faz milagres. Pode-se perfeitamente apanhar em casa, para depois não apanhar da polícia ou do Estado. Quantas pessoas não são marginais, criminosas, egoístas ou delinquentes por uma boa falta de varadas na infância? Uma criança que rouba, que bate em outra criança, que mente ou que age como um vândalo, de alguma forma merece ser coibida. E se possível, por meio do castigo físico. Não há nada fora do normal nisso. A sociedade também tem seus mecanismos de coibição física. Por acaso a polícia vai passar a mão na cabeça dos bandidos? Os criminosos que vão para a cadeia não sofrem violência do Estado quando perdem sua liberdade? Então por que uma criança não pode aprender, em casa, a própria noção dos limites que aprende na sociedade?
Entretanto, o Estado de Direito caminha para uma ditadura cultural nas leis e nos costumes, ainda que preserve a aparência formal de democracia. A chamada PL – 7670/2010, ou a “lei da palmada”, proposta pelo governo federal e adocicada por picaretas notáveis, como as deputadas Teresa Surita e Maria do Rosário, visando medidas punitivas para pais que dão palmadas nos filhos, lembra-me a figura de Pavlik Morozov, o garoto soviético que delatou o pai para a GPU-NKVD, uma das nomenclaturas da polícia política na época de Stálin. A cultura de delação é a mesma. Mudam-se tão somente os pretextos ideológicos. Antigamente era a “defesa da revolução” contra os “inimigos do povo”. Agora são os “direitos humanos”, com a delação em massa dos pais “agressores”, pelo simples fato de darem umas palmadas nos garotos levados.

Pavlik Morozov nasceu na época da guerra civil russa, em 1918. Em 1932, Stálin jogou a GPU-NKVD e o exército vermelho numa outra grande guerra civil pela coletivização forçada da agricultura contra os camponeses ucranianos. Morozov era filho de um pequeno fazendeiro que queria esconder os seus víveres para sobreviver, já que a polícia política estava fazendo uma campanha de confisco de alimentos, para sujeitar o campesinato à fome. Todavia, o garoto, que frequentava a escola controlada pelo Partido Comunista, começou a fanatizar-se com o discurso bolchevista e delatou a família, em particular, o pai, que escondia seus mantimentos do governo. A história tem o um desfecho macabro: o pai, desesperado pelo fato de o filho tê-lo denunciado, mata-o. A polícia política descobre o crime e deporta o pai para os campos da Sibéria.

A história trágica acabou por virar uma propaganda de santificação e doutrinação ideológica dos jovens nas escolas. Pavlik Morozov virou o modelo da criança soviética, que em nome da causa revolucionária, era capaz de delatar os pais para a polícia. Músicas, composições, poemas, e peças de teatro eram produzidas para louvar a traidor-mirim, elevado a modelo cultuado pelo Partido-Estado. Inclusive, associações de escoteiros foram criadas com o nome de Pavlik Morozov, que recebeu uma homenagem póstuma como um “herói soviético”.
Ou seja: a União Soviética quis estatizar a alma das crianças, transformá-las numa seção do NKVD ou da KGB contra os pais dissidentes. Ainda no século XIX, como diria antes o terrorista Netchaïev, pai espiritual do populismo russo e do bolchevismo: a família, a amizade, as tradições, o país e a religião deveriam ser odiados pelo único amor digno de nome: a revolução. Anos depois, com a revolução totalitária soviética, o amor foi prolongado: se antes era só pela revolução, agora virou também o amor total e incondicional pelo Partido-Estado. As crianças deveriam sacralizar o demônio estatal, odiando e traindo os seus pais e familiares. Alguém ainda se nega a crer que o Estado brasileiro, atualmente, pensa a mesma coisa?

Alguns anos após a queda do Muro de Berlim, alguns historiadores tentaram investigar a história de Pavlik Morozov. E descobriu-se que tudo fora inventado pelo NKVD e que a verdadeira história poderia ser confirmada. Estaríamos aí diante de uma das grandes mentiras comunistas da história.

Aliás, a denúncia de filhos contra pais e a prisão em massa de milhões de pessoas pela ditadura stalinista causaram um fenômeno gravíssimo na Rússia soviética: a leva de crianças abandonadas, chamadas besprizornye, espalhadas pelas cidades e campos. Muitos desses menores viravam bandidos e criminosos. Os orfanatos criados pelo Estado para resolver esse problema eram verdadeiros depósitos humanos dos filhos dos chamados “inimigos do povo”. Tratadas em condições sub-humanas, muitas dessas crianças morriam. A lógica soviética também foi aplicada na Alemanha nazista e ainda vigora em outros sistemas totalitários, como Cuba, Coréia do Norte, China e Vietnã. A primazia do Estado sobre a educação das crianças instrumentaliza o terror generalizado da polícia política no ambiente familiar e o destrói.

A “lei da palmada”, como a doutrinação ideológica camuflada de “campanhas educativas” ou “currículos escolares”, não são formas de criar mecanismos de delação de filhos contra pais? No afã de supostamente proteger os filhos contra os pais, na verdade, o Estado joga uns contra outros. Os pais não terão o direito de disciplinar ou educar os filhos: estes serão a extensão da ideologia dos professores, do Conselho Tutelar, do Ministério Público, em suma, do próprio Estado, que usurpa as funções que não lhes são propícias. As crianças, induzidas a crerem que os pais são potencialmente criminosos, serão sugestionadas a policiá-los ou até a denunciá-los, já que a reprimenda ou o castigo podem ser desforrados pelo filho birrento e mal criado. É o “narodny komissariat,” o “comissário do povo” moderno usando os filhos dos outros como espiões e olheiros da vida alheia.  Na prática, a lei estimula a perversão de desmoralizar a autoridade dos pais e superdimensiona a autoridade das crianças, invertendo as hierarquias e colocando os pais numa situação de completa chantagem. E quem tomará conta dessas hierarquias? São as próprias crianças imaturas? Não, serão os burocratas, agora elevados a paizões usurpadores dos pais verdadeiros!

Na verdade, uma das más intenções do Estado é o de criar menores sem limites, sem respeito à autoridade da família e dos pais, sem referência a qualquer princípio moral, sendo doutrinadas a terem “direitos”, ignorando os direitos e limites alheios, e idolatrando o Estado como uma espécie abstrata de “pai” e “mãe” protetores. Obviamente, o vazio moral deixado pelos pais será substituído pela engenharia social dos educadores, que querem injetar toda a sorte de cultura politicamente correta nas crianças, desde a ideologia de sexualidade promíscua e gay até a neurotização imbecilizante da linguagem e do raciocínio. Essa legião de pequenos Hitlers e Stálins da sociedade, em nome da exigência mimada de direitos ilimitados, serão os grandes tiranos da fase adulta, marginais, egocêntricos, desajustados, psicopatas, criminosos e drogados. Ou mais, serão a massa de manobra das tiranias maiores dos políticos e da burocracia estatal.

Alguém duvida que as causas da violência estejam no enfraquecimento da autoridade dos pais e da disciplina familiar que educa e limita os ímpetos? Alguém duvida que a tentativa de alimentar a noção ilimitada de “direitos”, praticada pelo Estado, é uma forma de isentar os cidadãos, desde a mais tenra idade, de assumir os deveres éticos interiores exigidos às mentes maduras? Ou mais, a tentativa de burocratizar mais ainda a vida civil, retirando das famílias o poder de educar e proteger os seus próprios filhos da sanha dominadora do Estado?

A lei da palmada é a tentativa de prolongar eternamente a infância das crianças, desprovendo-as de limites e nortes éticos que as façam crescerem. Quando o governo intervém, querendo mimar até os caprichos infames dos infantes contra os adultos, demonstra-se a sua intenção de prolongar o infantilismo moral e a cultura de dependência, reduzindo os cidadãos a meros bezerrinhos domáveis pela engenharia social e pela classe política. Ou na pior das hipóteses, demonstra uma exigência espúria de falsos direitos, que significará a perda completa de direitos reais, que são os da liberdade e dos laços privados da família. Sob o preço, inclusive, de trair a própria família.

Uma questão deve ser dita em bom tom, para arraigar nas consciências sensatas deste país: quem propõe uma lei dessa natureza é intrinsecamente maligno e pernicioso, possuindo uma deficiência de caráter assombrosa. Pessoas como as deputadas Maria do Rosário e Teresa Surita deveriam ser proscritas da vida pública. Mas não só isso. Quem escreveu o PNDH-3 e quem propôs a espionagem e delação dos pais deve ser banido da vida política como um leproso moral, um doente espiritual, uma pessoa completamente despreparada para representar a família brasileira. Isso envolve os acólitos da presidente Dilma Rousseff e o governo federal, que estão por detrás da criminalização dos pais e da introdução da agendinha gay nas escolas, destilando ignorância, corrupção moral, analfabetismo e destruição espiritual das crianças e também das famílias.

A Bíblia nos diz: “honra teu pai e tua mãe”. E o Nosso Senhor falou nas palavras do Evangelho de Marcos 10:14: "Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas”. Não está claro demais que o Leviatã estatal petista brasileiro quer destruir o cristianismo e a família?

Leonardo Bruno

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