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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sanduíche

Deve ser velha como a humanidade a vontade de comer "qualquer coisinha" - essa coisinha significando algo leve e gostoso, suficiente para satisfazer uma fome pequena. Para não sujar as mãos nessa hora, os japoneses enrolaram coisinhas numa folha feita de algas marinhas e inauguraram o sushi. Árabes e hindus desenvolveram o pão boina, chatinho e oco por dentro, sob medida para abrigar recheios molengos como pasta de grão-de-bico, de lentilhas ou beringela. E um tal de Lord Sandwich virou lenda ao permanecer vinte e quatro horas numa mesa de jogo, comendo durante esse tempo fatias de carne entre duas torradas, algo muito extravagante na época. Eis aí o nosso sanduíche.

Muita pedra rolou até surgir o sanduíche natural, ali por 1970, que chegou com uma aura de "tudo que é natural faz bem". Levava pão integral e recheios naturebas substituindo os tradicionais rosbifes, salames, presuntos e mortadelas: ricota com cenoura ralada, ricota com ameixa preta, ricota com brotinhos de alfafa... Muita ricota! Aí, alguém decidiu que atum de lata e maionese também eram naturais, então surgiu o sanduíche natural de atum, e a palavra “natural” ficou desmoralizada para todo o sempre.

Pois aqui estão umas receitinhas de sanduíches (não vou dizer naturais, embora o sejam) diferentes e muito saborosos. O melhor pão para eles é integral, feito de farinha fresca, moída em moinho de pedra, sorte de quem encontrar. Guardado na geladeira e levemente torrado para o sanduíche. E os recheios, vamos lá:

Cheiro verde temperado: tem salsa e cebolinha fresca em casa? Experimente cortar miúdo, mais salsa do que cebolinha, somente a parte verde; tempere com azeite de oliva extra- virgem, uma pitada de sal e gotas de limão; guarde tampado na geladeira, melhor num pote escuro. Dura até uma semana, e você põe um pouco em sua comida ou recheia seu sanduíche na hora em que bem entender. São folhinhas gostosas que nutrem o sangue, limpam o tubo digestivo, regulam a acidez, combatem micróbios e mais...

Cogumelos shiitake com cebolinha verde: corte fora os talos dos cogumelos frescos, lave e enxugue se for necessário e refogue em pouco azeite, ou óleo de gergelim, um minuto de um lado, um minuto do outro, mais um minuto num molho com partes iguais de shoyu, água e vinho branco ou saquê doce. Retire os cogumelos, coloque no molho a cebolinha verde, cortada em pedaços grandes e incluindo a parte branca; deixe ferver uns minutos. Arrume os cogumelos no sanduíche e ponha a cebolinha com molho por cima.

Purê de abóbora com verdinhos frescos: a melhor abóbora para isso é a japonesa. Basta cozinhar - com casca - e amassar com o garfo, para depois temperar com azeite, limão e sal e completar com salsa e cebolinha picadas, ou outras folhinhas como manjericão ou hortelã. É meio doce, mas é salgadinho também.E a casca, sem os crocotós que às vezes tem, é muito saborosa e de textura interessante.

Mexicano (feijão preto, pimentão, tomate, azeite, coentro): sobrou feijão? Amassar no garfo, misturar com pedacinhos de pimentão e tomate, coentro picado, azeite e uma pimentinha para dar um clima. Pode substituir por qualquer tipo de feijão, lentilha, grão-de-bico.

Mediterrâneo (folhas diversas, tomatinhos, azeitonas, rabanetes e molho): rasgue as folhas em pedaços pequenos, abra os tomatinhos e retire as sementes, corte os rabanetes em rodelas, descaroce as azeitonas e misture. Junte salsa e cebolinha picadas. Tempere com azeite extra-virgem, alho bem socado, um toque de mostarda, sal e limão ou vinagre (balsâmico, de vinho, de maçã, de arroz).

Maionese de cenoura: cozinhe duas cenouras médias em pouca água, ou no vapor, pique e bata no liquidificador com uma colher de azeite, um dentinho de alho, uma pitada de sal e outra de noz-moscada. Ela substitui bem a maionese convencional e funciona sozinha como recheio. Também é uma delícia como molho de macarrão e de salada, e dura bastante na geladeira. Combina muito com o cheiro verde temperado, você vai ver...

Do livro Paixão emagrece amor engorda