São seres cinzentos,
inequivocamente masculinos,
que tanto me enviam
um ramo de rosas
com quatro luas de atraso,
como procuram surpreender-me
aparecendo na sua lata
(leia-se carro) último modelo
em que se sentem mágicos.
Seres brilhantes
portadores de uma água de colónia
que lhes anuncia a presença
com quatro primaveras de avanço;
homens ao natural, de rua e risco,
que procuram escapar-se
levando-me a jantar. Posso ingeri-los
antes de caducarem,
mas dão-me indigestão
meia hora depois, e não vale
a pena estragar a noitada.
Mãe Natureza,
tu põe-los ao meu alcance e eu agradeço
tuas sábias intenções.
Mas eu cá fui sempre
inequivocamente feminina,
e ante ti declaro que é cada vez
maior a distância que nos une.
María Sanz
Tradução A.M.
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Alguém que não eu
Alguém que não eu cobra a conta
das horas felizes, das tardes
em que teve o amor como aliado,
das noites lavradas corpo a corpo.
Alguém que não eu sai de casa
e quebra os grilhões, como quem,
após cumprir com sua dor, um dia
qualquer se escapou da morte.
Esse alguém levanta
o coração para o céu;
abarca o horizonte
e escolhe seu destino,
embora no fim penetre
dentro de mim e escreva.
María Sanz
Tradução A.M.
das horas felizes, das tardes
em que teve o amor como aliado,
das noites lavradas corpo a corpo.
Alguém que não eu sai de casa
e quebra os grilhões, como quem,
após cumprir com sua dor, um dia
qualquer se escapou da morte.
Esse alguém levanta
o coração para o céu;
abarca o horizonte
e escolhe seu destino,
embora no fim penetre
dentro de mim e escreva.
María Sanz
Tradução A.M.
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