Terminei de ler
Os Mandarins (1954) de
Simone de Beauvoir da
Editora Nova Fronteira. Comprei esse livro novo em uma banca por R$ 10,00, um achado. Eu só tinha lido dessa escritora
A Convidada há muitos anos. Li de uma loja que era uma espécie de clube, você pagava um valor por mês e podia ler quantos livros quisesse. Era um pouco longe e comigo não é muito vantajoso. Sebos me atendem melhor.
Obra Jardim Medieval (1955) de Jean Dubuffet
Os Mandarins fala de um grupo de intelectuais, jornalistas e escritores, após a Segunda Guerra Mundial. Falam que Beauvoir se inspirou em sua vida, Camus e Sartre para criar os personagens. Imagino que os personagens venham realmente do seu universo tal a tranquilidade com que relata os embates políticos da época. Me senti muto confortável na leitura, em um ambiente muito familiar.
Obra O Abacaxi (1948) de Henri Matisse
Apesar do universo ser confortável, os embates são bem angustiantes. A maioria acredita que haverá nova guerra. Incríveis as discussões éticas e morais. Chega a informação dos tenebrosos campos de concentração da URSS. A maioria acha que não pode revelar essa informação porque seria muito prejudicial ao comunismo. Vidas humanas são menos importantes que diretrizes políticas. Há vários embates e questionamentos. Me lembraram muito as discussões atuais sobre esquerda e direita, hoje um tema já envelhecido e distorcido. Amizades terminam, radicalismos. Acusações que a pessoa passou para a direita só porque lutou pelos direitos humanos. E de todos os lados. Um jornal pode perder o apoio porque resolveu denunciar a ditadura em Portugal. O patrocinador ameaça e diz que o artigo feriu os Estados Unidos. Novamente o que vale é a política e não a proteção ao ser humano. A atualidade de Os Mandarins foi surpreendente.
Obra Banho de André Lothe
Após a Segunda Guerra Mundial as relações afetivas começam a tomar novos contornos. A monogamia não é mais vigente. Mas é um período de transformação. A esposa não se incomoda das amantes do marido até ele desejar levar uma delas a uma viagem que negou a esposa. Essa moça é filha de sua melhor amiga. Ela briga, reclama, o marido viaja com a moça. Racionalmente ela resolve aceitar o marido de volta, que estava errada em se incomodar. E sublima o que emocionalmente sente. O livro aborda a dificuldade de lidar com as relações entre razão e emoção, o que nem sempre dá muito certo. Gostei muito da forma madura como as relações são tratadas e do fato dos personagens se exporem muitas vezes com reações imaturas, como são realmente as pessoas. Ou mesmo da dificuldade das pessoas perceberem que o amor já acabou, que o marido só tem tédio e continua na relação porque é confortável manter a casa e os amigos, mas vive distante da esposa que finge não perceber para não perder o amor. A autora também fala de forma crua sobre o envelhecimento. O desconforto em perceber o envelhecimento da amiga e o seu.
Tanto o compositor bem como os pintores são franceses e as obras são de períodos próximos a publicação da obra.
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Beijos,
Pedrita